segunda-feira, outubro 10, 2011

Deve o PS aprovar o OE 2012?

Depois de com a sua incompetência tem prestado uma preciosa ajuda ao PSD Teixeira dos Santos veio defender que o PS deveria deixar passar o OE 2012. Esta posição revela que Teixeira dos Santos não se comportou como um paquiderme apenas nas contas públicas, também na política parece desconhecer normas elementares, só assim se compreende que venha defender em público a aprovação de um documento que ainda nem sequer existe.

É verdade que de um ponto de vista da credibilidade externa do país haverá toda a vantagem em que o OE 2012 seja aprovado por uma vasta maioria. Foi isso que sucedeu com o acordo com a troika. Mas a verdade é que desde que detém a maioria absoluta que a coligação no governo ignorado o PS e todas as medidas adicionais que têm vindo a ser negociadas não mereceram qualquer negociação prévia, isto é, é o próprio governo que deixou de considerar útil para a imagem externa que as medidas económicas acordadas entretanto com a troika devem ter a anuência do maior partido da oposição e signatário principal do acordo inicial.

A partir do momento em Passos Coelho decidiu ser mais troikista do que a Troika e começou a descobrir desvios colossais ao mesmo tempo que ignorava o desvio colossal da Madeira a coligação desprezou a opinião da oposição e no caso da Madeira foi mais longe ao adiar um programa de estabilização para ajudar Alberto João Jardim. Deve o PS aprovar um orçamento condicionado por estas opções de Pedro Passos Coelho sem qualquer negociação prévia? A resposta é obviamente não.

Se o governo PSD-CDS desprezou o PS nas negociações feitas com a Troika depois das eleições, se inventou uns desvios e escondeu outros, se adoptou um programa económico mais recessivo do que o inicialmente, não faz sentido esperar agora que o PS aprove um orçamento a não ser que este seja minimamente negociado.

Compreende-se que o ex-ministro tenha problemas de consciência e agora tente espiar os seus pecados, mas as vítimas desnecessárias de políticas excessivamente austeras e da incompetência de ministros como o da Economia e a da Agricultura nada têm que ver com isso e estes também devem contar para a decisão de voto dos deputados.