quarta-feira, dezembro 26, 2007

Balanço de 2007 (1): as prendas que recebi


Nesta semana de balanço do ano de 2007 começo por agradecer algumas prendas que recebi. Opto por o fazer hoje, o dia seguinte ao do Natal, porque parece que para nos darem pendas as personalidades deste país consideram que todos os dias é Natal. Aqui ficam algumas das prendas que encontrei no sapatinho:

Teixeira dos Santos: ao ministro das Finanças devo um autêntico cabaz de Natal, mais impostos, a proletarização do estatuto de funcionário público, o ambiente de ameaça que se vive com os disponíveis e a perda de motivação e estímulo profissional.

Manuel Pinho: com Manuel Pinho recuperei o orgulho de ser português, principalmente em terras do “Império do Meio”. Se algum dia for à China já não preciso de falar de Macau aos chineses, basta dizer-lhes que sou daquele país europeu onde os trabalhadores são mal pagos e mansos.

António Costa: o autarca de Lisboa prometeu aos seus concidadãos que algumas tarefas que julgava serem actividade corrente dos serviços municipalizados, a manutenção das passadeiras e a limpeza das ruas, seriam este ano uma prenda de Natal. Pelos vistos o António Costa já adoptou os hábitos espanhóis e a prenda ser-nos-á dada no dia de Reis.

Vieira da Silva: devemos a Vieira da Silva a estabilidade do mercado de trabalho e a certeza da estabilidade das suas regras. Quando se começou a falar de flexisegurança disse que isso era coisa de outro mundo, durante a presidência portuguesa da EU não pensou nem falou de outra coisa e com o ano já terminado lançou um estudo em que ficamos a perceber que daqui a algum tempo nem teremos flexibilidade nem segurança, a bem da competitividade.

Durão Barroso: tal como prometeu quando foi para presidente da Comissão Barroso passou o ano a fazer favores ao país No segundo semestre colou-se ao êxito da presidência portuguesa para se assegurar de que teria o apoio de Sócrates na renoação do seu mandato. Pode ser que nos venha a fazer um derradeiro favor, não regressar ao país durante mais três meses, livrando-nos daquele desagradável cheiro a Cherne.

Jerónimo de Sousa: ao líder do PCP, um incansável defensor da democracia, devo a sua luta incansável para que Sócrates não transforme a democracia numa ditadura. Sem ele já Sócrates estaria a imitar Chávez, tentando eterniar-se no poder e calando a comunicação social mais crítica, ou mesmo Fidel que mantém em Cuba uma democracia tão perfeita que até dispensa a liberdade.

Abel Mateus: graças ao papel à frente da Autoridade da Concorrência os portugueses já sentem a vantagem da concorrência entre as empresas, a qualidade dos serviços é cada vez maior e o seu preço cada vez mais baixo. O que seria dos consumidores portugueses se a sua acção?

Mário Soares: depois de falhado o negócio da venda da Galp a preço de saldo e com dinheiro da CGD à Carlyle dos amigos Bush, negócio em que a Fundação Mário Soares, finalmente Soares acertou no negócio do crude e graças às suas influências entrámos para o clube dos países amigos de Chávez.

Maria de Lurdes Rodrigues: à ministra da Educação tenho a agradecer a descoberta da fórmula para resolver todos os problemas da educação, não é necessário investir na qualidade do ensino, todos os seus problemas podem ser resolvidos investindo menos, basta espremer os professores.