Foto Jumento
Flor do Parque Florestal de Monsanto
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Subindo a ladeira [A. Cabral]
Jumento do dia
Álvaro
Ao declarar o fim da crise em 2012 o Álvaro não só se enterra mais um pouco favorecendo a ascensão do cinzento Gaspar, como ainda se arrisca de ganhar a alcunha do vidente da Horta Seca.
«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, afirmou hoje que 2012 é o ano que irá certamente marcar o fim da crise, iniciando o caminho da retoma dos anos seguintes.» [Público]
«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, afirmou hoje que 2012 é o ano que irá certamente marcar o fim da crise, iniciando o caminho da retoma dos anos seguintes.» [Público]
Zelig em São Bento
«A política doméstica de Portugal é hoje, inteiramente, política europeia, ou melhor, política alemã. O que se passa em Portugal, como ficou provado na discussão do Orçamento, é uma grosseira simulação de uma liberdade que o País já não tem. O Executivo de Passos Coelho, salvas as devidas distâncias, tem tanta margem de manobra sobre o guião das políticas públicas como os governos de Quisling, na Noruega, ou de Pétain, em França, nos anos da Ocupação. Para esta grotesca ficção de aparente normalidade, colaboram também os ardores retóricos da Oposição, em particular os antigos ministros de Sócrates, agora sem gravata, e indumentária mais leve. A nossa política entrou, definitivamente, para o registo das actividades circenses. Ficou definitivamente confirmado que o chefe do Governo padece do sindroma de Zelig, bem abordado no filme com o mesmo nome, rodado por Woody Allen, em 1983. Já se percebeu que Passos Coelho não consegue estabilizar uma ideia, pois o centro do seu discurso oscilatório não se encontra no âmbito de uma actividade mental endógena, a que chamamos pensamento, mas nas trocas emocionais com os seus interlocutores, sobretudo se forem vislumbrados como poderosos. Junto de Merkel, nega os eurobonds, que antes defendera. Junto de Juncker, recusa negociar com a troika qualquer correcção do memorando, quando antes o havia sugerido. Agora, que a Zona Euro está à beira do abismo, Passos Coelho pisa a única hipótese de salvação, que até o distraído Cavaco Silva considera fundamental: a declaração por parte do BCE da disponibilidade para intervir "ilimitadamente" no mercado secundário da dívida pública. Portugal, nesta hora crítica, continua órfão de liderança. Mas a senhora Merkel está de parabéns. Mesmo neste "indisciplinado" país, encontrou um feitor à sua altura.» [DN]
Autor:
Viriato Soromenho-Marques.
Austeridade do OE: escandalosa injustiça
«A redução de subsídios de férias e de Natal alargada ao sector privado pela via do IRS, e a consignação da respectiva receita à Segurança Social, permitiriam uma redução da TSU de montante apreciável, cumprindo o objectivo que não foi possível concretizar através do aumento do IVA.
Ao limitar ao sector público a medida relativa aos subsídios de férias e/ou de Natal repete-se uma injustiça que já vinha do governo anterior com a redução de 5%, ainda vigente. Descriminam-se novamente funcionários e reformados, com o pretexto de que se estão compensando privilégios. Argumento só válido para pessoal não qualificado, aliás os menos atingidos.
Claro que, com a nova medida, contribui-se para reduzir o défice pela via “virtuosa” da redução da despesa. E como reduções salariais aplicadas a trabalhadores do sector privado não reduziriam a despesa pública, estes foram poupados, poupando-se, de caminho, os descontentes.
Mas perdeu-se uma oportunidade para dar um impulso muito significativo, talvez decisivo, à competitividade da economia portuguesa. Ao mesmo tempo que se originou uma séria iniquidade. Seguindo-se pela via fiscal, porque não penso possível no sector privado reduzir unilateralmente salários ou pensões (será possível no Estado e no SEE?), seria possível fazer a mesma redução salarial também no sector privado. Seriam cerca de 2,5 mil milhões, já considerada a quebra de IRS, a abater à receita da TSU.
Ao mesmo tempo, mantinham-se as relações pré-existentes de níveis de poder aquisitivo entre classes de profissionais, conforme a sua área de actuação, pública ou privada, contribuindo para a aceitação e estabilidade social.
No sector público, podia obter-se a mesma redução “virtuosa” da despesa proposta no projecto de OE, consignando a receita obtida a outras despesas do Estado, por exemplo, à CGA.
Desvalorizo o efeito na economia da redução dos consumos das famílias. Trata-se de um ajustamento que em grande parte será para ficar. Os consumos vinham sendo artificialmente empolados por facilidades de crédito, o qual, já se sabe, não é possível manter.
E quanto às comparações fáceis com a Grécia, que a comunicação social tem promovido entusiasmadamente, preferiria que ensaiássemos comparações com a Irlanda, que suportou corajosamente medidas duríssimas, viu o PIB descer 15% e está já a crescer.
A injustiça aludida no começo, que julgo escandalosa, especialmente se lhe estiver associada a consideração suspeitada de que o sector público não é base eleitoral dos partidos no Governo, o que já vi insinuado, acresce a outras também difíceis de explicar. Por exemplo, quanto à chamada aos sacrifícios dos cidadãos com maiores rendimentos, especialmente dos que são objecto de taxas liberatórias. Comunicadas pelos bancos sem referência a titulares dos rendimentos. Sem que o Estado se preocupe por não ter sequer conhecimento de quem lhe paga esses impostos e a que rendimentos correspondem.
