sexta-feira, novembro 04, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




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Botes azuis [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Ludgero Marques, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP)

Os nossos empresários são campeões da luta contra a intervenção do Estado, não se cansam de elogiar a gestão privada por oposição à má gestão das empresas do Estado. Mas de vez em quando sabe-lhes bem entregarem os seus fracassos ao cuidado do dinheiro dos contribuintes.
 
É de prever que o nosso Batanete da Rua da Horta Seca se revele bem mais generoso com a AEP do que se tem revelado em relação aos direitos dos trabalhadores. Aposta-se numa interrupção breve do liberalismo, o suficiente para os contribuintes pagarem os prejuízos da Europarques.
 
«A Associação Empresarial de Portugal (AEP) avançou ontem com a entrega do Europarque aos bancos credores, devido à impossibilidade de resolver a situação do pagamento da dívida.

De acordo com o comunicado do conselho de administração da AEP, "não tendo sido possível encontrar uma saída em tempo útil, ao contrário do que esperava, a AEP, como detentora da maior participação do Fundo Social da Associação Europarque, informou atempadamente as instituições que integram o sindicato bancário e o Governo, através da Senhora Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças, da impossibilidade da Associação Europarque em honrar os pagamentos a que estava obrigada".

Nas últimas semanas foram surgindo notícias de que a AEP, associado com a maior participação no Fundo Social do Europarque (cerca de 51%), estava com dificuldades em cumprir com o pagamento do empréstimo para a construção deste empreendimento, o que poderia levar a esta situação. Refira-se que o avanço do Europarque foi possível porque o Estado concedeu um aval, em 1995, ao sindicato bancário que viabilizou a construção, em Santa Maria da Feira e que totaliza 35 milhões de euros.» [DE]

 A melhor piada sobre a crise

«Dizia hoje um amigo meu:

"Estou numa situação financeira tão má, tão má, mas mesmo tão má, que se a minha mulher decidir ir-se embora com outro homem … terei de ir com eles!" »
    
 

  O lado sombrio

«Alguns dos motivos por que não leio o "Avante!" são os mesmos por que talvez devesse lê-lo. De facto, com não rara ingenuidade, ali fica frequentemente à vista, a justificar posições do PCP em matéria de política internacional, um rosto tenebroso que aparentemente (e só uso esta palavra por respeito pela história do PCP) se oculta sob a máscara de tolerância que o partido internamente exibe. Como compreender, por exemplo, que o PCP se bata contra as leis ultra neo-liberais do trabalho em Portugal apoiando, ao mesmo tempo, a exploração selvagem do trabalho assalariado na China?

Desta vez, o órgão oficial do PCP não hesita em usar o ominoso texto anti-semita dito "Protocolos dos sábios de Sião", gigantesca fraude congeminada no século XIX pela polícia política czarista, para "explicar" a actual situação internacional. "A história dos 'Protocolos' poderia, em princípio, parecer um conto de fadas, mas os quadros dos anúncios que aí se promovem são bem reais", diz o "Avante!", repetindo despudoradamente Hitler no "Mein Kampf": "Eles [os 'Protocolos'] são baseados num documento forjado [...]: é a melhor prova de que são autênticos".

Para o PCP, a "ameaça judaica" com que os nazis justificaram a sua política de extermínio mantém-se e idem aspas o "plano [judaico] de dominação mundial", agora também do... Vaticano.

Eis um rosto repugnante, o do anti-semitismo, que o PCP deveria ter vergonha em exibir.» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
     

 Apelo ridículo

«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou ontem que Portugal não seguirá a decisão do governo grego de realizar um referendo sobre o plano de resgate europeu e apelou à união dos portugueses.» [DN]

Parecer:

Como pode Passos Coelho sentir-se com autoridade moral ou política para apelar á união dos portugueses se adopta uma pinochetada orçamental rejeitada por quase todas e se para tentar justificar o injustificável tentou dividir os portugueses mentindo ao referir-se á diferença entre vencimentos no Estado e no sector privado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se para um saco do Pingo Doce gentilmente oferecido pela fundação do Barreto.»
  
 A chantagem sobre a Grécia resultou

«O voto da moção de confiança vai continuar a ter lugar amanhã, e o primeiro-ministro grego está a tentar formar um governo de unidade nacional que incluiria o maior partido da oposição, os conservadores da Nova Democracia, está confiante que a votação da moção de confiança vai avançar amanhã à noite.

Um membro veterano do Pasok, Kostas Yeitonas, explicou hoje a uma estação de televisão grega que hoje aconteceram duas coisas muito importantes na Grécia: "Papandreou recuou e disse que não vai realizar o referendo, e Antonis Samaras [líder da oposição] acordou em apoiar o pacote de resgate, o que é algo muito bom para nós no parlamento. Também ele, recuou e deu um passo atrás. Samaras tinha condenado anteriormente o resgate para Grécia, e disse que este "condenava a Grécia a uma maior recessão".» [DN]

Parecer:

Lamentável.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se à Grécia que coma e cale-se.»
  
 O PS vai abster-se no OE?

«António José Seguro vai hoje à reunião da Comissão Política do PS defender as vantagens de o partido se abster no Orçamento do Estado para 2012. Mas com uma ressalva: o PS apresentará alternativas e exigirá ao Governo que na discussão na especialidade sejam atenuadas algumas medidas de austeridade. Nomeadamente na subida do IVA para a restauração e na penalização salarial dos funcionários públicos.» [DE]

Parecer:

A abstenção é o voto da cobardia, significa que ou Seguro está a favor mas não tem coragem para aprovar, ou está contra e falta-lhe a mesma coragem para o assumir. Tudo o resto é treta, Seguro sabe muito bem que o governo vai ceder nos restaurantes e manter os cortes nos vencimentos, só que quer dar ares de quem faz exigências, quer fazer do debate uma farsa para encobrir a sua falta de dimensão política.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esqueça-se o PS.»
  
 Grécia: direita oportunista

«O primeiro-ministro grego está pronto a retirar a sua proposta de referendo sobre a permanência da Grécia na zona euro e a negociar com o líder da oposição, Antonis Samaras. Mas este exige a demissão de Georgios Papandreou e a realização de eleições dentro de seis semanas.» [Público]

Parecer:

A mesma direita que levou o país à bancarrota não esperou muito para se aproveitar da crise para tentar regressar ao poder.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»