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Colhereiro [A. Cabral]
Jumento do dia
Cavaco Silva
Cavaco Silva não fez nada de mal hoje e o problema de Cavaco é precisamente esse, tolhido pelo medo Cavaco Silva já não sabe o que fazer. Só alguém que não está na posse de todas as suas capacidades intelectuais escreve prefácios atacando o e-líder do principal partido da oposição.
Depois da forma como mandou o OE para o Tribunal Constitucional Cavaco ficou com pouca manobra, com a forma como recebeu Passos no seu regaço em vez de chamar Seguro a Belém Cavaco passou a ser um dos problemas da equação. A verdade é que a crise política grave em que o país está entrando tem três causadores, Passos Coelho que se porta como um banana, Vítor Gaspar que é o verdeiro primeiro-ministro e ideólogo do governo e Cavaco Silva que é o pai deste governo.
Durante mais de um ano Cavaco deve ter-se divertido com o seu partido a gozar com o PS. Durante mais de um ano Cavaco nada fez para controlar os excessos de Passos Coelho e o extremismo de Gaspar. Durante mais de um ano Cavaco deu cobertura às mentiras económicas do governo. Agora tem um governo de iniciativa presidencial a desfazer-se e incapaz de enfrentar a crise. A direita queria uma maioria e um presidente e conseguiu-o, tem um governo incompetente e um presidente incapaz, é a crise perfeita.
Ao país já não basta um governo de salvação nacional, precisa também de um presidente de salvação nacional pois com este não vai lá.
Uma pergunta a Durão Barroso e aos outros idiotas da troika
Só agora, depois de seis renegociações do memorando sem dar cavaco ao PS, é que reparou que além da direita havia mais um partido envolvido no compromisso do memorando? Só se lembrou do PS quando percebeu que a estratégia da troika tinha falhado em Portugal, por culpa não só do capataz que meteram no governo português como da incompetência técnica dos três palermas chefiados pelo Salassié.
Portugal (ainda e por enquanto) é um Estado de Direito
Isso significa que existe uma Constituição, isto é, a vida política do país não é gerida com base em papers de economistas medianos. Será que se esqueceram de ensinar coisas elementares como esta nas licenciaturas da Universidade Católica. Começo a achar que a licenciatura do Relvas era bem melhor do que a do Gaspar.
O governo de salvação nacional
Passos Coelho faz um OE contra tudo e contra todos, governa mais de um ano e meio ignorando a oposição e quando está em dificuldades, com um governo por remendar, vai a Belém e sai de lá mandatado para transformar o seu governo incompetente num governo de iniciativa presidencial que depois de um discurso de vingança contra todo um país e o seu povo deve ser convertido num governo de salvação nacional.
Cabe agora à oposição dizer que não alinha na estratégia de Cavaco Silva e o mínimo que se espera de Seguro é que diga que o PS não aceita negociar qualquer solução da qual façam parte Seguro e Gaspar ou que signifique um governo de iniciativa presidencial.
Em democracia não se aceita chantagens sobre a oposição.
Grave, grave
Cabe agora à oposição dizer que não alinha na estratégia de Cavaco Silva e o mínimo que se espera de Seguro é que diga que o PS não aceita negociar qualquer solução da qual façam parte Seguro e Gaspar ou que signifique um governo de iniciativa presidencial.
Em democracia não se aceita chantagens sobre a oposição.
Grave, grave
Não é a incompetência de Passos Coelho, essa já era conhecida. Grave, grave é que Cavaco é bem mais incompetente do que já se percebia quando foi eleito para um segundo mandato.
Porquê Seguro adiou uma posição para segunda?
Para poder ouvir os comentários de Sócrates na RTP.
A grande qualidade da comunicação de Passos Coelho
Foi termos ficado a saber o que e como pensa Vítor Gaspar.
A resposta do governo ao TC?
Cortar no Estado Social e atirar os pobres contra a Função Pública e o Tribunal Constitucional. O próximo passo desta direita ávida de uma guerra civil é arranjar alguém que venha sugerir em público que os juízes do TC decidiram em favor da protecção dos seus privilégios. Tudo vale para desprestigiar o TC e o professor Marcelo já começou a fazer o serviço na sua homilia dominical.
