Foto Jumento
Cogumelo do Parque Florestal de Monsanto
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Vinhais [A. Cabral]
Jumento do dia
Miguel Relvas
O Presidente da República deveria chamar Miguel Relvas a Belém para lhe dizer duas ou três coisinhas. Poderia começar por dizer-lhe que não deve falar dos subsídios como algo a que os portugueses que ele considera serem de segundo não têm, como dizem os constitucionalistas do seu próprio partido cortar os subsídios é inconstitucional e a manutenção do corte no OE pode conduzir o país a um beco sem saída. Deveria também dizer-lhe que Portugal é um país de gente séria e de palavra, não se pode dizer num dia que há abertura para negociar, mandar os spin dizer no dia seguinte que o governo cede num subsídio e acabar por vir novamente a público para dar o dito por não dito. Não se brinca nem com o país, nem com os portugueses.
«O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, disse hoje que "não há almofadas" no Orçamento do Estado para 2012 que permitam manter um dos subsídios salariais na função pública.» [DN]
«O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, disse hoje que "não há almofadas" no Orçamento do Estado para 2012 que permitam manter um dos subsídios salariais na função pública.» [DN]
Daniel Cohn-Bendit sobre a ajuda económica à Grécia
O caso dos seus chocolates do Lidl
«Sim, eu sei que há diferenças. Jean Valjean roubou um pão e António Miguel roubou seis chocolates. Os Miseráveis abre com Waterloo, e o horrível desfalque nas prateleiras do Lidl, no Porto, é contemporâneo. Mas há semelhanças: o romance vai da batalha, em 1815, às barricadas de Paris, em 1832, e o processo do magistrado encarregado do caso dos chocolates, acontecido há 18 meses, vai a tribunal em Setembro próximo, daqui a dez. Olha, surgiu-me outro ponto comum: o procurador do Ministério Público é tão tenaz com o António Miguel como o inspector Javert a perseguir Valjean durante anos. E, no entanto (como eu conheço os portugueses...), aposto que o nosso procurador quando se cruzou com Os Miseráveis - o livro de Victor Hugo ou o musical na Broadway -, os seus olhos marejaram-se, não pela pertinácia do inspector Javert mas pela compaixão por Jean Valjean. Então, por que deixar o caso chegar a Setembro do ano que vem? Eu sei que há o Código Penal, tão intratável quando se trata de seis chocolates. Eu sei que há o gerente do Lidl que não soube dizer "António Miguel, tornas a pôr os pés na minha loja, levas nas trombas", resolvendo o caso do sem-abrigo que tentou - esqueci-me de dizer: foi só tentativa - roubar-lhe chocolates. Eu sei que um caso aterrando na Justiça não é fácil a um magistrado desfazer-se dele. Sei tudo isso mas também que o magistrado podia ter rejeitado a facilidade. E não nos ter envergonhado a todos.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
"Abstenção violenta"
«Ando desde o fim-de-semana a meditar transcendentalmente no que será uma "abstenção violenta", conceito que, em boa hora, António José Seguro introduziu na ciência política portuguesa para classificar (ou desclassificar) a posição do PS quanto ao OE para 2012.
E não me custa a crer que os deputados socialistas estejam com um problema semelhante ao meu, decidindo agora a quais caberá abster-se e a quais caberá a parte da violência (eu proporia o notório Ricardo Rodrigues, especialista em "acção directa" contra gravadores alheios, para líder da facção violenta; e, para líder dos abstencionistas, algum daqueles, muitos, no PS como em outros partidos, "de que no mundo não ficará memória" pois "vive[m] sem infamar-se ou merecer louvor" e que Dante nem do Inferno considera dignos).
O conceito de "abstenção violenta", ainda por cima "construtiva", levanta perplexidades q.b.. Irá o PS abster-se aos gritos e partindo a mobília do Parlamento?, irá fazê-lo arrepelando os cabelos (e convenhamos que tem razões para isso)?, ou Seguro quis dizer "violeta" e não "violenta"? De facto, ao contrário de "violenta", que sugere luta, "violeta" sugere "luto". E "luto" parece palavra mais adequada do que "luta" para qualificar a resignação (termo mais bonito do que cumplicidade) do PS face a um Orçamento que Seguro acusa de conter "medidas violentas e profundamente injustas" e de o ter deixado em "estado de choque".» [JN]
E não me custa a crer que os deputados socialistas estejam com um problema semelhante ao meu, decidindo agora a quais caberá abster-se e a quais caberá a parte da violência (eu proporia o notório Ricardo Rodrigues, especialista em "acção directa" contra gravadores alheios, para líder da facção violenta; e, para líder dos abstencionistas, algum daqueles, muitos, no PS como em outros partidos, "de que no mundo não ficará memória" pois "vive[m] sem infamar-se ou merecer louvor" e que Dante nem do Inferno considera dignos).
