sexta-feira, abril 19, 2013

Este país é um halloweenódromo


A celebração do Halloween não só se tornou uma moda como até parece que em Portugal é Halloween todos os dias do anos, não há dia em que não nos cruzemos com um morto-vivo ou com uma alma penada e já nem damos por isso, já não distinguimos os do mundo dos vivos do mundo dos mortos, aquela tal linha que os separa desapareceu. Se calhar foi uma vingança dos deuses pelo fim do feriado no Dia de Todos os Santos, sem serem encaminhadas para o além pelas nossas preces as almas penadas acabam por se tornarem em sem-abrigos na vida política portuguesa.
 
Veja-se o caso de Cavaco Silva, hoje nem conseguiria ganhar a junta de freguesia de Belém, poucos portugueses se revêm nele, os que votaram na sua candidatura insinuam agora que se abstiveram como se sentissem culpados de algo muito grave, depois de um seu braço-direita ter andado a conspirar contra a democracia ninguém vê dele o grande defensor dessa democracia. Nestas condições um presidente só o é formalmente, tornou-se um cadáver político, uma alma que terá de exibir os seus pecados até ao fim do seu mandato e quando o seu óleo constar na galeria dos presidentes finados todos os apontarão a dedo como aquele, o tal, aquele que.

Basta ligarmos uma televisão para nos sentirmos no Halloween luso, é uma verdadeira procissão de almas penadas, políticos finados e sem futuro, rejeitados pelos portugueses “morreram” ainda antes de terem nascido, é o caso de “santinhos” deste cemitério luso como o professor Marcelo, o campeão nacional da natação entre cagalhões, ou de Marques Mendes.
 
Como em Portugal o Dia das Bruxas são todos os dias já está a ser preparada uma noite extra desta celebração para as próximas eleições autárquicas, foram a uns cemitérios reavivar os cadáveres, deram-lhes umas pinceladas de pó de arroz e agora querem apresenta-los como debutantes virgens nos bailes de outras autarquias. No Porto deambula um cadáver que em condições normais deveria ter sido um nado-morto mas insiste em recusar a cova, em Lisboa puseram um cadáver do cemitério de Sintra, do cemitério de Santarém seguiu um cadáver para Oeiras. Enfim, nestes tempos difíceis para a CP os seus comboios encontraram nova forma de rentabilização com as carruagens funerárias.

E o que dizer deste brilhante governo merkeliano todo ele um cadáver putrefacto que há muito que morreu e recusa ser enterrado. Tem um ministro das Finanças que não acerta uma para a caixa, que falha tudo, que tem sido um desastre mas o Passos Coelho insiste no seu “melhor aluno da turma”. Tem uma alma penada que já morreu há muito mas o Passos Coelho ainda não sabe se lhe há-de fazer o funeral em Lisboa ou se opta pela cremação em Vancouver. O próprio Passos Coelho que morreu no dia em que escolheu o Gasparoika ainda não percebeu que já devia estar enterrado, uma prova de que não ocorreu um aumento de QI na transformação em morto-vivo.
  
Este país está transformado no imenso hallowenódromo, mal saímos à rua corremos um sério risco de ser atropelado por um morto-vivo, aliás, todo o país está a ser atropelado e cilindrado pela alma penada de um governo que só ainda não foi enterrado porque aquele que deveria ser o seu coveiro também deu em alma penada.