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Rossio, Lisboa
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Grafitti, Mindelo, Cabo Verde [A. Cabral]
Jumento do dia
Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura
Depois da forma como o secretário de Estado nomeou Vasco Graça Moura presidente do conselho de administração do CCB soube-se agora que aquela instituição foi declarada território estrangeiro para efeitos de aplicação do quadro legal no que respeita ao acordo ortográfico.
Esta situação revela duas coisas, que Vasco Graça Moura é um velhote teimoso que já não tem as qualidades requeridas para o desempenho de um cargo público e que o secretário de Estado revela não ter sentido de Estado. Aceitar que alguém assuma um cargo avisando que não vai aplicar uma lei da República é o fim da linha de um governante. A partir de agora qualquer director-geral pode assumir um cargo e dizer ao governante quais as leis que não tenciona aplicar e quais as que devem ser rejeitadas pela sua coutada estatal.
Imagine-se que o director-geral dos Impostos decidia não aplicar os aumentos de impostos previstos no OE, Passos Coelho manteria o secretário de Estado e o director-geral no cargo?
«O presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), Vasco Graça Moura, disse esta sexta-feira ao CM que informou antecipadamente o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, de que não iria aplicar o Acordo Ortográfico na entidade para a qual foi nomeado em Janeiro.
Uma das primeiras decisões da administração presidida pelo escritor e ex-eurodeputado foi mandar retirar os correctores ortográficos instalados nos computadores do CCB, pelo que os documentos oficiais irão seguir a antiga grafia da língua portuguesa.» [CM]
Esta situação revela duas coisas, que Vasco Graça Moura é um velhote teimoso que já não tem as qualidades requeridas para o desempenho de um cargo público e que o secretário de Estado revela não ter sentido de Estado. Aceitar que alguém assuma um cargo avisando que não vai aplicar uma lei da República é o fim da linha de um governante. A partir de agora qualquer director-geral pode assumir um cargo e dizer ao governante quais as leis que não tenciona aplicar e quais as que devem ser rejeitadas pela sua coutada estatal.
Imagine-se que o director-geral dos Impostos decidia não aplicar os aumentos de impostos previstos no OE, Passos Coelho manteria o secretário de Estado e o director-geral no cargo?
«O presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), Vasco Graça Moura, disse esta sexta-feira ao CM que informou antecipadamente o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, de que não iria aplicar o Acordo Ortográfico na entidade para a qual foi nomeado em Janeiro.
Uma das primeiras decisões da administração presidida pelo escritor e ex-eurodeputado foi mandar retirar os correctores ortográficos instalados nos computadores do CCB, pelo que os documentos oficiais irão seguir a antiga grafia da língua portuguesa.» [CM]
Preocupação humanitária
Será que os Silvas de Belém terão dinheiro para aquecimento?
O 5 de outubricídio
«Há meses que se debate o corte de feriados nacionais partindo do princípio, estabelecido pelo Governo, de que estes existem em dois tipos - aqueles de que o Executivo pode dispor, e a que chama "civis", e os outros, "religiosos", propriedade da Igreja Católica. Apesar de se imaginar a reação geral se para acabar com o 5 de Outubro o Governo negociasse com associações republicanas e laicas, esta visão Tordesilhas dos feriados não tem merecido contestação.
Diz o Governo que se trata de "cumprir escrupulosamente a Concordata, tratado internacional a que o Estado está obrigado". Repetindo-me (escrevi-o aqui a 18 de novembro): a Concordata não obriga o Estado a decretar feriado qualquer "dia festivo católico" - a não ser o domingo. O próprio cardeal-patriarca já admitiu isto mesmo. O que a Concordata exige ao Estado é que permita aos católicos cumprir os seus deveres religiosos nos dias festivos católicos elencados na mesma. Mais: os dias festivos católicos elencados no tratado são apenas seis, e não os oito que o Governo considera "feriados católicos". A Sexta-Feira Santa e a Páscoa não estão lá, o que significa que, mesmo que o Governo considerasse que está obrigado a negociar com os bispos a ablação de qualquer um dos seis feriados nacionais que coincidem com dias festivos católicos reconhecidos, poderia sem qualquer problema acabar com o feriado da Sexta-Feira Santa.
O que leva, pois, o Governo a apresentar o embuste da "simetria dos cortes dos feriados"? Não existindo qualquer base jurídico-legal para isso, só pode haver uma leitura: quis um álibi para acabar com alguns dos feriados a que chama "civis", comprando a indulgência da Igreja Católica numa época em que antecipa um recrudescimento dos problemas sociais. Tão afoito a derrubar "direitos adquiridos" e a fazer declarações de bravura ("custe o que custar") este Executivo chefiado por um autoproclamado "liberal de costumes" reconhece assim aos bispos prerrogativas que estes não têm - incluindo a da partilha da soberania - e chega à pantomina de, pós-anúncio da UGT de que "salvara" o 5 de Outubro na Concertação Social, vir dizer que afinal, perante a irredutibilidade "da Igreja", se via "obrigado" a matar o feriado que comemora a Implantação da República.
