No domingo há novo comentário de Sócrates
É certo e sabido que Cavaco vai vingar-se em Seguro na próxima semana.
Governo de Passos infiltrado por socráticos duvidosos
Perante o escândalo dos negócios com dinheiro de empresas públicas a estratégia dos spin do PSD é passar a mensagem de que os negócios são do tempo de Sócrates. Como este governo tem ou tinha pelo menos quatro secretários de Estado envolvidos no negócio é caso para dizer que está infiltrado por perigosos socráticos. Um dia destes, quando tiverem de responder pelo desastre económico a que conduziram o país ainda vão sugerir que a escolha do Gaspar terá sido uma sugestão de José Sócrates.
Sócrates é o Vasco Gonçalves do século XXI, tudo o que venha a suceder até 2050 é culpa dele.
Cavaco "swap"
«2011: Precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI.
2013: É indiscutível que a execução do Programa tem revelado consequências gravosas, que se fazem sentir duramente no dia a dia dos portugueses, em especial daqueles que não têm emprego. Mas, com idêntica imparcialidade, devemos também reconhecer os objetivos alcançados.
2011: Sem crescimento económico, os custos sociais da consolidação orçamental serão insuportáveis.
2013: Do mesmo modo que não se pode negar o facto de os portugueses estarem cansados de austeridade, não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos.
2011: Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo. Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos.
2013: O efeito recessivo das medidas de austeridade inicialmente estabelecidas revelou-se superior ao previsto, provavelmente por falhas nas estimativas. A esse efeito somou-se uma conjuntura económica europeia mais adversa do que era esperado.
2011: É imperativo melhorar a qualidade das políticas públicas. Em particular, é fundamental que todas as decisões do Estado sejam devida e atempadamente avaliadas, em termos da sua eficiência económica e social, do seu impacto nas empresas e na competitividade da economia, e das suas consequências financeiras presentes e futuras. Não podemos correr o risco de prosseguir políticas públicas baseadas no instinto ou em mero voluntarismo.
2013: O impacto recessivo das medidas de austeridade e a revisão, para pior, da conjuntura internacional têm afetado de forma muito significativa o esforço de consolidação orçamental, nomeadamente a redução do défice e a contenção do crescimento da dívida pública.
2011: Este quadro afetará negativamente o crescimento económico e a qualidade de vida das famílias, a não ser que os responsáveis políticos, económicos e financeiros correspondam, com firmeza e sem ambiguidades, à obrigação que têm de libertar o País desta situação.
2013: Reafirmo a minha profunda convicção de que Portugal não está em condições de juntar uma grave crise política à crise económica e social em que está mergulhado. Regrediríamos para uma situação pior do que aquela em que nos encontramos.
2011: É necessário que um sobressalto cívico faça despertar os portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos. (...) É altura de os Portugueses despertarem da letargia em que têm vivido e perceberem claramente que só uma grande mobilização da sociedade civil permitirá garantir um rumo de futuro para a legítima ambição de nos aproximarmos do nível de desenvolvimento dos países mais avançados da União Europeia.
(2011: discurso de tomada de posse do PR, 9 de março; 2013: discurso 25 de abril)» [DN]
Fernanda Câncio.
