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Aldrabas, Bairro do Castelo, Lisboa
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Bruxaria, algures em Condeixa [O. Lourenço]
Jumento do dia
Alexandre Miguel Mestre, secretário de Estado da Juventude
Depois de Passos Coelho ter dito mata parece que a moda dos membros do seu (des)Governo é dizer esfola, o primeiro-ministro disse que queria empobrecer os portugueses e o secretário de Estado da Juventude depressa percebeu que o seu papel como membro do (de)Governo era sugerir aos jovens que abandonem o país.
Com governantes destes é cada vez mais válida a sugestão "o último a sair que apague a luz".
«Os jovens portugueses desempregados devem emigrar, em vez de ficarem na sua «zona de conforto», disse no sábado o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre.
«Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras», disse o governante, que falava para uma plateia de representantes da comunidade portuguesa em São Paulo e jovens luso-brasileiros, citado pela Lusa.
Segundo o mesmo responsável, o país não pode olhar a emigração apenas com a visão negativista da «fuga de cérebros».
Para Miguel Mestre, se o jovem optar por permanecer no país que escolheu para emigrar, poderá «dignificar o nome de Portugal e levar know how daquilo que Portugal sabe fazer bem»» [Agência Financeira]
Com governantes destes é cada vez mais válida a sugestão "o último a sair que apague a luz".
«Os jovens portugueses desempregados devem emigrar, em vez de ficarem na sua «zona de conforto», disse no sábado o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre.
«Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras», disse o governante, que falava para uma plateia de representantes da comunidade portuguesa em São Paulo e jovens luso-brasileiros, citado pela Lusa.
Segundo o mesmo responsável, o país não pode olhar a emigração apenas com a visão negativista da «fuga de cérebros».
Para Miguel Mestre, se o jovem optar por permanecer no país que escolheu para emigrar, poderá «dignificar o nome de Portugal e levar know how daquilo que Portugal sabe fazer bem»» [Agência Financeira]
A direita europeia perdeu a credibilidade nos mercados
Ainda nem o acordo europeu para combater a crise financeiro foi traduzido e já a Itália está a pagar juros próximos daqueles que forçaram Portugal a recorrer à ajuda financeira. Isto significa que os mercados não acreditam na solução dos governos de direita da Alemanha e da França e que a crise financeira europeia é imparável.
Dúvida
O PS ainda existe, foi integrado no PSD ou começou o porcesso de dissolução?
O Álvaro Batanete tem de se decidir
O ministro da Economia ainda não explicou se o processo de empobrecimento e aumento da exploração dos portugueses é para que os seus empresários incompetentes sejam competitivos em relação à Europa ou em relação à China.
Entre o crime e o voto
«A JSD entregou ao procurador-geral da República uma carta de acusação aos políticos que endividaram o país. Segundo a JSD, a conduta desses políticos – do Partido Socialista, não o dr. Jardim ou outros do PSD - é susceptível de criminalização.
Toda a gente percebe que este intento não é para levar a sério. A preocupação dos jotinhas não está na defesa do bem comum mas apenas na luta partidária mais mesquinha. Eles são um veículo para as atitudes menos sérias que a direcção do seu partido não pode ou não quer tomar.
No entanto, a questão que subjaz a esta agitação é realmente importante. Aqueles que alcançam o poder no quadro de um Estado reconhecido internacionalmente têm a prerrogativa de, entre muitas outras coisas, endividar o seu país até ao limite permitido pelos mercados - que é, como sabemos, excessivamente elevado. Esta prerrogativa é aceite e protegida pelo direito interno e internacional e, como tal, insusceptível de criminalização.
O grande problema da prerrogativa de recurso a empréstimos é que o seu efeito se prolonga no tempo, geralmente muito para além da estadia no poder daqueles que a utilizaram. Ou seja, quem detém o poder endivida-se e quem paga são as gerações futuras. Mesmo quando não existe dolo, há aqui um problema óbvio de responsabilidade política e injustiça intergeracional.
Quando os Governos que actuam irresponsavelmente no mercado da dívida são ditatoriais o problema parece irresolúvel. Eles poderão pagar pelo sangue se alguém os apear do poder, mas não há nenhum outro mecanismo para os responsabilizar e apontar a injustiça da sua conduta. Em democracia, as coisas são diferentes. Quando existe liberdade de imprensa e a competição política é aberta, os que prevaricaram podem ser penalizados pela opinião pública e expulsos do poder pelos eleitores.
