Foto Jumento
Felosa-comum [Phylloscopus collybita], Campo das Cebolas, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Barco típico do Tejo, Alcochete [A. Cabral]
Jumento do dia
Passos Coelho
Não conheço a primeira-ministra da Eslováquia mas espero que justifique os problemas cardíacos de Pedro Passos Coelho.
«A primeira-ministra cessante da Eslováquia revelou que o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, lhe telefonou para lhe dizer que o impasse em Bratislava lhe estava a provocar "um ataque de coração". A informação é avançada pelo Financial Times.» [CM]
«A primeira-ministra cessante da Eslováquia revelou que o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, lhe telefonou para lhe dizer que o impasse em Bratislava lhe estava a provocar "um ataque de coração". A informação é avançada pelo Financial Times.» [CM]
Ainda bem que a ministra da Agricultura é do CDS e crente em Deus
Assim, mesmo sem saber muito bem o que há-de fazer sempre pode ir rezando uns terços para que chova, evitando o prolongamento de uma seca que poderá ter consequências dramáticas para a agricultura portuguesa. Na ausência de ideias e de uma política para o sector restam-nos as rezas.
Quando se fala em cortar a despesa pública impedir que um funcionário que pode ser excedentário possa antecipar a reforma com uma penalização não parece ser uma medida muito inteligente. Se o Estado decidisse permitir a reforma antecipada de 20% da Função Pública com uma penalização mais suave pouparia muitos milhões em vencimentos e despesas associada ao posto de trabalho.
Ter-me-ei enganado nas contas?
Hipocrisia
O mesmo partido que não hesitou em lançar o país numa crise prolongando negociações e multiplicando exigências para se abster na votação do OE vem agora sugerir que o PS diga que vota a favor sem sequer se conhecer o documento.
Desculpem-me
Mas não consigo ver uma fotografia do Álvaro em desatar a rir. Não seria melhor o Passos Coelho fazer uma remodelação governamental quanto antes e a TVI reeditar "Os Batanetes" e convidar o ministro da Economia como artista convidado?
Há um túnel ao fim do túnel
«Qual a probabilidade de o país sair airosamente do aperto financeiro em que se encontra? Com as economias do Atlântico Norte estagnadas ou talvez mesmo em recessão, a quebra da procura externa somar-se-á à da interna, contraindo a base tributária e colocando pressão adicional sobre as contas públicas.
Na hipótese mais favorável, a União Europeia, perante a catástrofe iminente, inverteria radicalmente a sua política reforçando o FEEF, flexibilizando o acesso aos seus fundos e eventualmente dando luz verde à emissão de euro-obrigações. Mas a contrapartida não deixaria de ser o controlo direto da União sobre as finanças públicas dos países membros, o que liquidaria de vez qualquer resquício de política económica autónoma em Portugal. O impropriamente chamado federalismo fiscal revelar-se-ia afinal uma tirania pan-europeia.
E não vale a pena imaginar-se que é neste momento viável o federalismo genuíno, com um Governo Europeu supranacional responsável perante o Parlamento Europeu, porque o Tribunal Constitucional Alemão já afastou liminarmente essa possibilidade. Nestas circunstâncias, por muito que penemos, não sairemos tão cedo do gueto financeiro no qual a União Europeia nos internou.
Imaginemos, porém, que uma parte substancial da nossa dívida - digamos, metade - se evaporava no ar por via de um perdão. Ficariam os nossos problemas resolvidos? Provavelmente não, visto que, permanecendo inalterado o enquadramento institucional da zona euro, não se alteraria a orientação geral que no passado tanto penalizou o nosso desempenho económico.
A Zona Euro manteve até 2007 taxas de juro demasiado baixas para Portugal, que potenciaram o crescimento descontrolado do nosso endividamento privado e público. Fê-lo, porque isso era do interesse da Alemanha, a braços com um complexo processo de reunificação e uma taxa de desemprego elevada.
Desde 2007, em contrapartida, a Zona Euro impõe-nos taxas de juro demasiado elevadas, que agravam a recessão e o desemprego em Portugal. Fá-lo, porque esse é agora o interesse da Alemanha.
Mentes mais optimistas dirão que isso é passado: por um lado, a crise encarregou-se de forçar a diferenciação das taxas de juro de país para país, pelo que não voltará a haver um incentivo tão poderoso ao endividamento; por outro, a recomposição da estrutura das exportações portuguesas e o seu bom comportamento na última meia dúzia de anos sugerem que os nossos maiores problemas de competitividade poderão estar em vias de ser superados.
