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Flor do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa
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Luar [A. Cabral]
Jumento do dia
Otelo Saraiva de Carvalho
Só nos faltava o Otelo a sugerir um golpe de Estado!
«Otelo Saraiva de Carvalho é contra manifestações de militares, mas defende que, se forem ultrapassados os limites, com perda de mais direitos, a resposta pode ser um golpe militar, mais fácil do que em 1974.
"Para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o Governo", defendeu Otelo, em entrevista à Agência Lusa, num comentário à "manifestação da família militar", no sábado, em Lisboa.» [Jornal de Negócios]
«Otelo Saraiva de Carvalho é contra manifestações de militares, mas defende que, se forem ultrapassados os limites, com perda de mais direitos, a resposta pode ser um golpe militar, mais fácil do que em 1974.
"Para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o Governo", defendeu Otelo, em entrevista à Agência Lusa, num comentário à "manifestação da família militar", no sábado, em Lisboa.» [Jornal de Negócios]
Europa, 5 Primavera Árabe, 3
«Multidões a gritar, praças ocupadas, esperanças libertárias e sonsice de islamitas, alianças entre Alá e aviões da NATO, a Primavera Árabe, enfim, derrubou três regimes. É um balanço impressionante. Mas a União Europeia tem para troca e leva vantagem. Entre os árabes caíram três governos? Sim, mas à custa do homem que se imolou na Tunísia, dos confrontos na praça cairota de Tahrir e do linchamento de Kadhafi, entre milhares de mortos nos três países. Já a Europa, só neste 2011, vai com os governos irlandês, português e grego caídos, um líder espanhol obrigado a abdicar e, desde ontem, Berlusconi deitando a toalha ao ringue. Contados vão cinco (e abstenho-me de prever a óbvia queda de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy já para o ano). Parecem varridos pela onda da Nazaré mas para esta hecatombe bastaram alguns exercícios de caligrafia da 1.ª classe, trocando uns AAA e BBB em DDD. Quando os árabes precisam de manifestantes em cólera, mísseis e o colete de oito bolsos de José Rodrigues dos Santos, à Europa chega-lhe a análise de uns burocratas que entram às 09.00 e largam às 17.00. Séculos de luta pelo poder, de guelfos contra gibelinos, reis decapitados, barricadas em Paris e anarquistas russos desaguaram no gabinete dos analistas cujas curtas letras levam tudo à frente. Amanhã, talvez, o sistema se torne perfeito e, além de derrubarem, também sejam eles a escolher os novos governantes.» [DN]
Parecer:
Ferreira Fernandes.
Quando todos devem a todos e ninguém consegue pagar
«Um jovem continua desempregado três anos depois de concluir os seus estudos e começa a desconfiar que jamais ganhará o que esperava. Um casal que comprara uma casa nova para aí criar os seus dois filhos sofre um choque quando a mulher perde o seu posto de trabalho. Uma empresa que duplicara a sua capacidade de produção vê-se confrontada com uma queda abrupta da procura externa. Um país que, fiado no sucesso passado, investiu na melhoria do seu sistema de educação, constata que as receitas fiscais regridem de forma duradoura.
Se, como é usual, esse estudante, essa família, essa empresa e esse estado tiverem contraído empréstimos para financiar os seus projectos, todos poderão ter problemas de solvência. As pessoas e as empresas planeiam o seu futuro em função de expectativas de melhoria ou, ao menos, estabilidade da sua situação. Se algo de inesperado sucede, a sua capacidade de pagar será posta em causa.
O que há de comum a todas essas situações é um erro de avaliação de risco. Mas o crédito implica também uma atitude optimista do emprestador. Se o devedor não consegue pagar, isso significa que também o credor avaliou mal o risco. Por que deverá o erro do primeiro ser mais penalizado do que o do segundo? O perdão do devedor premeia a sua imprevidência? A garantia do credor também. Porquê, então, a assimetria no tratamento de um e de outro?
A aflição em que hoje vivemos, convém lembrá-lo, teve a sua origem no negócio fraudulento do "subprime" que, por via da difusão de produtos tóxicos, contaminou o sistema financeiro mundial. Para evitar o colapso, a dívida incobrável, que passara primeiro das famílias para os bancos, foi depois, por múltiplas formas, transferida para os estados. O seu ónus regressou agora aos bancos e, sob a forma de falências, desemprego e carga fiscal agravada, às famílias e às empresas.
As políticas de resposta à crise têm-se limitado até agora a fazer circular a dívida de mão em mão, sem se decidirem a atacar o fundo do problema, que é este: não há nenhuma forma de voltarmos a ter crescimento económico duradouro enquanto se persistir em exigir que a colossal dívida acumulada a nível mundial seja integralmente paga, especialmente quando, não sendo questionadas as políticas mercantilistas da China e da Alemanha que se encontram na sua origem, ela não pára de crescer.