Tudo é tarde para Passos Coelho
«A porta abriu e dela saiu, disparado para a proclamação ao país, o primeiro-ministro. Infelizmente não há, como para mentirosos os detetores de mentiras, máquinas para detetar os dead men walking. Se houvesse tal máquina, tal como a rapidez de responder apanha os mentirosos, aquela precipitação para os microfones mostraria o morto em pé, o condenado a caminho do cadafalso. Não interessa qualquer análise ao discurso, tudo é tarde para Passos Coelho, primeiro-ministro. O País já não o espera mais. A 6 de junho de 2011, dia seguinte a Passos Coelho ter ganho as eleições, escrevi aqui que, dada a crise, era este o caminho: "as obrigações de hoje (e do resto dos dias da nossa dívida) exigem uma larga maioria", um Governo comprometendo todos, PSD, CDS e PS, numa responsabilidade comum. Cínico, eu reconhecia na crónica que ela era para ser lida "daqui a seis meses"... Hoje, nem diria "daqui a quase dois anos" porque sei que protagonistas como Passos não entenderam nada. E é ele que apela, agora, à responsabilidade conjunta dos "partidos do arco da governação"! Ele que não entendeu que a política conjunta teria servido para que uns vigiassem os outros, porque política é isso, acordos. A ter havido política, o cortar a direito à la Gaspar não teria existido. Continuando a crise, e até com ela piorada, a solução, sim, é a mesma, de conjunto. Mas há que passar por eleições, para lavar os partidos das nódoas reveladas.» [DN]
Ferreira Fernandes.
O triunfo do cansaço
«Numa célebre conferência sobre o inquietante destino da Europa, proferida em 1935, o grande filósofo judeu Edmund Husserl advertia: "O maior perigo da Europa é o cansaço." Ontem, o discurso do primeiro-ministro (PM) espelhou uma zangada fadiga. Em vez de usar a independência do Tribunal Constitucional (TC), traduzido no seu acórdão contra o OE, como um argumento de legitimidade democrática perante os credores, o Governo prefere transformar o TC no bode expiatório dos resultados negativos de uma governação que assumiu com alma e coração o ultimato dos credores em vez do interesse nacional. Ao recusar reconhecer que os maus resultados dos indicadores económicos se devem à falta de lucidez política e ao improviso técnico do programa de ajustamento, o PM mostra bem como o risco de falência que ameaça Portugal envolve não só as finanças públicas, mas as próprias instituições e valores democráticos. Ao longo dos últimos dois anos, este Governo desperdiçou todas as oportunidades de participar com voz própria no debate sobre o futuro da Zona Euro, tentando contribuir para uma frente de países capazes de fazer face à Alemanha e seus aliados. O Governo Merkel já mostrou que não percebe a força das razões. Seria necessário mostrar-lhe as razões da força em favor dos interesses europeus comuns. Mas nada disto acontece. Em Lisboa, mas também em Madrid, Paris e Roma, parece não existir um único estadista. O PM pede, ameaçadoramente, um consenso para continuar numa rota que consiste em colocar Portugal a fingir- -se de morto, sem pestanejar, perante as abomináveis exigências do diretório. Na fadiga da política, alimenta-se a crise com um novo e perigoso vigor.» [DN]
Viriato Soromenho-Marques.
