Jumento do dia
João Miguel Tavares
João Miguel Tavares
João Tavares não ficou boquiaberto com as suspeitas de um caso de corrupção grave no Ministério Público, não ficou boquiaberto pela suspeita de um dos nossos bons e bem geridos bancos ter usado o estatuto de empregado ara poder ter dado contrapartidas a um procurador, também não ficou boquiaberto por perceber que a corrupção atingiu o mais alto nível do Estado e do sistema bancário. Ficou boquiaberto por causa de existirem licenças sem vencimento.
O que preocupa o conhecido articulista não é a possibilidade de existir corrupção ao mais alto nível na magistratura e muito menos que os administradores dos maiores bancos, os tais que foram ajudados com o dinheiro dos contribuintes, possam estar envolvidos em casos de corrupção da maior gravidade, casos que podem minar as relações entre países, motivado por um ódiozinho ideológico aos funcionários públicos o que o preocupa é a possibilidade de os funcionários públicos poderem pedir uma licença sem vencimento. É um verdadeiro escândalo, que apenas sucede na Administração Pública portuguesa .
«O caso em si é fascinante, mas o alegado envolvimento de Manuel Vicente e as perigosas relações Portugal-Angola são apenas uma parte do fascínio, e não necessariamente a maior. Mais do que com a investigação propriamente dita, fiquei boquiaberto com a notícia de que Orlando Figueira pediu em 2012 um licença sem vencimento para ir trabalhar para o sector privado, e que ela lhe foi atribuída por unanimidade (!) pelo Conselho Superior de Magistratura, sem sequer querer saber para onde ele ia. A gente esfrega os olhos, lê outra vez e não acredita. Um procurador com casos de milhões recebe do Estado um livre-trânsito para ir trabalhar para quem lhe apetecer, pelo tempo que desejar e mantendo o seu lugar nos quadros do Ministério Público (cereja em cima do bolo: o tempo da licença sem vencimento conta para efeitos de antiguidade).
Depois disto, confesso que fiquei mortinho por saber duas coisas. Primeira: quantos funcionários mantém o Estado no seu quadro com licenças sem vencimento, enquanto trabalham para o sector privado? Segunda: quantas dessas transferências configuram casos de vergonhosa incompatibilidade, como é obviamente este caso? Corruptos e corruptores sempre existirão, como é óbvio. Agora, ser o próprio Estado a pôr-se a jeito desta forma é impensável – e um escândalo sem nome.» [Público]
A grande novidade do dia
Ainda bem que há quem nos avise. Mas não se preocupem, essa carga fiscal incide quase em exclusivo sobre os ricaços dos 2000 euros.
Uma pergunta a Teodora Cardoso
Tem conhecimento de algum OE do passado que não tivesse "riscos importantes"?
O que preocupa o conhecido articulista não é a possibilidade de existir corrupção ao mais alto nível na magistratura e muito menos que os administradores dos maiores bancos, os tais que foram ajudados com o dinheiro dos contribuintes, possam estar envolvidos em casos de corrupção da maior gravidade, casos que podem minar as relações entre países, motivado por um ódiozinho ideológico aos funcionários públicos o que o preocupa é a possibilidade de os funcionários públicos poderem pedir uma licença sem vencimento. É um verdadeiro escândalo, que apenas sucede na Administração Pública portuguesa .
«O caso em si é fascinante, mas o alegado envolvimento de Manuel Vicente e as perigosas relações Portugal-Angola são apenas uma parte do fascínio, e não necessariamente a maior. Mais do que com a investigação propriamente dita, fiquei boquiaberto com a notícia de que Orlando Figueira pediu em 2012 um licença sem vencimento para ir trabalhar para o sector privado, e que ela lhe foi atribuída por unanimidade (!) pelo Conselho Superior de Magistratura, sem sequer querer saber para onde ele ia. A gente esfrega os olhos, lê outra vez e não acredita. Um procurador com casos de milhões recebe do Estado um livre-trânsito para ir trabalhar para quem lhe apetecer, pelo tempo que desejar e mantendo o seu lugar nos quadros do Ministério Público (cereja em cima do bolo: o tempo da licença sem vencimento conta para efeitos de antiguidade).
Depois disto, confesso que fiquei mortinho por saber duas coisas. Primeira: quantos funcionários mantém o Estado no seu quadro com licenças sem vencimento, enquanto trabalham para o sector privado? Segunda: quantas dessas transferências configuram casos de vergonhosa incompatibilidade, como é obviamente este caso? Corruptos e corruptores sempre existirão, como é óbvio. Agora, ser o próprio Estado a pôr-se a jeito desta forma é impensável – e um escândalo sem nome.» [Público]
A grande novidade do dia
Ainda bem que há quem nos avise. Mas não se preocupem, essa carga fiscal incide quase em exclusivo sobre os ricaços dos 2000 euros.
