segunda-feira, abril 15, 2013

O golpe de estado do BCE em Portugal


O programa económico lançado por Augusto Pinochet na sequência de um golpe de estado e apoiado numa das mais brutais polícias políticas do século XX começa a parecer uma política de esquerda se comparada com a política que economistas desconhecidos e medianos do BCE têm imposto a Portugal. Aliás, se Pinochet fosse vivo teria razões para ficar ofendido, ele diria que deu um golpe de estado e disse ao que vinha, em Portugal ganharam as eleições e nem o Passos Coelho pdoeria nessa altura imaginar o que estaria agora a fazer.
 
Há muito que é evidente que o mais toikismo do que a troika é um cliché cuja autoria não parece ser de Passos Coelho, ele só começou a ser usado quando Vítor Gaspar apareceu em cena. E Gaspar só apareceu em cena depois de ganhas as eleições, começa a perceber-se que alguém o impôs e foi evidente o “saneamento” dos economistas que apareciam ao lado de Passos Coelho, Foi dada uma pensão choruda a Catroga, Nogueira Leite foi calado atrás das paredes da CGD e João Duque parece ter-se apagado.
 
Desde que Gaspar apareceu que parece que Portugal foi vítima de vários tsunamis de austeridade, sempre explicados por desvios colossais ou por decisões de terceiros, sempre que Vítor Gaspar tem um pacote para adoptar inventa ou provoca um desvio colossal. Inventou um desvio colossal que atribuiu aos últimos meses de gestão de Sócrates e começou a cavalgada de austeridade para além da prevista no memorando. Depois fez um orçamento intencionalmente mal feito e provocou um desvio colossal que serviu para justificar a destruição do Estado social.
 
Começou por recusar qualquer conversa sobre crescimento para depois usar precisamente o argumento do crescimento para dar o golpe da TSU. Como o país a rejeitou disse que em sua substituição adoptaria um aumento brutal de impostos, isto é, empobrecia-se à força, apenas mudava o destino da receita. Com esse aumento brutal de IRS contraia-se a actividade económica e provocava-se mais um desvio colossal.
 
O OE para 2013 era um OE intencionalmente falhado, destinava-se a provocar mais um desvio colossal e antes do Tribunal Constitucional tomar uma decisão já Eduardo Catroga justificava a sua pensão de mais de 50 euros paga pela EDP para dizer que o corte no estado social teria ser de 12 mil milhões. O Governo começou a sugerir um aumento de 1,5 mil milhões e dizia que era para adoptar até 2015. A decisão do TC veio mesmo a calhar para Gaspar, já ninguém discute o desemprego, a recessão ou a sua actuação, agora debate-se a forma de compensar po acórdão do TC.
 
Sempre que o Vítor Gaspar teve de justificar mais uma das suas vagas de austeridade o comissário dos assuntos monetários veio em seu apoio, aparece sempre um pitbuill chamado Simon O’Connor a ameaçar Portugal, a fazer chantagem dizendo que ou o povo aceita ou não vem o dinheiro. Fez isso, por exemplo, para tentar forçar a adopção do golpe da TSU, a última vez que apareceu foi na sequência do acórdão do TC. Há uma coordenação clara entre Vítor Gaspar e o comissário dos assuntos monetários e é evidente que há um programa oculto que nada tem que ver com o memorando e que só Vítor Gaspar e os seus colegas da Comissão e do BCE conhecem.
 
O BCE e a Comissão Europeia, com a anuência do FMI, deram um golpe de estado em Portugal, governam o país contra a vontade do seu povo e adoptam medidas que não constam em qualquer memorando assinado. Durão Barroso, Mário Draghi e Christine Lagarde governam Portugal com a mesma legitimidade com que Pinochet governou o Chile, adoptam um programa oculto que só eles conhecem e não dão a cara nem assumem as consequências, têm cá um capataz que certamente já tem um futuro confortável assegurado numa instituição europeia, longe dos olhares de ódio dos seus concidadãos. Portugal foi vítima de um golpe de estado conduzido pelo BCE.