Foto Jumento
Azulejos numa leitaria na Rua de São José, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Cartaxo-comum (Saxicola rubicola) [A. Cabral]
A mentira do dia d'O Jumento: Passos na versão Primavera/Verão
Dos submarinos para os petroleiros
O maior erro de Seguro
Foi já não ter dito que com Gaspar e Passos Coelho no governo não há diálogo com o PS. A isto chama-se tratar o cão com o pelo do próprio cão e é com canzoada que o PS está lidando.
Consenso?
Com negociantes de acções da SLN e com incompetentes não há espaço para consensos. Já não bastam eleições legislativas, o país está sem um governo competente e com boas intenções e sem um Presidente competente e sem conspiradores contra a democracia na sua equipa.
Desabafo indignado
«O que verdadeiramente indigna nos tempos que correm é a frieza, a insensibilidade, o descaramento e a desfaçatez. Já não vale sequer a pena repisar as mentiras ou a incompetência evidentes de quem governa, porque, sobre isso, já quase tudo se disse.
Ontem, na Assembleia da República, entre o namoro ao Partido Socialista e as contradições sobre a austeridade, Pedro Passos Coelho afirmava - sem se rir - que "estamos melhor hoje do que há dois anos". Não sei se essa é a realidade do primeiro-ministro, nem me interessa. O que verdadeiramente importa notar nesta constatação é a cegueira obsessiva do chefe do Governo com o dogma do "regresso ao mercado", ignorando por completo o rasto de destruição que consta do seu balanço político. Passos Coelho faz lembrar aquele ministro da propaganda iraquiano que, em Bagdad, com os tanques americanos atrás de si, continuava a berrar, contra todas as evidências, que o inimigo estava a ser dizimado.
Vejamos, pois, os factos. Em julho de 2011, a taxa de desemprego registada era de 12,3%. De acordo com o boletim de fevereiro deste ano do Eurostat, a cifra de desempregados em Portugal é a mais alta de sempre, atingindo os 17,5%. Em 2011, o montante da dívida pública era de 185,2 mil milhões de euros, que correspondiam a 108,3% do produto interno bruto (PIB). Em fevereiro deste ano, a trajetória continua a ser ascendente e significa já 126,3% do PIB, o que equivale a 209 mil milhões de euros. O défice, é certo que com recurso a receitas extraordinárias, fechou em 2011 nos 4,4%. No ano seguinte, fixou-se nos 6,4%. E, este ano, o valor estimado e contratado com os nossos credores após sucessivas revisões das metas é de 5%. As exportações, em 2011, conseguiram, apesar da crise internacional, um crescimento de 7,5%. As previsões do Governo para este ano são de uma subida de 0,8% das vendas ao exterior, o que quer dizer um arrefecimento brutal e, portanto, estagnação. Em 2011, Portugal registava um crescimento negativo de 1,7% do PIB. Dois anos depois, para 2013, as previsões apontam para uma recessão ainda maior, a que corresponde uma contração do PIB na casa dos 2,3%. Há dois anos, a fatura total de juros a pagar pelos portugueses a quem nos empresta dinheiro era de 6,9 mil milhões de euros. Em 2013, o valor aumenta e nós teremos de desembolsar, só de juros, 7,2 mil milhões a serem entregues aos credores. Isto para já não falar da espiral recessiva de que não se falava em 2011, do número de falências, da destruição de emprego e da economia, das novas bolsas de pobreza ou da fome "à séria" (tal como Passos Coelho disse ter havido nos anos 80) que existem hoje, da emigração ou das metas constantemente falhadas e incumpridas e que nos levam a constatar que todos os sacrifícios a que temos estado sujeitos têm sido em vão.
Porém nada disto importa a quem governa porque o fim do "regresso ao mercado" nos prazos previstos parece justificar todos os meios para que a meta, qual alfa e ómega da governação, seja alcançada. É verdade que os mercados desconfiam hoje bastante menos de nós do que em 2011. As taxas de juro associadas às obrigações do Tesouro emitidas a dez anos estão hoje nos 6,3%. Há dois anos, pouco antes de Portugal ter solicitado o resgate financeiro, as rendibilidades negociadas com os investidores para a mesma maturidade superavam os 10%.
