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Jumento do dia
Hélder Rosalino
Se a versão feminina do nome esteja na moda pelas piores razões já ninguém poderia adivinhar que igualmente por razões menos edificantes um Rosalino iria dar nas vistas. Mas é o que está a suceder, o Rosalino que O Gaspar foi buscar ao recursos humanos do BdP para brincar às administrações públicas mal ouviu Passos Colho reconhecer que os quadros do Estado não são assim tão ricos apressou-se a anunciar uma reestruturação das remunerações. Matava dois coelhos com uma cajadada, legalizava a ilegalidade dos cortes inconstitucionais e alegrava a alma aos quadros superiores do Estado.
Mas o pobre do Rosalino enganou-se, Passos apenas estava a fazer demagogia e recusou qualquer alteração das tabelas do Estado. Como era de esperar alguém com o nome de Rosalino engoliu e não se demitiu.
«Afinal o Governo não vai proceder a qualquer revisão salarial, ao contrário do que foi anunciado pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino. A garantia foi dada esta segunda-feira por fonte oficial do Ministério das Finanças ao CM.» [CM]
Mas o pobre do Rosalino enganou-se, Passos apenas estava a fazer demagogia e recusou qualquer alteração das tabelas do Estado. Como era de esperar alguém com o nome de Rosalino engoliu e não se demitiu.
«Afinal o Governo não vai proceder a qualquer revisão salarial, ao contrário do que foi anunciado pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino. A garantia foi dada esta segunda-feira por fonte oficial do Ministério das Finanças ao CM.» [CM]
The Codice - A Injecção da Banca
Uma semana crucial
«Os próximos cinco dias vão, muito provavelmente, ficar na história. Destaco três notas de agenda:
1. A Zona Euro enfrenta uma inédita míngua de crédito em duas grandes economias: a Itália e a Espanha. A tese que até agora tem prevalecido da epidemia e do contágio, ilustrada pela queda em sucessão de três pequenas economias (Grécia, Irlanda e Portugal) vai ser submetida ao teste definitivo da realidade. Tudo indica que a explicação sistémica (que temos defendido desde sempre nestas crónicas) é a única que se adequa à realidade. A Zona Euro não poderá sobreviver indefinidamente ao ataque simultâneo e em pinça sobre Roma e Madrid. A taxa de 7% para a dívida pública a 10 anos mostra que toda a resiliência tem limites.
2. O silêncio do Directório terá de ser quebrado esta semana. Suspeito que a clivagem, até agora quase silenciosa, entre Paris e Berlim vai tornar-se visível e vocal. Prova clara disso é a entrevista do ministro francês, François Baroin, reclamando para o FEEF uma licença bancária, que lhe permitiria, por via indirecta e sem molestar os Tratados, fazer do BCE o instrumento de combate eficaz na guerra que a Zona Euro trava contra as paixões mistas dos mercados (o pânico da maioria, e a gula dos especuladores). Suspeito que Berlim tirará da cartola mais uma ideia esdrúxula (o financiamento do FMI pelo BCE?), que corre o risco de adensar a fuga de capitais de tudo o que cheire a Europa.
3. Para Portugal, apenas um conselho. O primeiro-ministro deve concentrar-se em impedir que a opinião pública acabe mesmo por acreditar que é Miguel Relvas quem chefia o governo. Seria útil que o PM deixe o Presidente da República trabalhar. Depois de muitos erros e ambiguidades, Cavaco Silva é hoje a mais sensata voz de Portugal em matéria de crise europeia. Não será isso "cooperação estratégica"?» [DN]
1. A Zona Euro enfrenta uma inédita míngua de crédito em duas grandes economias: a Itália e a Espanha. A tese que até agora tem prevalecido da epidemia e do contágio, ilustrada pela queda em sucessão de três pequenas economias (Grécia, Irlanda e Portugal) vai ser submetida ao teste definitivo da realidade. Tudo indica que a explicação sistémica (que temos defendido desde sempre nestas crónicas) é a única que se adequa à realidade. A Zona Euro não poderá sobreviver indefinidamente ao ataque simultâneo e em pinça sobre Roma e Madrid. A taxa de 7% para a dívida pública a 10 anos mostra que toda a resiliência tem limites.