Pode ser. Mas poderemos correr o risco de esperar passivamente mais alguns anos para verificarmos se a hipótese se confirma? Impressiona a mansidão abúlica com que o país se deixa conduzir para o abate.
As duas décadas decorridas desde o lançamento do Sistema Monetário Europeu sugerem claramente que, nestes moldes, a pertença à Zona Euro não tem para nós qualquer vantagem e tem todos os inconvenientes. O país deixou de ter política monetária e cambial própria, perdeu controlo sobre a sua política fiscal e ficou muito condicionado nas restantes vertentes das suas políticas económicas. Numa palavra, prescindiu da sua soberania entregando poder de decisão a quem não acautela minimamente os nossos interesses.
Tudo isto é hoje óbvio, tal como é óbvio que, descontando a eventualidade de uma improvável reforma da governação económica, financeira e monetária da UE, o futuro imitará o passado. Claramente, está na hora de pensarmos seriamente em alternativas, tanto mais que os custos acumulados de redução do crescimento ao longo de uma dúzia de anos são neste momento já bem elevados.
Todos sabemos que não só a saída do euro terá enormes custos como nem sequer está prevista nos tratados. Mas poderá chegar o momento em que sejamos lançados fora ou em que os elevados custos de ficarmos se revelem indubitavelmente superiores aos elevados custos de sairmos. Que fazer nessa eventualidade?
No mínimo, faz sentido que, na antecipação das difíceis negociações que vêm aí, tratemos desde já de esclarecer a que condições deveria obedecer o rearranjo institucional da zona euro para que ele nos convenha, verificar se será possível construir dentro da UE as alianças necessárias para que essa visão se torne realidade e, em alternativa, entender em que circunstâncias poderá a saída do euro vir a tornar-se a única solução aceitável. A primeira condição para qualquer negociação ter êxito é que comecemos por definir que resultado queremos obter e com que apoios poderemos contar para atingi-lo.
Sem antevermos o que poderá vir a acontecer-nos e sem nos prepararmos para o pior, o mais provável é que, em vez de uma luz, nos espere um outro túnel ao fim deste túnel.» [Jornal de Negócios]
Autor:Na hipótese mais favorável, a União Europeia, perante a catástrofe iminente, inverteria radicalmente a sua política reforçando o FEEF, flexibilizando o acesso aos seus fundos e eventualmente dando luz verde à emissão de euro-obrigações. Mas a contrapartida não deixaria de ser o controlo direto da União sobre as finanças públicas dos países membros, o que liquidaria de vez qualquer resquício de política económica autónoma em Portugal. O impropriamente chamado federalismo fiscal revelar-se-ia afinal uma tirania pan-europeia.
E não vale a pena imaginar-se que é neste momento viável o federalismo genuíno, com um Governo Europeu supranacional responsável perante o Parlamento Europeu, porque o Tribunal Constitucional Alemão já afastou liminarmente essa possibilidade. Nestas circunstâncias, por muito que penemos, não sairemos tão cedo do gueto financeiro no qual a União Europeia nos internou.
Imaginemos, porém, que uma parte substancial da nossa dívida - digamos, metade - se evaporava no ar por via de um perdão. Ficariam os nossos problemas resolvidos? Provavelmente não, visto que, permanecendo inalterado o enquadramento institucional da zona euro, não se alteraria a orientação geral que no passado tanto penalizou o nosso desempenho económico.
A Zona Euro manteve até 2007 taxas de juro demasiado baixas para Portugal, que potenciaram o crescimento descontrolado do nosso endividamento privado e público. Fê-lo, porque isso era do interesse da Alemanha, a braços com um complexo processo de reunificação e uma taxa de desemprego elevada.
Desde 2007, em contrapartida, a Zona Euro impõe-nos taxas de juro demasiado elevadas, que agravam a recessão e o desemprego em Portugal. Fá-lo, porque esse é agora o interesse da Alemanha.
Mentes mais optimistas dirão que isso é passado: por um lado, a crise encarregou-se de forçar a diferenciação das taxas de juro de país para país, pelo que não voltará a haver um incentivo tão poderoso ao endividamento; por outro, a recomposição da estrutura das exportações portuguesas e o seu bom comportamento na última meia dúzia de anos sugerem que os nossos maiores problemas de competitividade poderão estar em vias de ser superados.