Comemorar o 5 de Outubro é celebrar o fim de um regime de religião oficial em que o poder era um desígnio divino e o povo, em vez de soberano como na república democrática, súbdito. Sempre odiada pela direita (a única que odeia mais é o 25 de Abril, mas essa ainda está demasiado fresca para matar), a data é, 101 anos depois, assassinada num golpe palaciano. Numa Europa regida por poderes não eleitos, em que se rasgam Constituições e se faz fogueira da história, a simbologia deste datacídio não devia passar despercebida. Mas nem uma agulha bule na quieta melancolia - e quem não se cala leva a tarja de "anticlerical". Como ironia, não está nada mal.» [DN]
Diz o Governo que se trata de "cumprir escrupulosamente a Concordata, tratado internacional a que o Estado está obrigado". Repetindo-me (escrevi-o aqui a 18 de novembro): a Concordata não obriga o Estado a decretar feriado qualquer "dia festivo católico" - a não ser o domingo. O próprio cardeal-patriarca já admitiu isto mesmo. O que a Concordata exige ao Estado é que permita aos católicos cumprir os seus deveres religiosos nos dias festivos católicos elencados na mesma. Mais: os dias festivos católicos elencados no tratado são apenas seis, e não os oito que o Governo considera "feriados católicos". A Sexta-Feira Santa e a Páscoa não estão lá, o que significa que, mesmo que o Governo considerasse que está obrigado a negociar com os bispos a ablação de qualquer um dos seis feriados nacionais que coincidem com dias festivos católicos reconhecidos, poderia sem qualquer problema acabar com o feriado da Sexta-Feira Santa.
O que leva, pois, o Governo a apresentar o embuste da "simetria dos cortes dos feriados"? Não existindo qualquer base jurídico-legal para isso, só pode haver uma leitura: quis um álibi para acabar com alguns dos feriados a que chama "civis", comprando a indulgência da Igreja Católica numa época em que antecipa um recrudescimento dos problemas sociais. Tão afoito a derrubar "direitos adquiridos" e a fazer declarações de bravura ("custe o que custar") este Executivo chefiado por um autoproclamado "liberal de costumes" reconhece assim aos bispos prerrogativas que estes não têm - incluindo a da partilha da soberania - e chega à pantomina de, pós-anúncio da UGT de que "salvara" o 5 de Outubro na Concertação Social, vir dizer que afinal, perante a irredutibilidade "da Igreja", se via "obrigado" a matar o feriado que comemora a Implantação da República.
Comemorar o 5 de Outubro é celebrar o fim de um regime de religião oficial em que o poder era um desígnio divino e o povo, em vez de soberano como na república democrática, súbdito. Sempre odiada pela direita (a única que odeia mais é o 25 de Abril, mas essa ainda está demasiado fresca para matar), a data é, 101 anos depois, assassinada num golpe palaciano. Numa Europa regida por poderes não eleitos, em que se rasgam Constituições e se faz fogueira da história, a simbologia deste datacídio não devia passar despercebida. Mas nem uma agulha bule na quieta melancolia - e quem não se cala leva a tarja de "anticlerical". Como ironia, não está nada mal.» [DN]
Autor:
Fernanda Câncio.
Teste ao euro
«Olhemos para a Grécia. Com a dívida pública descontrolada (163% do PIB) e o produto em recessão profunda (-5,2%), só se vislumbram duas saídas possíveis: o perdão ou a bancarrota.
E o perdão está muito difícil. Mas a Grécia é um pequeno país, incapaz de por si só ameaçar a estabilidade do euro. A solução deverá passar por uma saída controlada, para minimizar eventuais contágios, logo seguida da entrega ao FMI. Vai ficar em boas mãos.
Ao lado da Grécia está a Itália, a terceira maior economia da zona euro. E aqui tudo fia mais fino. A Itália enfrenta um cenário explosivo: grande endividamento (121% do PIB), altas taxas de juro (à volta de 6%) e crescimento na vizinhança de zero (0,5%). Mas há duas armas que jogam a seu favor: de um lado, Mario Monti, primeiro-ministro; do outro, Mario Draghi, presidente do BCE. Enfim, a Itália é demasiado grande para se deixar cair.
À Itália segue-se a Espanha, em dimensão e em problemas. O país tem uma dívida pública aceitável (70% do PIB), mas também um crescimento paupérrimo (0,6%) e uma taxa de desemprego angustiante (23% da população activa). A diferença é de natureza subjectiva: os mercados ainda acreditam na Espanha e noutros países não. Em tudo o resto é igual à Itália: demasiado grande para falir, suficientemente forte para arrastar o euro atrás de si.
Falemos agora de Portugal. Ao dobrarmos o ano de 2012, vamos encontrar-nos em recessão profunda, com uma dívida ingerível e com as agências de ‘rating' a classificarem-nos como lixo. Sem outra saída que não seja avançar para a reestruturação, com perdão ou sem ele, como é que os mercados vão reagir? Só vejo duas hipóteses: ou recusam financiar-nos ou admitem fazê-lo a taxas de juro proibitivas. E lá teremos nós de acompanhar a Grécia.
