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Melancia [A. Cabral]
Jumento do dia
Vítor Gaspar
De um ministro das Finanças espera-se que seja inteligente ou, do mal o menos, esperto, se Vítor Gaspar fosse uma destas coisas teria evitado falar em poupança e muito menos criticar os portugueses de pouparem pouco. Desde logo porque sabe muito bem que os portugueses estão sujeitos a um regime de poupança forçada adoptado por ele, os funcionários públicos dão as suas poupanças forçadas ao Estado enquanto que os restantes dão ao Estado e aos patrões.
Além de não ser tão espertinho quanto parece o ministro das Finanças tem também uma grande falta de memória, se assim não fosse quando falou em poupança ter-se-ia lembrado que na tomada de posse o seu primeiro-ministro prometeu um plano nacional de poupança, coisa que como é óbvio seria tarefa do Vítor Gaspar, mas como o homem se terá habituado a comer muito queijo em Bruxelas esqueceu.
Mas o ministro das Finanças pode não ser esperto e nem ser um barra em memória, mas é um maroto, quando questionado sobre o tal plano mandou os jornalistas para o Banco de Portugal, o tal organismo onde os funcionários ganham como suíços para serem independentes mas, pelos vistos, iriam executar um plano idealizado por Passos Coelho.
Como se tudo isto não bastasse sabe-se agora que o ministro não só se esqueceu do tal plano como desconhece as competências do seu próprio ministério.
Restava, ao menos, que o ministro das Finanças, mas o que dizer de um ministro que reduziu ou eliminou os incentivos à poupança e agora queixa-se de que os portugueses são pouco poupados. É caso para dizer ao ministro que nem todos os portugueses ganham como os funcionários do BdP e nem estão acima da realidade económica do país como os seus colegas do banco do senhor Costa.
«Acumulámos durante mais de uma década excessivo endividamento», afirmou Gaspar, durante a cerimónia de tomada de posse da nova mediadora do crédito, Maria Clara Machado. O ministro não fez contudo qualquer referência ao Programa Nacional de Poupança.
Ainda em Junho, durante o discurso de tomada de posse, Passos Coelho afirmou que uma das ambições do PNP seria contribuir para «a atracão das poupanças dos portugueses que vivem no estrangeiro, travando assim a dependência extrema e insustentável da economia nacional relativamente ao financiamento externo».
Num contacto inicial feito pela Lusa em Novembro, o Ministério das Finanças remeteu explicações para os reguladores do sector financeiro. O Banco de Portugal disse desconhecer o PNP, referindo apenas os esforços de estímulo da poupança contidos no Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF), promovido pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros - um plano de literacia que começou a ser desenvolvido ainda em 2010.
O Ministério das Finanças encaminhou então a Lusa para o gabinete do primeiro-ministro, que por sua vez esclareceu na terça-feira que o PNP é «matéria da alçada do Ministério das Finanças». Nem o gabinete do primeiro-ministro nem o Ministério das Finanças divulgaram mais dados sobre o que é ou quando será apresentado o Programa Nacional de Poupança.» [Diário Digital]
Além de não ser tão espertinho quanto parece o ministro das Finanças tem também uma grande falta de memória, se assim não fosse quando falou em poupança ter-se-ia lembrado que na tomada de posse o seu primeiro-ministro prometeu um plano nacional de poupança, coisa que como é óbvio seria tarefa do Vítor Gaspar, mas como o homem se terá habituado a comer muito queijo em Bruxelas esqueceu.
Mas o ministro das Finanças pode não ser esperto e nem ser um barra em memória, mas é um maroto, quando questionado sobre o tal plano mandou os jornalistas para o Banco de Portugal, o tal organismo onde os funcionários ganham como suíços para serem independentes mas, pelos vistos, iriam executar um plano idealizado por Passos Coelho.
Como se tudo isto não bastasse sabe-se agora que o ministro não só se esqueceu do tal plano como desconhece as competências do seu próprio ministério.
Restava, ao menos, que o ministro das Finanças, mas o que dizer de um ministro que reduziu ou eliminou os incentivos à poupança e agora queixa-se de que os portugueses são pouco poupados. É caso para dizer ao ministro que nem todos os portugueses ganham como os funcionários do BdP e nem estão acima da realidade económica do país como os seus colegas do banco do senhor Costa.
«Acumulámos durante mais de uma década excessivo endividamento», afirmou Gaspar, durante a cerimónia de tomada de posse da nova mediadora do crédito, Maria Clara Machado. O ministro não fez contudo qualquer referência ao Programa Nacional de Poupança.
Ainda em Junho, durante o discurso de tomada de posse, Passos Coelho afirmou que uma das ambições do PNP seria contribuir para «a atracão das poupanças dos portugueses que vivem no estrangeiro, travando assim a dependência extrema e insustentável da economia nacional relativamente ao financiamento externo».
Num contacto inicial feito pela Lusa em Novembro, o Ministério das Finanças remeteu explicações para os reguladores do sector financeiro. O Banco de Portugal disse desconhecer o PNP, referindo apenas os esforços de estímulo da poupança contidos no Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF), promovido pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros - um plano de literacia que começou a ser desenvolvido ainda em 2010.