Uma citação bem a propósito
«De uma nação situacionista - é ouvir a apoteose que acolheu Marcelo Caetano no estádio de Alvalade, semanas antes do 25 de Abril -, passámos para um país citacionista - basta ouvir os discursos de ontem no Parlamento. "Comecei a ver há minutos as comemorações na AR e já ouvi citar Shakespeare, Kant, Jaspers, Habermas, entre outros. Não é por falta de erudição que estamos onde estamos...", escrevia no seu blogue, a quente, Medeiros Ferreira, uma das poucas pessoas que conheço capaz de saber quem foram os muitos ontem trazidos aos discursos. Citar génios misturados em textos nossos é imprudente: traz o risco de que seja notório que o bom do discurso não seja nosso e o que é nosso não seja bom. Dito isto (até a última frase, que citei já não sei de quem), há que dizer que trazer o Henrique V, de Shakespeare, para o debate político português (citação feita pelo deputado Carlos Abreu Amorim) foi particularmente oportuno. Na peça de Shakespeare, como enquadrou o deputado, o rei inglês passeou-se, embuçado, entre os seus soldados, antes de uma das batalhas da Guerra dos Cem Anos - quem mandava, Henrique V, queria conhecer quem ia comandar. Claro, o discurso não apelava para igual truque dos governantes portugueses, mas destapou uma das feridas mais graves da nossa democracia: por vezes é nauseante ver como os de cima ignoram tudo sobre os de baixo.» [DN]
Ferreira Fernandes.
«Apesar da propaganda do Ministério das Finanças, os números da execução orçamental no primeiro trimestre confirmam que o Orçamento de Vítor Gaspar mais parece um queijo suíço, com buracos por todo o lado.
Como o próprio Governo reconheceu, o esforço de consolidação orçamental previsto no Orçamento para 2013 assenta em 80% no lado da receita, em resultado do "enorme aumento de impostos" decidido pela coligação PSD/CDS. Assim sendo, é óbvio que este ano o cumprimento da meta de redução do défice depende, em larguíssima medida, do acerto das previsões de Vítor Gaspar quanto à evolução da receita fiscal. O problema, porém, é o mesmo de sempre: os números da execução orçamental mostram que Vítor Gaspar se enganou outra vez.
Vejamos. No caso do IRS, Vítor Gaspar tinha inscrito no Orçamento, para o conjunto do ano, um crescimento da receita de 30,7% mas a verdade é que essa receita cresceu, no primeiro trimestre, a um ritmo muito inferior, de apenas 22,6%. Quanto ao IRC, a previsão para este ano, segundo o Orçamento de Gaspar, era um aumento da receita de 3,9% mas os dados da Direcção-Geral do Orçamento mostram que a receita não está a subir, está, isso sim, a descer e bastante: 10,8%. Finalmente, a receita do IVA, pelos cálculos de Gaspar, deveria subir, no conjunto do ano, 2,2% mas a realidade diz o contrário: a receita do IVA não está a subir mas sim a descer 0,6%.
Em suma, fechado o primeiro trimestre, verifica-se que as receitas fiscais estão a crescer apenas 5,2% quando o Orçamento de Vítor Gaspar foi feito pressupondo um aumento da receita fiscal de 10,2% - ou seja, de quase o dobro! Não adianta ignorar a realidade: Vítor Gaspar enganou-se mesmo. Outra vez. E o Orçamento Rectificativo promete ser, realmente, extraordinário.
Por estas e por outras, entrou já no anedotário nacional a ideia de que "o ministro das Finanças não acerta uma": nem previsões, nem políticas, nem metas, nem resultados. Mas o mais importante é perceber que os erros sistemáticos de Vítor Gaspar são filhos de um erro sistémico: a incapacidade total para compreender a natureza desta crise e a crença cega nas virtudes de uma política radical de austeridade, ao serviço de um preconceito ideológico neoliberal contra o Estado.
Que se trata de uma crença, embora travestida de verdade científica, mais ainda do que os escandalosos erros nas folhas de Excel, provam-no as intermináveis surpresas confessadas ao longo destes dois anos por Vítor Gaspar: a surpresa de Gaspar com um ajustamento "mais rápido do que o esperado"; a surpresa de Gaspar com queda abrupta da procura interna; a surpresa de Gaspar com o aumento brutal da taxa de desemprego; a surpresa de Gaspar com uma recessão que é o dobro do previsto; a surpresa de Gaspar com a queda das receitas fiscais; a surpresa de Gaspar com os desvios nas metas do défice e da dívida pública e, mais do que tudo, a surpreendente surpresa de Vítor Gaspar com o facto de as políticas de austeridade terem arrastado a zona euro para uma nova recessão. Tanta surpresa só pode ser sinal de pouca Ciência.