Estou a ser racional. Este é o cenário mais provável. Mas nada impede que os senhores do euro acordem um dia destes bem-dispostos e, por uma vez, decidam emitir ‘eurobonds', financiar sem limites os países endividados e pôr finalmente a economia a crescer. A Europa rejuvenescia. Fica então a promessa: na minha próxima ida a Fátima, vou acender uma vela gigante e esperar que esta chama ilumine a cabeça híbrida e casmurra de Merkozy.
Seria o milagre do século.» [DE]
E o perdão está muito difícil. Mas a Grécia é um pequeno país, incapaz de por si só ameaçar a estabilidade do euro. A solução deverá passar por uma saída controlada, para minimizar eventuais contágios, logo seguida da entrega ao FMI. Vai ficar em boas mãos.
Ao lado da Grécia está a Itália, a terceira maior economia da zona euro. E aqui tudo fia mais fino. A Itália enfrenta um cenário explosivo: grande endividamento (121% do PIB), altas taxas de juro (à volta de 6%) e crescimento na vizinhança de zero (0,5%). Mas há duas armas que jogam a seu favor: de um lado, Mario Monti, primeiro-ministro; do outro, Mario Draghi, presidente do BCE. Enfim, a Itália é demasiado grande para se deixar cair.
À Itália segue-se a Espanha, em dimensão e em problemas. O país tem uma dívida pública aceitável (70% do PIB), mas também um crescimento paupérrimo (0,6%) e uma taxa de desemprego angustiante (23% da população activa). A diferença é de natureza subjectiva: os mercados ainda acreditam na Espanha e noutros países não. Em tudo o resto é igual à Itália: demasiado grande para falir, suficientemente forte para arrastar o euro atrás de si.
Falemos agora de Portugal. Ao dobrarmos o ano de 2012, vamos encontrar-nos em recessão profunda, com uma dívida ingerível e com as agências de ‘rating' a classificarem-nos como lixo. Sem outra saída que não seja avançar para a reestruturação, com perdão ou sem ele, como é que os mercados vão reagir? Só vejo duas hipóteses: ou recusam financiar-nos ou admitem fazê-lo a taxas de juro proibitivas. E lá teremos nós de acompanhar a Grécia.
Estou a ser racional. Este é o cenário mais provável. Mas nada impede que os senhores do euro acordem um dia destes bem-dispostos e, por uma vez, decidam emitir ‘eurobonds', financiar sem limites os países endividados e pôr finalmente a economia a crescer. A Europa rejuvenescia. Fica então a promessa: na minha próxima ida a Fátima, vou acender uma vela gigante e esperar que esta chama ilumine a cabeça híbrida e casmurra de Merkozy.
Seria o milagre do século.» [DE]
Autor:
Daniel Amaral.
Publicidade enganosa
«Desta vez, ninguém ousou dizer que o último Conselho Europeu foi uma cimeira “histórica” – e ainda bem, já basta o que basta. Mas este Conselho não deixou de ser mais um momento de desencontro dos líderes europeus com a História e um puro exercício de publicidade enganosa.
Publicidade enganosa, desde logo, a propósito do tratado aprovado com o pomposo título de "Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária". Segundo os seus mentores, este seria o instrumento decisivo para dar resposta à crise das dívidas soberanas e para reconquistar a confiança perdida junto dos mercados. Sucede, porém, que ninguém acredita nisso. Sobretudo se ler o Tratado.
Quanto à governação económica, o que lá está é um zero quase absoluto: um compromisso muito genérico de "trabalho em conjunto" para uma política económica que favoreça o crescimento e uma declaração de intenções no sentido de promover, "quando apropriado", a coordenação das principais reformas. Nada mais. Quanto à governação do euro, prevêem-se duas cimeiras anuais (!), de carácter informal, para além das habituais reuniões do Eurogrupo. Obviamente, ninguém acredita que este Tratado minimalista possa representar sequer uma tentativa séria para superar as fragilidades sistémicas da zona euro!
Sobra, é claro, a disciplina orçamental - como sempre, a aposta única da doutrina dominante: regra de ouro (embora não necessariamente consagrada na Consituição); obrigações estritas em caso de défice excessivo ou de ultrapassagem dos limites da dívida pública; intervenção do Tribunal de Justiça da União Europeia (por iniciativa não só da Comissão mas também dos outros Estados) e sanções financeiras em caso de incumprimento. Tudo para começar a vigorar lá para Janeiro de 2013. Em suma, pretende-se reconquistar a confiança dos mercados através de um sistema que é, ele próprio, uma evidente confissão de desconfiança, em que todos na zona euro assumem desconfiar de todos os outros, incluindo da própria Comissão Europeia. Não é provável que dê certo...
É verdade, o Conselho Europeu sabe que há hoje um coro alargado de instituições, analistas e até agências de rating que dizem que a recuperação da confiança não pode assentar na destruição das economias às mãos da actual espiral de austeridade. Qual foi a resposta dos líderes europeus? Trataram de encenar - é esse o termo - uma agenda para o crescimento e o emprego, entre lamentos quanto ao drama do desemprego juvenil. Toda essa encenação esconde uma lamentável escolha política: a decisão de não investir nem mais um euro para enfrentar o problema do crescimento e do emprego! De facto, a única coisa que se fez foi decidir "reorientar" as verbas dos fundos estruturais já previstas e ainda disponíveis. Outro caso de publicidade enganosa.
