domingo, fevereiro 12, 2012

Semanada

Nesta semana o país conheceu uma nova versão do Gasparoika, já não é o senhor com ar de sem abrigo cheio de humor nem o economista duro, capaz de levar os portugueses a passar fome, agora o país conheceu o Gasparoika enrascado que já não sabe a quantas anda a economia e já deseja que a troika lhe reveja os excessos de austeridade em que se meteu por opção pessoal. Resta saber se o Gasparoika não estará a preparar mais uma armadilha para a troco de uma revisão do acordo impor mais algumas das medidas que imaginou, ou se está mesmo preocupado com o evoluir da economia portuguesa. Deste Gasaparoika tudo se pode esperar, não revela grandes sentimentos ou afectos e a sua situação está protegida por um Banco de Portugal blindado À realidade portuguesa, cujos empregados vivem como diplomatas suíços residentes em Portugal.

Estas máscaras usadas pelo Gasparoika para disfarçar a realidade e os seus desejos são uma forma de levar o Carnaval à economia, prestando a devida homenagem a Passos Coelho. Ao juntar a tolerância do Carnaval aos quatro feriados que já tinha eliminado com a bênção da Santa Madre Igreja o primeiro-ministro transformou estes dias que antecedem a Terça-feira Gorda num Carnaval pegado. A verdade é que só falta o próprio Cavaco Silva dar tolerância de ponto no Palácio de Belém, pois além de Passos Coelho e dos funcionários que dependem do governo todos os portugueses vão gozar o Carnaval.

Num país em que tudo está sendo transformado num apalhaçada não admira que até a senhora Merkel tenha decido brincar o Carnaval, tratando a Madeira com a mesma consideração com que Hitler tratou a Polónia. Mas num país onde o ministro das Finanças se curva perante o ministro das Finanças e onde o primeiro-ministro cumprimenta os rapazes da troika como se fosse o mordomo do algodão, não admira que nem o primeiro-ministro nem o Presidente da República tenham reprovado as referências pouco respeitosas de Merkel ao nosso país.

Até na manifestação da CGTP, devidamente comentada e avaliada por Jerónimo de Sousa, houve tanto manifestante disfarçado de homem invisível que o novo líder da central consegui contar mais de 300.000 manifestantes dentro do Terreiro do Paço. Eram tantos que o Arménio Carlos começou a contá-los de véspera.