2. O silêncio do Directório terá de ser quebrado esta semana. Suspeito que a clivagem, até agora quase silenciosa, entre Paris e Berlim vai tornar-se visível e vocal. Prova clara disso é a entrevista do ministro francês, François Baroin, reclamando para o FEEF uma licença bancária, que lhe permitiria, por via indirecta e sem molestar os Tratados, fazer do BCE o instrumento de combate eficaz na guerra que a Zona Euro trava contra as paixões mistas dos mercados (o pânico da maioria, e a gula dos especuladores). Suspeito que Berlim tirará da cartola mais uma ideia esdrúxula (o financiamento do FMI pelo BCE?), que corre o risco de adensar a fuga de capitais de tudo o que cheire a Europa.
3. Para Portugal, apenas um conselho. O primeiro-ministro deve concentrar-se em impedir que a opinião pública acabe mesmo por acreditar que é Miguel Relvas quem chefia o governo. Seria útil que o PM deixe o Presidente da República trabalhar. Depois de muitos erros e ambiguidades, Cavaco Silva é hoje a mais sensata voz de Portugal em matéria de crise europeia. Não será isso "cooperação estratégica"?» [DN]
Autor:
Viriato Soromenho-Marques.
Vender a nossa economia à máfia angolana é vender a alama ao diabo
«Na sua coluna no Expresso, João Duque deixou bem claro como vê a liberdade e a democracia neste País. A liberdade de expressão e de informação estão à venda. Vale a pena ler este naco de prosa: http://arrastao.org/2402629.html. Mas não quero aqui perder mais tempo com esta personagem. Nem a excelente caricatura da ideologia dominante que ela representa. Agora concentro-me noutro tema: as nossas relações económicas com Angola.
Como se sabe, Pedro Passos Coelho foi a Luanda para vender as nossas empresas públicas. Deslocou-se a um dos mais ricos países africanos, que, sendo um dos maiores exportadores de petróleo do Mundo, permanece em 148º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano e com dois terços da sua população a viver com dois dólares por dia. Os crimes de sangue e económicos fazem parte da natureza da cúpula mafiosa que domina os negócios em Angola (ler "Diamantes de Sangue", de Rafael Marques). E mesmo quando a generalidade dos países europeus vive momentos de dificuldade, a entrada de capitais angolanos é vista com desconfiança, por ser um factor de insegurança. Até no mundo financeiro, dominado pela falta de escrúpulos, a elite económica de Angola está para lá de uma fronteira que só os mais "afoitos" se atrevem a transpor.
A entrada do investimento angolano (ou seja, do investimento da família dos Santos e dos seus generais e amigos) levanta um problema grave na economia portuguesa. As grandes empresas angolanas não têm contas públicas e vivem no meio da obscuridade legal e financeira. Onde o dinheiro do regime angolano entra acaba sempre por surgir um escândalo legal de grandes proporções. Com estes investidores, será impossível manter regras minimamente transparentes nas nossas empresas.
A ideia de ter as maiores empresas públicas, grande parte delas monopólios naturais, entregues a grupos mafiosos, que não olham a meios para conseguir os seus fins, só pode assustar qualquer pessoa séria. Sabemos que há corrupção na economia portuguesa. Mas a "angolanização" da nossa economia levará a nossa democracia para um outro patamar de degradação. Se a máfia angolana conseguir aqui o que não tem conseguido noutros países europeus a pouca credibilidade que resta às nossas maiores empresas desaparecerá. Há muito que nos devíamos estar a preocupar, por exemplo, com o peso que já detêm na banca nacional.
A participação do regime angolano, através de empresas que ninguém sabe a quem realmente pertencem e que interesses defendem, na comunicação social portuguesa, deveria causar uma enorme preocupação a jornalistas, empresários do sector e cidadãos em geral. Trata-se de um investimento que não procura o lucro nem se comove com a liberdade de imprensa. O regime angolano (económico e político, que é coincidente) está a comprar poder. E, para a família dos Santos e seus amigos, a conquista de poder não tem limites éticos. Quando Angola dominar a nossa imprensa e televisão, não imagino como viverão os jornalistas e comentadores portugueses que não aceitem a lógica de João Duque e queiram continuar a trabalhar em liberdade e sem se submeter à autocensura para não desagradar a amigos de ministros de José Eduardo dos Santos.