Indiferente a isto, o Governo insiste no seu alinhamento com a senhora Merkel e, mais uma vez, mostrou-se satisfeito com a resposta europeia à crise. É a sua opção. Mas essa opção envolve uma responsabilidade e trás consigo uma consequência política: é que se falhar, o Governo não poderá invocar como "causa externa" o fracasso da resposta europeia à crise das dívidas soberanas. Porque esse fracasso será também o seu.» [DE]
Publicidade enganosa, desde logo, a propósito do tratado aprovado com o pomposo título de "Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária". Segundo os seus mentores, este seria o instrumento decisivo para dar resposta à crise das dívidas soberanas e para reconquistar a confiança perdida junto dos mercados. Sucede, porém, que ninguém acredita nisso. Sobretudo se ler o Tratado.
Quanto à governação económica, o que lá está é um zero quase absoluto: um compromisso muito genérico de "trabalho em conjunto" para uma política económica que favoreça o crescimento e uma declaração de intenções no sentido de promover, "quando apropriado", a coordenação das principais reformas. Nada mais. Quanto à governação do euro, prevêem-se duas cimeiras anuais (!), de carácter informal, para além das habituais reuniões do Eurogrupo. Obviamente, ninguém acredita que este Tratado minimalista possa representar sequer uma tentativa séria para superar as fragilidades sistémicas da zona euro!
Sobra, é claro, a disciplina orçamental - como sempre, a aposta única da doutrina dominante: regra de ouro (embora não necessariamente consagrada na Consituição); obrigações estritas em caso de défice excessivo ou de ultrapassagem dos limites da dívida pública; intervenção do Tribunal de Justiça da União Europeia (por iniciativa não só da Comissão mas também dos outros Estados) e sanções financeiras em caso de incumprimento. Tudo para começar a vigorar lá para Janeiro de 2013. Em suma, pretende-se reconquistar a confiança dos mercados através de um sistema que é, ele próprio, uma evidente confissão de desconfiança, em que todos na zona euro assumem desconfiar de todos os outros, incluindo da própria Comissão Europeia. Não é provável que dê certo...
É verdade, o Conselho Europeu sabe que há hoje um coro alargado de instituições, analistas e até agências de rating que dizem que a recuperação da confiança não pode assentar na destruição das economias às mãos da actual espiral de austeridade. Qual foi a resposta dos líderes europeus? Trataram de encenar - é esse o termo - uma agenda para o crescimento e o emprego, entre lamentos quanto ao drama do desemprego juvenil. Toda essa encenação esconde uma lamentável escolha política: a decisão de não investir nem mais um euro para enfrentar o problema do crescimento e do emprego! De facto, a única coisa que se fez foi decidir "reorientar" as verbas dos fundos estruturais já previstas e ainda disponíveis. Outro caso de publicidade enganosa.
Indiferente a isto, o Governo insiste no seu alinhamento com a senhora Merkel e, mais uma vez, mostrou-se satisfeito com a resposta europeia à crise. É a sua opção. Mas essa opção envolve uma responsabilidade e trás consigo uma consequência política: é que se falhar, o Governo não poderá invocar como "causa externa" o fracasso da resposta europeia à crise das dívidas soberanas. Porque esse fracasso será também o seu.» [DE]
Autor:
Pedro Silva Pereira.
Jardim. Milhões. 1500
«Alberto João Jardim vai sair sem pagar a conta. Deixará o exemplo de que o crime de gerar dívida às escondidas compensa e que as vitórias eleitorais valem tudo. Disse-se "vergado" pelas condições que lhe foram impostas por Lisboa para o salvarem de uma humilhante bancarrota mas sacou mais 1500 milhões de euros. E, vai-se a ver, o empréstimo do Governo central à Madeira tem um período de carência que faz com que as prestações só comecem em 2016! João Jardim sai em 2015... E não sei se ouviram o que ele disse com atenção... "Investimentos feitos na hora certa", em "obra que já ninguém retira ao povo madeirense". Toma lá e embrulha. Trás-os-Montes nunca mais tem a auto-estrada porque o túnel do Marão custa 350 milhões. Jardim rapou cinco vezes mais num ápice. Tire-se-lhe o chapéu. E disse mais: em 2014 até já terá superavit no Orçamento!!! Depois de lhe oferecerem 1500 milhões! Que ele só começa a pagar em 2016! Em terra de cegos quem tem um olho é rei.
É com exemplos destes que dá para perceber melhor os alemães. Como se viu no fim-de-semana, a senhora Merkel quer mandar um manga-de-alpaca tomar conta do orçamento grego - ou então não manda dinheiro para Atenas. Pois devia mandar-se alguém para o Funchal tomar conta do orçamento da Madeira. Ainda há dias já não havia dinheiro sequer para pagar a dívida às farmácias da região e obviamente muitos madeirenses não têm culpa das loucuras betonizadas do seu líder, apesar de serem bastante culpados por o elegerem sucessivamente. Mas por via das dúvidas seria importante garantir-se que este homem não faz de novo dívidas às escondidas.