Mas aquilo que gostaria de ressaltar é que, entre o crime que geralmente não existe e o voto que por vezes não penaliza, há uma outra possibilidade. Naqueles países que passaram por situações traumáticas na sua história recente estabelecem-se muitas vezes comissões de reconciliação, ou outras instâncias de "justiça de transição" situadas para além do foro criminal e da luta política.
Para que funcionem bem, estas comissões têm de ser verdadeiramente independentes. No caso da análise à dívida portuguesa, uma comissão deste tipo teria de situar as nossas dificuldades no contexto europeu e mostrar que o problema está longe de ser exclusivamente português.
Mas teria também de mostrar de que forma a despesa do Estado ficou fora de controle, tanto em Governos do PS como em Governos do PSD. Uma comissão desse tipo seria bem-vinda. Mas com gente séria e sem jotinhas.» [DE]
Toda a gente percebe que este intento não é para levar a sério. A preocupação dos jotinhas não está na defesa do bem comum mas apenas na luta partidária mais mesquinha. Eles são um veículo para as atitudes menos sérias que a direcção do seu partido não pode ou não quer tomar.
No entanto, a questão que subjaz a esta agitação é realmente importante. Aqueles que alcançam o poder no quadro de um Estado reconhecido internacionalmente têm a prerrogativa de, entre muitas outras coisas, endividar o seu país até ao limite permitido pelos mercados - que é, como sabemos, excessivamente elevado. Esta prerrogativa é aceite e protegida pelo direito interno e internacional e, como tal, insusceptível de criminalização.
O grande problema da prerrogativa de recurso a empréstimos é que o seu efeito se prolonga no tempo, geralmente muito para além da estadia no poder daqueles que a utilizaram. Ou seja, quem detém o poder endivida-se e quem paga são as gerações futuras. Mesmo quando não existe dolo, há aqui um problema óbvio de responsabilidade política e injustiça intergeracional.
Quando os Governos que actuam irresponsavelmente no mercado da dívida são ditatoriais o problema parece irresolúvel. Eles poderão pagar pelo sangue se alguém os apear do poder, mas não há nenhum outro mecanismo para os responsabilizar e apontar a injustiça da sua conduta. Em democracia, as coisas são diferentes. Quando existe liberdade de imprensa e a competição política é aberta, os que prevaricaram podem ser penalizados pela opinião pública e expulsos do poder pelos eleitores.
Mas aquilo que gostaria de ressaltar é que, entre o crime que geralmente não existe e o voto que por vezes não penaliza, há uma outra possibilidade. Naqueles países que passaram por situações traumáticas na sua história recente estabelecem-se muitas vezes comissões de reconciliação, ou outras instâncias de "justiça de transição" situadas para além do foro criminal e da luta política.
Para que funcionem bem, estas comissões têm de ser verdadeiramente independentes. No caso da análise à dívida portuguesa, uma comissão deste tipo teria de situar as nossas dificuldades no contexto europeu e mostrar que o problema está longe de ser exclusivamente português.
Mas teria também de mostrar de que forma a despesa do Estado ficou fora de controle, tanto em Governos do PS como em Governos do PSD. Uma comissão desse tipo seria bem-vinda. Mas com gente séria e sem jotinhas.» [DE]
Autor:
João Cardoso Rosas.
A ajuda que não o foi
«O ministro das Finanças voltou a afirmar na semana passada no parlamento que Portugal não pode considerar a possibilidade de reestruturar a sua dívida sob pena de deixar de ser possível ao país pagar salários e pensões. O ministro disse também que o Orçamento de Estado para o próximo ano era um Orçamento duro mas, ao mesmo tempo, um Orçamento de esperança. É claro para todos que o Orçamento é, de facto, muito duro, mas é preciso algum esforço para detectar a dita esperança naquele documento. É particularmente difícil manter a esperança dada a intransigência do governo em discutir publicamente a necessidade de reduzir o peso da dívida pública do nosso país.
Quase todos os economistas concordam que Portugal teria de fazer um ajustamento muito severo da despesa pública dado o estado das contas públicas a que se chegou em 2010. Pode haver alguma discordância em relação à composição exacta dessa redução de despesa, mas era inevitável que o Estado reduzisse o seu peso na economia e isso envolvia, necessariamente, uma redução do peso da massa salarial e das pensões.
