domingo, novembro 13, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Santiago do Cacém
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Balcão em Medelim, Idanha-a-Nova [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Miguel Relvas

Finalmente Miguel Relvas explica a pinochetada orçamental de que parece ser o defensor mais trauliteiros, parece que quer imitar a Irlanda. O problema é que o Relvas acha que Portugal pode ser igual à Irlanda só com o Gaspar, esquece tudo o resto que nos faz diferentes dos irlandeses, a começar pelo facto de terem um governo de gente competente e responsável, coisa que por cá não temos e o Relvas é um exemplo disso.

«"A Irlanda começa a dar os primeiros passos no crescimento. É esse o caminho que nós queremos fazer", afirmou Miguel Relvas.

O governante disse que Portugal há três meses era visto como a Grécia, mas actualmente já é olhado pela Europa como estando mais próximo da Irlanda.» [i]

  Há golpes de Estado mais legais do que outros!

Otelo Saraiva de Carvalho faz uma reflexão sobre as condições existentes em 1974 e actualmente para se realizar um golpe militar e assistiu-se a uma vaga de indignação, até a Procuradoria-Geral da República tomou posição depois de reflectir sobre o assunto.

Um governo faz aprovar no parlamento um OE contendo medidas que todos sabem serem inconstitucionais e que o próprio Presidente da maioria de direita caracterizou como discriminatórias e de legalidade duvidosa e ninguém fica incomodado.

Conclusão: há golpes de Estado mais democráticos e legais do que outros.
 
PS: Otelo e todos os capitães de Abril ainda vivos estão cheios de sorte, o crime de terem feito o 25 de Abril já prescreveu, com este governo, com estes jornalistas, com os jotas do PSD, e com este MP nunca se sabe o que pode acontecer.
  
  O sentido do serviço público
  
Uma das imagens que mais me impressionaram e continuam a impressionar nos acontecimentos do 11 de Setembro foram os bombeiros a entrar com calma e determinação nas Twin Towers enquanto os empregados das empresas privadas sedeadas no edifício saíam das mesmas. Eram Johns, mas podiam ser Maneis, eram bombeiros mas poderiam ser médicos ou enfermeiros, eram profissionais a quem a troco de muito menos do que ganhavam os que saíam tinham a obrigação de servir o colectivo sem olhar a esforços.


Nas escadas as imagens repetiam-se, uns subiam em direcção à morte, outros desciam em direcção à salvação.

O que os diferia? Todos eram seres humanos com direito à vida, com familiares ansiosos por saberem se estavam bem e desejosos de os ver de novo em casa, uns eram servidores públicos, os outros empregados de empresas privadas, os primeiros tinham o dever de pensar primeiro no interesse colectivo, para os segundos as suas vidas estavam acima das suas empresas.

Todos os dias há quem tenha de trabalhar a pensar no colectivo, sem estabelecer qualquer relação entre o desempenho e qualquer participação nos lucros no fim do ano, apenas pensando no dever de servir o colectivo. Uns são bombeiros, outros professores, médicos, enfermeiros, polícias, médicos, uma infinidade de gente com as mais variadas profissões, a maioria dos quais dá o seu melhor sabendo que não receberão mais por isso.

A sua realização profissional não se mede em prémios, abraços do patrão, participação nos lucros, férias pagas em ilhas paradisíacas, carro de luxo pago pela empresa, mede-se apenas pela satisfação com que vão trabalhar e com que chegam ao fim de um dia. No seu contrato não há regras para horas extraordinárias, promessas de participações em lucros ou quaisquer incentivos, há apenas a obrigação de servir o país o melhor e o mais possível, é servir o bem colectivo.

Quem já teve um problema sério de saúde sabe quantos profissionais dão o seu melhor nos hospitais, quem teve um problema em casa sabe como os bombeiros ou as forças de segurança só não fazem o que não puderem para os ajudar. Comparem-se estas experiências com as muitas vezes que somos enganados por empresas privadas. Fala-se mal do Estado mas esquece-se as queixas no dia a dia, a banda larga que não corresponde ao contratado, as caixas de camarões cheias com gelo, e as muitas vezes que somos enganados sem direito a reclamação. Compare-se a resposta do Provedor de Justiça em relação às queixas do Estado com a dos reguladores em relação às empresas privadas.

