quarta-feira, setembro 28, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


O "28", Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Espigueiro, Gondarém [A. Cabral]
  
A mentira do dia d'O Jumento
 

Jumento do dia


Carlos Moedas, secretário de Estado

Este engenheiro promovido a economista-chefe do governo descobriu que os portugueses são tão ceguinhos que não vêem o que se passa lá fora e por isso não entendem porque razão ser mais troikista do que a troika tem por consequência expectativas igualmente mais pessimistas.
 
O problema de Carlos Moedas é que os portugueses não precisam de olhar lá para fora para saberem o que ele mesmo dizia quando o governo era outro. Se fosse noutros tempos teriam de ir ler às pilhas de jornais velhos,  vai-se ao Google e sabe-se que Moedas no passado mês de Maio [DE] disse coisas como esta:
 
«"A nossa crise não é culpa da crise internacional. O Governo falhou todas as previsões económicas. Isto é resultado de políticas erradas nos últimos seis anos", disse Carlos Moedas em reacção aos dados divulgados hoje pelo INE, que mostraram que a economia portuguesa contraiu 0,7% no primeiro trimestre face aos três meses anteriores.»
 
E sobe o crescimento disse mais esta:
 
«Questionado sobre se as medidas acordadas com a 'troika' serão suficientes ou não para tirar o País da crise, Moedas considerou que "estas medidas finalmente acordadas com a troika são medidas de crescimento e não podemos especular se serão suficientes ou não". Para o responsável do PSD "o problema é Portugal poder ter um governo que não as aplique".»

Pois é, como diz o povo pela boca morre o peixe. Às vezes correm-se menos riscos sendo-se honesto, não é senhor engenheiro?
 
«O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, confirmou hoje que a recessão económica em Portugal em 2012 será mais profunda que o previsto, podendo chegar aos 2,5 por cento, devido à conjuntura internacional.

"As pessoas em Portugal não vêem o que se passa no dia a dia lá fora, com números negativos a sair todos os dias nos Estados Unidos da América, e ao termos esta incerteza, obviamente que os cenários [macroeconómicos] têm de ser modificados, mas não por não estarmos a fazer o que temos de fazer, mas sim pela situação internacional", argumentou o governante, quando questionado no Fórum da TSF, esta manhã, sobre a manchete de segunda-feira do Diário Económico, que dava conta de uma degradação das previsões de recessão para 2012, acima dos 2 por cento e que pode chegar aos 2,5 por cento.» [DN]

 São cada vez mais os que o dizem

 
(Via CC)
 
 Um relatório muito importante!

O Relatório do grupo de trabalho sobre a internacionalização das empresas termina desta forma brilhante:
 
«Acordou-se numa apresentação do relatório na Residência Oficial, em princípio a 26 de Setembro às 11 horas, independentemente de o Governo já ter tomado uma decisão relativamente às recomendações. Entendeu o mandante que o valor intrínseco do material recolhido e das conclusões dele retiradas devia ser conhecido.»
 
Se fosse no tempo do Salazar o relatório aina seria útil no WC!
  
 

 Cristiano Ronaldo com a "pérola do Atlântico" pendurada na orelha
  
«Alberto João Jardim pediu, em jantar comício no passado dia 23, a independência da Região Autónoma da Madeira em relação ao Continente. No dia 24 de manhã afinal já não queria, mudou de ideias. Ah não sei quê "meus senhores" foi um "desabafo". Parecido com aquele do "Fuck Them", lembram-se? As lulas tinham muita pimenta branca e puseram-me um microfone à frente. E vocês já sabem como é o "tio Jardim" com um microfone à frente... se for preciso vendo a Madeira ao Ronaldo para ele fazer uns brincos. Assim pode dizer que "é bonito, rico" e que tem a "pérola do Atlântico" pendurada na orelha. Nem toda a gente pode andar com a região onde nasceu, mesmo que autónoma, pendurada na orelha. Mas o Ronaldo pode, porque o "Ronaldo é que sabe", e se ele quiser pendurar os Açores no pirilau o BES trata disso.

Ora vamos por partes. Últimas notícias aqui no Expresso sobre Alberto João Jardim: "Jardim: dívida de €5.000 milhões é "coisinha de nada". Jardim pede independência da Madeira". Jardim gastou milhões em obras que não são usadas".

Gosto de comédia. E quando o artista é bom não me importo de pagar para ver. Mas neste caso nem uma coisa nem outra. Nem o artista é bom nem vale o preço que pagamos por ele. €5.000 podem ser uma "coisinha de nada" para o senhor Jardim, sobretudo sabendo ele (melhor do que ninguém) as engenharias e engenhocas financeiras que por ali têm sido feitas nestes últimos trinta e tal anos de "democracia". Mas até para o conterrâneo Cristiano - "rico, bonito, bom jogador" e mais não sei o quê...este valor parece um bocadinho obsceno.

Posto isto, e resumindo, quer-me parecer que o problema não passa pela independência da Madeira em relação a Portugal mas precisamente o contrário: o da independência de Portugal (Madeira incluída) em relação ao senhor Alberto João Jardim.» [Expresso]

Autor:

Tiago Mesquita.
  
 Um "Land" português

«É difícil evitar a tentação de ver nas declarações de Merkel a pretexto da crise das dívidas soberanas sinais que evocam os fantasmas inquietantes do expansionismo alemão. Apoiada numa imprensa que todos os dias instila na opinião pública ideias perigosamente próximas do racismo acerca dos povos "preguiçosos" e "incapazes" do Sul (ainda não se chegou a "povos inferiores" mas já faltou mais), a actual política europeia alemã rompeu com os princípios de solidariedade e subsidiariedade consagrados no Tratado de Maastricht para fazer da UE e do euro meros instrumentos da edificação de um 'Lebensraum' dos seus próprios interesses.