O que falhou na negociação com os nossos credores foram as contrapartidas que obtivemos para as medidas de austeridade que temos, inevitavelmente, de implementar. Em Maio deste ano, perante a impossibilidade de fazer face aos pagamentos que se avizinhavam, o Estado português pediu um empréstimo de emergência ao BCE, ao FMI e à União Europeia. O mesmo tinha acontecido com a Grécia um ano antes. Em ambos os casos tentou resolver-se um problema de dívida excessiva com mais dívida. Ninguém responsável por assinar o acordo podia acreditar que essa era uma solução permanente e que Portugal iria sair da crise sem uma redução substancial do peso da dívida pública, tal como acaba de acontecer com a Grécia. Não havia nenhuma projecção realista que indicasse que isso fosse possível.
A única razão para não ter incluído a reestruturação das dívidas grega e portuguesa nos respectivos planos de emergência foi a necessidade de mostrar aos outros países que têm dívidas elevadas que é preciso sofrer muito antes de receber essa ajuda. A Alemanha não quis abrir a porta a que a Itália, a Espanha ou mesmo a Bélgica viessem em seguida pedir planos parecidos que acabassem por ter de ser pagos pelos contribuintes alemães.
Os países credores já mostraram que vão esperar até ao limite para finalmente reconhecerem a necessidade de uma redução do peso da dívida. Este não é, no entanto, um comportamento próprio de países que escolheram constituir uma união monetária. Os líderes europeus erraram quando criaram uma união monetária sem controlos suficientemente apertados sobre os orçamentos de cada país. Hoje, todos sabemos que Portugal não controla a sua política orçamental e é positivo que isso tenha sido tornado explícito.
É legítimo que países que integram uma união monetária queiram controlar o que os outros gastam porque essa é a maneira de evitar que voltem a existir desequilíbrios como aquele a que chegámos hoje. Mas dado o problema de insolvência que existe na Grécia e em Portugal, a ajuda deveria ter incluído uma redução do peso da dívida desde o início. Ninguém ganha com o caminho de empobrecimento, aumento do desemprego e instabilidade social que está a ser imposto ao Sul da Europa.» [i]
Quase todos os economistas concordam que Portugal teria de fazer um ajustamento muito severo da despesa pública dado o estado das contas públicas a que se chegou em 2010. Pode haver alguma discordância em relação à composição exacta dessa redução de despesa, mas era inevitável que o Estado reduzisse o seu peso na economia e isso envolvia, necessariamente, uma redução do peso da massa salarial e das pensões.
O que falhou na negociação com os nossos credores foram as contrapartidas que obtivemos para as medidas de austeridade que temos, inevitavelmente, de implementar. Em Maio deste ano, perante a impossibilidade de fazer face aos pagamentos que se avizinhavam, o Estado português pediu um empréstimo de emergência ao BCE, ao FMI e à União Europeia. O mesmo tinha acontecido com a Grécia um ano antes. Em ambos os casos tentou resolver-se um problema de dívida excessiva com mais dívida. Ninguém responsável por assinar o acordo podia acreditar que essa era uma solução permanente e que Portugal iria sair da crise sem uma redução substancial do peso da dívida pública, tal como acaba de acontecer com a Grécia. Não havia nenhuma projecção realista que indicasse que isso fosse possível.
A única razão para não ter incluído a reestruturação das dívidas grega e portuguesa nos respectivos planos de emergência foi a necessidade de mostrar aos outros países que têm dívidas elevadas que é preciso sofrer muito antes de receber essa ajuda. A Alemanha não quis abrir a porta a que a Itália, a Espanha ou mesmo a Bélgica viessem em seguida pedir planos parecidos que acabassem por ter de ser pagos pelos contribuintes alemães.
Os países credores já mostraram que vão esperar até ao limite para finalmente reconhecerem a necessidade de uma redução do peso da dívida. Este não é, no entanto, um comportamento próprio de países que escolheram constituir uma união monetária. Os líderes europeus erraram quando criaram uma união monetária sem controlos suficientemente apertados sobre os orçamentos de cada país. Hoje, todos sabemos que Portugal não controla a sua política orçamental e é positivo que isso tenha sido tornado explícito.