Na antiga Lei de Moisés, a cada meio século era decretado um Jubileu de reconciliação entre os homens, remissão dos pecados e perdão universal: os escravos e os prisioneiros eram libertados e as dívidas eram anuladas. Mas o perdão das dívidas, mesmo que parcial, é hoje estigmatizado como blasfemo por ofender o poder do Dinheiro, deus verdadeiro do mundo contemporâneo.
Note-se que a anulação total ou parcial das dívidas, cancelando simultaneamente ativos e passivos, não afecta a riqueza existente, mas altera a sua distribuição. Porém, ao transferir recursos para aqueles que tem maior propensão a despendê-los, contribui para desbloquear a retoma.
Ainda que os obstáculos políticos a uma tal operação fossem superados, a renegociação caso a caso das dívidas à escala mundial envolveria uma tal complexidade e tomaria tanto tempo que teremos que reconhecer a sua inviabilidade. A solução prática para a desvalorização rápida, progressiva, generalizada e implacável das dívidas é conhecida desde tempos imemoriais e chama-se inflação. Isso consegue-se monetarizando as dívidas dos estados, coisa que, na actual crise, os EUA e o Reino Unido têm vindo a fazer com bons resultados.
Resta, no caso da Europa, uma pequena dificuldade: uma superstição bárbara e irracional proíbe o BCE de comprar directamente títulos da dívida pública nos mercados primários, o que o impossibilita de funcionar como emprestador de última instância – uma singularidade nada invejável do sistema monetário a que estamos amarrados.
Se no tempo de Moisés já houvesse banco central, é provável que a Bíblia lhe recomendasse que agisse como emprestador de última instância em caso de crise financeira adequada. Como os textos sagrados nada dizem a este respeito, resta-nos esperar que, antes da queda no abismo, Mario Draghi se atreva a interpretar de forma ousada o mandato que a União lhe atribuiu, enfrentando, se necessário, a ira dos Nibelungos. Hoje em dia nem é preciso pôr a máquina de fazer notas a funcionar – basta carregar num botão.» [Jornal de Negócios]
Se, como é usual, esse estudante, essa família, essa empresa e esse estado tiverem contraído empréstimos para financiar os seus projectos, todos poderão ter problemas de solvência. As pessoas e as empresas planeiam o seu futuro em função de expectativas de melhoria ou, ao menos, estabilidade da sua situação. Se algo de inesperado sucede, a sua capacidade de pagar será posta em causa.
O que há de comum a todas essas situações é um erro de avaliação de risco. Mas o crédito implica também uma atitude optimista do emprestador. Se o devedor não consegue pagar, isso significa que também o credor avaliou mal o risco. Por que deverá o erro do primeiro ser mais penalizado do que o do segundo? O perdão do devedor premeia a sua imprevidência? A garantia do credor também. Porquê, então, a assimetria no tratamento de um e de outro?
A aflição em que hoje vivemos, convém lembrá-lo, teve a sua origem no negócio fraudulento do "subprime" que, por via da difusão de produtos tóxicos, contaminou o sistema financeiro mundial. Para evitar o colapso, a dívida incobrável, que passara primeiro das famílias para os bancos, foi depois, por múltiplas formas, transferida para os estados. O seu ónus regressou agora aos bancos e, sob a forma de falências, desemprego e carga fiscal agravada, às famílias e às empresas.
As políticas de resposta à crise têm-se limitado até agora a fazer circular a dívida de mão em mão, sem se decidirem a atacar o fundo do problema, que é este: não há nenhuma forma de voltarmos a ter crescimento económico duradouro enquanto se persistir em exigir que a colossal dívida acumulada a nível mundial seja integralmente paga, especialmente quando, não sendo questionadas as políticas mercantilistas da China e da Alemanha que se encontram na sua origem, ela não pára de crescer.
Na antiga Lei de Moisés, a cada meio século era decretado um Jubileu de reconciliação entre os homens, remissão dos pecados e perdão universal: os escravos e os prisioneiros eram libertados e as dívidas eram anuladas. Mas o perdão das dívidas, mesmo que parcial, é hoje estigmatizado como blasfemo por ofender o poder do Dinheiro, deus verdadeiro do mundo contemporâneo.
Note-se que a anulação total ou parcial das dívidas, cancelando simultaneamente ativos e passivos, não afecta a riqueza existente, mas altera a sua distribuição. Porém, ao transferir recursos para aqueles que tem maior propensão a despendê-los, contribui para desbloquear a retoma.
