quarta-feira, novembro 30, 2011

Sente-se um cheiro pestilento a suor de ministro

Ontem foi o dia em que os portugueses ficaram a saber que o homem mais rico do país não se dispensava de recolher as facturas de massagens, tampões higiénicos e mercearias para escapar a impostos de forma a que sejam as pensões a pagar a despesa pública. Mas ainda os portugueses se sentiam enojados com o cheiro pestilento que se sente no país com os porcos que por aí andam a emporcalhar este sacrificado chão luso quando foram surpreendidos pelo reaparecimento de Paulo Portas.

Não senhor, Paulo Portas não trocou o lugar de ministro dos Negócios Estrangeiros pelo de caixeiro-viajante da JP Sá Couto para ir por esse mundo fora vender os Magalhães, transformando o pequeno computador de José Sócrates no gadget preferido dos ditadores. Acreditem ou não Paulo Portas está mesmo em Portugal e mais firme e hirto ao lado das sacanices de Passos Coelho do que prometeu estar quando apelava ao voto para poder moderar os extremismos do homem do lixo das empresas do tio Ângelo.

O homem até abriu uma excepção e quando Passos Coelho já estava noutra enquanto o Gaspar mais uma vez decidiu mandar o parlamento e os ilustres deputados do povo para o tal sítio, primando pela ausência e mandando os seus sargentos entreter os representantes dos eleitores, o líder do CDS reaparece para fazer uma declaração de apoio.

E não lhe bastou apoiar o OE ou ser solidário com as sacanices da pinochetada imposto ao governo pelo Gaspar, seguiu a linha do governo e recorreu ao velho argumento fascista das virtudes do trabalho por oposição ao exercício da política, um argumento usado por Relvas no dia da greve geral. A Paulo Portas não bastou a demonstração de apoio a Coelho, foi mais longe e usou a argumentação ideológica fascista ainda que com alguns dias de atraso, disse que o país precisa de trabalho e não de piquetes de greve.

Nõ é difícil de imaginar o Paulo Portas a despejar o frasco de Aramis sobre aquela pele repugnante para disfarçar o cheio a suor que exala, todos sabemos que o Paulo Portas tem um longo percurso de imenso trabalho, pelo menos desde os tempos em que andava de Jaguar verde à custa da Amostra, um empresa de sondagens instalada pela Moderna, uma versão universitária do BPN.

Aliás, os três mais importantes membros deste malfadado governo produzem quase tanta essência de odor a suor quanto a indústria francesa de perfumes, Paulo Portas, Miguel Relvas e Passos Coelho se tivessem nascido na ex-URSS já não teriam peitaça disponível para exibir a colecção de medalhas de heróis do trabalho e ainda hoje teriam direito a desfilar na primeira fila nas comemorações do 1.º de Maio. EM Portugal não há gente trabalhadora como eles e o mais incrível é que naqueles rostos não se vê uma ruga ou sinais de olheiras. Ainda bem que não trabalham para o Amorim ou senão o Eurostat teria de rever o défice dos últimos anos pois só em despesas em cremes e Aramis estes três artistas dariam um rombo nas contas públicas.

Pois é, este país só não está ainda mais no fundo graças ao incansável trabalho de Paulo Portas na Amostra, ao incansável esforço dedicado por Passos Coelho desde a tenra idade dos quarenta anos nas empresas de lixo do tio Ângelo e ao tele-trabalho do Miguel Relvas à frente da administração de um banco virtual com sede em Cabo Verde.

Aliás, todo este governo exala o perfume pestilento dos que se fartam de trabalhar ao ponto de não terem tempo de tomar banho, o rapazinho da Vespa trabalha tanto que teve de mudar para um luxosos Audi para ter ainda mais tempo para trabalhar. A ministra da Agricultura tem aquele ar de agricultoras dos Kolkhozes e dos Sovkhozes que antigamente enchiam as capas da revista “Vida Soviético”, aquela pele inchada é tão honesta quanto o algodão, há ali muita refeição à base de pão e azeitonas britadas. O ministro da tropa até poderia ter a alcunha Aguiar Energia, o homem transmite a imagem de celeridade, de esforço, o seu suor quase dava para ser um afluente do Tejo. E o que dizer do Batanete da Rua da Horta Seca? O homem trabalhou tanto, é tão workaholic que há quem diga que foi se tivesse recebido uma dose excessiva de LSD, flipou, agora dá aquele ar de esgazeado e só tem ideias que nem lembrariam ao diabo. Enfim, é tudo gente de pele gretada, olheiras, rugas e outros indicadores de trabalho abnegado, o que seria deste pobre país se também eles fossem gandulos como os funcionários públicos ou improdutivos como os trabalhadores por conta de outrem!
Com tanto cheiro a suor começa a ser difícil viver neste país, é como se todo ele fosse banhado pelo Rio Trancão antes de ter sido limpo, é de tal forma pestilento e insuportável o cheiro a suor que o código da estrada vai estabelecer limites mínimos de velociadades para os carros dos ministros, se andassem devagar ainda provocavam uma revolta na capital por empestarem o ar respirado neste país de malandros que em vez de trabalharem fazem piquetes de greve.  A única excepção a esta regra aplicar-se-á ao Relvas, apesar do suor, do excesso de trabalho e das noites mal passadas  homem é um verdadeiro modelo Axe, bem cheiroso, luzidio e com a pele lisa e limpinha de um bebé.