O Ministério das Finanças encaminhou então a Lusa para o gabinete do primeiro-ministro, que por sua vez esclareceu na terça-feira que o PNP é «matéria da alçada do Ministério das Finanças». Nem o gabinete do primeiro-ministro nem o Ministério das Finanças divulgaram mais dados sobre o que é ou quando será apresentado o Programa Nacional de Poupança.» [Diário Digital]
Não leia, isto é velho de 75 anos
«Então, recapitulemos. A agência de rating Moody's baixa a nota da Grécia; as taxas de juro explodem; o país declara falência; a população revolta-se; o exército toma o poder, declara-se o estado de urgência e um general é entronizado ditador; a Moody's, arrependida pelas consequências, pede desculpa... "Alto!", grita-me um leitor, que prossegue: "Então, você começa por dizer que vai recapitular e, depois de duas patacoadas que todos conhecemos, lança-se para um futuro de ficção científica?!" Perdão, volto a escrever: então, recapitulemos. Só estou a falar de passado e vou repetir-me, agora com pormenores. A Moody's, fundada em 1909, não viu chegar a crise bolsista de 1929. Admoestada pelo Tesouro americano por essa falta de atenção, decidiu mostrar serviço e deu nota negativa à Grécia, em 1931. A moeda nacional (dracma) desfez-se, os capitais fugiram, as taxas de juros subiram em flecha, o povo, com a corda na garganta, saiu à rua, o Governo de Elefthérios Venizelos (nada a ver com o Venizelos, atual ministro das Finanças) caiu, a República, também, o país tornou-se ingovernável e, em 1936, o general Metaxas fechou o Parlamento e declarou um Estado fascista. Perante a sua linda obra, a Moody's declarou, nesse ano, que ia deixar de dar nota às dívidas públicas. Mais tarde voltou a dar, mas eu hoje só vim aqui para dizer que nem sempre as tragédias se repetem em farsa, como dizia o outro. Às vezes, repetem-se simplesmente.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Os insustentáveis
«Aguiar-Branco chegou e disse. Na cara de generais, coronéis e afins, decretou que a tropa, tal como está, é financeiramente insustentável. A afirmação caiu mal, ainda por cima porque pressupunha a redução drástica de efectivos. É um sinal dos tempos. Desde que este Governo ascendeu ao poder, fomos sabendo, com sobressalto e resignação, que a pátria é insustentável. Na saúde, na educação, na assistência social, na justiça, na segurança, nos transportes públicos, na RTP, na RDP, nas pensões e nas reformas, sem a supressão dos subsídios de férias e do décimo segundo mês, com a manutenção da tolerância de ponto no Carnaval, a pátria não consegue sustentar-se a si mesma. Pergunta-se: então, como se aguentou, até agora? Com dívidas, golpadas, ardis e manigâncias?
Nesta teoria de "insustentabilidade", os próprios portugueses estão incluídos. O Governo não sabe o que fazer deles, e incita-os a emigrar, com o descaramento de quem é incapaz de solucionar o problema e assim dissimula a sua incompetência política e ética.
Mas as coisas complicam-se. E as decepções vão-se acumulando. A solidariedade parece estar desempregada na Europa. O imigrante é olhado de soslaio. Uma das facetas essenciais do neoliberalismo é reduzir a democracia às funções de "superfície" e estimular o individualismo. O "estrangeiro" é o inimigo. A possibilidade de escolha, apanágio das sociedades democráticas, dissolveu-se: não há oásis; o conceito de pluralidade transformou-se numa hostilidade que ronda a abjecção. O jornalista Noé Monteiro, correspondente na Suíça da RTP, foi o autor, no domingo, p.p., de uma pungente reportagem sobre portugueses que tentaram fugir à fome e à miséria e entraram num outro crisol do inferno. A Suíça, outrora acolhedora, embora áspera e burocrática, ela própria feita de politeísmo de culturas e de valores, é uma incerteza irredutível. O neoliberalismo impôs a normalização das estruturas e dos comportamentos. O mundo, hoje, é um lugar de vazio, de afronta e de desumanização.
Em Portugal, ameaçados pelas contingências de uma filosofia política que alastrou como endemia, os portugueses não sabem que fazer. Aliás, como as hesitações, as derivas e as perplexidades de quem nos governa. Esta gente quer-nos levar para aonde?
Parece que ninguém possui capacidade e talento para enfrentar a realidade circundante. "Todos somos culpados." A frase, utilizada por quem, realmente, é responsável, serve de encobrimento a uma experiência político-económica que deixou a Europa de rastos e promoveu a mediocridade como norma. O surgimento de Merkel e de Sarkozy pertence a essa lógica do absurdo, incapaz de resolver a complexidade criada pela sua própria irracionalidade.
Estamos num ponto da História em que todos somos "insustentáveis".» [DN]
Nesta teoria de "insustentabilidade", os próprios portugueses estão incluídos. O Governo não sabe o que fazer deles, e incita-os a emigrar, com o descaramento de quem é incapaz de solucionar o problema e assim dissimula a sua incompetência política e ética.
