quarta-feira, abril 17, 2013

Jumento do Dia

  
Seguro
 
Se os imbecis da troika, o Passos ou o Gaspar fossem jogadores de xadrez seriam iniciados e a jogada combinada da carta e da reunião com seguro seria o típico xeque-mate pastor, uma saída com que os iniciados costumam tentar ganhar em cinco jogadas. O pior é que há um certo risco de Seguro cair, o líder do PS gosta de ser tratado como um político responsável, às vezes lembra os meninos a brincar aos papás e às mamãs.

A verdade é que já se sabia desta jogada, bastava ter pensado uns segundos. A troika percebeu que o novo Estado novo do gasparismo não iria poder suspender a democracia, até porque, pelo menos até aqui, a UE exige que os seus membros sejam estados democráticos, ainda que ultimamente esteja a ensaiar uma fascismo tecnocrático, projecto que já falhou em Itália e está á beira de levar Portugal ao colapso.

É evidente que um projecto de destruição do Estado Social em vários anos só poderia ser lançado com o apoio de todos os partidos dessa coisa absurda a que chamam arco da governação. A verdade é que enquanto o PS não contou nas sondagens os três imbecis da troika defecaram em cima de Seguro, agora que perceberam que estão apoiados num governo cada vez mais fantoche lembraram-se de que existe o PS.

De repente Passos é dialogante e até quer reunir-se com Seguro no mesmo dia em que a troika o vai fazer, um Seguro que até aqui foi desprezado tem uma agenda preenchidíssma, só falta o Fernando Lima da Presidência da República, convidá-lo para uma bica num conhecido e discreto café da Av. de Roma.

Se Seguro aceitar reunir com Passos Coelho dando a mão ao ventríloquo de Vítor Gaspar está dizendo que andou a brincar às moções de censura e às eleições antecipadas. Em relação ao pedido de reunião que lhe foi feito pela troika Seguro deveria ter colocado duas condições, negociar com base no memorando inicial  que nunca foi renegociado com o PS enquanto uma das partes que o assinou e exigir que a troika explicasse se a destruição do Estado social passou a ser necessário de repente ou é uma consequência de um desastre provocado por uma política combinada em segredo entre a troika e o governo.

Se o governo não tem a noção da dignidade social, então que seja Seguro a romper com uma direita que defende que um país sem dinheiro não tem dignidade, aproveitando-se da situação para se vingar de trinta anos de democracia.
 
A chantagem que a troika faz com Portugal também tem o seu ponto fraco, como podem os três imbecis explicar ao mundo que aquele que há um mês era um caso de sucesso e a prova do seu brilhantismo intelectual está, afinal, à beira do precipício  No dia em que a troika suspender o envio da ajuda está obrigando Portugal a reestruturar a sua dívida sem qualquer negociação no quadro da Europa, isso significa uma crise financeira em larga escala na Europa e um prejuízo bem superior ao que a Europa consegue destruindo Portugal.
 
Portugal não está em condições de fazer grande exigências, mas a Europa também não está e tem de assumir a responsabilidade pela incompetência dos seus técnicos, pelas jogadas de bastidores que fizeram em Portugal, pelo desrespeito do memorando que assinou com Portugal. A Europa não está a fazer um favor a Portugal alargando os prazos, está-se assegurando que depois de ter destruído o país ainda vai receber o seu dinheiro.
 
Cabe a Seguro dizer aos três paspalhões da troika que acabou a brincadeira, que Portugal deixou de ser um campo de testes dos neo-nazis dos gabinetes de Frankfurt e que ressumiu o estatuto de membro de pleno direito da UE, onde todos os Estado são tratados por igual. A esta hora já Seguro devia ter informado a troika de que a palhaçada acabou, Portugal é um país livre e independente há muitos mais anos do que a Alemanha da Merkel ou a Etiópia de Salassie. Não é este Salassie que pode vir a Portugal fazer pressão sobre a democracia para poder encobrir a incompetência e responsabilidades próprias no desastre português.
 
Quanto a Passos Coelho depois de ter dito á troika o que ia fazer então que faça, que o faça no tal prazo de um mês respeitando a Constituição. Tem maioria absoluta e a Constituição é menos secreta do que as suas cartas para a troika.