Sou funcionário público e sempre tive orgulho em sê-lo apesar dos boys que tive de aturar, dos ministros incompetentes que conheci, dos sacanas que passaram pelo poder. Mas nunca como agora um governo quebrou todas as regras, nunca um governo me ofendeu como este, nunca um governo foi tão desonesto como o actual.
 PS na mendicidade orçamental?

Não se percebe se é obra dos spin do Relvas ou se corresponde à verdade, mas António José Seguro deixa passar a ideia que depois de cobardemente se ter aprovado passivamente a pinochetada orçamental do Gaspar anda a todo o custo conseguir negociar qualquer "coisinha" para justificar o triste papel que teve no debate do orçamento. Começou por um subsídio, passou pelos restaurantes e anda agora nas pensões.

É evidente que Seguro fez o jogo do seu amigo Passos Coelho e agora está a sua mão cabendo ao Relva o papel de domador. No final o PSD vai ceder naquilo que já estava decidido antes dos guinchinhos de falsa virgem do Seguro sendo o Governo a recuperar alguns dos votos que entretanto perdeu.
 
Não admira que Seguro não descole das sondagens, comporta-se mais como um candidato a secretário de Estado de Passos Coelho do que como um candidato a primeiro-ministro.
    

 Partido de Putin aposta no sexo

«As cenas que foram criticadas pelo deputado Gennady Gudkov, de um partido da oposição, ocorrem numa mesa eleitoral fictícia, na qual uma russa dirige-se à cabina de voto com um jovem no seu encalço. Ela adianta-se, mas acaba por puxar o rapaz para trás da cortina.

Alguns instantes depois saem os dois, tentanto pentear-se e aranjar-se o melhor possível, e depositam os boletins na urna ao mesmo tempo, enfrentando os olhares indignados da responsável pela assembleia de voto, aparecendo o slogan "Vamos fazê-lo juntos".» [CM]

Parecer:

Por cá o partido do Passos Coelho fez a mesma aposta mas depois das eleições e para combater a crise financeira, os primeiros a experimentar a estratégia sexual do Gaspar foram os funcionários públicos, seguidos dos pensionistas e dos trabalhadores que vão trabalhar meia hora diária à borla para a nação.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Dizer basta

«Vasco Lourenço recebeu o i na sua sala na Associação 25 de Abril, para defender que os militares devem fazer hoje uma manifestação pacífica. Mas o capitão de Abril também avisa que, se a situação se agravar, os militares poderão ser obrigados a “dizer basta”. Com quase 70 anos, Vasco Lourenço lamenta que “se esteja a tentar destruir tudo o que se conseguiu com a revolução dos cravos”, que ajudou a fazer.» [i]

Parecer:

O aviso está dado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecer aos autores e apoiantes passivos da pinochetada orçamental.»
  
 A Itália aldrabou os números para entrar no Euro

«Nos últimos dias, vários meios de comunicação social pegaram no caso. Itália pode ter falseado as suas contas para poder entrar no euro. E, tal como aconteceu com a Grécia, pode ter sido o Goldman Sachs a assessorar as operações. Nessa altura, o presidente do Tesouro italiano era Mario Draghi, que assumiu a 1 de Novembro a presidência do BCE, sucedendo assim a Jean-Claude Trichet. E Draghi foi vice-chairman do Goldman Sachs International.

Numa notícia intitulada “Itália cometeu fraude para entrar no euro?”, o “Cinco Días” refere que o país ainda liderado por Silvio Berlusconi utilizou artimanhas financeiras com derivados para receber antecipações de dinheiro sobre emissões de dívida e reduzir o seu défice em 1997 (que passou de 7% para 2,7%), podendo assim ser membro da Zona Euro.» [i]

Parecer:

E ninguém se lembra de António Borges era um alto responsável da Goldman Sachs precisamente nessa altura?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento à directora do FMI.»
  

 National Geographic Photo Contest 2011 [The Atlantic]