segunda-feira, dezembro 17, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

SONDAGEM AO PALHEIRO

Este é um dos pontos em que receio que a opinião de uma boa parte dos que participam neste espaço discordam da minha opinião. Justifica-se, portanto, o exercício da deocracia e ouvir a opinião de todos. O "referendo" ao Palheiro está activo até amanhã às 20h30, após o que deverão ser divulgados os resultados finais.

FOTO JUMENTO

Faro

IMAGEM DO DIA

[Michael Buckner/Getty Images]

«WEST HOLLYWOOD, CA - Tattoo artist Kat Von D draws a tattoo on someone in attempt of breaking the 24-hour Guinness World Tattoo Record at LA Ink on December 14, 2007 in West Hollywood, California. » [Tiscali]

JUMENTO DO DIA

O erro de tabuada do tabu de Sócrates

O referendo só será assunto político se Sócrates se decidir pela sua realização, se a decisão for no sentido da ratificação pela Assembleia da República haverá alguma espuma durante meia dúzia de dias e o assunto deixa de o ser, sendo rapidamente esquecido. Apenas uma pequena parte dos que defendem o referendo querem mesmo a sua ratificação pelo voto popular, a generalidade dos intervenientes são contra a mera existência da UE e mais do que preocupados com a democracia vêm aqui uma oportunidade de bloquear a Europa, algo que nem os velhos muros conseguiram.

Se Sócrates pretende a ratificação pelo parlamento está a cometer o erro de adiar a divulgação da sua decisão, se já a tivesse tomado a polémica morreria com a espuma das garrafas de espumante abertas na passagem do ano. São mais os portugueses que estão preocupados em saber qual o casal a quem a TVI vai pagar as despesas do casamento do que em saber se terão que ir às mesas de voto cumprir com a sua obrigação cívica.

ARMAS DE ARREMESSO

«Tal como outras actividades humanas, a política tem as suas regras. Assim como tradições, hábitos, leis e rotinas. Quase tudo se sabe e conhece. É difícil haver surpresas. Mesmo assim, há ilusões e as pessoas, muitas pessoas, acreditam ou vivem nelas. Os políticos falam verdade e mentem indiferentemente. Realizam o prometido ou não, sem qualquer dúvida ou remorso. Defendem, sucessiva e metodicamente, o interesse geral, o partidário e o pessoal, sem nunca deixar de garantir que se trata do interesse nacional. Procuram sobretudo os votos e tentam conquistar, manter e renovar o poder, afirmando sempre que o essencial é o bem-estar da população. Acusam os adversários, ora no poder, ora na oposição, de tudo quanto fazem eles próprios, exibindo sempre a pureza original dos servidores do público. Com os impostos e o emprego na função pública, fazem quase sempre o contrário do que disseram, acusando-se mutuamente de mentira e hipocrisia. Demitem impiedosamente os adversários e até os amigos, em nome da transparência e da legitimidade democrática, sem esquecer de denunciar o despotismo dos opositores quando fazem exactamente o mesmo. Em nome da modernidade e da eficácia, favorecem as empresas, os capitalistas e as associações civis que os ajudam e prejudicam os que a tal se negam, estando sempre disponíveis para, na oposição, expor a promiscuidade dos adversários. No poder, interferem discretamente na justiça e na investigação policial, actuação que, na oposição, desvendam prontamente. No governo, condicionam e tentam manipular a informação, mas, na oposição, proclamam-se os mais inocentes defensores da liberdade de expressão e do pluralismo.

Tudo isto é sabido. Mesmo assim, os políticos persistem no seu comportamento e o público vai acreditando. Como no amor, na economia e no futebol, o facto de haver regras e de se conhecerem os hábitos não impede que se viva na ilusão e se mantenha um comportamento dúplice. No amor, é frequente interditar ao parceiro aquilo que se permite a si próprio. E acreditam na sedução mesmo os que conhecem as suas regras. Na economia, ganhar e vencer são os únicos critérios válidos, enquanto roubar ou trair só são criticáveis se foram vistos. Com o dinheiro, a moral é quase sempre para uso alheio. No futebol, fracturar a perna de um adversário temível só é condenável se não for bem feito. São estranhos estes comportamentos. Conhecem-se as regras, percebem-se os interesses, sabe-se que é ilusão e tem-se a exacta consciência da encenação. Mesmo assim, vive-se como se estivéssemos diante de factos genuínos e situações novas. Faz pensar naqueles filmes que vimos dezenas de vezes e que guardam toda a sua capacidade de nos comover e até talvez de surpreender.
Terminada a presidência portuguesa da União, atiraram-se imediatamente as armas de arremesso. Entre outras, o referendo e a remodelação. O primeiro é já usual. Só se lembram dele quando pretendem agredir ou incomodar o adversário.