A verdade é que as políticas de austeridade radicais, que o Governo de Passos Coelho tem vindo a prosseguir muito para além da ‘troika', estão a matar a economia e a lançá-la numa perigosíssima espiral recessiva, sem se sequer cumprirem o desígnio de assegurar a sustentabilidade das contas públicas. Esta semana, aliás, o Eurostat confirmou que, no final de 2012, muitos sacrifícios depois, o défice em Portugal estava ainda em 6,4% do PIB e que a dívida pública, em vez de baixar, subiu para os 204 mil milhões de euros, atingindo uns impensáveis 123,6% do PIB. Dito de outra forma: só nestes últimos dois anos, a dívida pública portuguesa aumentou 27,6 p.p., ou seja, 42 mil milhões de euros! Gaspar, é claro, deve estar surpreendido.» [DE]
Pedro Silva Pereira.
Agradeçam a Sócrates
«Fonte governamental explicou hoje à agência Lusa que a adjudicação da aquisição do aço foi feita esta quinta-feira a um fornecedor da Macedónia, estando a entrega à empresa de Viana prevista num prazo de duas semanas.
"É o primeiro lote do aço que será necessário para que, até 30 de Junho, o contrato esteja em cumprimento", sublinhou a fonte.
O contrato com a empresa de Petróleos da Venezuela (PDVSA), no valor de 128 milhões de euros, foi rubricado em 2010 mas a construção nunca chegou a arrancar devido às dificuldades financeiras e de contratação pública sentidas pelos ENVC.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
É ironia, alguns dos bons resultados do famoso ajustamento não passam de trabalho de José Sócrates. Neese tempo a direita gozava com o governo venezuelano, agora disputam a fila da frente para lhes lamber os ditos cujos....
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Até o Rogoff entra no regabofe?
«Os autores do estudo no qual foi descoberto o erro de Excel responsabilizam os académicos que descobriram a falha de “politizarem a questão” da dívida. Em dois artigos de opinião no New York Times, Rogoff e Reinhart reiteram os aspectos técnicos da sua pesquisa.
“Como académicos que somos, vemos este ataque como um triste comentário sobre a politização da pesquisa em ciências sociais”, referem os autores do estudo sobre austeridade.
Para os dois académicos, as críticas de que têm sido alvo sustentam “que se pode ignorar tudo” o que fizeram, defendendo que se está, “de alguma forma, a dar grande ênfase a um erro isolado para as estimativas de crescimento”.
Por outro lado, os académicos admitiram, porém, que as medidas de austeridade, quando mal implementadas, podem afectar os mais desfavorecidos.» [Notícias ao Minuto]
É curioso como este super Gaspar já critica a austeridade, agora já há boa e má austeridade, é como o colestrol!
«Os autores do estudo no qual foi descoberto o erro de Excel responsabilizam os académicos que descobriram a falha de “politizarem a questão” da dívida. Em dois artigos de opinião no New York Times, Rogoff e Reinhart reiteram os aspectos técnicos da sua pesquisa.
“Como académicos que somos, vemos este ataque como um triste comentário sobre a politização da pesquisa em ciências sociais”, referem os autores do estudo sobre austeridade.
Para os dois académicos, as críticas de que têm sido alvo sustentam “que se pode ignorar tudo” o que fizeram, defendendo que se está, “de alguma forma, a dar grande ênfase a um erro isolado para as estimativas de crescimento”.
Por outro lado, os académicos admitiram, porém, que as medidas de austeridade, quando mal implementadas, podem afectar os mais desfavorecidos.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
É curioso como este super Gaspar já critica a austeridade, agora já há boa e má austeridade, é como o colestrol!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Rogoff se a austeridade do seu aprendiz foi da boa ou da má.»