«O governo colheu, em três dias, a grande tempestade formada pelos ventos que andou a semear durante quase dois anos. Na quarta-feira, o PS formalizou, através da apresentação de uma moção de censura, a ruptura completa com o rumo escolhido por Vítor Gaspar e Passos Coelho para o país tirar o pé da lama. Para trás, ficaram os tempos, não muitos distantes, da “abstenção violenta” com que o maior partido da oposição votou o Orçamento do Estado de 2012 ou a recusa de António José Seguro em envolver-se no pedido de inconstitucionalidade de normas do orçamento do ano anterior. Este distanciamento do PS foi, em grande parte, motivado pela arrogância do governo. Na quinta-feira, Miguel Relvas, o homem que transportou ao colo Passos Coelho até à liderança do PSD e, depois, até primeiro-ministro, como o próprio afirmou, e que tinha por missão coordenar o governo, foi obrigado, literalmente, a demitir-se por causa das irregularidades da “sua vida académica”, apesar das patéticas justificações que engendrou numa conferência de imprensa. Foi Passos Coelho que deixou arrastar, até apodrecer, o “caso Relvas”. Finalmente, na sexta-feira, como era previsível, para a generalidade da opinião pública e publicada, sobretudo tendo em conta decisões anteriores, o Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade de algumas normas do Orçamento do Estado em vigor. O Orçamento é da competência do governo, o Tribunal apenas verifica a sua conformidade com a lei, aliás a pedido, entre outros, pelo próprio Presidente da República. Se o governo já estava moribundo, sobrevivendo com a respiração boca a boca feita por Paulo Portas e ligação ao ventilador de Belém, a partir de sábado entrou em estado de coma.
A declaração de inconstitucionalidade de algumas normas do Orçamento do Estado, que paradoxalmente, parece ter apanhado o governo desprevenido, tem vários méritos, sobretudo na situação em que vivemos e no estado em que a Europa se encontra. Primeiro, revela uma prova de vida da nossa democracia, apesar das suas debilidades estruturais, que tanto se devem a governantes, que tomam o freio nos dentes como se o acto eleitoral legitimasse todos os desmandos, como a governados que abdicam dos seus direitos e deveres de participação democrática na vida pública; segundo, é uma excelente oportunidade para o governo mudar a política da “austeridade custe a quem custar”, que nos pauperiza em vão, afastando-nos cada vez mais do cumprimento dos nossos compromissos internacionais; terceiro, mostra à Alemanha (e ao FMI) que não chega ter uma duquesa de Mântua do agrado de Berlim para fazer da lei alemã a nossa cartilha; é preciso, também, que a medida do ajustamento que nos é exigido se conforme com a legalidade democrática e com a Constituição da República portuguesa, com o mesmo respeito que o governo alemão tem pela sua Constituição. Só assim é possível a difícil situação em que nos encontramos.
Contudo, é preocupante que um governo - este ou qualquer outro - num Estado democrático, perante uma decisão do Tribunal Constitucional, em linha com jurisprudência já firmada, sacuda a água do capote e atribua a outros responsabilidades que só ao governo cabem, como se o Orçamento tivesse sido elaborado no Palácio Ratton ou como se a nossa Carta Magna fosse alinhavada nas reuniões da troika com o ministro das Finanças. A encenação dramática feita pelo governo, no sábado, correndo para Belém, e a declaração do primeiro-ministro, no Domingo à tarde, atribuindo ao Tribunal Constitucional todos os males dos insucessos do governo, revelam bem a incapacidade do governo reconhecer o falhanço das suas políticas e de ter ignorado, com arrogância, por mais de uma vez, a Constituição da República, numa tentativa de a alterar por “facto consumado”.
Este governo está esgotado, mas vai manter a mesma linha de afundamento do país, com custos pesados para Portugal. Nesta situação, o que de pior nos pode acontecer é o líder do maior partido da oposição cair na tentação de repetir a fábula que Passos Coelho contou ao país, em 2011: que eleições antecipadas e um novo governo seriam suficientes para resolver a crise financeira e económica em que nos encontramos. Portugal precisa de um novo governo, mas sobretudo de soluções realistas e consistentes.» [i]
Tomás Vasques.
«A “narrativa” já está pronta para o dia em que o primeiro-ministro anunciar ter chegado “ao limite das suas forças” o que, a avaliar pela comunicação de ontem, não deve faltar muito. O governo estava a fazer tudo bem, cumpria os compromissos com “os nossos credores”, não falhava um número, um objectivo e uma estratégia, estava cheio de cuidados a atravessar a floresta, e depois veio o lobo mau e comeu-o.