Pode ser. Mas poderemos correr o risco de esperar passivamente mais alguns anos para verificarmos se a hipótese se confirma? Impressiona a mansidão abúlica com que o país se deixa conduzir para o abate.
As duas décadas decorridas desde o lançamento do Sistema Monetário Europeu sugerem claramente que, nestes moldes, a pertença à Zona Euro não tem para nós qualquer vantagem e tem todos os inconvenientes. O país deixou de ter política monetária e cambial própria, perdeu controlo sobre a sua política fiscal e ficou muito condicionado nas restantes vertentes das suas políticas económicas. Numa palavra, prescindiu da sua soberania entregando poder de decisão a quem não acautela minimamente os nossos interesses.
Tudo isto é hoje óbvio, tal como é óbvio que, descontando a eventualidade de uma improvável reforma da governação económica, financeira e monetária da UE, o futuro imitará o passado. Claramente, está na hora de pensarmos seriamente em alternativas, tanto mais que os custos acumulados de redução do crescimento ao longo de uma dúzia de anos são neste momento já bem elevados.
Todos sabemos que não só a saída do euro terá enormes custos como nem sequer está prevista nos tratados. Mas poderá chegar o momento em que sejamos lançados fora ou em que os elevados custos de ficarmos se revelem indubitavelmente superiores aos elevados custos de sairmos. Que fazer nessa eventualidade?
No mínimo, faz sentido que, na antecipação das difíceis negociações que vêm aí, tratemos desde já de esclarecer a que condições deveria obedecer o rearranjo institucional da zona euro para que ele nos convenha, verificar se será possível construir dentro da UE as alianças necessárias para que essa visão se torne realidade e, em alternativa, entender em que circunstâncias poderá a saída do euro vir a tornar-se a única solução aceitável. A primeira condição para qualquer negociação ter êxito é que comecemos por definir que resultado queremos obter e com que apoios poderemos contar para atingi-lo.
Sem antevermos o que poderá vir a acontecer-nos e sem nos prepararmos para o pior, o mais provável é que, em vez de uma luz, nos espere um outro túnel ao fim deste túnel.» [Jornal de Negócios]
João Pinto e Castro.
Justiça através de sondagens
«Segundo uma sondagem CM/Aximage, realizada entre os dias 3 a 5 de Outubro, e que é divulgada na íntegra na edição deste domingo do Correio da Manhã, 61 por cento dos inquiridos consideram que o também ex-ministro deveria estar na cadeia, contra 15,7%, em defesa da sua liberdade. Mais de 23 por cento não tem opinião.» [CM]
Parecer:
Se a moda pega o director do CM ainda vai ser, por inerência de funções, presidente do Supremo acumulando com a presidência da Relação e do tribunal de primeira instância.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Santana duvida da governabilidade dos ministérios
«“Vai ser o Orçamento mais difícil dos últimos anos a fechar e a executar. Com tanto corte eu não sei como é possível os diferentes ministros saírem do Conselho de Ministros a pensar que podem governar os seus ministérios”. A frase é de Pedro Santana Lopes na TVI24, no programa “Prova dos 9”.» [CM]
Parecer:
A verdade é que é muito duvidosos que os super-ministérios com ministros incompetentes sejam alguma vez governáveis.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
O Alberto está teso
«A Região Autónoma da Madeira precisa de 1,2 mil milhões de euros para fazer face às despesas correntes até ao final deste ano. Quem o diz é o líder parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Madeira. A região só arrecada mil milhões de euros em receitas anuais. Assim, o cenário de incumprimento das obrigações financeiras é certo: só nos próximos dois meses a Madeira terá a pagar mais que aquilo que arrecadou ao longo de todo ano.» [i]
Parecer:
É um problema dele, ainda na semana passada o Alberto passou o tempo a fazer inaugurações.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que vá pedir à tia.»