É legítimo que países que integram uma união monetária queiram controlar o que os outros gastam porque essa é a maneira de evitar que voltem a existir desequilíbrios como aquele a que chegámos hoje. Mas dado o problema de insolvência que existe na Grécia e em Portugal, a ajuda deveria ter incluído uma redução do peso da dívida desde o início. Ninguém ganha com o caminho de empobrecimento, aumento do desemprego e instabilidade social que está a ser imposto ao Sul da Europa.» [i]
Autor:
Manuel Neves Adelino.
O Dreyfus português
«Um dos actos mais chocantes de perseguição política e religiosa praticado pela ditadura do Estado Novo continua, 74 anos depois, a produzir os seus efeitos, uma vez que o Estado democrático ainda não corrigiu a injustiça. A vítima foi Artur Carlos de Barros Basto, um capitão do Exército português convertido ao judaísmo, que foi banido do Exército por praticar actos próprios desta religião. O caso é paradigmático por acção (do Estado Novo) e por omissão (do Estado democrático), uma vez que um pedido de reintegração formulado pela viúva do militar já depois do 25 de Abril foi rejeitado com base nas mesmas acusações que haviam fundamentado a injustiça.
Denunciado anonimamente por homossexualidade, Barros Basto foi totalmente ilibado em tribunal, mas o Exército, embora declarando também não provados os actos de homossexualidade, condenou-o, em Junho de 1937, por ter feito a circuncisão a vários alunos do Instituto Teológico Israelita do Porto (onde era professor) e por os cumprimentar com beijos nas faces como era normal entre os judeus sefarditas de Marrocos, onde Barros Basto se convertera ao judaísmo. Os militares acusaram-no, então, de não ter "a capacidade moral para prestígio da sua função oficial e decoro da sua farda" e aplicaram-lhe uma sanção que tem tanto de absurda como de degradante. Foi condenado na pena de "separação de serviço" que o afastou definitivamente do Exército, o privou das remunerações e respectivos benefícios sociais, o impediu de usar a farda, distintivos e insígnias militares, mas - pasme-se - manteve-o sujeito à disciplina militar, podendo a todo o momento voltar a ser julgado e condenado por qualquer facto que os militares julgassem incompatível com o "prestígio da função" (que já não exercia) ou ofensivo do "decoro da farda" (que já não vestia).
Contudo, o verdadeiro "crime" do capitão Barros Basto foi, de facto, o trabalho de "resgate" dos marranos, ou seja, dos descendentes dos judeus convertidos à força para escapar à expulsão decretada pelo rei português D. Manuel, em 1496, e às perseguições que se lhe seguiram, principalmente pela Inquisição. A maioria desses "convertidos", também chamados "cristãos-novos", manteve-se fiel às suas crenças e continuou a praticar secretamente os actos de culto do judaísmo. Barros Basto, o "apóstolo dos marranos" como foi designado, percorreu o país, identificando os descendentes clandestinos desses cripto-judeus, trazendo-os à luz do dia e fazendo com que eles não se sentissem civicamente diminuídos por professar a religião em que acreditavam. Foi um ousado trabalho de recuperação da dignidade de uma religião cruelmente perseguida durante séculos, mas sobretudo um audacioso combate ao medo e até à vergonha de a praticar em público. Na verdade, uma das facetas mais hedionda da perseguição aos judeus em Portugal foi a conversão forçada daqueles que, por falta de recursos, não puderam acatar a ordem de expulsão e abandonar o país. Muitos deles acabariam queimados nas fogueiras da Inquisição ou então linchados por turbas fanatizadas como aconteceu em Lisboa, em 1506, em frente da Igreja de São Domingos, onde milhares de judeus foram assassinados.
Ora, numa época em que (mais) uma onda de anti-semitismo varria a Europa e que iria conduzir ao holocausto nazi, a acção de Barros Basto não podia ser tolerada por um regime de características fascistas e germanófilas, cujas instituições mais representativas estavam, também elas, imbuídas de um milenar anti-semitismo e marcadas por séculos de intolerância religiosa e de perseguição aos judeus. Comparado a Alfred Dreyfus, por uns, ou a Aristides Sousa Mendes, por outros, Artur Barros Basto continua, porém, ao contrário desses, com a memória manchada por uma condenação infamante - talvez porque nunca houve em Portugal um Émile Zola que acusasse publicamente os seus acusadores.