Ainda que os obstáculos políticos a uma tal operação fossem superados, a renegociação caso a caso das dívidas à escala mundial envolveria uma tal complexidade e tomaria tanto tempo que teremos que reconhecer a sua inviabilidade. A solução prática para a desvalorização rápida, progressiva, generalizada e implacável das dívidas é conhecida desde tempos imemoriais e chama-se inflação. Isso consegue-se monetarizando as dívidas dos estados, coisa que, na actual crise, os EUA e o Reino Unido têm vindo a fazer com bons resultados.
Resta, no caso da Europa, uma pequena dificuldade: uma superstição bárbara e irracional proíbe o BCE de comprar directamente títulos da dívida pública nos mercados primários, o que o impossibilita de funcionar como emprestador de última instância – uma singularidade nada invejável do sistema monetário a que estamos amarrados.
Se no tempo de Moisés já houvesse banco central, é provável que a Bíblia lhe recomendasse que agisse como emprestador de última instância em caso de crise financeira adequada. Como os textos sagrados nada dizem a este respeito, resta-nos esperar que, antes da queda no abismo, Mario Draghi se atreva a interpretar de forma ousada o mandato que a União lhe atribuiu, enfrentando, se necessário, a ira dos Nibelungos. Hoje em dia nem é preciso pôr a máquina de fazer notas a funcionar – basta carregar num botão.» [Jornal de Negócios]
Autor:
João Pinto e Castro.
281 professores destacados nos sindicatos
«O número de professores destacados nos sindicatos é actualmente de 281, dos quais 125 exercem actividade sindical a tempo inteiro e por isso não dão aulas, revelou ao Correio da Manhã o Ministério da Educação e Ciência (MEC). O CM perguntou à tutela qual a despesa que representam os professores destacados nos sindicatos e se, dada a situação de crise, o Governo a pretende reduzir. O MEC não respondeu.» [CM]
Parecer:
Os contribuintes que paguem! Percebe-se o ódio dos Nogueiras à Lurdinhas, quando esta chegou a ministra os sindicalistas a viver à conta eram 1327.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «pergunte-se há quanto tempo não dão aulas e quantas horas semanais passam no sindicato.»
A Igreja tem feriados para a troca
«A Igreja Católica Portuguesa aceita a mudança de data de dois feriados religiosos se o Governo renunciar a outros dois civis, revelou hoje o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.» [DN]
Parecer:
Isto parece uma colecção de cromos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se que o Domingo de Páscoa deixe de ser feriado.»
O PS está muito preocupado com os restaurantes
«O líder parlamentar do PS afirmou hoje que apresentará as compensações devidas em termos de receita para travar a medida do Governo de aumentar o IVA do sector da restauração de 13 para 23 por cento.» [DN]
Parecer:
Mas aceita o corte inconstitucional de pelo menos um subsídio.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Os italianos são uns invejosos e querem ser como nós!
«Os juros da dívida italiana ultrapassaram hoje valores acima da barreira psicológica dos 7%, que obrigou aos resgates da Irlanda, Grécia e Portugal e pode levar a terceira maior economia europeia a pedir um resgate que a Europa não pode pagar.» [DN]
Parecer:
Depois serão os franceses a quererem ser como os italianos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Uma bica vale cinco acções do BCP
«BCP tombou 7,5% e acção já só vale 11 cêntimos. Cerco a Itália e possibilidade de resgate arruinam bolsas europeias.» [DE]
Parecer:
Por este andar ainda fica mais barato oferecer uma acção do BCP com o café do que um bombom de chocolate.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Vão haver saneamentos na zona euro
«A notícia está a ser avançada pela Reuters que cita fontes da União Europeia, que revelam que os dois países estão a considerar criar um grupo de países mais pequeno, mas com níveis de crescimento e estruturas mais semelhantes.
A Reuters adianta que as discussões entre os responsáveis da Alemanha, França e Bruxelas estão a ir mais longe, aumentando a possibilidade de um ou mais países abandonarem a Zona Euro. Ao mesmo tempo, os que permanecerem na Zona Euro deverão tomar medidas para que se proceda a uma integração mais profunda em termos económicos, incluindo nas políticas fiscais e orçamentais.» [Jornal de Negócios]
A Reuters adianta que as discussões entre os responsáveis da Alemanha, França e Bruxelas estão a ir mais longe, aumentando a possibilidade de um ou mais países abandonarem a Zona Euro. Ao mesmo tempo, os que permanecerem na Zona Euro deverão tomar medidas para que se proceda a uma integração mais profunda em termos económicos, incluindo nas políticas fiscais e orçamentais.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
A derrota eleitoral das direitas alemã e francesa será uma bênção para a Europa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo próximo ano.»