Claro que... se Jardim não aceitasse um "tutor", que se demitisse, e nós ralados. Desta vez, a maioria PSD/CDS no Parlamento nem sequer está refém dos votos telecomandados dos deputados madeirenses ou do "ventríloquo" Guilherme Silva. "Regozijo", disse Guilherme Silva sobre o acordo com Jardim. "Convergência". "Jardim engoliu um elefante". Número de circo? E dos bons.
Apetece chorar de tanto riso ou tragédia. É verdade que a carga fiscal na Madeira sobe 25% e se aproxima da do Continente, mas não nos deixemos enganar. Como poderia ser diferente? A conferência de Imprensa de Jardim na Madeira a falar do empréstimo com sentido de Estado foi mais uma encenação própria para enganar os portugueses que comem notícias "fast food de telejornais" sem muitas perguntas. Mas as coisas, nuas e cruas, são assim: só os próximos governos madeirenses, a que Jardim já não presidirá, pagarão durante 19 anos este empréstimo de aflição para fazer face à bancarrota em que deixou a região, com um défice de 23% em 2010.
A dívida total da Região Autónoma da Madeira ascende a 6238 milhões de euros. É bom que se repita muitas vezes até que se fixe: a dívida da Madeira (seis mil milhões) é apenas 25% menor que a das 308 autarquias do continente todas juntas (oito mil milhões). Todas juntas, ok? As 308.
Diga-se em defesa do imperador que, na verdade, os números de dívida não são muito diferentes dos do Governo central (a Madeira tem uma dívida de 122% do PIB enquanto a dívida portuguesa é de 102% neste momento). Ou seja, Jardim consegue ser pior do que o tal Sócrates que tanto criticou (ou elogiou quando este lhe deu a correr 700 milhões para apoio à tragédia das intempéries). Bem parecidos, os dois.
"O actual Governo da República, apesar de emparedado ante a desgraçada herança recebida e as imposições internacionais, respondeu positiva e afirmativamente ao nosso pedido de assistência financeira". Jardim a elogiar Passos... Ring a bell? Passos Coelho, portanto, amochou. Todos amocharam. Alguém disse um dia o essencial: "O senhor não precisa de elogios, a obra que realizou ao longo destes anos fala por si". Foi Cavaco Silva, encomiástico-majestático, durante uma visita à Madeira. Pois muito obrigado, senhor presidente. Eu não diria melhor. Sobre como chegamos aqui.» [JN]
É com exemplos destes que dá para perceber melhor os alemães. Como se viu no fim-de-semana, a senhora Merkel quer mandar um manga-de-alpaca tomar conta do orçamento grego - ou então não manda dinheiro para Atenas. Pois devia mandar-se alguém para o Funchal tomar conta do orçamento da Madeira. Ainda há dias já não havia dinheiro sequer para pagar a dívida às farmácias da região e obviamente muitos madeirenses não têm culpa das loucuras betonizadas do seu líder, apesar de serem bastante culpados por o elegerem sucessivamente. Mas por via das dúvidas seria importante garantir-se que este homem não faz de novo dívidas às escondidas.
Claro que... se Jardim não aceitasse um "tutor", que se demitisse, e nós ralados. Desta vez, a maioria PSD/CDS no Parlamento nem sequer está refém dos votos telecomandados dos deputados madeirenses ou do "ventríloquo" Guilherme Silva. "Regozijo", disse Guilherme Silva sobre o acordo com Jardim. "Convergência". "Jardim engoliu um elefante". Número de circo? E dos bons.
Apetece chorar de tanto riso ou tragédia. É verdade que a carga fiscal na Madeira sobe 25% e se aproxima da do Continente, mas não nos deixemos enganar. Como poderia ser diferente? A conferência de Imprensa de Jardim na Madeira a falar do empréstimo com sentido de Estado foi mais uma encenação própria para enganar os portugueses que comem notícias "fast food de telejornais" sem muitas perguntas. Mas as coisas, nuas e cruas, são assim: só os próximos governos madeirenses, a que Jardim já não presidirá, pagarão durante 19 anos este empréstimo de aflição para fazer face à bancarrota em que deixou a região, com um défice de 23% em 2010.
A dívida total da Região Autónoma da Madeira ascende a 6238 milhões de euros. É bom que se repita muitas vezes até que se fixe: a dívida da Madeira (seis mil milhões) é apenas 25% menor que a das 308 autarquias do continente todas juntas (oito mil milhões). Todas juntas, ok? As 308.
Diga-se em defesa do imperador que, na verdade, os números de dívida não são muito diferentes dos do Governo central (a Madeira tem uma dívida de 122% do PIB enquanto a dívida portuguesa é de 102% neste momento). Ou seja, Jardim consegue ser pior do que o tal Sócrates que tanto criticou (ou elogiou quando este lhe deu a correr 700 milhões para apoio à tragédia das intempéries). Bem parecidos, os dois.