E, assim, estranhamente, 37 anos depois do 25 de Abril, ainda ninguém teve a coragem de reparar a injustiça feita a um oficial do exército português, convertido à religião judaica, condecorado por actos de bravura durante a I Grande Guerra e que, em 1910, hasteara a bandeira da República na Câmara Municipal do Porto. Estranhamente!...» [JN]
Denunciado anonimamente por homossexualidade, Barros Basto foi totalmente ilibado em tribunal, mas o Exército, embora declarando também não provados os actos de homossexualidade, condenou-o, em Junho de 1937, por ter feito a circuncisão a vários alunos do Instituto Teológico Israelita do Porto (onde era professor) e por os cumprimentar com beijos nas faces como era normal entre os judeus sefarditas de Marrocos, onde Barros Basto se convertera ao judaísmo. Os militares acusaram-no, então, de não ter "a capacidade moral para prestígio da sua função oficial e decoro da sua farda" e aplicaram-lhe uma sanção que tem tanto de absurda como de degradante. Foi condenado na pena de "separação de serviço" que o afastou definitivamente do Exército, o privou das remunerações e respectivos benefícios sociais, o impediu de usar a farda, distintivos e insígnias militares, mas - pasme-se - manteve-o sujeito à disciplina militar, podendo a todo o momento voltar a ser julgado e condenado por qualquer facto que os militares julgassem incompatível com o "prestígio da função" (que já não exercia) ou ofensivo do "decoro da farda" (que já não vestia).
Contudo, o verdadeiro "crime" do capitão Barros Basto foi, de facto, o trabalho de "resgate" dos marranos, ou seja, dos descendentes dos judeus convertidos à força para escapar à expulsão decretada pelo rei português D. Manuel, em 1496, e às perseguições que se lhe seguiram, principalmente pela Inquisição. A maioria desses "convertidos", também chamados "cristãos-novos", manteve-se fiel às suas crenças e continuou a praticar secretamente os actos de culto do judaísmo. Barros Basto, o "apóstolo dos marranos" como foi designado, percorreu o país, identificando os descendentes clandestinos desses cripto-judeus, trazendo-os à luz do dia e fazendo com que eles não se sentissem civicamente diminuídos por professar a religião em que acreditavam. Foi um ousado trabalho de recuperação da dignidade de uma religião cruelmente perseguida durante séculos, mas sobretudo um audacioso combate ao medo e até à vergonha de a praticar em público. Na verdade, uma das facetas mais hedionda da perseguição aos judeus em Portugal foi a conversão forçada daqueles que, por falta de recursos, não puderam acatar a ordem de expulsão e abandonar o país. Muitos deles acabariam queimados nas fogueiras da Inquisição ou então linchados por turbas fanatizadas como aconteceu em Lisboa, em 1506, em frente da Igreja de São Domingos, onde milhares de judeus foram assassinados.
Ora, numa época em que (mais) uma onda de anti-semitismo varria a Europa e que iria conduzir ao holocausto nazi, a acção de Barros Basto não podia ser tolerada por um regime de características fascistas e germanófilas, cujas instituições mais representativas estavam, também elas, imbuídas de um milenar anti-semitismo e marcadas por séculos de intolerância religiosa e de perseguição aos judeus. Comparado a Alfred Dreyfus, por uns, ou a Aristides Sousa Mendes, por outros, Artur Barros Basto continua, porém, ao contrário desses, com a memória manchada por uma condenação infamante - talvez porque nunca houve em Portugal um Émile Zola que acusasse publicamente os seus acusadores.
E, assim, estranhamente, 37 anos depois do 25 de Abril, ainda ninguém teve a coragem de reparar a injustiça feita a um oficial do exército português, convertido à religião judaica, condecorado por actos de bravura durante a I Grande Guerra e que, em 1910, hasteara a bandeira da República na Câmara Municipal do Porto. Estranhamente!...» [JN]
Autor:
A. Marinho e Pinto
Trocar o padre Frederico por Duarte Lima
«É uma hipótese remota, mas não é impossível. A troca do padre Frederico pelo advogado e ex-deputado, Duarte Lima foi ontem admitida pelo juiz-desembargador brasileiro, Marco António Silva.» [CM]
Parecer:
Bom era levarem o Duarte Lima e ficarem também com o padre pedófilo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Duarte Lima que defenda a sua inocência em julgamento.»
Até tu Duarte Lima?