O lobo mau tem diferentes personalidades: o que foi mais directamente visado foi o Tribunal Constitucional, que se recusou a suspender a Constituição em nome do mandamento de que “em tempo de excepção as nações podem precisar de respostas excepcionais” [sic]. Falando a partir de um Olimpo imaginário, Passos Coelho decidiu tomar-nos a todos por parvos e desfiou um rosário de bondades e sucessos do programa da troika, apenas posto agora em causa por causa do famigerado Tribunal Constitucional.
Mas há também o lobo mau de Belém que cometeu a indelicadeza de utilizar um dos seus poderes - aliás, cheio de timidez, porque o deveria ter feito previamente - que foi o de enviar o Orçamento do Estado para fiscalização sucessiva. O lobo mau de Belém também não esteve à altura das “circunstâncias excepcionais”, pelos vistos, e Passos decidiu fazer-lhe uma visita inopinada num sábado à tarde para obter um comunicado gélido onde o lobo mau de Belém escreveu o óbvio ululante: o governo mantém legitimidade política. Ao ameaçar ontem que o programa da troika vai para o espaço sem o “compromisso duradouro” dos “órgãos de soberania” e dos “partidos do arco da governabilidade”, o chefe de um governo detentor de maioria absoluta traça o seu destino e escreve a narrativa a apresentar depois. A culpa da queda do governo - e do segundo resgate, que não precisava dos juízes para se fazer anunciar - é do Tribunal Constitucional, do Presidente da República e do maior partido da oposição que assinou o Memorando e recentemente descolou.
A vitimização de Passos Coelho foi um espectáculo pouco edificante. O primeiro-ministro já só está em funções em corpo - o espírito já voou para outras paragens. Aliás, do ponto de vista do interesse meramente partidário, é mais útil ao PSD demitir- -se já, desencadeando eleições antecipadas - enquanto o PS não está suficientemente forte - do que daqui a dois anos, com tudo de pantanas, Portugal igual à Grécia e o risco de pasokização nas urnas. Já ninguém precisa de gritar “demissão já”. O primeiro-ministro já a interiorizou.» [i]
Autor:
Ana Sá Lopes.
Just say no
«O economista e prémio Nobel Paul Krugman voltou a criticar as medidas de austeridade na Europa, aconselhando Portugal a simplesmente dizer que “Não”.
Numa pequena nota escrita no blogue no domingo, a que deu o título de “Just Say Nao”, o economista assinalou a chegada “do dedo da instabilidade” a Portugal, com “o Governo a propor, claro, a cura das questões com Mais Austeridade”.
Krugman – que tem-se manifestado contra as políticas de austeridade na Europa - diz no entanto que escreverá mais sobre o assunto, a que chamou “a próxima fase da crise europeia”, ainda hoje.» [i]
Parecer:
Mas quem é o Krugman ao lado do nosso brilhante melhor aluno da turma.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
Não ficou para semente de repolho
«A ex-primeira ministra britânica Margaret Thathcher, 87 anos, morreu hoje, anunciou o seu porta-voz.» [DN]
Sem comentários.
«A ex-primeira ministra britânica Margaret Thathcher, 87 anos, morreu hoje, anunciou o seu porta-voz.» [DN]
Parecer:
Sem comentários.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que a terra lhe seja leve.»
Outra vez o bardamerda do O
«A Comissão Europeia apelou esta segunda-feira, 8 de Abril, para que o Governo português anuncie “rapidamente” as medidas que vai tomar para substituir as que foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional, avisando que antes destas serem analisadas pela troika não haverá lugar ao desembolso da próxima tranche do empréstimo a Portugal.
O alerta foi deixado por Simon O’Connor, porta-voz do comissário Olli Rehn, que reiterou as declarações ontem publicadas num comunicado da Comissão Europeia, que reagiu ao chumbo de quatro normas do Orçamento do Estado por parte do Tribunal Constitucional.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Este bardamerda começa a enjoar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o amigo do Gaspar para o tal sítio.»
Manda quem pode
«O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, pediu novas medidas ao Governo português e defendeu que este deve respeitar as suas obrigações financeiras para com os credores internacionais.» [JN]
Parecer:
E obedece quem deve.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Vítor Gaspar.»