quinta-feira, setembro 08, 2011

Anda qualquer coisa estranha no ar

De repente assiste-se a sinais de revolta no PSD, parece que a ala cavaquista se amotinou obrigando o Gaspar (ele que me perdoe mas sigo a sugestão do Álvaro e obedeço ao regulamento do fardamento da Cristas pelo que escrevo sem a devida gravata) a tentar explicar as suas medidas. O esforço do Gaspar foi mal sucedido, o homem não gagueja mas as interrupções são tantas que parece que fala em código Morse, quando termina a frase já estamos esquecidos de como começou.

Enquanto os arrais cavaquista da “Bounty” laranja berram em tudo quanto é microfone da comunicação social, sente-se um silêncio de furar os tímpanos ali para os lados de Belém,. Não deixa de ser estranho que Cavaco Silva que não deixou o Facebook descansado enquanto esteve em férias agora que regressou ao trabalho optou pelo silêncio. Nem uma palavrinha de solidariedade com o governo, um pequeno gesto da prometida colaboração activa, nem um assessorzito a dar uma dica ao Público, apenas silêncio.

Durante o governo de Sócrates coube a Manuela Ferreira Leite o papel de voz oficiosa de Cavaco Silva, sempre que antiga líder do PSD tinha uma ideia nova era certo e sabido que mais dia menos dia Cavaco Silva a assumia, foi assim com quase todas as críticas que Manuela Ferreira Leite fez ao governo. Agora Manuela Ferreira Leite criticou o governo e como se tivessem ouvido uma voz de comando os cavaquistas criticaram Passos Coelho, até o cão, o gato e Vasco Graça Moura se atiraram a Passos Coelho. Até o Louçã deve ter-se sentido ultrapassado pelos belenenses.

Com a oposição a marcar passo são os belenenses que lideram a oposição, mas como quando a esmola é grande até o pobre desconfia o melhor é não começarmos a pensar que na próxima manif da CGTP a Manuela ferreira Leite vai aparecer na primeira fila, entre o Louçã e o Jerónimo de Sousa, até porque naquela idade os artelhos não ajuda e com a calçada lisboeta qualquer um fica á rasca dos joanetes.

Em Portugal há umas cometas que de vez em quando aparecem a criticar os governos e depois desparecem durante uns tempos. As suas críticas não passam de apelos aos governos para que os convidem para uma assessoria ou para um daqueles cargos que dão direito a gabinete, vencimento, secretária e motorista para levar os filhos à escola. Os governos já os conhecem e calam-nos com mordomias pagas pelos contribuintes.

Já passaram mais de dois meses desde as eleições e uma boa parte dos bons lugares no Estado estão ocupados, ainda por cima com esta mania dos cortes os bons tachos escasseiam o que já levou a Cristas a encolher a crista e dizer que a Parque Expo ainda vaio durar uns tempos para poder nomear mais uns administradores. Estarão os belenenses a manifestar o seu desagrado com as políticas de austeridade ou Passos Coelho está a esquecer-se de os meter na equipa? Ninguém acredita que seja a política fiscal do Gaspar a unir Manuela Ferreira Leite, Graça Moura e Marques Mendes e a remeter o homem de Belém para o silêncio, seria generosidade a mais da parte destes artistas.