Declaração de interesses: não sou funcionário público. » [Jornal de Negócios]
Ao limitar ao sector público a medida relativa aos subsídios de férias e/ou de Natal repete-se uma injustiça que já vinha do governo anterior com a redução de 5%, ainda vigente. Descriminam-se novamente funcionários e reformados, com o pretexto de que se estão compensando privilégios. Argumento só válido para pessoal não qualificado, aliás os menos atingidos.
Claro que, com a nova medida, contribui-se para reduzir o défice pela via “virtuosa” da redução da despesa. E como reduções salariais aplicadas a trabalhadores do sector privado não reduziriam a despesa pública, estes foram poupados, poupando-se, de caminho, os descontentes.
Mas perdeu-se uma oportunidade para dar um impulso muito significativo, talvez decisivo, à competitividade da economia portuguesa. Ao mesmo tempo que se originou uma séria iniquidade. Seguindo-se pela via fiscal, porque não penso possível no sector privado reduzir unilateralmente salários ou pensões (será possível no Estado e no SEE?), seria possível fazer a mesma redução salarial também no sector privado. Seriam cerca de 2,5 mil milhões, já considerada a quebra de IRS, a abater à receita da TSU.
Ao mesmo tempo, mantinham-se as relações pré-existentes de níveis de poder aquisitivo entre classes de profissionais, conforme a sua área de actuação, pública ou privada, contribuindo para a aceitação e estabilidade social.
No sector público, podia obter-se a mesma redução “virtuosa” da despesa proposta no projecto de OE, consignando a receita obtida a outras despesas do Estado, por exemplo, à CGA.
Desvalorizo o efeito na economia da redução dos consumos das famílias. Trata-se de um ajustamento que em grande parte será para ficar. Os consumos vinham sendo artificialmente empolados por facilidades de crédito, o qual, já se sabe, não é possível manter.
E quanto às comparações fáceis com a Grécia, que a comunicação social tem promovido entusiasmadamente, preferiria que ensaiássemos comparações com a Irlanda, que suportou corajosamente medidas duríssimas, viu o PIB descer 15% e está já a crescer.
A injustiça aludida no começo, que julgo escandalosa, especialmente se lhe estiver associada a consideração suspeitada de que o sector público não é base eleitoral dos partidos no Governo, o que já vi insinuado, acresce a outras também difíceis de explicar. Por exemplo, quanto à chamada aos sacrifícios dos cidadãos com maiores rendimentos, especialmente dos que são objecto de taxas liberatórias. Comunicadas pelos bancos sem referência a titulares dos rendimentos. Sem que o Estado se preocupe por não ter sequer conhecimento de quem lhe paga esses impostos e a que rendimentos correspondem.
Declaração de interesses: não sou funcionário público. » [Jornal de Negócios]
Autor:
António Amaro de Matos.
O Marco está preocupado
«O secretário de Estado da Segurança Social, Marco António Costa, considera "preocupante" o número crescente de famílias que pedem ajuda às instituições de solidariedade social.» [CM]
Parecer:
E ainda não viu nada.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao MArco o que esperava ver ao ir para secretário de Estado da caridadezinha.»
Juízes consideram cortes nos subsídios ilegais
«A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) considera "ilegais e inconstitucionais" a redução de remunerações e a suspensão do pagamento dos subsídios de férias e de Natal previstas na proposta na Lei do Orçamento do Estado (OE) para 2012.» [DN]
Parecer:
Toda a gente o sabe.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gaspar se tem conhecimento de que em Portugal há uma constituição ou se julga que o primeiro ministro é o Augusto Ugarte.»
Portas diz que não anda desaparecido
«O ministro dos Negócios Estrangeiros refutou hoje em Bruxelas as críticas da oposição sobre alegadamente andar "desaparecido", apontando que só pode ser criticado por cumprir deveres como acompanhar o Presidente da República numa visita oficial.» [DN]
Parecer:
POis não, anda só a treinar-se para homem invisível.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Até tu Manuela?
«Primeiro foi Cavaco Silva. Depois Rui Rio. Agora é a vez de Manuela Ferreira Leite vir a público criticar Pedro Passos Coelho por ter optado por colocar o esforço de ajustamento do País apenas sobre os funcionários públicos e pensionistas com rendimentos acima de 485 euros por mês, e de, ainda por cima, ter contribuído para estigmatizar um corpo de trabalhadores indispensáveis ao funcionamento do País.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Digamos que o único a defender o corte dos subsídios é o Gaspar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se o merecido sorriso.»
O Gaspar já está a ter sucesso
«A economia portuguesa contraiu-se mais 0,4% no terceiro trimestre face ao segundo, o que levou a uma contracção em 1,7% do PIB face ao mesmo período de 2010. O país leva já um ano em recessão.» [Público]
Parecer:
Se o que queria era empobrecer o país aí tem os indicadores do seu sucesso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se uma garrafa de Champanhe para que o ministro Gaspar possa festejar a miséria que grassa no país e na qual ele vez os sinais da retoma.»
Itália paga taxa de juros absurda
«A Itália pagou hoje um juro recorde de 6,29% desde que existe euro por uma emissão de obrigações a cinco anos, apesar da descida de taxas nos mercados secundários nos últimos dias e da nomeação de um novo primeiro-ministro.» [Público]
Parecer:
Por menos Portugal recorreu a ajuda externa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo pedido da Itália.»
Thailand's Disastrous, Slow-Moving Flood [The Atalntic]