Este negócio é mau para os dois lados. Para Portugal, porque corresponde à "gangsterização" da nossa economia. E para Angola, porque significa um desvio de fundos de um País que tem quase tudo por fazer na melhoria das condições de vida dos seus cidadãos. Eles compram a nossa liberdade à custa da miséria do seu povo. Nós julgamos que salvamos a nossa economia à custa da nossa liberdade e credibilidade.
Quando ouvimos os nossos governantes falar, quase todos os dias, da importância de defender a credibilidade das nossas instituições públicas e privadas, não deixa de ser interessante vê-los a vender monopólios empresariais, a saldo, ao submundo económico. Não se julgue que não está a ser notado. Muito mais do que grande parte das nossas novelas políticas domésticas. O "New York Times", por exemplo, já escreveu sobre o assunto.
Angola parece ser uma galinha dos ovos de ouro. Mas, nesta promíscua relação com o ditador de Luanda, estamos a vender a alma ao Diabo. E quando quisermos corrigir o erro será tarde demais. Serão os seus amigos a ditar as regras. E as suas regras são sinistras. Como sabe qualquer pessoa honesta que tenha tentado fazer negócios em Angola.» [Expresso]
Como se sabe, Pedro Passos Coelho foi a Luanda para vender as nossas empresas públicas. Deslocou-se a um dos mais ricos países africanos, que, sendo um dos maiores exportadores de petróleo do Mundo, permanece em 148º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano e com dois terços da sua população a viver com dois dólares por dia. Os crimes de sangue e económicos fazem parte da natureza da cúpula mafiosa que domina os negócios em Angola (ler "Diamantes de Sangue", de Rafael Marques). E mesmo quando a generalidade dos países europeus vive momentos de dificuldade, a entrada de capitais angolanos é vista com desconfiança, por ser um factor de insegurança. Até no mundo financeiro, dominado pela falta de escrúpulos, a elite económica de Angola está para lá de uma fronteira que só os mais "afoitos" se atrevem a transpor.
A entrada do investimento angolano (ou seja, do investimento da família dos Santos e dos seus generais e amigos) levanta um problema grave na economia portuguesa. As grandes empresas angolanas não têm contas públicas e vivem no meio da obscuridade legal e financeira. Onde o dinheiro do regime angolano entra acaba sempre por surgir um escândalo legal de grandes proporções. Com estes investidores, será impossível manter regras minimamente transparentes nas nossas empresas.
A ideia de ter as maiores empresas públicas, grande parte delas monopólios naturais, entregues a grupos mafiosos, que não olham a meios para conseguir os seus fins, só pode assustar qualquer pessoa séria. Sabemos que há corrupção na economia portuguesa. Mas a "angolanização" da nossa economia levará a nossa democracia para um outro patamar de degradação. Se a máfia angolana conseguir aqui o que não tem conseguido noutros países europeus a pouca credibilidade que resta às nossas maiores empresas desaparecerá. Há muito que nos devíamos estar a preocupar, por exemplo, com o peso que já detêm na banca nacional.
A participação do regime angolano, através de empresas que ninguém sabe a quem realmente pertencem e que interesses defendem, na comunicação social portuguesa, deveria causar uma enorme preocupação a jornalistas, empresários do sector e cidadãos em geral. Trata-se de um investimento que não procura o lucro nem se comove com a liberdade de imprensa. O regime angolano (económico e político, que é coincidente) está a comprar poder. E, para a família dos Santos e seus amigos, a conquista de poder não tem limites éticos. Quando Angola dominar a nossa imprensa e televisão, não imagino como viverão os jornalistas e comentadores portugueses que não aceitem a lógica de João Duque e queiram continuar a trabalhar em liberdade e sem se submeter à autocensura para não desagradar a amigos de ministros de José Eduardo dos Santos.
Este negócio é mau para os dois lados. Para Portugal, porque corresponde à "gangsterização" da nossa economia. E para Angola, porque significa um desvio de fundos de um País que tem quase tudo por fazer na melhoria das condições de vida dos seus cidadãos. Eles compram a nossa liberdade à custa da miséria do seu povo. Nós julgamos que salvamos a nossa economia à custa da nossa liberdade e credibilidade.
