quarta-feira, setembro 14, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento 


Castro Marim
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Porto [P. Santos]

Jumento do dia


Isabel Leite, secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário
  
Atribuir um louvor a um amigo que foi adjunto durante um mês é gozar com o Estado, com os funcionários públicos e com todos os portugueses que trabalham uma vida, são condenados ao desemprego, sujeitam-se à pilhagem fiscal e nunca chegam a ouvir um elogio.
 
Trata-se de um caso de indecência, de subversão de valores e de um abuso no exercício de funções governamentais.

«A secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário, Isabel Leite, atribuiu um louvor a um adjunto do seu gabinete que exerceu funções apenas durante um mês. Em 30 dias, a governante assinou um despacho de nomeação e outro de cessação de funções.

De acordo com o Diário da República de 22 de Agosto, Isabel Leite nomeou para assessor do seu gabinete Davide Gonçalves da Silva Foguete. Esta nomeação produziu efeitos a partir de 25 de Julho. No dia 25 de Agosto, precisamente um mês depois de iniciar funções, a secretária de Estado assinava um novo despacho: "No momento em que cessa funções, é-me grato conferir público louvor ao adjunto do meu Gabinete Davide Gonçalves da Silva Foguete pelas qualidades pessoais evidenciadas e pelos sentidos de dever e lealdade demonstrados durante o período em que exerceu funções no meu gabinete", lê-se no Diário da República de 2 de Setembro.» [CM]
     
 

 Eles adoraram Lula. Será que o perceberam?

«A visita de Lula da Silva deu azo a uma daquelas unanimidades bizarras do Portugal moralista. Os portugueses não falam mal, em público, nem de mortos, nem de ex-presidentes. E quando estes decidem dar a volta ao mundo a cobrar tarifa milionária para espalhar sapiência, tratam de os receber com efusiva alegria e devota humildade, prontos para os ouvir. Ouvir? Sim. Aprender é que não.

Vejamos: ao explicar a sua experiência governativa no Brasil, reconhecidamente notável, Lula sublinhou para a audiência de políticos, economistas, banqueiros e empresários, algo como isto, citado aqui, sábado, no Diário de Notícias, por João Marcelino: "Um milhão nas mãos de um rico gera uma conta bancária ao serviço da especulação financeira; um milhão distribuído por pessoas pobres é uma aposta na economia."

Parece que a intervenção do homem que quando conseguiu ser eleito pressagiava, na boca de muitos dos que estavam naquela sala, o afundamento definitivo do país numa perigosa deriva socialista ou, quiçá, comunista, foi aplaudida de pé. À noite, a notável personalidade até foi jantar com Passos Coelho, Paulo Portas e Miguel Relvas, pessoas que, aposto, em 1 de Janeiro de 2003, quando o sindicalista e metalúrgico tomou posse como presidente da República Federativa do Brasil, achavam o pior possível desse facto e nunca se imaginariam na situação de um dia virem a ter orgulho de serem fotografados para a imprensa a entrar num restaurante para comer na mesa do fundador do Partido dos Trabalhadores.

O que Lula da Silva diz naquela frase tem uma base teórica bem simples: como está estruturado o sistema económico, a riqueza só se cria e distribui em proporções e quantidades aceitáveis se houver consumo que pague e estimule a actividade produtiva. Para haver consumo, os pobres têm de ter dinheiro para consumir. Logo, as políticas do Estado devem privilegiar o estímulo ao consumo e não a protecção dos financeiros.

Isto pode estar errado, mas é algo que muitos teóricos liberais, da direita mais retinta, são capazes de defender. Mas, na prática, a tese é torpedeada todos os dias por esses mesmos teóricos quando exercem cargos governativos. Recordemos, só para dar um exemplo, que 12 mil milhões dos 72 mil milhões de euros que a troika europeia promete emprestar a Portugal, para enfrentar a situação de crise actual, vão directamente para a banca. Para os pobres não foi anunciado um cêntimo, sequer.

