segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Mouraria, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Aldeia de João Pires [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Paulo Portas, ministro defensor dó casamento (excepto o dele)

Com a nomeação da esposa do embaixador nos EUA para núnmeo dois dessa mesmma representação diplomática o ministro do champanhe iniciou uma nova modalidade de Função Pública, a do funcionário casal. Agora as nomeações poderão passar a ser feitas ao casal e até no momento das candidaturas deveriam ser aceites os casais.
 
Resta saber coisa tão elementares como o que fazer no caso de adultério seguido de zanga familiar ou do abono de ajudas de custos, designadamente, as relativas à habitação no estrangeiro.

«O ministro dos Negócios Estrangeiros nomeou a mulher do embaixador de Portugal em Washington, capital dos Estados Unidos, para número dois dessa representação externa portuguesa. O gabinete de Paulo Portas alega que a nomeação em comissão de serviço de Rosa Batoréu, que é casada com Nuno Brito, "foi proposta pela secretaria geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros ao ministro, que a aceitou."

O Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que a nomeação de Rosa Batoréu, ministra plenipotenciária de 1ª classe, "está de acordo com o espírito da lei, que, no artigo 45º do Estatuto da Carreira Diplomática, refere que "devem ser ponderados aspectos da vida pessoal dos funcionários, designadamente reunificação ou aproximação de familiares." 

Só que, segundo apurou o CM, a nomeação de Rosa Batoréu causou algum mal-estar no meio diplomático, até porque a diplomata terá sido nomeada para a Embaixada de Portugal em Washington depois de ter desistido do concurso para um lugar nos serviços da Comissão Europeia.» [CM]
  
 

 Um custo demasiado alto
 
«1 Durante a apresentação de um livro com contributos para a revisão do programa do PSD, o primeiro-ministro disse que Portugal irá cumprir o programa de assistência económica "custe o que custar".

Estou convencido de que Passos Coelho não queria dizer exactamente o que acabou por exprimir. Não queria, com certeza, dizer que mesmo que estivesse convencido de que cumprir o programa significasse destruir a economia portuguesa, aumentar o desemprego para níveis insustentáveis, erradicar todos os direitos sociais, fazer crescer a já imensa desigualdade, levar milhares de empresas à falência, ele o cumpriria cegamente. Claro que não. O primeiro-ministro acha que a receita em que notoriamente acredita vai ter o efeito exactamente contrário.

No entanto, disse: "Custe o que custar." E as palavras são importantes na boca dum primeiro-ministro.

Ouvindo Passos Coelho, voltei a lembrar-me dum artigo de Wolfgang Munchau em que este escrevia que os políticos, os bons, são os especialistas do politicamente possível. É muito provável que o primeiro-ministro saiba que o programa que quer cumprir a todo o custo levará inevitavelmente aos resultados acima descritos. A questão é que ele pensa, tudo o indica, que é preciso que isso aconteça no curto prazo para que tudo melhore decisivamente a médio- -longo prazo. E o que ele parece esquecer é o politicamente possível. Em democracia, claro está.

A democracia está umbilicalmente associada a bem-estar, a direitos sociais, a desenvolvimento económico. Os povos não têm um amor indestrutível à democracia. Não há regime que sobreviva ao desemprego, à fome, ao descontentamento generalizado, sobretudo a democracia. Não há cidadão que, em estado de desespero, deixe de dar ouvidos a quem lhe promete sustento e o mínimo de condições de vida, mesmo que os tenha de trocar por liberdade e direitos de participação na vida pública. Que não restem dúvidas: ninguém trocará pão por democracia e liberdade. Não há povo que esteja disposto a sofrimentos terríveis hoje por uma perspectiva vaga de abundância amanhã.

O Plano Marshall, implementado na Europa após a Segunda Guerra Mundial, é um bom exemplo da consciência que os líderes americanos e europeus de então tiveram desta realidade. O Plano foi muito mais do que um simples plano de recuperação económica. Foi uma arma política fundamental para a instauração da democracia numa altura em que esta se encontrava ameaçada pelas condições de vida das populações europeias e pela pressão colocada pelas soluções ditatoriais a leste. Os dirigentes políticos, na altura, perceberam muito bem que não vale a pena falar de democracia e de liberdade a quem tem fome. Fareed Zakaria no livro O Futuro da Liberdade elencava os países que estão à "porta" da democracia. Para isso utilizava um critério muito simples: afirmava que a partir dum determinado rendimento per capita, um país estaria pronto para ter um regime democrático. Quando escreveu o livro não se punha a hipótese de países verem a sua economia entrar em colapso, como é o caso que hoje enfrentamos. Mas é muito provável que pudesse fazer a análise inversa: a partir de que valor e de que perda de direitos sociais é que a democracia deixa de fazer sentido para as populações.

Infelizmente, não é só Passos Coelho que está esquecido da história do século XX europeu, os actuais líderes europeus parecem sofrer da mesma amnésia.

2 A REN, na peugada da EDP, foi vendida ao Estado chinês. A partir desta altura, a Rede Eléctrica Nacional bem como a EDP vão ser geridas não em função dos interesses do Estado português, não em função do mercado, mas em razão do interesse da China. Não houve assim privatização rigorosamente nenhuma, houve sim uma nacionalização feita por uma ditadura feroz que despreza os mais básicos direitos humanos e que não hesitará em utilizar as duas empresas para os seus propósitos, quaisquer que eles sejam.» [DN]

Autor:

Pedro Marques Lopes.
    

 A revolução gaspariana começa a mostrar resultados

«"Neste momento, o nosso setor, como todos os outros, está muito mal. Os consumidores não compram, o mercado não gira e estamos em sérias dificuldades. A continuar assim, já fizemos uma pequena análise, poderemos perder mais de 30 por cento das empresas durante este ano", afirmou o presidente da direção da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação (ACIP), Carlos dos Santos.» [DN]

Parecer:

O empobrecimento forçado previsto nos papers do Gaspar e adoptado por Passos Coelho até no consumo de pão está a ter resultados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo pior.»