Depois da sugestão de um comissário alemão para pôr a meia haste as bandeiras dos "países pecadores" (países com défices elevados; e, no entanto, segundo o 'Handelsblatt', a dívida oculta da Alemanha é actualmente de 5, e não 2, biliões de euros, ou seja, 185% do PIB em vez do 83% oficiais; como termo de comparação, a grega será, em 2012, de 186% do PIB...), Merkel pretende agora que as dívidas desses países sejam pagas com perdas de soberania, algo assim como conseguir com taxas de juro o que não se conseguiu com 'panzers'.

Isto quando governos como o português já são hoje meros mandatários dos 'Diktat' de Merkel. Ao menos vendendo o que resta da nossa soberania à Alemanha e tornando-nos mais um 'Land' votaríamos em quem realmente manda em nós e não nos seus feitores locais.» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
  

 Liga dos Campeões para as privadas

«"Tomámos essa decisão ontem [segunda-feira] à noite. Foi uma decisão de gestão, secundada e apoiada pelo acionista [Estado], que considera que esta é a decisão certa", revelou o vice-presidente da RTP.» [DN]

Parecer:

Parece que o accionista está mais interessado no sucesso dos concorrentes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 A paciência que Hillary tem de ter

«O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, encontra-se hoje em Washington com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, com a situação no Médio Oriente e na União Europeia no topo da agenda.» [DN]

Parecer:

Como se está a ver a senhora está muito interessada na opinião do nosso galo-da-Índia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Ele anda por lá

«O ex-primeiro-ministro vai estar hoje presente numa cerimónia de homenagem ao antigo Presidente do Brasil Inácio Lula da Silva, disse hoje à Lusa em Paris fonte próxima de José Sócrates.» [DN]

Parecer:

Nunca um primeiro-ministro desapareceu tão depressa para ao mesmo tempo estar tão presente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Grande labrego

«O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, afirmou hoje que "é preciso dar pancada em quem ofende o povo madeirense" e comprometeu-se a "continuar a lutar contra o Estado central até a região conseguir os seus direitos".

Ao intervir durante um comício da campanha eleitoral na freguesia do Monte, concelho do Funchal, disse: "É preciso dar pancada em quem ofende o povo madeirense".» [Expresso]

Parecer:

Palerma.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ele que vá dar pancada na mãe que o fez!»
  
 Um corretor muito sincero

 
«A emissora pública britânica BBC entrevistou ontem um corretor independente que se manifestou totalmente incrédulo sobre a eficácia do novo acordo que estará a ser preparado na zona euro para aumentar a capacidade de resposta à crise das dívidas nalguns países europeus e que profetizou o desaparecimento das poupanças de milhões de pessoas.

Alessio Rastani, operador do mercado de capitais afirmou peremptoriamente que “os governos não mandam no mundo. Quem manda no mundo é a Goldman Sachs” – o principal banco de investimento dos Estados Unidos, onde são recrutados muitos presidentes de empresas e membros do Governo norte-americano, deixando os apresentadores do programa em que participava estupefactos com a sua candura.

Disse que o problema da zona euro não pode ser resolvido com o dinheiro que os políticos europeus querem aplicar (ontem foi noticiado que está a ser preparado o aumento do FEEF para dois biliões de euros), e considerou mesmo que o problema das dívidas soberanas não pode ser resolvido.

“Estou bastante confiante em que o euro se vai espatifar e que vai cair com bastante dureza, porque de momento os mercados são regidos pelo medo”, disse também Rastani, que confessou sonhar há três anos com este momento, que vai para a cama e sonha com outra recessão, “com outro momento como este” – numa espécie de declaração de interesses quanto à estratégia que recomenda.

Porquê? Porque a Depressão dos anos 1930 não foi só sobre o crash do mercado. Houve algumas pessoas que estavam preparadas para fazer dinheiro a partir desse crash. Pensa que qualquer pessoa pode fazer isso, e que não têm de ser apenas “algumas pessoas da elite” a aproveitar. “Quando o mercado afundar. Quando o euro e os grandes mercados de capitais afundarem, se souber o que fazer, se tiver preparado o plano certo, pode fazer muito dinheiro com isso”, explicou, deixando a audiência de queixo caído.

Rastani explicou que “o grande capital” (big money), como fundos e instituições, não compra este plano e sabe que o mercado de capitais está “acabado” e que já não confia no euro, estando a mudar o seu dinheiro para activos mais seguros, como obrigações do Tesouro dos EUA, obrigações a 30 anos e dólares americanos.

O que é que os políticos poderiam fazer para que os investidores se sentissem mais confortáveis? “Essa é difícil”, respondeu, acrescentando que pessoalmente isso não lhe interessa. Porque é corretor e só lhe interessam as oportunidades para fazer dinheiro, tal como aos seus colegas.

Como a Goldman Sachs e os grandes fundos, não querem saber deste novo plano para o euro, o que as pessoas têm de fazer é aprender a fazer dinheiro com o mercado em baixa, protegendo os seus activos. “Porque a minha previsão é que em menos de 12 meses as poupanças de milhões de pessoas vão desaparecer. E isto é apenas o princípio”, profetizou.» [Público]

Parecer:

Onde é que já ouvi falar da Goldman Sachs?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Não era aquela que tinha cá uns negócios com o Estado a que Manuel Pinho pôs fim e depois se ouviram alguns protestos de gente do PSD? Não era também aquela de que António Borges se dizia ser vice-presidente?»
 

   






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