Criança yazidi na fronteira entre a Síria e o Iraque
Deu jeito abrir as torneiras da emigração aos magrebinos, era um povo mais próximo e dócil do que os árabes e faziam as tarefas que nem os emigrantes de outros países europeus faziam. A primeira geração foi-se instalando em pequenos negócios, as comunidades foram ocupando os bairros que iam sendo abandonados por uma população enriquecida que se ia mudando para melhores casas, os jovens iam-se integrando ainda que de vez em quando se registassem incidentes nas discotecas e bares.
O modelo social funcionava, qualquer subsídio de desemprego ou apoio social era melhor do que muitos ordenados mínimos nos países do sul ou do leste, a segunda geração ia arranjando empregos temporários, eles iam ganhando para se divertirem no fim-de-semana, as empresas beneficiavam de gente disponível para empregos precários.
As comunidades foram-se organizando, construíram os seus templos religiosos e uma Europa cheia de liberdade religiosa e de “todos iguais, todos diferentes”, as cidades começaram a ter os seus bairros étnicos onde os europeus não são bem-vindos a não ser que respeitem as suas regras religiosas. Em nome da igualdade, do ecumenismo e de outros bons valores tudo foi permitido.
Durante quatro anos milhares e milhares de jovens europeus viajaram para a Síria onde se divertiram a matar cristãos, curdos aleuitas, chiitas e tudo que pudesse ser identificado com o Damasco. Ninguém se preocupava, os cristãos atingidos nem eram católicos ou protestantes, matar chiitas é um desporto mundial, dos curdos ninguém queria saber, o que importava era destruir regimes incómodos e detestados por Israel, Arábia Saudita e pelos países ocidentais.
Quando a Líbia foi destruída pelos bombardeamentos americanos e franceses ninguém se incomodou muito com o facto do ISIS ter arrebanhado uma boa parte das armas dos arsenais de Kadafi, se era para matarem soldados de damasco, cristãos não católicos ou protestantes, curdos ou chiitas essas armas estavam em boas mãos, quem mata os nossos inimigos são nossos amigos.
A Turquia lá ia deixando passar milhares e milhares de extremistas durante anos, iam nos dois sentidos e pelo meio ainda se faziam negócios chorudos com crude, antiguidades e tudo o que pudesse ser roubado na Síria. Os jovens bandidos da Europa instalavam-se mais as suas namoradas em luxuosas vivendas dos sírios que assassinaram e mandavam fotografias dos seus pequenos luxos ara o Expresso publicitar o sucesso destes novos emigrantes.
Ninguém reparou no que estava sucedendo aos sírios a não ser depois do atentado de Paris e quando a Turquia decidiu usar os refugiados Sírios para ganhar milhares de milhões, forçar a entrada na EU e receber carta branca para promover o genocídio dos turcos. Agora alguém reparou e nos disse “Europe, we have a problem”, afinal há mito mais Europa para além das décimas dos défices e das paranóias do ministro das Finanças da senhora Merkel.