O conceito de "abstenção violenta", ainda por cima "construtiva", levanta perplexidades q.b.. Irá o PS abster-se aos gritos e partindo a mobília do Parlamento?, irá fazê-lo arrepelando os cabelos (e convenhamos que tem razões para isso)?, ou Seguro quis dizer "violeta" e não "violenta"? De facto, ao contrário de "violenta", que sugere luta, "violeta" sugere "luto". E "luto" parece palavra mais adequada do que "luta" para qualificar a resignação (termo mais bonito do que cumplicidade) do PS face a um Orçamento que Seguro acusa de conter "medidas violentas e profundamente injustas" e de o ter deixado em "estado de choque".» [JN]
Autor:
Manuel António Pina.
Quando a boca foge para a verdade
«O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, justificou, segunda-feira, que a racionalização das empresas públicas de transportes é necessária para assegurar que o fim transportes públicos se torne uma realidade. Estas declarações surgem devido à greve que na terça-feira vai paralisar os transportes públicos.» [JN]
Parecer:
Uma central de comunicação de estarolas incompetentes?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.
Há festa na Madeira
«A partir das 14 horas de amanhã os funcionários da administração pública regional, institutos e empresas públicos sub tutela do governo regional estão dispensados do serviço para assistirem à tomada de posse do Governo regional da Madeira.» [DN]
Parecer:
Em qualquer democracia do tipo Bokassa a tomada de posse do governante é um feriado nacional!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Bispo do Funchal porque razão ainda não declarou dia santo o dia do aniversário do Alberto João.»
Bessa defende empobrecimento colectivo de 10%
«Bessa entende que em todas as economias europeias que estão em dificuldade "os preços subiram muito e, portanto, perderam competitividade", sendo necessário "tomar consciência do problema" e, por exemplo, "acordar-se um corte geral de todos os rendimentos, como salários, pensões e rendas, na ordem dos sete, oito, 10 por cento, para toda a gente, por igual, de uma forma assumida".» [DE]
Parecer:
Será que Bessa está considerando que uma boa parte dos funcionários públicos já perderam mais do que isso e que os rendimentos dos ricos não são em grande parte declarados?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Daniel Bessa como fez as suas contas.»
O Moedas trabalha 24 horas por dia
«O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro diz que Governo e 'troika' estão a trabalhar 24 horas por dia na revisão do programa de ajuda externa.» [DE]
Parecer:
Grande Moedas!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proibam-se as anedotas sobre alentejanos!»
Mais uma vítima da crise financeira que não existia
«Os deputados italianos aprovaram as contas nacionais do ano passado com 308 votos a favor de um total de 630 numa votação em que os partidos da oposição não participaram. Berlusconi fica assim sem maioria absoluta no Parlamento, um sinal da perda de apoio político dentro da coligação que sustenta o Governo que lidera.» [DE]
Parecer:
Parece que a crise não é um exclusivo dos governos de esquerda.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Berlusconi quase à porta do FMI
«As yields (uma taxa de rentabilidade, vulgarmente conhecida como juros da dívida) dos títulos do Tesouro italiano (BTP) voltaram às subidas depois da votação. Nas maturidades a 10 anos subiram para 6,70% e nas maturidades a 5 anos para 6,77%. As yields dos BTP a 2 e 3 anos também voltaram às subidas, continuando acima de 6%, segundo dados da Bloomberg.» [Expresso]
Parecer:
Desta vez ninguém o pressiona para pedir ajuda?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos responsáveis europeus o porquê da mudança de posição.»
Mamã dedicada
«Um aluno do 5.º ano do Agrupamento Vertical Dr. Francisco Gonçalves Carneiro, em Chaves, foi surpreendido pela professora a copiar num teste, com a ajuda da mãe, que lhe enviava mensagens escritas de telemóvel com as respostas das perguntas.» [i]
Parecer:
Com mamãs destas não há reforma do sistema que salve o ensino.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Fall Is in the Air, Part II [The Atlantic]