Quando ouvimos os nossos governantes falar, quase todos os dias, da importância de defender a credibilidade das nossas instituições públicas e privadas, não deixa de ser interessante vê-los a vender monopólios empresariais, a saldo, ao submundo económico. Não se julgue que não está a ser notado. Muito mais do que grande parte das nossas novelas políticas domésticas. O "New York Times", por exemplo, já escreveu sobre o assunto.
Angola parece ser uma galinha dos ovos de ouro. Mas, nesta promíscua relação com o ditador de Luanda, estamos a vender a alma ao Diabo. E quando quisermos corrigir o erro será tarde demais. Serão os seus amigos a ditar as regras. E as suas regras são sinistras. Como sabe qualquer pessoa honesta que tenha tentado fazer negócios em Angola.» [Expresso]
Autor:
Daniel Oliveira.
A ministra da Justiça
«Depois de andar a acusar-me de lhe dirigir ataques pessoais, a sra. ministra da Justiça veio agora responder à denúncia que eu fiz de ter usado o cargo para favorecer o seu cunhado, Dr. João Correia. Diz ela que não tem cunhado nenhum e que isso até se pode demonstrar com uma certidão do registo civil. Já antes, com o mesmo fito, membros do seu gabinete haviam dito à imprensa que ela é divorciada.
Podia explicar as coisas recorrendo à explícita linguagem popular ou até à fria terminologia jurídica que têm termos bem rigorosos para caracterizar a situação. Vou fazê-lo, porém, com a linguagem própria dos meus princípios e convicções sem deslizar para os terrenos eticamente movediços em que a sra. ministra se refugia.
A base moral da família não está no casamento, seja enquanto sacramento ministrado por um sacerdote, seja enquanto contrato jurídico homologado por um funcionário público. A base moral da família está na força dos sentimentos que unem os seus membros. Está na intensidade dos afectos recíprocos que levam duas pessoas a darem as mãos para procurarem juntas a felicidade; que levam duas pessoas a estabelecerem entre si um pacto de vida comum, ou seja, uma comunhão de propósitos existenciais através da qual, juntos, se realizam como seres humanos. Através dessa comunhão elas buscam em conjunto a felicidade, partilhando os momentos mais marcantes das suas vidas, nomeadamente, as adversidades, as tristezas, as alegrias, os triunfos, os fracassos, os prazeres e, naturalmente, a sexualidade.
O casamento, quando existe, agrega tudo isso numa síntese institucional que, muitas vezes, já nada tem a ver com sentimentos, mas tão só com meras conveniências sociais, morais, económicas ou políticas. Por isso, para mim, cunhados são os irmãos das pessoas que, por força de afectos recíprocos, partilham entre si, de forma duradoura, dimensões relevantes das suas vidas.
É um gesto primário de oportunismo invocar a ausência do casamento para dissimular uma relação afectiva em que se partilham dimensões fundamentais da existência, unicamente porque não se tem coragem para assumir as consequências políticas de opções que permitiram que essa relação pessoal se misturasse com o exercício de funções de estado, chegando, inclusivamente, ao ponto de influenciar decisões de grande relevância política.
Tal como o crime de violência doméstica pode ocorrer entre não casados também não é necessário o casamento para haver nepotismo. Basta utilizarmos os cargos públicos para favorecermos as pessoas com quem temos relações afectivas ou os seus familiares. Aliás, é, justamente, aí que o nepotismo e o compadrio são mais perniciosos, quer porque são mais intensos os afectos que o podem propiciar (diminuindo as resistências morais do autor), quer porque pode ser mais facilmente dissimulado do que no casamento, pois raramente essas relações são conhecidas do público.
Aqui chegados reitero todas as acusações de nepotismo e favorecimento de familiares que fiz à Sra. Ministra da Justiça. Mas acuso-a também de tentar esconder uma relação afectiva, unicamente porque não tem coragem de assumir as consequências políticas de decisões que favoreceram o seu cunhado, ou seja o irmão da pessoa com quem ela estabeleceu essa relação. Acuso publicamente a Sra. Ministra de tentar tapar o sol com a peneira, procurando dissimular uma situação de nepotismo com a invocação de inexistência de casamento, ou seja, refugiando-se nos estereótipos de uma moralidade retrógrada e decadente.