«N emprestou 6,8 milhões a Duarte Lima para comprar obras de arte. Ex-deputado está a pagar uma prestação de 120 mil euros por mês.» [CM]
Parecer:
Conclusão: o meu subsídio de Natal está na parede da sala do acusado de ter matado a viúva.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
E agora Ulrich?
«As acções do BPI perdiam 9,07% para 0,501 euros, um mínimo histórico que avalia o banco em 496 milhões de euros. É o maior tombo intradiário desde 20 de Maio de 2010, dia em que afundou mais de 11%.
Os outros bancos nacionais cotados também estavam sob forte pressão vendedora: o BCP escorregava 5% e o BES cedia 4,45%. Isto numa altura em que o índice da Bloomberg que reúne 46 bancos europeus escorregava 3,24% e em que o PSI 20 descia 1,36%.» [DE]
Os outros bancos nacionais cotados também estavam sob forte pressão vendedora: o BCP escorregava 5% e o BES cedia 4,45%. Isto numa altura em que o índice da Bloomberg que reúne 46 bancos europeus escorregava 3,24% e em que o PSI 20 descia 1,36%.» [DE]
Parecer:
a voz deste banqueiro está a ficar cada vez menos grossa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
O Sócrates ter-se-á mudado para Itália
«A intervenção do BCE, surge num dia em que soaram sinais de alarme nos juros italianos no mercado secundário. As 'yields' das obrigações a cinco e 10 anos atingiram hoje máximos da era euro nos 5,918% e 6,153%, respectivamente. Também os juros espanhóis seguem hoje em alta na generalidade dos prazos.» [DE]
Parecer:
Aqui só pode haver a mãozinha do Sócrates, mais um pouco e serão também aos italianos a verem-se gregos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
Jorge Coelho renuncia à pensão
«Jorge Coelho renunciou à subvenção vitalícia de 2400 euros mensais que recebia há dois anos, confirmou o próprio à TSF. O actual administrador da Mota Engil disse ter enviado este pedido de renúncia na semana passada por carta ao presidente da Caixa Geral de Aposentações.» [DE]
Parecer:
Porque a pediu e andou anos a recebê-la, ele todos os outros?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Crise europeia faz primeira vítima nos EUA
«A empresa de investimento MF Global, cujo presidente é o ex-governador de Nova Jersey, anunciou hoje a falência devido à crise da dívida na zona euro, refere a agência de notícias espanhola EFE.
A MF Global, que tem como principais credores os bancos JP Morgan e Deutsche Bank, iniciou os trâmites para pedir proteção de credores, segundo o capítulo 11 da lei das falências do Estados Unidos, no Tribunal Federal de Nova Iorque.» [i]
A MF Global, que tem como principais credores os bancos JP Morgan e Deutsche Bank, iniciou os trâmites para pedir proteção de credores, segundo o capítulo 11 da lei das falências do Estados Unidos, no Tribunal Federal de Nova Iorque.» [i]
Parecer:
Amor com amor se paga...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recorde-se que tudo isto começou com os sub prime americanos.»
O Hugo Chavez voltou a ser fixe?
«"Nós vamos dar tudo por tudo para conseguir avançar ainda mais nesta relação comercial. Eu quero que fique claro que a intenção do Governo português, que é um Governo focado e é pragmático, sabe a importância que tem para a economia portuguesa conseguir estas exportações", sublinhou.
O chefe da diplomacia portuguesa explicou ainda que chegou à Venezuela "no mesmo momento em que uma missão empresarial coordenada com o Governo (português) com mais de 40 empresas veio trabalhar com as autoridades da Venezuela" em sectores como electricidade, energias, obras públicas, infra-estruturas, tecnologias de alimentar, agro alimentar, sector financeiro, turismo, tecnologias de educação e construção naval".» [DE]
O chefe da diplomacia portuguesa explicou ainda que chegou à Venezuela "no mesmo momento em que uma missão empresarial coordenada com o Governo (português) com mais de 40 empresas veio trabalhar com as autoridades da Venezuela" em sectores como electricidade, energias, obras públicas, infra-estruturas, tecnologias de alimentar, agro alimentar, sector financeiro, turismo, tecnologias de educação e construção naval".» [DE]
Parecer:
Longe vão os tempos em que a direita criticava as relações com a Venezuela.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso e pergunte-se a Portas se as "tecnologias da educação" terão alguma coisa a ver com o tão odiado e desprezado Magalhães.»