Auto-estadas às moscas
«No segundo trimestre do ano registaram--se menos 132 mil viaturas por dia na rede nacional de auto-estradas (RNA), em comparação com o mesmo período de 2010. No total, a rede de 33 auto-estradas foi frequentada diariamente por 598,8 mil carros entre Abril e Junho, contra as 730,8 mil viaturas registadas no mesmo período do ano passado. Mas se em comparação com 2010 o cenário já é de queda acentuada, se analisarmos apenas os dois primeiros trimestres deste ano vê-se que essa queda está a agravar-se.» [i]
Parecer:
E a austeridade ainda não começou a sério.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Um frete chamado Freitas do Amaral
«Passos Coelho, Paulo Portas e Faria de Oliveira, chairman da Caixa Geral de Depósitos, fazem questão que Freitas do Amaral assuma as funções que Murteira Nabo desempenhava na Galp quando for eleito o novo conselho de administração e a nova comissão executiva.
O nome apontado pela Caixa Geral de Depósitos não foi bem recebido quer pela italiana ENI, que mantém a intenção de vender a sua participação na empresa, quer pela Amorim Energia.
Porém, o acordo parassocial firmado entre a Caixa Geral de Depósitos e os dois maiores accionistas privados da empresa determina que seja o banco estatal a escolher o presidente do conselho de administração e os outros dois o presidente da comissão executiva, que ocupa em simultâneo o cargo de vice-presidente do conselho de administração.
A maior preocupação do grupo Amorim e da ENI é que Freitas do Amaral se mantenha no cargo, mesmo depois de a Caixa alienar a sua posição, na sequência do que ficou acordado com a troika. Ou que tenha de ser ressarcido por deixar o lugar antes de terminado o mandato.
Querem por isso que fique escrito que quando o banco estatal vender a sua participação o sucessor de Murteira Nabo também sai. A posição tem acolhimento favorável por parte da CGD, embora o i saiba que ainda não há prazo para esta venda e que ela só acontecerá quando for considerada oportuna para o país e para a própria empresa. » [i]
O nome apontado pela Caixa Geral de Depósitos não foi bem recebido quer pela italiana ENI, que mantém a intenção de vender a sua participação na empresa, quer pela Amorim Energia.
Porém, o acordo parassocial firmado entre a Caixa Geral de Depósitos e os dois maiores accionistas privados da empresa determina que seja o banco estatal a escolher o presidente do conselho de administração e os outros dois o presidente da comissão executiva, que ocupa em simultâneo o cargo de vice-presidente do conselho de administração.
A maior preocupação do grupo Amorim e da ENI é que Freitas do Amaral se mantenha no cargo, mesmo depois de a Caixa alienar a sua posição, na sequência do que ficou acordado com a troika. Ou que tenha de ser ressarcido por deixar o lugar antes de terminado o mandato.
Querem por isso que fique escrito que quando o banco estatal vender a sua participação o sucessor de Murteira Nabo também sai. A posição tem acolhimento favorável por parte da CGD, embora o i saiba que ainda não há prazo para esta venda e que ela só acontecerá quando for considerada oportuna para o país e para a própria empresa. » [i]
Parecer:
É muito estanho que o mesmo governo que se apressou a vender a golden share na GALP e que tenciona vender a sua paricipação na empresa imponha Freitas do Amaral aos accionistas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se os fretes valem mesmo assim tanto empenho.»
Ainda não compraram o BPN e já pedem dinheiro
«O presidente do Banco BIC, Luís Mira Amaral, disse hoje à Lusa desconhecer qual é a situação líquida do Banco Português de Negócios (BPN) e de quanto dinheiro o Governo necessita para recapitalizar o banco.
Em declarações à Lusa, Mira Amaral recusou que esteja a exigir mais do que acordou a 31 de julho, quando assinou com o Governo uma intenção de compra do BPN.» [i]
Em declarações à Lusa, Mira Amaral recusou que esteja a exigir mais do que acordou a 31 de julho, quando assinou com o Governo uma intenção de compra do BPN.» [i]
Parecer:
Esperemos que este não seja mais um negócio como os do costume.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Protestos em 662 cidades
«O próximo sábado - 15 de Outubro - promete ser um dia diferente. Em 662 cidades de 79 países, milhões de pessoas vão sair às ruas em protesto, exigindo os seus direitos e apelando a uma verdadeira democracia. Em Portugal, estão planeadas manifestações, às 15 horas, em Lisboa, Porto, Évora, Faro, Braga, Coimbra e Angra do Heroísmo.» [JN]
Nem a NS de Fátima nos vai valer
«Os comerciantes em Fátima queixam-se de que há menos peregrinos do que noutras peregrinações e apontam uma redução no poder de compra das pessoas que entram nas suas lojas.» [DN]
Fall Is in the Air [The Atlantic]