"O actual Governo da República, apesar de emparedado ante a desgraçada herança recebida e as imposições internacionais, respondeu positiva e afirmativamente ao nosso pedido de assistência financeira". Jardim a elogiar Passos... Ring a bell? Passos Coelho, portanto, amochou. Todos amocharam. Alguém disse um dia o essencial: "O senhor não precisa de elogios, a obra que realizou ao longo destes anos fala por si". Foi Cavaco Silva, encomiástico-majestático, durante uma visita à Madeira. Pois muito obrigado, senhor presidente. Eu não diria melhor. Sobre como chegamos aqui.» [JN]
Autor:
Daniel Deusdado.
No Future
«Quase quatro décadas depois do movimento "punk" dos Sex Pistols e do seu "No Future", os portugueses chegaram finalmente à mesma conclusão. Isto não tem mesmo futuro. Onde "isto" é a nossa sociedade, o nosso país, a nossa vida.
Não o fazem por via do radicalismo cultural, que por cá nunca existiu, mas porque, para além de lhes faltar dinheiro no bolso, perderam qualquer perspetiva de futuro. Os jovens estudantes não sabem se uma vez terminado o curso conseguirão arranjar trabalho; os empregados não sabem por quanto mais tempo o serão; os que descontaram toda a vida não sabem se ainda irão receber a reforma; os doentes não sabem se o Hospital continuará a tratá-los ou se, por falta de verbas, os deixará morrer; os pais olham para os filhos e temem pela sua sorte. E não ficamos por aqui. Uns dizem que o Euro vai acabar, outros que é a própria Europa que tem os dias contados. Alguém sugere que Portugal soberano já deixou de existir pois é governado por uma troika. O próprio Passos Coelho, para animar, aconselha os portugueses a partir, se possível, de vez. Enfim, "sem futuro" é o hino do Portugal de 2012.
E, no entanto, acreditar no futuro é fundamental para a sociedade em que nos calhou viver. Alguns dizem que é uma forma de crença como outra qualquer. Talvez, mas é mais do que isso. O futuro, mais do que o passado, é uma parte essencial do nosso presente. O passado é memória, património, venera-se na ilusão de que existem identidades imutáveis. A realidade é, porém, diferente. As identidades são dinâmicas e estão em permanente transformação. Mesmo na nossa vida. Ontem fomos filhos, hoje somos pais. Que mudança radical de identidade! Ontem Portugal foi um país fechado e rural, hoje estamos no mundo e ou fazemos parte da conversa ou estamos perdidos.
Porque, como disse, o futuro é parte constituinte do nosso presente. Estuda-se para ter futuro. Investe-se para garantir um rendimento no futuro. Cria-se para fazer já hoje o que, de outra maneira, só seria possível amanhã. Um empresário pensa no que é que as pessoas gostariam de ter e ainda não têm. Um político afirma-se pelo que diz ir fazer se for eleito.
Mas o futuro está presente também de outra forma. Vivemos na sociedade das novas tecnologias. E são novas também porque integram em si a sua própria superação. Ou seja, são tecnologias evolutivas. Um programa de computador nunca está finalizado, é um "work in progress". Logo à partida sabe-se que a seguir ao 1.0 virá o 2.0. Esta constante mudança está no seu código genético.
O que significa que tudo muda, a arquitetura, mas também o uso. No curto espaço das nossas vidas quantos sistemas operativos, quantos telemóveis, quantas funcionalidades e "gadgets" não nos obrigaram a sucessivas e constantes adaptações? E quanto mais se muda mais se promove a mudança.
Pensar que se pode parar este movimento, imaginar, como faz este governo, que temos agora dois ou três anos de estagnação e empobrecimento, e depois tudo regressa ao normal, é não só alimentar uma tremenda ilusão, como não perceber nada do mundo contemporâneo. Esta é uma corrida implacável. Que o digam tantas e tantas empresas que não se modernizaram e simplesmente faliram. Que o digam todos aqueles que pensaram que não iam perder tempo com computadores, internets e outras modernices e hoje são perfeitos analfabetos.
Enfim, Portugal está em recessão económica e está em vias de regredir como civilização. O desprezo governamental pelo ensino, pela cultura, pela ciência e pela inovação, que aliás se imagina ser um mero slogan, está a impedir o país de existir no seu próprio tempo. Mas é o desprezo pelas pessoas que configura o maior desastre.