A sra. ministra da Justiça tem o dever republicano de explicar ao país por que é que nomeou o seu cunhado, dr. João Correia, para tarefas no seu ministério, bem como cerca de 15 pessoas mais, todas da confiança exclusiva dele, nomeadamente, amigos, antigos colaboradores e sócios da sua sociedade de advogados. Isso não é uma questão da vida pessoal da Sra. Ministra. É uma questão de estado.
Nota: Desorientada no labirinto das suas contradições, a sra. ministra da Justiça mandou o seu chefe de gabinete atacar-me publicamente, o que ele, obediente, logo fez, mas em termos, no mínimo, institucionalmente incorrectos. É óbvio que não respondo aos subalternos da sra. ministra, por muito que eles se ponham em bicos de pés.» [JN]
Podia explicar as coisas recorrendo à explícita linguagem popular ou até à fria terminologia jurídica que têm termos bem rigorosos para caracterizar a situação. Vou fazê-lo, porém, com a linguagem própria dos meus princípios e convicções sem deslizar para os terrenos eticamente movediços em que a sra. ministra se refugia.
A base moral da família não está no casamento, seja enquanto sacramento ministrado por um sacerdote, seja enquanto contrato jurídico homologado por um funcionário público. A base moral da família está na força dos sentimentos que unem os seus membros. Está na intensidade dos afectos recíprocos que levam duas pessoas a darem as mãos para procurarem juntas a felicidade; que levam duas pessoas a estabelecerem entre si um pacto de vida comum, ou seja, uma comunhão de propósitos existenciais através da qual, juntos, se realizam como seres humanos. Através dessa comunhão elas buscam em conjunto a felicidade, partilhando os momentos mais marcantes das suas vidas, nomeadamente, as adversidades, as tristezas, as alegrias, os triunfos, os fracassos, os prazeres e, naturalmente, a sexualidade.
O casamento, quando existe, agrega tudo isso numa síntese institucional que, muitas vezes, já nada tem a ver com sentimentos, mas tão só com meras conveniências sociais, morais, económicas ou políticas. Por isso, para mim, cunhados são os irmãos das pessoas que, por força de afectos recíprocos, partilham entre si, de forma duradoura, dimensões relevantes das suas vidas.
É um gesto primário de oportunismo invocar a ausência do casamento para dissimular uma relação afectiva em que se partilham dimensões fundamentais da existência, unicamente porque não se tem coragem para assumir as consequências políticas de opções que permitiram que essa relação pessoal se misturasse com o exercício de funções de estado, chegando, inclusivamente, ao ponto de influenciar decisões de grande relevância política.
Tal como o crime de violência doméstica pode ocorrer entre não casados também não é necessário o casamento para haver nepotismo. Basta utilizarmos os cargos públicos para favorecermos as pessoas com quem temos relações afectivas ou os seus familiares. Aliás, é, justamente, aí que o nepotismo e o compadrio são mais perniciosos, quer porque são mais intensos os afectos que o podem propiciar (diminuindo as resistências morais do autor), quer porque pode ser mais facilmente dissimulado do que no casamento, pois raramente essas relações são conhecidas do público.
Aqui chegados reitero todas as acusações de nepotismo e favorecimento de familiares que fiz à Sra. Ministra da Justiça. Mas acuso-a também de tentar esconder uma relação afectiva, unicamente porque não tem coragem de assumir as consequências políticas de decisões que favoreceram o seu cunhado, ou seja o irmão da pessoa com quem ela estabeleceu essa relação. Acuso publicamente a Sra. Ministra de tentar tapar o sol com a peneira, procurando dissimular uma situação de nepotismo com a invocação de inexistência de casamento, ou seja, refugiando-se nos estereótipos de uma moralidade retrógrada e decadente.
A sra. ministra da Justiça tem o dever republicano de explicar ao país por que é que nomeou o seu cunhado, dr. João Correia, para tarefas no seu ministério, bem como cerca de 15 pessoas mais, todas da confiança exclusiva dele, nomeadamente, amigos, antigos colaboradores e sócios da sua sociedade de advogados. Isso não é uma questão da vida pessoal da Sra. Ministra. É uma questão de estado.
