O pensamento político de Passos Coelho está ao nível do
velho anúncio da aguardente nova, ai não há aldeia Nova? Então saia um pastel
de bacalhau. Sempre que de alguma forma o país rejeita um dos pontos do
programa do Estado Novo de Vítor Gaspar e do BCE avança logo com outra medida
que já estava em carteira. Se o país não aceitou o golpe da TSU levou um
aumento brutal do IRS, se o TC rejeitou o corte dos subsídios recorre-se a um
corte de salários equivalente que no passado já foi considerado
inconstitucional. O país deixou de ser governado pelos portugueses, o governo
português não passa de uma seita de capatazes do BCE que aceitam trair o seu país
para salvar o euro.
Num governo de um primeiro-ministro verde fica bem um
ministro Maduro, o problema é que neste governo não faz sentido um ministro com
funções de coordenação política, neste governo há uma coordenação financeira e
quem manda não é o primeiro-ministro mas sim o Gaspar. Aliás, a escolha de Maduro
é interessante pois não é o oposto do Relvas como muitos dizem, o novo ministro
é o oposto do Gaspar, é mesmo tudo o que o Gaspar gostava de ser, um tem
classe, o outro não passa de um funcionário bem sucedido com algumas cunhas no
BCE. O Maduro brilha, o Gaspar é uma lamparina. O problema vai ser quando
Maduro perceber que está a mais num governo onde todos deverão ser ou parecer
imbecis para que a lamparina possa brilhar na escuridão que a rodeia.
Vítor Gaspar está à beira de se transformar no caso Gaspar, é
detestado no país, no governo e no PSD mas é mantido no governo como se fosse
um guarda-livros designado pelo imperador César para a Lusitânia ocupada. Outra
personalidade que começa a ser um caso é Cavaco Silva, depois do desaparecimento
multiplicaram-se as aparições dos discípulos de Belém a desancar num governo que se assume como
sendo afilhado presidencial.
Depois de ter pedido uma remodelação no governo que se saldou pela multiplicação dos pãezinhos, com um Relvas falso doutor a ser substituído por dois doutores a sério, Paulo Portas achou que tinha mai que fazer do que ir à posse dos relvinhas, até porque corria um sério risco de ter ao seu lado o seu grande amigo Álvaro. Fica-se à espera de saber o que diz o senhor da Unicer.