segunda-feira, abril 22, 2013

Portugal visto por um investidor estrangeiro


Será que ter um passaporte VIP, contar com um governo quase de extrema-direita e salários cada vez mais baixos basta para atrair o investimento estrangeiro? Pelos resultados apresentados por este governo parece que não, o ministro Gasparoika ofereceu o país como banco de testes a professores pouco escrupulosos e nada rigorosos de Harvard e os resultados foram os que menos esperavam, espiral recessiva e queda brutal do investimento.
 
A verdade é que só os investidores loucos apostariam em Portugal e, tanto quanto se sabe, os investidores costumam ter tudo menos loucura. Que razões poderão atrair os investidores estrangeiros?
 
A estabilidade política? Pois, mas nunca Portugal teve tanta instabilidade e incerteza política, um presidente com letra pequena, uma coligação que faz lembrar um casal que se odeia mas não se divorcia porque pertencem à Opus Dei, um governo incompetente e odiado pelo povo.
 
Uma política económica competente? Pois, mas a política económica do Gasparoika costuma assentar em previsões que estão para a economia como a dança da chuva estava para a meteorologia, pior ainda, por força das probabilidades a dança da chuva acertava com alguma frequência enquanto o Gasparoika ainda não acertou uma na caixa.
 
O mercado interno? Uma boa parte das empresas que no passado investiam em Portugal contavam com as vendas no mercado interno para assegurar o escoamento de parte do produto  o que permitia uma mais fácil rentabilização do investimento. Agora Portugal ficou quase sem mercado interno por decisão de um Gasparoika que entende que o melhor povo do mundo deve ter fome, ser piolhoso e andar de alpargatas.
 
A paz social? Ninguém investe num país à beira de um colapso social, onde os governantes gozam com os parceiros sociais e despreza os acordos que com eles fizera, onde as decisões difíceis são sempre apontadas como culpa de alguns grupos sociais dado que o governo aposta no conflito entre portugueses para mais facilmente impor as suas políticas.
 
A qualificação dos trabalhadores? Qualquer investimento carece de trabalhadores qualificados e só esses justificam o investimento num país europeu, mas Portugal perde os seus melhores quadros cada vez mais empurrados para a emigração por governantes irresponsáveis. Mesmo que um investidor compense o empobrecimento forçado defendido pelo governo dificilmente consegue escapar à desvalorização fiscal.
 
A estabilidade dos custos? Sim, mas com este governo nunca se sabe quando o Gasparoika adopta um aumento brutal do IRS para compensar um dos seus famosos desvios colossais, tão colossais como a sua incompetência. De pouco serve ter uma redução da TSU ou do IRC se de repente tem de compensar com salários um aumento do IRS, para evitar a perda de trabalhadores que encontram vantagens na emigração.
 
Só um doido varrido investe em Portugal enquanto o país for governado por doidos, o nosso país merece tanta confiança dos investidores sérios como o Chipre da parte das máfias russas. Enfim, talvez estas encontre no país o paraíso que procuram, talvez comprem as Águas de Portugal e empreguem o Miguel Relvas.