quinta-feira, abril 25, 2013

Jumento do Dia


  
Cavaco Silva, "p"residente da República


Aquilo a que Portugal assistiu nas comemorações do dia 25 de Abril não foi o discursos equilibrado e de defesa da unidade nacional proferido por um Presidente da República, aquilo a que um país estupefacto e surpreendido viu foi um comício da direita conservadora, bem mais à direita do que os velhos discursos de vitória das maiorias absolutas, quando o PSD enchia a Fonte Luminosa.
  
Se a Presidência da República, agora mais pequena na sua dimensão política do que avizinha junta de Freguesia de Belém, tivesse encomendado o discurso a um assessor de Passos Coelho teria feito um discurso mais equilibrado e com pontes para o diálogo e para o consenso. Mas Cavaco optou por um discurso extremista, pela defesa da destruição incondicional do Estado Social e a chantagem moral sobre a oposição.
 
Este foi o pior discurso proferido por alguém no desempenho do cargo de Presidente da República, um discurso paupérrimo, fraco no plano intelectual, sem dimensão ética ou política, impróprio para quem representa todos os portugueses, revelando uma incoerência inaceitável no cargo. Este é um presidente que dá sinais óbvios de acantonamento na direita, sinal da sua fraca dimensão política, aquilo que o país viu não foi um Presidente a falar para o país, foi a Dona Maria a desancar na cozinheira porque lhe queimou os carapaus que estavam a frita.
 
Este discurso não surpreende, primeiro atacou o PS e um ex-primeiro-ministro do PS no prefácio de um livro que alguns compram a título de frete, agora estendeu o seu ódio ao PS ao seu líder actual, sinal de frustração. Frustração não só porque Seguro não lhe tem sido obediente, mas acima de tudo por se estar a sentir destruído pelas entrevistas de José Sócrates.
 
Cavaco Silva é um político que já morreu mas insiste em fugir ao seu enterro até ao fim do seu mandato. Se o seu fim foi anunciado pelo seu discurso de vitória, acabou por ser José Sócrates a destrui-lo de vez. Cavaco Silva é um político pequeno e sem dimensão para o cargo, é incapaz de distinguir pos seus sentimentos pessoais dos de presidente e tenta transformar os seus ódios pessoais em ódios nacionais.
 
José Sócrates conhece Cavaco como pouco e tem o condão de irritar Cavaco, irritava-o quando o elogiava, irritava-o quando lhe recusou o protagonismo que Cavaco pretendia, irrita-o agora dizendo o que todos pensam mas poucos dizem, desmonta-o enquanto ser humano, enquanto político e enquanto “p”residente da República.
 
Cavaco recusou-o a comentar as acusações de Sócrates porque enquanto “p”residente não comenta comentadores, mas não resistiu ao ódio e optou por vestir-se como líder da direita para poder atacar indirectamente José Sócrates. Como uma vez lhe disse Defensor de Moura este “p”residente não olha as pessoas nos olhos e como não parece ser capaz de enfrentar José Sócrates olhando-o nos olhos e respondendo às acusações graves que lhe fez, optou por se vingar no PS.
 
Cavaco demitiu-se hoje de Presidente da República, vestiu o fato de militante da ala direita do PSD e conduziu o país à beira da rotura. Cavaco Silva destruiu a unidade nacional e será responsabilizado pelos portugueses, se queria ficar na história acabaou de o conseguir, da pior forma mas é um facto que o rapaz do Poço de Boliqueime cumpriu o deu destino triste.
 
É uma vergonha para muitos democratas que Cavaco Silva, o antigo accionista da SLN e cliente de Oliveira e Costa, tenha escolhido o dia 25 de Abril para fazer um discurso destes. Deveria tê-lo reservado para a próxima reunião do conselho nacional do PSD.