quarta-feira, dezembro 19, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

"Eléctrico do Natal" da Carris, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Earthrace Ecoboat / EFE]

«Vuelta al mundo. La embarcación Earthrace Ecoboat durante su carrera para implantar un récord en velocidad dando la vuelta al mundo.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

O que se come em casa não se diz na rua

Esta é uma regra elementar que Carlos Coelho, o euro deputado do PSD, não conhece. Perante a total impotência em apresentar um programa governamental o líder do PSD começou a fazer futurologia, avisando que haveria uma crise governamental, depois deste exercício de tarot todas as personalidades do partido imitam o chefe e desatam a falar nas desgraças que vão ocorrer m 2008. Carlos Coelho não ficou atrás e face à incapacidade em criticar a presidência portuguesa da UE decidiu fazer futurologia naquele parlamento. Este Carlos Coelho é mesmo um deputado pequenino, a condizer com o roedor que lhe serviu de apelido.

"OS REVOLUCIONÁRIOS NUNCA SE RETIRAM", DISSE FIDEL

O morto vivo que supostamente preside a Cuba (cá por mim já o embalsamaram em vida) lá deu um sinal de vida, desta vez por uma carta devidamente assinada como se viu pela assinatura que a televisão cubana teve o cuidado de mostrar, talvez como prova de vida deste santo da ditadura cubana.

Ficámos a saber que os revolucionários não se retiram, eu acrescentaria mesmo que contra a vontade de um povo. Só não percebo o que a ditadura de Fidel tem de revolucionários que muitas outras ditaduras não têm.

O AUMENTO DO SALÁRIO

O aumento do salário mínimo para 2008 e significativo ainda que em termos absolutos represente um café e meio por dia. O aumento percentual ilude a realidade pois à percentagem elevada não corresponde um aumento significativo pois a base de calculo é reduzida, 23 euros significam dois quilos de carne por mês ou um par de ténis baratos, nada comparado com as necessidades dos mais pobres.

Poder-se-á dizer, como defenderam alguns empresários, que um aumento maior poderia perigar a existência de muitas empresas. Tenho muitas dúvidas sobre esta tese, bastaria ver a vida que levam alguns donos dessas empresas para concluirmos que os abusos de alguns consegue-se à custa de salários miseráveis, salários que estão longe de ser os responsáveis pela competitividade de muitas dessas empresas.

ABRIU A ESTAÇÃO DE METRO DO TERREIRO DO PAÇO

É um passo positivo mas também uma facada para a baixa lisboeta, que ficará um pouco mais desértica. Isso já tinha sucedido com a mudança dos cacilheiros para o Cais do Sodré. Deixarei de sair no Chiado para sair no Terreiro do Paço, a deslocação para o emprego é mais rápida mas perderei o pequeno percurso pela Baixa e os minutos de conversa com o meu amigo António, o dono do Martinho da Arcada. Acho que vou optar por continuar a sair no Chiado, por mais vezes que passe pela Rua Augusta ou pela Rua do Ouro encontro sempre algo de novo, nem que seja um pormenor arquitectónico, mas deixarei de me cruzar com os que saíram do barco do Barreiro e circulam no sentido inverso.

UMA LÍNGUA, UMA ORTOGRAFIA

«Desde a sua assinatura em 1990, sou apoiante declarado do acordo ortográfico para unificar tanto quanto possível a língua portuguesa escrita, eliminando as discrepâncias entre a norma europeia (e africana) e a norma brasileira. E também nunca entendi bem as razões pelas quais Portugal, que ratificou o acordo logo em 1991, não fez depois nada para conseguir a ratificação dos Estados que o não fizeram, nem as que agora justificam uma "moratória" de dez anos para a sua efectiva entrada em vigor.

São grandes as vantagens da uniformização ortográfica, salvaguardando os casos em que a divergência de grafia resulta de diferenças de pronúncia (por exemplo o "facto" português e o "fato" brasileiro). Primeiro, a nova ortografia aproxima a língua escrita da língua falada (caso da eliminação das consoantes mudas no português europeu), o que é bem-vindo. Segundo, não existe nenhuma razão lógica para que uma mesma língua mantenha tantas divergências ortográficas entre duas normas nacionais, quando elas não correspondem a uma divergência real na sua expressão oral. Terceiro, na era da Internet e dos conteúdos por ela disponibilizados, em que se torna essencial promover conteúdos em português, a existência de duas normas ortográficas com numerosas diferenças obriga a duplicações e dificulta a expansão e globalização da nossa língua. Quarto, com o crescimento do intercâmbio no espaço lusófono, nos planos económico, turístico, académico, das emissões televisivas, etc., a existência de duas normas ortográficas introduz um "ruído" comunicacional que perturba a criação de um espaço lusófono sem barreiras linguísticas. Quinto, a convergência ortográfica numa única norma oficial facilita a aprendizagem do português como língua estrangeira, independentemente do país onde ela ocorra.

