Este governo não tem ideias nem os cidadãos fazem ideia do que ele quer, do programa já ninguém se recorda, as promessas eleitorais foram um exercício de simulação, os ministros são intelectualmente desinteressantes. Diziam que iriam baixar a TSU e agora ninguém sabe o que se pensa dessa medida, diziam que iam acabar com o TGV e agora já há TGV com duas linhas.
A verdade é que este Governo ainda não conseguiu ir mais além do que Sócrates propôs, implementa as suas reformas, cumpre escrupulosamente o seu acordo com a troika e passa o tempo a dizer que está fazendo o que o governo anterior tinha decidido. Ao justificar tudo o que faz com o acordo com a troika o actual governo assume-se como executor de políticas que não decidiu. E como não tem grandes ideias além das patetices do Álvaro
Passos Coelho
Qualquer político tem melhor desempenho do que um líder da oposição e actual não foge à regra, controla a comunicação social, a pública através dos gestores e a privada através de promessas de negócios, tem na mão os segredos de Estado, beneficia de condições vantajosas nos debates parlamentares, conta com os assessores e a máquina do Estado, pode ter uma postura mais austera e defensiva.
Apesar de uma postura plasticamente seria Passos Coelho ainda não descolou da imagem do líder dos jotas, não tem grandes rasgos intelectuais, o seu discurso está cheio de banalidades, fala com os parceiros europeus com ar o ar de um puto deslumbrado que foi de inter-rail a Amesterdão.
Álvaro
O Álvaro chegou a Portugal com o ar de quem ia ensinar aos papalvos portugueses as coisas que lá fora já toda a gente sabe mas por cá ainda não porque somos todos parvos. Deslumbrou os jornalistas e a intelectualidade subsídio dependente ao dizer que nos deveríamos tratar pelo nome próprio ou ao sugerir que os nossos produtos levem uma bandeirinha para que os estrangeiros deixem de pensar que ainda estamos na Idade da Pedra.
Quanto a soluções para a economia lembrou-se de sugerir que o Algarve fosse transformado na Flórida da Europa e desde então calou-se.
Paulo Portas
Tem tratado muito bem da sua imagem, desaparece quando são anunciadas novas vagas de austeridade, aparece quando lhe convém.
Assunção Cristas
Uma ministra sem ideias, sem capacidade de gestão política e sem a mais pequena noção dos diversos dossiers do seu ministério, limita-se a ser ministra com base em memorandos e tecnicamente está a um nível de um estagiário da sua multifacetada pasta. Decretou um regulamento de indumentária, prometeu extinguir a Parque Expo e no dia seguinte adiou a extinção e nomeou um boy para a sua administração.
Pedro Mota Soares
O ministro da Vespa está a seguir à risca a estratégia de Paulo Portas, quando o Gaspar aumenta a austeridade o Mota Soares aparece com planos caritativas demonstrando grande preocupação com os pobres. Ao contrário de Paulo Porta não precisa de aparecer nos momentos difíceis, cabe-lhe o lado positivo das políticas governamentais, é uma espécie de “Sopa dos Pobres” deste governo.
Nuno Crato
José Sócrates deve estar agora a pensar que o Nuno Crato teria sido a sua melhor escolha para ministro da Educação, em três meses o ministro da Educação conseguiu aquilo que Sócrates não conseguiu em mais de cinco anos, implementou o seu modelo de avaliação sem contestação nas escolas, encerrou as escolas que Sócrates mandou encerrar, aumentou o número de alunos por turma e não só conseguiu transformar o Mário Nogueira numa pessoa amável e dócil como o transformou em cinza sindical.
Miguel Macedo
Até agora este ministro nada fez, parece um daqueles polícias que estão a fazer serviços remunerados, estão fardados, usam arma, mas não desempenham funções policiais. É mais ou menos o mesmo que faz Miguel Macedo, nada.
José Pedro Aguiar-Branco
De um ministro da Defesa espera que não faça muito e que não diga asneiras, quanto ao nada fazer parece que Aguiar-Branco está a ter um excelente desempenho, já quanto a baboseiras não resistiu à tentação de falar mal do governo que o antecedeu no meio de uma parada militar. Ou o homem não andou na tropa ou não sabe ser ministro da Defesa.
Ministra da Justiça
Muita parra e pouca uva.
Paulo Macedo
Prometeu muito, voltou ao uso intensivo da propaganda com que fez sucesso na DGCI mas escorregou numa casca de banana ao dizer que ia acabar com as comparticipações nas pílulas, Disse-o no parlamento e quando os jornais divulgaram tentou dar o dito por não dito. Desde então parece que se recolheu no Convento dos Capuchos o que é pouco provável, os Capuchos não pertencem à obra.
Vítor Gaspar
Tem todas as condições para ser melhor ministro do que o seu antecessor e formou uma equipa menos arrogante do que a que dominou o ministério no último governo de José Sócrates. O ser ar de sem abrigo suscita sentimentos maternais e a firmeza com que decide poderão torna-lo um caso sério. O problema é que o Moedas faz intervenções sistemáticas que transformam a austeridade do ministro das Finanças em trocos e os fretes que tem feito ao aparelho do PSD, designadamente, a invenção do desvio colossal para dar cobertura à desbunda financeira na Madeira estão a roer a sua credibilidade.