Desconfio que os que aplaudiram a frase de Lula com tal entusiasmo não estavam a lembrar-se, coitados, do país em que vivem. » [DN]

Autor:

Pedro Tadeu.

 Perguntas ao Presidente Cavaco Silva sobre Oliveira e Costa, Duarte Lima e Dias Loureiro

«Gostava de ouvir o Presidente Aníbal Cavaco Silva falar um pouco sobre estes três senhores. Acólitos, amigos de casa, colegas de partido, de governo e de lideranças, conselheiros e companheiros de aventuras e lutas partidárias, vizinhos de Verão e sardinhadas.

Exmo. Sr. Presidente da Republica,

Tendo em conta tudo o que se tem passado, deixo-lhe algumas perguntas que me têm assolado o espirito, e estou certo que o de muitos portugueses, e que gostaria de ver respondidas, sabendo que jamais isso acontecerá.

1- Onde pára Dias Loureiro?

2- Há quanto tempo não fala com ele?

3 - Dias Loureiro foi Conselheiro de Estado. Alguma vez seguiu os conselhos dele?

4 - Não acha estranho que alguém que diz não ter posses e declarar uma miséria ir depor de Jaguar com motorista?

5 - conseguia emprestar 5 euros a Dias Loureiro para ir ao café sem pedir fiador na operação?

6 - Se nunca soube absolutamente do que se passava no BPN e na SLN, de que falava com esta rapaziada quando se juntavam na vivenda "Mariani"? Agora à distância, não se sente de alguma forma "traído" por lhe terem escondido tanta coisa?

7 - Oliveira e Costa é um bom vizinho no Algarve, ou é daqueles chatos que aparece a dizer que lhe faltou a luz por causa da andorinha que fez ninho na caixa da electricidade e depois fica até se acabar a garrafa de Chivas?

8 - O Sr. Presidente era homem para aplicar 200 mil euros seus numa poupança recomendada pelo seu amigo Oliveira e costa? (na resposta considerar que este senhor perdeu 275 mil euros com a venda de acções que lhe fez)

9 - Acha que Duarte Lima "despachou" a velha no Brasil? (Se a resposta for não passar à pergunta 8)

10 - O que o leva a crer que sim? Alguma vez viu Duarte Lima ser agressivo com um idoso?

11 - Considera ter azar com os amigos que escolhe ou gosta de se rodear de gente com problemas com a justiça, desde crimes de colarinho branco aos de sangue?

12 - Acha que é injusto o proverbio português "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" ou concorda? Se sim, porquê?» [Expresso]

Parecer:

Tiago Mesquita.
  
 Do zero ao infinito

«O presidente da Associação Portuguesa de Canonistas explicou à LUSA que, para a Igreja e no que respeita à anulação do casamento pelo facto de um dos seus membros ser homossexual, a coisa depende do "grau" da homossexualidade. É uma teoria elaboradíssima, a do grau, que vai do grau 0, o "heterossexual puro", ao grau 4, o "exclusivamente homossexual", passando pelo homossexual "predominante" e o "acidental".

Há uns anos, durante a campanha presidencial que levou Eanes a Belém, um dos demais candidatos, o almirante Pinheiro de Azevedo, fez no Auditório JN uma relevante destrinça linguística: "Dizem que o Eanes é muito honesto. Não sei o que isso seja. Ou se é honesto ou não se é honesto; não se é muito honesto ou pouco honesto".

A crer nos canonistas portugueses, isso não se aplica à homossexualidade: haverá os muitíssimo homossexuais, os muito, os pouco, os assim-assim e os nem por isso, até ao limite das equações de Planck, algo como 10 elevado a -105 de homossexualidade. Para lá disso, isto é, para valores de 10 elevado a -106 de homossexualidade ou inferiores - como, por exemplo, achar Brad Pitt um homem bonito ou, no caso das mulheres, Scarlet Johansson - o homossexual é, para efeitos canónicos, equiparado a heterossexual, mesmo não sendo um "heterossexual puro", com volume de homossexualidade nulo e temperatura e densidade heterossexuais infinitas, aquilo que apropriadamente se deve chamar uma "singularidade" .» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
     

 Foi Passos Coelho que gozou com as Novas Oportunidades?