Não existem dados estatísticos mas vários investigadores da área afirmam que a emigração de quadros, vulgo "cérebros", é enorme. Aos milhares. Não estamos já a falar de "malas de cartão" e trolhas para a construção civil na Europa, mas de engenheiros, arquitetos, cientistas, que vão deixar o país num verdadeiro estado de penúria no campo da inteligência. Ou seja, Portugal está a ficar cada vez mais estúpido. Objetivamente sem destino nem futuro.» [Jornal de Negócios]
Não o fazem por via do radicalismo cultural, que por cá nunca existiu, mas porque, para além de lhes faltar dinheiro no bolso, perderam qualquer perspetiva de futuro. Os jovens estudantes não sabem se uma vez terminado o curso conseguirão arranjar trabalho; os empregados não sabem por quanto mais tempo o serão; os que descontaram toda a vida não sabem se ainda irão receber a reforma; os doentes não sabem se o Hospital continuará a tratá-los ou se, por falta de verbas, os deixará morrer; os pais olham para os filhos e temem pela sua sorte. E não ficamos por aqui. Uns dizem que o Euro vai acabar, outros que é a própria Europa que tem os dias contados. Alguém sugere que Portugal soberano já deixou de existir pois é governado por uma troika. O próprio Passos Coelho, para animar, aconselha os portugueses a partir, se possível, de vez. Enfim, "sem futuro" é o hino do Portugal de 2012.
E, no entanto, acreditar no futuro é fundamental para a sociedade em que nos calhou viver. Alguns dizem que é uma forma de crença como outra qualquer. Talvez, mas é mais do que isso. O futuro, mais do que o passado, é uma parte essencial do nosso presente. O passado é memória, património, venera-se na ilusão de que existem identidades imutáveis. A realidade é, porém, diferente. As identidades são dinâmicas e estão em permanente transformação. Mesmo na nossa vida. Ontem fomos filhos, hoje somos pais. Que mudança radical de identidade! Ontem Portugal foi um país fechado e rural, hoje estamos no mundo e ou fazemos parte da conversa ou estamos perdidos.
Porque, como disse, o futuro é parte constituinte do nosso presente. Estuda-se para ter futuro. Investe-se para garantir um rendimento no futuro. Cria-se para fazer já hoje o que, de outra maneira, só seria possível amanhã. Um empresário pensa no que é que as pessoas gostariam de ter e ainda não têm. Um político afirma-se pelo que diz ir fazer se for eleito.
Mas o futuro está presente também de outra forma. Vivemos na sociedade das novas tecnologias. E são novas também porque integram em si a sua própria superação. Ou seja, são tecnologias evolutivas. Um programa de computador nunca está finalizado, é um "work in progress". Logo à partida sabe-se que a seguir ao 1.0 virá o 2.0. Esta constante mudança está no seu código genético.
O que significa que tudo muda, a arquitetura, mas também o uso. No curto espaço das nossas vidas quantos sistemas operativos, quantos telemóveis, quantas funcionalidades e "gadgets" não nos obrigaram a sucessivas e constantes adaptações? E quanto mais se muda mais se promove a mudança.
Pensar que se pode parar este movimento, imaginar, como faz este governo, que temos agora dois ou três anos de estagnação e empobrecimento, e depois tudo regressa ao normal, é não só alimentar uma tremenda ilusão, como não perceber nada do mundo contemporâneo. Esta é uma corrida implacável. Que o digam tantas e tantas empresas que não se modernizaram e simplesmente faliram. Que o digam todos aqueles que pensaram que não iam perder tempo com computadores, internets e outras modernices e hoje são perfeitos analfabetos.
Enfim, Portugal está em recessão económica e está em vias de regredir como civilização. O desprezo governamental pelo ensino, pela cultura, pela ciência e pela inovação, que aliás se imagina ser um mero slogan, está a impedir o país de existir no seu próprio tempo. Mas é o desprezo pelas pessoas que configura o maior desastre.
Não existem dados estatísticos mas vários investigadores da área afirmam que a emigração de quadros, vulgo "cérebros", é enorme. Aos milhares. Não estamos já a falar de "malas de cartão" e trolhas para a construção civil na Europa, mas de engenheiros, arquitetos, cientistas, que vão deixar o país num verdadeiro estado de penúria no campo da inteligência. Ou seja, Portugal está a ficar cada vez mais estúpido. Objetivamente sem destino nem futuro.» [Jornal de Negócios]
Autor:
Leonel Moura.
Até tu Costa?
«A delicada situação em que se encontra a banca portuguesa, que apresentará pela primeira vez prejuízos num exercício, deve-se à crise da dívida pública na Europa, considerou esta sexta-feira o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
«Os bancos portugueses são vítimas da crise da dívida», afirmou o responsável, na sua intervenção numa conferência promovida esta manhã, em Lisboa, pela Associação Portuguesa de Bancos (APB). O governador disse ainda que «Falhar não é uma opção» para a moeda única.» [Agência Financeira]
«Os bancos portugueses são vítimas da crise da dívida», afirmou o responsável, na sua intervenção numa conferência promovida esta manhã, em Lisboa, pela Associação Portuguesa de Bancos (APB). O governador disse ainda que «Falhar não é uma opção» para a moeda única.» [Agência Financeira]
Parecer:
Parece que para justificar as dificuldades da banca já há uma crise europeia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Passos Coelho: Portugal só pode crescer se poupar
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu, em entrevista ao Sol, que Portugal só pode crescer se poupar, lamentando que algumas pessoas "tenham continuado a viver como se não fossem pobres".» [DN]
Parecer:
Pois, e para que os portugueses possam poupar corta-lhes no rendimento e aumentam-lhes os impostos lançando a economia na bancarrota.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Passos Coelho que ajude os portugueses a poupar na sua paciência, pode começar por os poupoar à sua basófia intelectual digna da quarta classe.»
