terça-feira, maio 07, 2013

Jumento do Dia


  
Cavaco Silva

A questão do corte das pensões através de uma taxa está a ajudar a compreender que Portugal não tem um governo, tem um ministro das Finanças que manda como se fosse Salazar, tem um primeiro-ministro que faz lembrar o adjectivo que alguns políticos europeus puseram aos que foram eleitos na últimas eleições em Itália e tem uns quantos gajos e gajas armados em ministros e em ministras.
 
A trapalhada apontaria para que a distinção de Jumento do Dia fosse a atribuída ao primeiro-ministro, mas não só o governo ilegítimo que nos governa ganha a sua legitimidade por ser um governo de amparo presidencial, como a trapalhada é tão ridículo que cabe a Cavaco Silva dizer alguma coisa, até porque põe em causa a credibilidade internacional do país.
 
Passos anuncia uma medida, comunica-a a Bruxelas antes de a dar a conhecer aos portugueses e depois líder do PSD e líder do CDS combinam que um divulga a medida enquanto o outro vai dizer que discorda, para horas antes o ministro das Finanças esclarecer que há almofada para recuar. No fim disto tudo é o primeiro-ministro que comunica ao sindicato que a medida foi retirada e cabe ao CDS adoptar uma alternativa. Isto é, o que se disse ao estrangeiros era a brincar e em Portugal não há governo mas sim uma cooperativa de partidos.
 
Entretanto, Cavaco Silva cuida dos seus canteiros e quando levar o Jipe no Verão em vez de processos volumosos leva os molhos de coentros para os choquinhos com tinta, de salsa para os carapaus alimados e de hortelã para a canjinha.

«O secretário geral da UGT, Carlos Silva, afirmou esta terça-feira que o Governo vai abdicar da aplicação da taxa sobre pensionistas e reformados. A indicação terá sido dada pelo próprio primeiro-ministro, durante a reunião de hoje com a central sindical.

O líder da UGT sublinhou, aos jornalistas, após a reunião, que o primeiro-ministro "assumiu perante a UGT que essa questão não vai para a frente", e será o CDS-PP – que foi quem sugeriu a medida – que apresentará "medidas alternativas com os mesmos efeitos orçamentais".» [CM]