Há poucos dias vivia-se em
ambiente de felicidade neste oásis inventado pelo Gasparoika, o ministro até
acabou de regressar de Washington onde foi, mis uma vez, mostrar o caso de
sucesso português. Os três da troika apontavam para o sucesso do ajustamento
português, as exportações que milagrosamente só por inspiração divina do Álvaro
tinham crescido exponencialmente, o equilíbrio da balança comercial, a redução
da despesa do Estado. Cavaco Silva interrompia as suas funções de agente
secreto para entre avisos (para ficarem inscritos em acta pois daqui a uns
meses servirão de prova de que ele avisou) assegurar que no segundo semestre,
aliás, no quarto trimestres deste ano já haveria crescimento e criação de
emprego.
Portugal era um país feliz, pobre
mas honrado assegurava o pagamento das dívidas, os estarolas da troika quase
agradeciam os aplausos do que o Gasparoika designava como o melhor povo do mundo
nos seminários de prestações de contas em Bona e perante o boche coxo. Os
crescimento ia ser um milagre, o Gasparoika cortava 5 milhões no Estado,
despedia 100 mil funcionários públicos, mantinha o aumento brutal de impostos e
o empobrecimento forçado da população e mesmo assim e graças à exportação de
peúgas e cuecas teríamos crescimento e criação de emprego.
O Gasaparoika estava tão certo de
que tudo corria bem que já estava preparando o futuro, o problema já não era a
dívida que de forma saudável passou para quase 130%do PIB, o desempego que
paralisa o país ou a quebra brutal das receitas fiscais. O Gasparoika já estava
a cuidar do futuro, queria refundar o Estado, preparar a ida aos mercados
financiar o país com juros de 4%, assegurar que tudo corria bem para depois da
troika.
Mas eis que quando o país estava
à beira do orgasmo gasparoikano veio um desmancha prazeres e estragou tudo, o
panasca, o corrupto do Caso Freeport, o Face Oculta, o desleal, o incompetente
e, mais recentemente, o farmacêutico veio e em hora e meio deu cabo do trabalho
de ano e meio de trabalho do nosso Gasparoika.
De repente onde havia concertação
passou a haver conflitualidade, onde havia estabilidade passou a existir
instabilidade, alguém descobriu que o Crato escondia o relatório do Relvas, o
Portas sorria enquanto o CDS pedia a demissão do Relvas e do Álvaro. Para que
se estivesse perante a tempestade política perfeita, a mãe de todas as crises
políticas só faltava que o Cavaco fizesse uma daquelas comunicações dramáticas
ao país, como a que fez a propósito dos Açores, ou que o Tribunal
Constitucional divulgasse o óbvio.
Se antes da Páscoa o país vivia
em êxtase gasparoikano e, de repente, tudo ficou de pernas para o r o culpado
só pode ser dele. Razão tinham os que fizeram a petição para o condenar
ao silêncio e à perda dos direitos políticos. E o pior de tudo é que mais logo
há mais!