Aliás, se a reforma é criticável (e não existem reformas perfeitas...), sê-lo-á porventura por ser minimalista e pouco ambiciosa, não faltando aqueles (e entre eles me incluo) que defendem uma revisão mais abrangente da ortografia oficial, de modo a reduzir a sua enorme dificuldade e falta de coerência, incluindo a uniformização da correspondência gráfica de certos sons, a eliminação da versatilidade fonética de certos grafemas, sem esquecer de equacionar a supressão do h inicial, entre nós sempre mudo (como sucedeu no italiano). É evidente que uma reforma desta envergadura tem poucas (ou nenhumas...) possibilidades de alguma vez vir a ser concebida. Mas sem ela dificilmente se deixará de cavar o fosso entre a versão oral da língua e a sua versão escrita.

Não considero procedentes os argumentos que têm sido lançados contra a reforma ortográfica. Não existe nenhuma ortografia sacralizada pela tradição, tendo havido várias reformas ortográficas nos últimos cem anos. Não faz sentido acusar a reforma de ser uma cedência do "português" ao "brasileiro": primeiro, porque o Brasil é de longe o principal "dono" da língua; depois, porque as mudanças são bilaterais; por último, porque na falta de unificação ortográfica será a norma brasileira a impor-se, dado o maior peso populacional do país. Não é convincente o argumento sobre a dificuldade de adaptação das pessoas a uma nova ortografia, pois a experiência entre nós e lá fora mostra que a transição para uma nova norma ortográfica se faz sem grandes dificuldades para a generalidade dos utentes da língua. Tampouco tem razão o argumento de que algumas alterações, como a eliminação das consoantes mudas (de "projecto" para "projeto", por exemplo), cria o risco de provocar uma mudança na respectiva pronúncia, ensurdecendo a vogal associada, pela simples razão de que a presença dessas consoantes não tem impedido esse resultado entre nós, como sucede hoje com a pronúncia das palavras "actual", "actriz", etc., normalmente pronunciadas como "âtual" e "âtriz".

A verdade é que a grande oposição ao acordo ortográfico, para além de "puristas" e conservadores avulsos, tem provindo, desde o princípio, dos editores portugueses, que não desejam ter de reeditar os seus fundos bibliográficos e que temem sobretudo a concorrência brasileira na edição de livros escolares e técnicos em mercados actualmente reservados para a indústria nacional, como é o caso dos mercados africanos, onde vigora a norma ortográfica portuguesa. Todavia, numa questão de interesse nacional como esta não devem ser grupos de interesse sectoriais, por relevantes que sejam, a levar a melhor, sobretudo quando se trata de salvaguardar coutadas de negócios. Não se justifica por isso a longa moratória de 10-anos-10 defendida oficialmente entre nós, seja porque o prazo de vigência dos livros escolares é muito inferior, seja porque a adopção de um tão longo prazo pode criar a ideia de que a reforma ficará mais uma vez esquecida na gaveta.

O acordo de 1990 não foi ratificado por todos os oito Estados que têm o português como língua oficial, só o tendo feito Portugal, o Brasil, Cabo Verde e mais recentemente São Tomé e Príncipe, pelo que não chegou a tornar-se vinculativo. Porém, um protocolo modificativo de 2004 permite que o acordo entre em vigor apenas com a ratificação de três países da CPLP. Este instrumento adicional, já ratificado pelo Brasil, por Cabo Verde e por São Tomé (pelo que o acordo já entrou formalmente em vigor), ainda não tem a ratificação portuguesa. Tendo havido, há algum tempo, um anúncio público de que a ratificação poderia ocorrer ainda no ano corrente, isso não sucedeu.

A ratificação portuguesa é essencial, não somente para que o acordo entre efectivamente em vigor, mas também porque isso poderá incentivar a ratificação do acordo ortográfico e do protocolo adicional por parte de outros países ainda em falta. É altura de Portugal assumir as suas responsabilidades e obrigações em relação à língua, sem tergiversações nem duplicidades.» [Público assinantes]

Parecer:

Vital Moreira escreve em apoio do acordo ortográfico.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SALÁRIO MÍNIMO AUMENTOU UM CAFÉ E MEIO POR DIA

«O Salário Mínimo Nacional (SMN) para o próximo ano vai ser de 426 euros, o que significa um aumento de 23 euros por mês (mais 5,7%) face ao montante actual (403 euros). Ou seja, mais 76 cêntimos por dia. Em termos práticos dá para pagar uma bica e uma carcaça na padaria.» [Correio da Manhã]

Parecer:

A este ritmo os que auferem de um salário mínimo poderão celebrar o aumento com um almoo daqui a um século.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Manifeste-se o sentimento de indignação pela defesa da manutenção da pobreza feita pelos políticos do poder e pelos empresários.»