«O programa "Novas Oportunidades" empurrou Portugal para a maior taxa de obtenção de diplomas de final do ensino secundário no espaço da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), segundo um relatório divulgado hoje em Paris.


As Perspectivas da Educação 2011, apresentadas hoje oficialmente em Paris pela OCDE, salientam também, entre outros indicadores, que os salários dos professores em Portugal aumentaram na última década bastante acima do PIB médio do país.


Portugal tem a maior taxa de obtenção de diplomas do final do ensino secundário (96 por cento) e apenas a Eslovénia rivaliza com uma taxa tão alta. A taxa de obtenção do diploma subiu 34 por cento de 2008 para 2009, refere o estudo da OCDE.


O novo relatório de indicadores de educação, com mais de 500 páginas, mostra que cerca de 35 por cento, ou "mais de um terço", dos diplomados têm mais de 25 anos.


"Em Portugal, o programa 'Novas Oportunidades' foi lançado em 2005 para oferecer uma segunda oportunidade àqueles que interromperam os estudos numa idade precoce ou que estão em risco de o fazer, ou ajudar aqueles que já estão entre os [trabalhadores] activos mas desejam aumentar o seu nível de qualificações", sublinha o documento da OCDE.


O relatório da OCDE mostra igualmente que Portugal é um dos países onde "é mais saliente a diferença entre a taxa de obtenção de diploma feminina e masculina", reforçando a tendência de a taxa feminina ser cada vez mais elevada do que a masculina.» [DN]

Parecer:

Passados dois meses nem uma palavra do governo sobre o programa Novas Oportunidades.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho em que ponto estão as coisas.»
  
 Coisas que acontecem na Madeira

«O deputado madeirense António Fontes revela numa entrevista exclusiva como foram adulterados os votos para as presidenciais e garante não ter medo de represálias: "Eles sabem que eu sei".

António Fontes, advogado, ex-militante da JSD e irmão de dois homens fortes de Jardim (Paulo Fontes e Rui Fontes, ambos ex-secretários regionais), confessa que, também na Madeira, quem ganhou as eleições foi Ramalho Eanes, mas que "os votos foram adulterados para que aparecesse Soares Carneiro a ganhar". » [DN]

Parecer:

Nesta Madeira do PSD tudo é possível.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Alberto se sabia.»
  
 Gaspar disponível para mais medidas de austeridade

«O governo português está disponível para tomar novas e mais duras medidas, caso as actuais não sejam suficientes para cumprir as metas do programa da troika. Quem o diz é Vítor Gaspar, numa carta de 1 de Setembro assinada em conjunto com o governador do Banco de Portugal, para o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Estamos preparados para tomar medidas adicionais que possam ser necessárias para atingir os objectivos do programa económico e iremos manter um diálogo acerca das políticas com o FMI, a Comissão Europeia e o BCE, e iremos consultar-vos antes de fazer alguma revisão necessária das medidas contidas nesta carta.» [DN]

Parecer:

O Gaspar começa a parecer-se com o Teixeira dos Santos, não sabe a quantas anda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Prudência na redução da TSU

«A economista que chefiou a missão do FMI em Portugal nos anos 80 disse hoje que a descida da Taxa Social Única pode contribuir para melhorar a competitividade do País mas, para tal ser possível, "será necessário um aumento significativo dos impostos".

"A prudência do Governo é bastante desejável", afirmou Teresa Ter-Minassian, durante uma conferência promovida pela Ordem dos Economistas, em Lisboa.

Minassian explicou ainda que a redução da TSU poderia passar por uma "redução escalonada" ou, então, fazer essa diminuição para as "empresas que criem emprego."» [DE]

Parecer:

Prudência é coisa que este governo não tem na hora de aumentar impostos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Gasparoika.»
  