Passos Coelho tem medo de falar sobre secretas?
«O primeiro-ministro não vai à comissão parlamentar esclarecer as notícias relacionadas com as secretas, apurou o i junto de fonte parlamentar. O PCP disse que haverá "consequências políticas" se primeiro-ministro não for à comissão. » [DN]
Parecer:
Seria interessante conhecer o conteúdo da relação entre o primeiro-ministro e o espião da Ongoing durante o último ano.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se recorreu à ajuda do espião da Ongoing quando estava na oposição.»
Estranha democracia económica
«"Apesar das condições adversas, os bancos portugueses aumentaram o capital em 2011. O processo de desalavancagem está num nível avançado, mas não deve prejudicar a concessão de níveis adequados de crédito à economia", afirmou Vítor Gaspar, numa intervenção em inglês, referindo que a banca deve acompanhar o ritmo de correção macroeconómica.» [DN]
Parecer:
Um ultra liberal a dar instruções á banca?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Mas que grande laboratório de ideias
«O secretário-geral do PS, António José Seguro, recusou hoje esclarecer se Manuel Maria Carrilho integrará o laboratório de ideias do partido, uma possibilidade que está a provocar contestação entre os socialistas.» [DN]
Parecer:
Foi uma grande ideia escolher o Carrilho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugiram-se nomes interessantes como o de Carrilho para que Seguro os convide.»
Pobre secretário de Estado
«A Secretaria de Estado da Cultura (SEC) assegurou hoje que aplica o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em todos os organismos, na sequência da suspensão da aplicação das novas regras no Centro Cultural de Belém (CCB).» [DN]
Parecer:
Justificar-se com a secretaria de Estado é ridículo, a verdade é que permitiu que o CCB fosse uma instituição marginal.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
Até tu Marques Mendes?
«No seu comentário semanal na TVI24, Marques Mendes admitiu que o nosso País poderá ter de recorrer mais uma vez à ajuda financeira internacional. O social-democrata aproveitou ainda para elogiar a atuação do Governo e pediu cautela aos partidos.» [DN]
Parecer:
Parece que só Passos Coelho e o seu Gasparoika acreditam no contrário.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Todos rezam
«"O orçamento português para 2012 contém medidas muito boas e corajosas, incluindo o aumento da competitividade, e também um corte de despesas em dimensões adequadas", afirmou o representante do FMI em Lisboa. » [Expresso]
Parecer:
Compreende-se o desejo do representante do FMI, a sua instituição tem estimulado os doidos locais a aplicarem medidas de austeridade brutais.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao governador local do FMI se sabe qual vai ser a contracção da economia portuguesa em 2012 e se tem previsões quanto à receita fiscal no mesmo ano.»
Até tu Belmiro?
«O presidente do grupo Sonae, Belmiro de Azevedo, defendeu hoje que a austeridade "não pode ser a solução" para os problemas, alertando que é necessário também crescimento económico e financiamento às empresas.
"Os governantes dizem que este é o tempo da austeridade, mas essa não pode ser a solução. A austeridade sem crescimento e sem financiamento das empresas mata a economia, mata o emprego e mata a convicção das pessoas de que os sacrifícios valem a pena", afirmou o empresário nortenho num seminário na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada.» [Expresso]
"Os governantes dizem que este é o tempo da austeridade, mas essa não pode ser a solução. A austeridade sem crescimento e sem financiamento das empresas mata a economia, mata o emprego e mata a convicção das pessoas de que os sacrifícios valem a pena", afirmou o empresário nortenho num seminário na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada.» [Expresso]
Parecer:
Um dia destes só o Passos e o seu Gasparoika serão defensores da austeridade. Bem, o Seguro também defende meia dose de austeridade.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Foi chegar e fazer obra
«O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse hoje que o lançamento no mercado de um rádio fármaco pela Universidade de Coimbra (UC) constitui um “momento muito relevante” na história da saúde em Portugal.» [i]
Parecer:
É um milagre do opus Macedo!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Beatifique-se a criatura.»
Desta vez Passos foi coerente
«O primeiro-ministro, Passos Coelho, anunciou hoje que o Governo não dará tolerância de ponto aos funcionários públicos no Carnaval, argumentando que "ninguém perceberia" que tal acontecesse numa altura em que o Executivo se propõe acabar com feriados.» [i]
Parecer:
Mais um Carnaval dos divertidos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso cínico.»
E Sócrates é que não tinha capacidade de previsão?
«"Não tenho nenhum orgulho em ter decidido comprar dívida grega, naquele momento e naquela dimensão. Foi uma má decisão." Com estas palavras Fernando Ulrich fez ontem o seu "mea culpa" por uma decisão de investimento que, em 2011, empurrou o BPI para os primeiros prejuízos da sua história, no valor de 204 milhões de euros. » [Jornal de Negócios]
Parecer:
Afinal o Ulrich que tanto criticava Portugal foi enterrar-se na Grécia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao Ulrich que tenha cuidado com a gulodice.»