Depois do fim da luta de classes, da promoção do ecumenismo e do anunciado fim das ideologias eis que o mundo parece regressar ao passado e até há quem n Brasil apele ao regresso dos golpes militares. Um mundo enfrenta uma guerra religiosa, as classes dominantes da América Latina regressaram aos tempos duros e na Europa há quem sonhe com mo regresso ao modelo social anterior aos tempos em que os nossos capitalistas se tornaram uns rapazes simpáticos com medo do comunismo.
Até os nossos liberais que em tempos tentaram aderir à Internacional Socialistas se transformaram em jiahdistas do liberalismo, tentando repor um modelo social em que o progresso se consegue através da eliminação de tudo o que o mercado rejeite. Palavras como progresso ou desenvolvimento desapareceram do léxico dos economistas, agora só se fala de mercados e de reformas e por reformas entende-se o regresso ao modelo laboral dos anos 40, mas sem partidos comunistas nem sindicatos, só com governos de direita, troikas e associações laborais.
Por cá até temos um primeiro-ministro no exílio que fala sobre os mais diversos temas como se tivesse algo parecido com o livrinho vermelho de Mao, com receitas primárias sobre como deve actuar um governo na economia. É fácil, os governos apenas intervêm na economia do lado do trabalho, para eliminar direitos e reduzir custos salariais, tudo o resto deve ficar ao sabor dos mercados.
Os que anunciaram o fim das ideologias querem agora promover uma reversão ideológica com mais de meio século, eliminando tudo aquilo em que se cedeu com receio do comunismo. Como já não se receiam os mísseis soviéticos esta na hora de reformatar a sociedade e regressar aos tempos anteriores ao medo do comunismo.
Convencidos de que já não há razões para recear revoluções acabam por estar a criar condições para que de uma forma ou de outra surjam conflitos e talvez não seja de estranhar que depois de alguns anos de tranquilidade o mundo volte a estar em ebulição. Na América Latina regressa-se aos tempos mais duros do passado, o Médio Oriente regressou em meia dúzia de anos à época medieval e na Europa voltou a instalar-se o medo.
Dirão que nada disto tem que ver com direita e esquerda ou com ideologias, mas a verdade é que os pais dos problemas com o islamismo é a família Bush e os seus paus mandados, como o nosso Durão Barroso. A gulodice de alguns esta a conduzir o mundo para um caminho perigosos, esta reversão ideológica poderá ter consequências que os oportunistas não esperam.
De repente vem-me à memória uma quadra do poeta da minha terra:
Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um mundo novo a sério.