Depois de longos meses de inactividade na comunicação social a nossa justiça disputou o protagonismo à ministra do sector e deu nas vistas. Mais uma vez encheu-se de coragem e atirou-se a um caído em desgraça, o circo foi devidamente instalado à porta do Duarte Lima com jornalistas e técnicos de exteriores a aguardar pacientemente o grandioso juiz Alexandre. A palhaçada foi tão completa que até há quem diga que o visado tenha tido tempo para plantar falsas provas, ao que dizem até os sem-abrigo da Av. Visconde de Valmor sabiam antecipadamente da visita do meritíssimo Alexandre.
Quem também decidiu dar espectáculo mas optando pela comédia foi o Duque, o país dividiu-se entre o choro e a gargalhada, o choro pela forma como o ex-futuro ministro das Finanças que não o chegou a ser caiu no ridículo, a gargalhada pela teoria do Duque sobre a legitimidade do governo manipular a informação da estação pública de televisão. Também do domínio do humorístico foi a sugestão de entregar a RTP internacional ao ministério dos Negócios Estrangeiros, raciocínio que conduz à conclusão de que para o Duque a RTP devia contar com um representante do MP e um juiz de instrução para acompanhar o jornalismo de investigação, ideia que, aliás, não seria descabida de um todo pois há mais julgamentos em directo nas televisões do que nos tribunais.
Quase ofendido com as propostas do Duque (por estas horas é bem possível que o Relvas já tenha proposto a sua promoção a terno ou mesmo a quadra) ficou o Paulo Portas. Na semana em que tirou o tapete ao Batanete da Horta Seca e ficou com a AICEP, Paulo Portas sentiu-se mal ao imaginar-se em director da RTP I, papel para o qual até tem mais currículo do que para o de ministro dos Negócios Estrangeiros e das Exportações.
Baralhado também andou o António José Seguro, depois da abstenção violenta na votação da pinochetada orçamental, o orgulhoso líder do PS recebeu a troika que o deverá ter mandado calar-se sobre matérias como os direitos dos trabalhadores portugueses e outras quais sobre as quais o Governo de direita está a decidir. Parece que o Seguro seguiu o conselho e agora anda mais preocupado com o BCE.