Sócrates e o PS garantiram, durante anos, que se faria referendo europeu. A direcção nacional do PSD prometeu, por unanimidade, realizar um referendo. Agora que não vêem nenhuma vantagem puramente partidária, ambos negam o que garantiram. Para o que recorrem aos conhecidos argumentos defensivos. Os resultados são previsíveis. O referendo é tão democrático quanto o Parlamento. Não é uma constituição, é um tratado. Este tratado é igual ao anterior. Um referendo é caro. A participação dos cidadãos é reduzida. Os outros parceiros europeus também não fazem. Não se pode pôr em causa a eficácia da União. Não os choca o facto de ser evidente que não há referendo porque não interessa directamente a um partido. Nem os incomoda saber-se que a Nomenclatura europeia combinou não o realizar e força quem tem dúvidas. Aos dois grandes partidos é-lhes totalmente alheia qualquer preocupação relativa à participação política ou à identificação dos cidadãos com os ideais europeus. Interessa-lhes, isso sim, o que pode ajudar o seu próprio partido e prejudicar o adversário.

Quanto à remodelação, é o habitual. Os partidos da oposição não querem que o Governo a faça, pois seria sinal de que ainda tem energia. Para tal conseguir, dizem depressa que é necessária, na esperança de a ver recusada pelo primeiro-ministro que não quer remodelar sob pressão. Caso se faça, os partidos da oposição já sabem exactamente o que dizer: "é insuficiente, foi só cosmética, o essencial não foi feito". É sempre assim. Sempre foi assim. E assim será. Os socialistas fizeram-no sempre. Os sociais-democratas também. Tal como os outros. Sabemos isso. Eles sabem isso. Mesmo assim, o jogo de espelhos continua. A ilusão vigora. Muitos acreditam nela. O mais provável é que não haja remodelação. Ou simplesmente uma substituição casual. Nenhum ministro faz sombra ao primeiro. Nenhum tem peso suficiente, nem sequer para o disparate, para inquietar o primeiro. Todas as políticas são suas. Como exclusivamente suas são as inaugurações, as distribuições, os aumentos e os subsídios. Nada disto impede que a remodelação ocupe primeiras páginas e telejornais durante uns tempos. A ilusão funciona assim. É este o jogo de espelhos. É contra os espelhos que se atiram pedradas.» [Público assinantes]

Parecer:

António Barreto escreve em defesa da realização do referendo ao Tratado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CAVACO SILVA SUGERE DIÁLOGO COM OS PROFESSORES

«Após assistir à assinatura de um protocolo destinado a combater o insucesso escolar que envolve a Câmara de Matosinhos, estabelecimentos de ensino e empresas, o Chefe de Estado afirmou que a escola “é a instituição inclusiva por excelência e nela os professores desempenham um papel decisivo”, frisando – antes de seguir para Vila do Conde, onde inaugurou uma réplica de nau quinhentista – que a sociedade portuguesa “tem de contar com a sua motivação, dedicação e entusiasmo”.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Digamos que o Presidente da República chegou um pouco atrasado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se por "professores" se deve entender Fenprof.»

SÓCRATES MANTÉM O TABU SOBRE O REFERENDO

«José Sócrates voltou ontem a fazer perante a Comissão Nacional do PS - órgão máximo entre congressos - exactamente o mesmo discurso que tem feito para o exterior: só depois de terminar a presidência portuguesa da União Europeia anunciará a sua decisão sobre a forma de ratificação do Tratado de Lisboa (ou Tratado Reformador, como se prefira). » [Diário de Notícias]

Parecer:

Nem o pai morre nem a gente almoça.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se a Sócrates que se já tivesse tomado a decisão o assunto estava encerrado.»

MENEZES QUER AEROPORTO EM ALCOCHETE

«O PSD defende que o novo aeroporto de Lisboa deve ser construído em Alcochete. Os sociais-democratas deram a conhecer a sua posição no Conselho Nacional do partido que ontem se realizou em Bragança. O secretário-geral, Ribau Esteves, disse ainda que esta nova solução "deve ser construída de forma faseada para acompanhar o crescimento do tráfego" previsto para o futuro e de forma a rentabilizar a estrutura.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Compreende-se, se conseguir mudar a localização tem mais possibilidades de cobrar a sua influência.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se não está interessado nos estudos do LNEC, bastando-lhe os dos patrões.»

