Cavaco Silva, "p"residente da República
Aquilo
a que Portugal assistiu nas comemorações do dia 25 de Abril não foi o discursos
equilibrado e de defesa da unidade nacional proferido por um Presidente da República,
aquilo a que um país estupefacto e surpreendido viu foi um comício da direita conservadora,
bem mais à direita do que os velhos discursos de vitória das maiorias
absolutas, quando o PSD enchia a Fonte Luminosa.
Se a
Presidência da República, agora mais pequena na sua dimensão política do que
avizinha junta de Freguesia de Belém, tivesse encomendado o discurso a um
assessor de Passos Coelho teria feito um discurso mais equilibrado e com pontes
para o diálogo e para o consenso. Mas Cavaco optou por um discurso extremista,
pela defesa da destruição incondicional do Estado Social e a chantagem moral
sobre a oposição.
Este
foi o pior discurso proferido por alguém no desempenho do cargo de Presidente
da República, um discurso paupérrimo, fraco no plano intelectual, sem dimensão ética
ou política, impróprio para quem representa todos os portugueses, revelando uma
incoerência inaceitável no cargo. Este é um presidente que dá sinais óbvios de
acantonamento na direita, sinal da sua fraca dimensão política, aquilo que o país
viu não foi um Presidente a falar para o país, foi a Dona Maria a desancar na
cozinheira porque lhe queimou os carapaus que estavam a frita.
Este
discurso não surpreende, primeiro atacou o PS e um ex-primeiro-ministro do PS
no prefácio de um livro que alguns compram a título de frete, agora estendeu o
seu ódio ao PS ao seu líder actual, sinal de frustração. Frustração não só
porque Seguro não lhe tem sido obediente, mas acima de tudo por se estar a
sentir destruído pelas entrevistas de José Sócrates.
Cavaco
Silva é um político que já morreu mas insiste em fugir ao seu enterro até ao
fim do seu mandato. Se o seu fim foi anunciado pelo seu discurso de vitória,
acabou por ser José Sócrates a destrui-lo de vez. Cavaco Silva é um político
pequeno e sem dimensão para o cargo, é incapaz de distinguir pos seus
sentimentos pessoais dos de presidente e tenta transformar os seus ódios
pessoais em ódios nacionais.
José
Sócrates conhece Cavaco como pouco e tem o condão de irritar Cavaco, irritava-o
quando o elogiava, irritava-o quando lhe recusou o protagonismo que Cavaco
pretendia, irrita-o agora dizendo o que todos pensam mas poucos dizem,
desmonta-o enquanto ser humano, enquanto político e enquanto “p”residente da
República.
Cavaco
recusou-o a comentar as acusações de Sócrates porque enquanto “p”residente não
comenta comentadores, mas não resistiu ao ódio e optou por vestir-se como líder
da direita para poder atacar indirectamente José Sócrates. Como uma vez lhe
disse Defensor de Moura este “p”residente não olha as pessoas nos olhos e como
não parece ser capaz de enfrentar José Sócrates olhando-o nos olhos e
respondendo às acusações graves que lhe fez, optou por se vingar no PS.
Cavaco
demitiu-se hoje de Presidente da República, vestiu o fato de militante da ala
direita do PSD e conduziu o país à beira da rotura. Cavaco Silva destruiu a
unidade nacional e será responsabilizado pelos portugueses, se queria ficar na
história acabaou de o conseguir, da pior forma mas é um facto que o rapaz do
Poço de Boliqueime cumpriu o deu destino triste.
É uma vergonha para muitos democratas que Cavaco Silva, o antigo accionista da SLN e cliente de Oliveira e Costa, tenha escolhido o dia 25 de Abril para fazer um discurso destes. Deveria tê-lo reservado para a próxima reunião do conselho nacional do PSD.
É uma vergonha para muitos democratas que Cavaco Silva, o antigo accionista da SLN e cliente de Oliveira e Costa, tenha escolhido o dia 25 de Abril para fazer um discurso destes. Deveria tê-lo reservado para a próxima reunião do conselho nacional do PSD.