Mas a questão é relevante e merece ser discutida ainda que eu tenha algumas dificuldades em aceitar a ideia. Antes de mais porque te por pressuposto o oportunismo político de alguns dirigentes africanos que em poucas décadas mataram mais e roubaram muito mais do que alguns colonizadores. Por outro lado colocar-se-ia o problema de saber quais seriam os colonizadores e os colonizados, já que as relações coloniais mudaram ao longo de séculos, os que um dia foram colonizadores noutros tempos foram colonizados, alguns povos que conquistaram acabaram por ser conquistados. A Inglaterra teria que indemnizar a Irlanda, a Itália teria que indemnizar uma boa parte da Europa e do norte de África, a Inglaterra teria que indemnizar os EUA e o Canadá teria que ser indemnizado pela Inglaterra e pela França. Por sua vez, Portugal teria que indemnizar uma boa parte do mundo, e se fosse acusado de ter criado os meios técnicos com que outros países se tornaram colonizadores ainda teríamos que indemnizar toda a América Latina. No caso do México, por exemplo, a situação seria compelxa pois a Espanha teria que indemnizar pelas riquezas aztecas mas teria um problema, este povo desapareceu e o México é governado por descendentes de espanhóis.
Não me parecendo muito razoável a ameaça Muammar Kadhafi há, todavia, domínios em que esta questão faz sentido. Se tenho dúvidas quanto à indemnização já não as tenho quanto à devolução de algumas riquezas que oram pilhadas por colonizadores e conquistadores, é o caso das obras de arte que na sua maior parte fazem parte do património histórico e cultural dos povos roubados.
Museus, como o Museu Britânico, estão atulhados de património roubado aos países colonizados ou durante campanhas militares. Em Londres estão depositados obras do património histórico, cultural, arquitectónico e cultural, desde a Grécia ao Egipto, passando por África e mesmo por Portugal.