Uma pergunta a Teodora Cardoso
Tem conhecimento de algum OE do passado que não tivesse "riscos importantes"?
No Parlamento: "Houston, temos um problema..."
«A discussão era sobre o Orçamento mas a AR, ontem, mais parecia o antigo cinema Quarteto. "Show me the money", lançou a deputada Ana Rita Bessa (CDS) ao ministro da Educação. E não é que Tiago Brandão parecia o nosso crítico João Lopes? Respondeu-lhe: "Jerry Maguire?", e acrescentou que ela deveria era pensar no filme de Kubrick Dr. Estranho Amor: neste, o sábio louco queria explodir o mundo como o anterior ministro Nuno Crato queria implodir o Ministério da Educação. Talvez o espetáculo de ontem fosse só a febre dos Óscares de segunda-feira de madugada, mas é pena. O balcão do Parlamento podia tornar-se o Chiado-Terrasse se mantivesse no cartaz o ciclo das melhores frases do cinema. Ainda ontem, Ferro Rodrigues, depois de contar os deputados da oposição, deveria mandar calar a deputada: "O mundo divide-se em duas categorias, os que têm a pistola carregada e os que cavam. Tu cavas..." (O Bom, o Mau e o Vilão). Ah, que dias de cineparlamento! Catarina para Jerónimo: "Acho que este é o começo de uma bela amizade" (Casablanca). Centeno sobre a TAP: "A mamã dizia sempre: a vida é como uma caixa de chocolates, nunca se sabe o que se vai encontrar" (Forrest Gump). Depois de Jerónimo confessar que continua comunista, Costa: "Ora, ninguém é perfeito..." (Quanto mais Quente melhor). Carlos César para o deputado do PAN: "Sempre acreditei na bondade dos desconhecidos" (Um Elétrico Chamado Desejo). Costa a pedir à oposição uma moção de censura: "Make my day, faz-me feliz!" (Dirty Harry). E Passos a responder-lhe: "Carpe Diem, aproveita o momento" (O Clube dos Poetas Mortos). Entretanto, num cinema longe, em Belém, foi desprogramada para o dia 9, uma frase: "I"ll be back." Já ninguém quer ver o Exterminador Implacável.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Conselho de Finanças Públicas tem dúvidas
«As contas do Orçamento do Estado de 2016 estão a preocupar o Conselho de Finanças Públicas. Esta é a conclusão mais relevante do parecer divulgado hoje pelo órgão consultivo, após análise aprofundada da proposta desenhada pelo Governo de António Costa a ser entregue na Assembleia da República.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Pela posições defendidas nos últimos anos por Teodora Cardoso que quase esteve e à beira de propor que fosse retirado o escalpe a funcionários e pensionistas, é caso arfa dizer que há um grande progresso, seria de esperar que em vez de dúvidas a Teodora tivesse certezas. A verdade e que o extremismo de Teodora Cardoso tirou a credibilidade ao Conselho de Finanças Públicas, tantos foram os fretes feitos a Passos Coelho e à sua tentativa de transformar Portugal num tigre da Europa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
E não se reúne com o exilado
«O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, desloca-se a Lisboa a 9 de março para participar na cerimónia de tomada de posse do Presidente da República eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou hoje o porta-voz do executivo comunitário.
No quadro da deslocação a Lisboa, Juncker tem também previsto um encontro bilateral com o primeiro-ministro, António Costa, acrescentou Margaritis Schinas, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia.
“A 09 de março, o presidente Juncker viaja para Portugal, para Lisboa, a convite do Presidente eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, para participar na cerimónia de tomada de posse, em Lisboa. No contexto desta visita, o presidente irá também encontrar-se bilateralmente com o primeiro-ministro António Costa”, anunciou.» [Observador]
Parecer:
Não acredito que o primeiro-ministro no exílio deixe escapar esta oportunidade de uma encenação para a sua pantomina.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aposte-se que o traste de Massamá vai tentar encontrar-se com o presidente da Comissão só para aparecer na teleisão mais a sua bandeirinha na lapela.»
Estará doido?
«Também na própria moção de estratégia Passos admite voltar ao poder antes do final da legislatura. No documento fica claro que "o PSD não deixará de estar sempre preparado para reassumir responsabilidades de governo, se a isso vier a conduzir o esgotamento da solução de governo protagonizada pelo PS".
Na moção, Marcelo Rebelo de Sousa (e até os partidos que hoje apoiam o PS) são apresentados como meios para derrubar o governo de Costa perante esse eventual esgotamento, destacando que "existem mecanismos no quadro constitucional que permitirão aos partidos políticos com responsabilidades parlamentares e ao Presidente da República avaliarem as melhores soluções a adotar em face das circunstâncias concretas."» [DN]
Parecer:
O traste de Massamá começa a dar sinais de loucura, agora imagina um novo PEC IV?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»