Nota: Desorientada no labirinto das suas contradições, a sra. ministra da Justiça mandou o seu chefe de gabinete atacar-me publicamente, o que ele, obediente, logo fez, mas em termos, no mínimo, institucionalmente incorrectos. É óbvio que não respondo aos subalternos da sra. ministra, por muito que eles se ponham em bicos de pés.» [JN]
Autor:
A. Marinho e Pinto.
O cinimso segundo o Gaspar
«No Parlamento, Vítor Gaspar quis hoje prestar uma "homenagem" à "dedicação e excelência de inúmeros funcionários públicos" que se revelaram "indispensáveis" para que Portugal passasse com distinção na segunda avaliação da ‘troika'.
Sem os funcionários públicos, "que não pensaram nos seus direitos, mas sim em como podiam ajudar Portugal, não era possível ter passado", declarou o ministro das Finanças na sua intervenção inicial, onde confirmou que as próximas tranches do resgate chegarão em Dezembro e Janeiro» [DE]
Sem os funcionários públicos, "que não pensaram nos seus direitos, mas sim em como podiam ajudar Portugal, não era possível ter passado", declarou o ministro das Finanças na sua intervenção inicial, onde confirmou que as próximas tranches do resgate chegarão em Dezembro e Janeiro» [DE]
Parecer:
Eeste senhor ainda goza com os funcionários públicos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o senhor ministro para o mesmo local para onde em tempos o falecido Almirante Pinheiro de Azevedo mandou outros artistas.»
O iluminado Alberto
«Iluminações são adjudicadas, desde 1996, a empresa de Sílvio Santos, ex-deputado do PSD e patrão de Marques Mendes nos negócios das energias renováveis. Gastos vão ser contabilizados no Orçamento do próximo ano. Podem ascender a cinco milhões, quase metade dos 12 milhões de euros que Governo vai poupar com fecho de sete embaixadas.
O Governo Regional da Madeira vai gastar mais de três milhões de euros nas iluminações decorativas de Natal e no fogo-de-artifício do fim do Ano. E dadas as presentes dificuldades de tesouraria remeteu para o Orçamento de 2012 o pagamento de 2,29 milhões de euros.
A notícia é avançada pelo "Público" que calcula que a factura das festas, incluindo as animações de rua, ronde os cinco milhões de euros, sensivelmente o mesmo que em anos anteriores. Este valor representa quase metade dos 12 milhões de euros que Governo quer poupar com fecho de sete embaixadas.» [Jornal de Negócios]
O Governo Regional da Madeira vai gastar mais de três milhões de euros nas iluminações decorativas de Natal e no fogo-de-artifício do fim do Ano. E dadas as presentes dificuldades de tesouraria remeteu para o Orçamento de 2012 o pagamento de 2,29 milhões de euros.
A notícia é avançada pelo "Público" que calcula que a factura das festas, incluindo as animações de rua, ronde os cinco milhões de euros, sensivelmente o mesmo que em anos anteriores. Este valor representa quase metade dos 12 milhões de euros que Governo quer poupar com fecho de sete embaixadas.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Garnde Alberto!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e pergunte-se a opinião a Marques Mendes.»
Grande Paulo Macedo!
«A possibilidade de atender os doentes triados como "não urgentes" fora das urgências hospitalares e a criação de um único Instituto Português de Oncologia (IPO) são duas das propostas avançadas pelo grupo técnico para a Reforma Hospitalar.
O grupo coordenado por José Mendes Ribeiro vai entregar hoje ao ministro Paulo Macedo todas as propostas do seu grupo de trabalho que, segundo a imprensa, prevê ainda que o Hospital Oriental de Lisboa avance em regime de Parceria Público-Privada (PPP).» [Jornal de Negócios]
O grupo coordenado por José Mendes Ribeiro vai entregar hoje ao ministro Paulo Macedo todas as propostas do seu grupo de trabalho que, segundo a imprensa, prevê ainda que o Hospital Oriental de Lisboa avance em regime de Parceria Público-Privada (PPP).» [Jornal de Negócios]
Parecer:
As coisa que o Opus Ministro descobre!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se-se um sorriso.»
New protests in Egypt claim lives [Link]