Mas as coisas complicam-se. E as decepções vão-se acumulando. A solidariedade parece estar desempregada na Europa. O imigrante é olhado de soslaio. Uma das facetas essenciais do neoliberalismo é reduzir a democracia às funções de "superfície" e estimular o individualismo. O "estrangeiro" é o inimigo. A possibilidade de escolha, apanágio das sociedades democráticas, dissolveu-se: não há oásis; o conceito de pluralidade transformou-se numa hostilidade que ronda a abjecção. O jornalista Noé Monteiro, correspondente na Suíça da RTP, foi o autor, no domingo, p.p., de uma pungente reportagem sobre portugueses que tentaram fugir à fome e à miséria e entraram num outro crisol do inferno. A Suíça, outrora acolhedora, embora áspera e burocrática, ela própria feita de politeísmo de culturas e de valores, é uma incerteza irredutível. O neoliberalismo impôs a normalização das estruturas e dos comportamentos. O mundo, hoje, é um lugar de vazio, de afronta e de desumanização.
Em Portugal, ameaçados pelas contingências de uma filosofia política que alastrou como endemia, os portugueses não sabem que fazer. Aliás, como as hesitações, as derivas e as perplexidades de quem nos governa. Esta gente quer-nos levar para aonde?
Parece que ninguém possui capacidade e talento para enfrentar a realidade circundante. "Todos somos culpados." A frase, utilizada por quem, realmente, é responsável, serve de encobrimento a uma experiência político-económica que deixou a Europa de rastos e promoveu a mediocridade como norma. O surgimento de Merkel e de Sarkozy pertence a essa lógica do absurdo, incapaz de resolver a complexidade criada pela sua própria irracionalidade.
Estamos num ponto da História em que todos somos "insustentáveis".» [DN]
A Madeira não era o exemplo, de sucesso, obra feita, rigor e honestidade?
«A Madeira foi ontem citada numa intervenção da chanceler alemã enquanto exemplo de uma aplicação deficiente de verbas europeias. Durante uma palestra em Berlim, Angela Merkel referiu-se à Região Autónoma portuguesa para ilustrar as conclusões do último Conselho Europeu em matéria de fundos estruturais. No arquipélago, criticou, o dinheiro serviu “para construir túneis e autoestradas, mas não para aumentar a competitividade”.» [RTP]
Parecer:
Será que Passos Coelho e Cavaco Silva terão algum comentário a fazer?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
Governante francesa diz aos sem-abrigo para ficarem em ... casa!
«De acordo com a edição eletrónica do jornal francês Liberátion, a governante recomendou na sexta-feira às "pessoas mais vulneráveis evitarem sair de casa". Através de uma mensagem que publicou no final da semana passada no blogue pessoal ( http://www.noraberra.fr/p/category/actu-sante/ ), Berra referiu que as populações mais vulneráveis devem "evitar sair" incluindo "os sem-abrigo, crianças, idosos" ou com problemas de saúde: "Pessoas com certas patologias crónicas, cardiovasculares, respiratórias ou endócrinas".» [DN]
Parecer:
Esta faz lembrar o nosso lambretas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Já faltou mais para Aguiar-Branco ser remodelado
«O presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas garante ao EXPRESSO que a carta aberta ao ministro da Defesa Aguiar-Branco "não tem qualquer conotação política".
"O senhor ministro não tem razão. A abordagem tem que ver com as Forças Armadas, em que se integra. É um instrumento de defesa dos direitos da militares e da instituição", afirma o coronel Pereira Cracel. "Consideramos que representamos os militares sem colocar em causa as chefias", acrescenta.
Confrontado pelo EXPRESSO com a referência na missiva dos dossiês BPN e PPP´s, Pereira Cracel considera que "o senhor ministro só diz o que lhe interessa". E explica o contexto: "Esses são exemplos publicamente conhecidos e conversados e que de alguma maneira representam efeitos na sociedade em geral e nas Forças Armadas, com a transferência de dinheiros públicos para proveito privado".
O dirigente frisa que "antes de militares são cidadãos" e tal como está mencionado na carta "nada os obriga a serem submissos, acomodados e apolíticos".» [Expresso]
"O senhor ministro não tem razão. A abordagem tem que ver com as Forças Armadas, em que se integra. É um instrumento de defesa dos direitos da militares e da instituição", afirma o coronel Pereira Cracel. "Consideramos que representamos os militares sem colocar em causa as chefias", acrescenta.
Confrontado pelo EXPRESSO com a referência na missiva dos dossiês BPN e PPP´s, Pereira Cracel considera que "o senhor ministro só diz o que lhe interessa". E explica o contexto: "Esses são exemplos publicamente conhecidos e conversados e que de alguma maneira representam efeitos na sociedade em geral e nas Forças Armadas, com a transferência de dinheiros públicos para proveito privado".
O dirigente frisa que "antes de militares são cidadãos" e tal como está mencionado na carta "nada os obriga a serem submissos, acomodados e apolíticos".» [Expresso]
Parecer:
Não só é uma personagem fraquinha de mais para ser ministro como tem revelado pouca inteligência para se relacionar com os militares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela demissão.»