Passos Coelho está a tornar-se num case study, depois de uma existência sem saber o que é suar adopta a postura de alguém vergado depois de uma vida de trabalho e chama gandulos aos portugueses, não sendo o exercício intelectual o seu forte diverte-se a encomendar frases que ditas com ar de grande espontaneidade até parece que lhe vieram à ideia no momento em que as diz. Depois de se ter armado em corajoso ao dizer à troika que estava a sacrificar os portugueses por pensar neles, assegurou esta semana que o seu projecto é para ir ao fim custe o que custar. Até aí já se tinha percebido, o projecto de reengenharia social do Gaspar não contempla qualquer preocupação com revoluções sociais, tudo se resolve à base de repressão.
Esta política é para levar a sério e para que os portugueses não se esqueça de que a hora é de trabalho Passos Coelho decidiu acrescentar a terça-feira de Carnaval aos feriados que quer transformar em dias nacionais de trabalho escravo. Convencido de que a sua grande popularidade, alimentada pela beleza natural e por um brilhantismo intelectual digno de um líder norte-coreano, Passos Coelho ignorou a desgraça que no passado se abateu sobre o cavaquismo e decidiu não atribuir tolerância de ponto este ano. Se até agora já ninguém o levava muito a sério a partir daqui começa a ser tratado como uma anedota.