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Jumento do dia
Vítor Gaspar, príncipe regente
Aí está a grande vingança: ai os juízes do TC decidiram chatear o Gaspar? Então levam com uma tabela salarial única para aprenderem!
Gaspar falha todas as metas do OE tal como o concebeu e agora disfarça a sua incompetência vingando-se do estado e dos funcionários públicos. Se este incompetente não for demitido urgentemente vai destruir o país.
PS: Vítor Gaspar há muito que deixou de ser ministro das Finanças. na verdade ele é uma espécie de príncipe regente, já que o primeiro-ministro evidencia sinais evidentes de debilidade, até pensa que é primeiro-ministro e comporta-se como tal, vejam lá!
«O primeiro-ministro afirmou em carta à 'troika' que a criação de uma tabela salarial única e a convergência da lei laboral e dos sistemas de pensões público e privado são opções para compensar a inconstitucionalidade de normas orçamentais.
"As opções podem incluir a aplicação de uma tabela salarial única, a convergência da legislação laboral e dos sistemas de pensões do setor público e privado", escreveu Pedro Passos Coelho, numa carta enviada na quinta-feira ao Fundo Monetário Internacional (FMI), à Comissão Europeia (CE) e ao Banco Central Europeu (BCE), a que a agência Lusa teve acesso.» [DN]
«O primeiro-ministro dramatizou ao máximo os danos provocados pelo Tribunal Constitucional (TC) na execução orçamental e na credibilidade do país na sua tentativa de regressar aos mercados, mas a verdade é que, uma semana antes da deliberação dos juízes, já era evidente que a política seguida pelo Governo nas Finanças Públicas e na economia iria conduzir a um fracasso no cumprimento das novas metas orçamentais (um défice de 5,5% este ano em vez de 4,5%).
No final de março, essa folga de quase 1.500 milhões de euros no défice nominal atribuída pela troika na sétima avaliação já tinha sido totalmente violada. Claro que a decisão do TC veio agudizar a situação, tendo o Governo aproveitado para ensaiar um discurso do tudo ou nada em relação à urgência de cortar mais na despesa pública, algo que iria fazer mais tarde ou mais cedo este ano por causa do agravamento da recessão.
Com base em dados do próprio Governo e do Instituto Nacional de Estatística (INE), a 28 de março último ficou provado que o défice real (o ponto de partida verdadeiro para a consolidação orçamental deste ano) é de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) – é o valor oficial que foi enviado pelo INE ao Eurostat - e não os 6% apresentados pelo ministro das Finanças a 15 de março, na apresentação das conclusões da sétima avaliação da troika.
Ou seja, logo aqui existe um efeito de arrastamento na ordem dos 0,4 pontos percentuais do PIB. O valor em causa (que diz respeito a uma derrapagem gerada nas contas de 2012) rondará, a preços do ano passado, 661,6 milhões de euros, o desvio detetado que começa a comer a folga de 1.481 milhões de euros concedida pela missão externa por considerar que o país tem cumprido com o calendário das medidas de austeridade e das reformas e porque há uma parte da derrapagem que deve-se à envolvente externa – não é atribuível a um mau desempenho do Governo ou das Finanças.» [DN]
Músicas para os dias que correm
Pedro Barroso - "Os caciques e o povo trabalhador" do álbum "Lutas Velhas, Canto Novo" (LP 1976)
Cavaco Silva
Pela primeira vez na história da democracia a República tem um Presidente mais fraco, mais ausente , mais incompetente e com menos categoria do que D. Duarte, herdeiro do trono português. O senhor Silva do Poço de Boliqueime não chega aos calcanhares de D. Duarte de Bragança.
Dúvida
Antes de escrever à troika dizendo as medidas que ia adoptar e antes de o seu príncipe regente Gaspar ir a Bruxelas o que faz de conta que é primeiro ministro comunicou mais esta pinochetada orçamental ao outro senhor que desempenha o cargo de Presidente da República?
Dúvida
O Gaspar é ministro das Finanças ou assessor na embaixada da Alemanha?
Diz que é uma espécie de Gaspar
«E ao sétimo dia, Passos descansou. Depois de uma semana inteirinha de originalidade, em que um ministro - braço direito do chefe - se arrastou, demissionário, pelos corredores da governação, eis que o primeiro-ministro tira da cartola, não um, mas dois ministros de currículo académico inquestionável. E, deste ponto de vista mesquinho, podemos dizer que esta é a suprema ironia para com o dr. Relvas.