 Governar por grupos de trabalho

«Já Salazar dizia que quando não se sabe o que fazer criam-se grupos de trabalho. Foi o que aconteceu ontem, durante a segunda reunião formal da Concertação Social liderada pelo ministro da Economia Álvaro Santos Pereira. O secretário de Estado do Emprego, os representantes da CAP, da CIP, da CCP e da CTP, pelo patronato, e da UGT e da CGTP pelos trabalhadores, integraram a restante delegação tripartida. A principal decisão de ontem foi a marcação de uma série de reuniões e a constituição de três grupos de trabalho sobre vários temas ligados à competitividade e ao crescimento para avaliar da possibilidade de um novo acordo estratégico.» [i]

Parecer:

Este governo inventou uma nova forma de governar, através de grupos de trabalho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ganda Álvaro, não se deixou ficar atrás do Relvas!»
    
 A anedota do dia

«O presidente do governo regional da Madeira afirmou hoje que está a ser alvo da "fúria" do poder financeiro, por não permitir que este se sobreponha ao poder político, e acusou-o de organizar uma "guerra" contra a Região.

"A fúria que muita gente me tem, principalmente os da Madeira velha, é que, comigo, nunca o poder financeiro se impôs ao poder político. Eu represento a população. Ajo em nome da população. E, tenha muito ou pouco dinheiro, vão democraticamente obedecer ao que tem que ser feito. Assim é que é a democracia", afirmou Alberto João Jardim. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Este Alberto é uma anedota.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 A FENPROF ficou irritada com a OCDE

«A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) rejeita os resultados que colocam Portugal acima da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), no que diz respeito aos salários dos docentes face ao Produto Interno Bruto (PIB), noticia a Lusa.

«Se virmos quem são os professores que, em relação ao PIB têm os salários mais elevados, se calhar são os da Guiné-Conakry, da Gâmbia ou de qualquer outro país onde as pessoas ganham menos e passam fome», declarou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.» [Portugal Diário]

Parecer:

Parece que o Mário Nogueira não gostou de ver estilhaçada a imagem do "professor coitadinho".
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Bancos baixam avaliação de casas

«O acesso ao crédito bancário para a aquisição de habitação está a ser dificultado pela diminuição do valor da avaliação das casas pelos bancos, que caiu em Julho quatro por cento por metro quadrado em termos homólogos, segundo a AECOPS.

«Os bancos têm vindo a diminuir o valor de avaliação por metro quadrado que atribuem aos fogos que se encontram no mercado de compra e venda, dificultando também por esta via o acesso ao crédito bancário para a aquisição de habitação», afirma a Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) na análise regional de Setembro.» [Portugal Diáro]

Parecer:

Seria interessante se o Governo determinasse que sempre que a banca decide baixar as avaliações também baixasse na mesma proporção o valor das casas que servem de garantia dos empréstimos à compra de habitação realizados no passado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a proposta.»
  
 Vítimas de padres pedófilos apresentam queixa no TPI conta o papa

«Com o apoio da organização não governamental norte-americana Centro para os Direitos Constitucionais, a SNAP (sigla em inglês de Rede de Sobreviventes dos que Sofreram Abusos por Padres), a queixa foi já apresentada em Haia, onde fica a sede do tribunal. Esta é complementada por um dossier de “mais de 20 mil páginas de material de apoio, que consiste em relatórios, provas de crimes de clérigos católicos cometidos contra crianças e adultos vulneráveis”, explica um comunicado.

Os membros da SNAP são dos Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Bélgica, quatro países tocados pelo escândalo da pedofilia na Igreja. Existe há 23 anos e diz ter mais de 10 mil membros – nem todos foram molestados por membros da igreja católica, há também se assuma como vítima de rabis ou padres protestantes.

“Está a ser dada coberta aos autores de crimes praticados contra dezenas de milhares de vítimas, a maioria delas crianças, pela mais alta hierarquia do Vaticano. Neste caso, todos os caminhos vão mesmo dar a Roma”, disse Pam Spees, a principal advogada do Centro para os Direitos Constitucionais, citada no comunicado de imprensa.» [Público]
    

 Ground Zero: September 11, 2001 - September 11, 2011 [Boston.com]










 World War II: Women at War [In Focus]