MEMBRO DO GOVERNO VOTA CONTRA PROJECTO DO GOVERNO

«A Assembleia Municipal de Abrantes aprovou ontem, por unanimidade, uma moção de rejeição à construção da barragem de Almourol devido ao impacto que terá nas freguesias ribeirinhas se tiver uma cota de 31 metros, como planeado. A moção contou com o voto do presidente da Assembleia Municipal, Jorge Lacão, que é secretário de Estado adjunto da Presidência do Conselho de Ministros.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Digamos que Jorge Lacão é um político do tipo feijão frade, tem a cara de secretário de Estado e a de presidente da Assembleia Municipal. É o que sucede quando se ocupam vários cargos políticos, ainda por cima quando esses cargos representam interesses contraditórios.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Lacão que abandone um dos cargos, de preferência o do Governo pois é evidente que está mais identificado com os interesses da autarquia.»

ERA DE ESPERAR

«Os contactos de Baltazar Nunes com a filha Esmeralda têm sido marcados pelo «bom ambiente entre ambos», refere um relatório técnico a que a Lusa teve acesso, onde é questionada a atitude do casal que tem a guarda da menor.

Para Florbela Paulo, a técnica do Instituto de Reinserção Social (IRS) de Tomar que acompanha esses contactos, não existem dúvidas que a «criança tem sofrido pressões em contexto familiar para evitar as visitas» e os contactos com o pai, Baltazar Nunes, e a mãe, Aidida Porto. » [Portugal Diário]

Parecer:

Na verdade a criança tem sido objecto de um rapto de sentimentos, os "pais de amor" começaram por lhe mudar o nome, o primeiro passo para eliminar as sua identidade anterior e quaisquer laços a ela associados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Cumpram-se as determinações do tribunal.»

NEM A ESCOLHA DE MISSE BÉLGICA ESCAPA AO CONFLITO ENTRE FLAMENGOS E VALÕES

«La elección de Miss Bélgica no pudo escapar la pasada noche a las tensiones entre francófonos y flamencos, ya que la feliz ganadora, Alizée Poulicek, fue abucheada por el público de Amberes por su limitado conocimiento de la lengua flamenca.

Cuando Poulicek, de 20 años y originaria de Huy (sur del país), estaba siendo sometida a la entrevista personalizada en francés y flamenco, la presentadora de la gala, Ann van Elsen, le preguntó en esta segunda lengua y la aspirante pidió que le repitieran la cuestión en francés.» [20 Minutos]

O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. O "CópiaPerfeita" pescou um artigo do Público.
  2. A "Barbearia do Senhor Luís" escolhe os melhores cortes da temporada.

O "DIPLOMATA"

Destaca, a propósito da presidência da UE, a arte de bem receber do governo:

«A Presidência portuguesa da União Europeia está prestes a terminar os seus trabalhos, depois de seis meses (na verdade cinco, já que em Agosto a Europa foi de "férias") intensos e bastante preenchidos. Mas, o Diplomata deixa o balanço político para daqui a uns dias. Estas linhas são dedicadas exclusivamente à arte de bem receber que, mais uma vez, os governantes portugueses demonstraram ter. »


NO "CAUSA NOSSA"

Vital Moreira considera que a Ordem dos Médicos é uma quinta do seu bastonário:

«Numa operação caracteristicamente plebiscitária, o bastonário cessante da Ordem dos Médicos resolveu suspender o exercício do seu mandato até à 2ª volta das eleições, a que é candidato, designando um substituto interino.

Só não encontrei no Estatuto da OM, salvo erro, a necessária base legal para esta auto-suspensão nem para a substituição "ad hoc", nada que pelos vistas iniba a decisão "ultra vires" do Bastonário...»

NO "SOBRE O TEMPO QUE PASSA"

As muitas dúvidas do Professor Maltez que sobraram da semana passada:

«Devemos recordar que os albaneses, apesar de islâmicos, são dos mais antigos povos da Europa. E que os sérvios foram os primeiros que se independentizaram dos otomanos pelos seus próprios meios. Seria bom ouvirmos os conselhos de Atenas, Sofia e Bucareste e atendermos à prudência de Madrid e Londres. Porque uma independência não tem sentido se a identidade que a sustenta tem a ver com os interesses expansionistas de um vizinho. O que seria se os bascos franceses proclamassem a independência de um novo País Basco, no caso do vizinho se ter desintegrado do Estado Espanhol? Ou de coisa semelhante acontecer com a Irlanda do Norte?»

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