Desse ponto de vista, e só desse, estamos de facto melhor do que em 2011, mas por exclusiva responsabilidade do BCE. Mas de que nos serve a credibilidade e a obediência cega ao dogma financeiro - mesmo que saibamos hoje que a folha de cálculo, o sacrossanto Excel, em que assentam os programas de austeridade do FMI está errada - se continuamos subservientes, submissos, sem soberania económica e financeira, incapazes de renegociar o óbvio apenas porque sim e, tão ou mais grave do que tudo isto, parecemos estar hoje mais perto do que nunca da tragédia de um segundo resgate?
Não sei se Passos Coelho, Vítor Gaspar, Durão Barroso, Christine Lagarde ou Mario Draghi comem credibilidade e juros da dívida. Mas o que sabemos, e à nossa custa, é que tal como "a intriga", a "retórica inflamada" ou "as jogadas políticas", também a benevolência dos mercados não acrescenta um cêntimo, nem cria emprego.
Já agora, o primeiro-ministro diz que não é "uma nova dose [de austeridade] que está na forja". E diz a seguir que "as medidas que aí vêm vão causar mais dor social ao País." Afinal, em que ficamos?» [DN]
Nuno Saraiva.
Jornalismo de puxar a brasa à nossa sardinha
«A dona Ermelinda, da minha rua em Benfica, tem uma panela de pressão Fagor. As panelas de pressão Fagor são espanholas e vendem-se muito em Portugal. E em Boston também, soube-se agora pelos irmãos Tamerlan e Dzhokhar. O mais velho, Tamerlan, tinha o hábito de usar um boné preto, de pala para os olhos. O caçula tinha boné branco, mas pala para trás, clássico. No meu bairro também há rapazes com bonés americanos. Olha, aproveitando aquilo das bombas na maratona, dava uma grande reportagem, aqui, com o Fagulhas, esse é pala sempre para trás, e o Tony do mercado, de pala à frente. É pena não serem irmãos, mas a coincidência é tremenda. Ainda por cima, o Fagulhas viveu em Boston. Quer dizer, não foi bem assim, mas quase: um primo é que esteve para ir para Newark e não teve visto. Nisto de reportagens precisamos de ser rigorosos, por isso não meto o Bertinho porque esse põe a pala de lado e não tenho nenhum checheno para comparar. Outra coisa que falha: por cá ninguém anda com panelas de pressão nas mochilas. Mas tendo chegado à fala com a dona Ermelinda, ela revelou-me: "Na mochila, não, mas quando fui comprar a minha Fagor ao Continente trouxe-a num saco de plástico." Parem as máquinas: tenho uma grande história! Num saco de plástico, dona Ermelinda? "Isso, e atrás vinha a minha cunhada com outra Fagor. Estavam em promoção", disse ela. Incrível, eram só cunhadas e não usavam boné, mas é uma história igualzinha à da América.» [DN]
Ferreira Fernandes.
Estradas às moscas
«A antiga Scut do Algarve, portajada desde o final de 2011, registou entre outubro e dezembro do ano passado um tráfego médio de 5.514 viaturas por dia, quando no mesmo período do ano anterior era de praticamente 10.600 viaturas (-44,4%).
Durante o último trimestre de 2012, o pico das quebras na Via do Infante verificou-se em novembro. Neste mês, comparando com o mesmo do ano anterior, circularam naquela antiga Scut menos 55,5% de viaturas (-6.215 viaturas diárias).
No mesmo período, a concessão Interior Norte (A24) registou uma quebra de 31%, com um TMD inferior a 3.700 viaturas (-1739), enquanto a concessão Beira Interior (A23) registou menos 35,8% no movimento diário, que reduziu para 5.188 viaturas (-3009).
Já a concessão da Beira Litoral e Alta (A25) viu o tráfego cair 27,9%, também em comparação ao quarto trimestre de 2011, cifrando-se num TMD de 7.811 viaturas (-3086).» [DN]
Parecer:
Mas que grande ajustamento!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gasparoika, se não fosse ele o que seria deste pobre país?»
Cavaco já regressou
«O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, regressou hoje a Portugal depois de uma viagem de cinco dias que o levou até à Colômbia e ao Peru.» [DN]
É uma pena, ninguém lhe sentiu a falta.
«O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, regressou hoje a Portugal depois de uma viagem de cinco dias que o levou até à Colômbia e ao Peru.» [DN]
Parecer:
É uma pena, ninguém lhe sentiu a falta.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco porque não ficou na América do Sul, poupava-se na viagem de regresso.»