CHEGARAM OS PRIMEIROS EMIGRANTES CLANDESTINOS VINDOS PELO MAR

«"No a tenido suerte, no ha tenido suerte." Esta era a frase que se ouvia com insistência nas vozes trémulas de frio do grupo de africanos que ontem tentou desembarcar clandestinamente na Ilha da Culatra, perto de Olhão. À medida que eram transferidos das lanchas da Polícia Marítima que os haviam resgatado da ilha para as ambulâncias do INEM e dos Bombeiros estacionadas no Cais de Olhão, lamentavam a sua sorte, por não terem chegado a Cadiz, em Espanha, a rota que o mau tempo no mar acabaria por alterar. "Trabajo, trabajo", repetiam, como que procurando justificar a sua aventura: procurar trabalho que não existe na sua terra. Por isso pagaram entre 3000 e 4000 euros pela viagem e embarcaram numa cidade da costa marroquina.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Estes chegaram ao Algarve devido ao temporal, mas os próximos virão diectamente para o sul do país. A viagem é mais longa mas menos arriscada do que a travessia do Estreito de Gibraltar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adoptem-se medidas adequadas sem descurar as de carácter humanitário.»

RELAÇÕES PERIGOSAS

«SuperDragão, com quotas em atraso, mas sempre a "apoiar-nos" como refere o amigo e líder da claque azul e branca Fernando Madureira. Bruno Pidá não regateia apoios. As imagens documentam a sua presença atrás de Pinto da Costa numa espécie de escolta improvisada quando o presidente do FC Porto se apresentou no Tribunal de Gondomar, há três anos, a 3 de Dezembro de 2004. Uma relação que o clube das Antas se apressou a desmentir, logo que "Pidá" foi apontado, pelos familiares de Ilídio Correia, o segurança cabo-verdiano assassinado em Miragaia, como autor do crime, e um jornal fez manchete com as imagens obtidas em Gondomar há três anos.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Começa a ser tempo de os portistas escolherem um líder à altura do clube.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Pinto da Costa que se retire.»

COMEÇA A SER PERIGOSO ANDAR DE AMBULÂNCIA

«O condutor de uma ambulância, propriedade de uma empresa particular sediada em Vila Real, foi interceptado durante uma operação de sensibilização e fiscalização, com uma taxa de alcoolemia de 0,88 gramas.O indivíduo de 36 anos, pedreiro de profissão, foi contratado pontualmente pela empresa proprietária da ambulância, e transportava um doente do Hospital de S. Pedro, em Vila Real, para a residência após uma consulta.» [Diário de Notícias]

Parecer:

A condução de ambulâncias é uma tarefa de responsabilidade que deveria exigir algo mais do que uma mera carta de condução. Este caso não é isolado, nos últimos tempos foram detectadas várias situações de abuso d consumo de bebidas alcoólicas por parte de condutores de ambulâncias.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se.»

VÃO CHOVER LOJAS DO CIDADÃO EM 2008

«Abriu ontem, em Odivelas, a Loja do Cidadão de segunda geração, a primeira de 30 que até ao final do próximo ano deverão ser inauguradas em todo o país, garantiu o primeiro-ministro, José Sócrates.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Esperemos que não me caia nenhuma em cima, quero estar vivo para votar e 2009.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Sócrates se não precisa de um assessor para o apoiar nas muitas inaugurações do próximo ano, entre creches e lojas do cidadão anunciadas numa semana Sócrates já não terá nenhum fim-de-semana livre.»

CHEGOU AO FIM O "CASO UGT"

«O colectivo de juízes do Tribunal da Boa-Hora considerou ontem não ter ficado provada a existência de um plano criminoso de desvio de verbas do Fundo Social Europeu pela UGT, tendo absolvido os 36 arguidos envolvidos. No culminar de um processo que se arrastou pelos tribunais durante 15 anos, apenas a um dos arguidos, José Veludo, foi atribuído o crime de burla na forma tentada, que entretanto prescreveu.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Com o fim deste processo encerra-se o capítulo mais vergonhoso do processo de integração na UE, o esbanjamento das verbas do FSE.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns a todos os trafulhas que enriqueceram com as ajudas comunitárias desviadas dos fins a que estavam previstas.»

FARC DÃO UMA AJUDA A CHÁVEZ

«As Forças Armadas Revolucionárias da Colombia (Farc) anunciaram nesta terça-feira a libertação de três de seus seqüestrados, que seriam entregues ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez.» [BBC Brasil]

AGNIESZKA BORKOSKA

SERGEY MAKARENKO

STANISLAV BLAGENKOV

FYODOR KORZHENKOV

LADIMIR KOGAN

HOLOCAUST MUSEUM

[2][3]

Advertising Agency: FWK Argentina, Buenos Aires, Argentina
General Creative Director: Christian Oneto Gaona
Art Director: Martin Tortonese
Copywriters: Christian Oneto Gaona, Adrian Piattoni
Photographer: Marcos Romano

STOCKHOLM JAZZ FESTIVAL

[2][3]

Advertising Agency: Garbergs, Stockholm, Sweden
Art Directors: Mattias Dahlqvist, Johan Wilde
Copywriter: David Orlic

WOLLSTUDIO

[2][3]

Advertising Agency: DDB Berlin, Germany
Creative Directors: Amir Kassaei, Stefan Schulte, Bert Peulecke
Art Directors: Marc Isken, Johannes Hicks
Copywriters: Kai Abd-El Salam, Marian Götz
Graphic Designer: Andreas Barhainski
Photographer: Markus "Flash" Bachmann