Importa porém relevar deste ajustamento governamental algumas notas. Desde logo o facto de Pedro Passos Coelho ter reduzido o CDS à sua insignificância. Depois de mais de uma semana a ouvir altos dirigentes do partido de Paulo Portas a reclamarem em público uma remodelação profunda e a substituição do ministro da Economia, o primeiro-ministro ignorou a pressão, fez um remendo e manteve Álvaro Santos Pereira no Governo. Mesmo que nos custe a entender o que é que ainda prende Álvaro à mesa do orçamento, tal é o vazio de competências a que já foi sujeito. Mas, talvez mais cedo que tarde, Paulo Portas, que não tem memória curta, perca a paciência com as afrontas sucessivas e obrigue o primeiro-ministro a engolir a célebre declaração, deixada cair em entrevista à RTP - ainda como vingança da TSU-, de que o número dois do Governo era não o líder do CDS mas Vítor Gaspar.
Por outro lado, por mais justificações e desculpas esfarrapadas que possam arranjar-se, ficou à vista de toda a gente a dificuldade de Passos Coelho seduzir quem ainda esteja disposto a sacrificar-se, mesmo que em nome da pátria, e aceite integrar um governo cada vez mais parecido com o Titanic. É verdade que Luís Marques Guedes já era quase ministro e ninguém duvida da sua competência de tarimba feita desde os idos do cavaquismo. Ninguém questionará também a superior qualidade intelectual que Miguel Poiares Maduro acrescentará ao Governo. Mas o que estes nomes confirmam, somados aos dos novos secretários de Estado, Pedro Lomba e Cardoso da Costa, conhecidos cavaquistas, é que, de facto, a coligação governamental foi alargada ao Palácio de Belém e Cavaco Silva é mesmo, mais do que nunca, a "mão por detrás do arbusto".
Porém, e apesar das reservas públicas ao rumo das políticas governamentais e das críticas à atuação europeia na resposta à crise, o Presidente da República não teve, ou não quis ter, a força suficiente para fazer perceber ao primeiro-ministro que o maior e mais grave problema do Governo chama-se Vítor Gaspar. É certo que, por definição, os ministros das Finanças não são remodeláveis, sobretudo em contexto de emergência financeira como aquele que vivemos. Mas como pode alguém que não acerta uma previsão que seja, que faz dois Orçamentos feridos de inconstitucionalidade, que é responsável pela maior tragédia económica e social que o País alguma vez enfrentou, que com apenas dois meses de execução orçamental já teve de rever por duas vezes as metas do défice, continuar a ser apresentado como um joker e o grande fator de credibilização nacional?
Se dúvidas houvesse, o primeiro-ministro deixou claro que, apesar de a parede estar bem à frente dos nossos olhos, prefere continuar ideologicamente a acelerar a grande velocidade contra ela. É essa a única leitura possível do reforço de poder político de Vítor Gaspar no Governo, por oposição à cada vez menor influência e importância de Álvaro Santos Pereira.
Esta microrremodelação e as suas consequências são, aliás, coerentes com a comunicação ao País do dia 7 deste mês, em que Passos Coelho alegava, a propósito do chumbo do Tribunal Constitucional (TC) a quatro normas do Orçamento do Estado, que agora estava obrigado a explicar-se à troika. Ao que parece, o primeiro-ministro tem falado pouco com o seu novo ministro adjunto, ou teria percebido que, embora discordando do acórdão do TC, Miguel Poiares Maduro sugeria na sua página do Facebook, entre outras hipóteses, que a solução para Portugal passa, não pela subserviência e o servilismo com os credores, mas pela capacidade de impor a óbvia renegociação do memorando - acrescento eu, introduzindo medidas que estimulem o investimento e o crescimento económico - ou pela ameaça de incumprimento do dito programa de ajustamento.
Mas, pelos vistos, o chefe do Governo sente-se confortável no papel de diretor-geral da troika em Portugal e o ministro das Finanças orgulhoso da função, que exerce com garbo, de embaixador do BCE e da Alemanha em Lisboa. Tudo isto com a cumplicidade cada vez mais evidente do Presidente da República.» [DN]
Nuno Saraiva.