sexta-feira, outubro 14, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Cogumelo da Quinta das Conchas, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Estaleiro [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho

De um residente da Quinta da Coelha pode esperar-se tudo, desde bons negócios mobiliários e imobiliários mal compreendidos até descobrir que as vacas têm um belo sorriso. Mas de um Presidente da República pede-se honestidade intelectual e respeito pela inteligência dos portugueses. Não se pode dizer uma coisa num dia e outra no dia seguinte, não se pode desejar uma crise num dia e armar-se em salvado do país no outro, não se pode dizer que há limites à austeridade para depois se justificar medidas brutais de austeridade.
 
Este Cavaco leva-nos a pensar muita coisa que não podemos dizer pois a sua honorabilidade está blindada por um artigo do Código Penal, só podemos dizer que é uma pessoa muito honesta.
 
«"As mudanças em curso são condições imprescindíveis para o reforço da sustentabilidade financeira e para a recuperação económica dos nossos países. Todavia, representam sacrifícios pesados que se imporão aos nossos cidadãos por vários anos", reconheceu o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa intervenção no encerramento da reunião da COTEC Europa, que decorreu na cidade italiana de Génova.» [DN]
 
Enquanto Cavaco preparou o ambiente para o sacrifício dos portugueses Pedro Passos Coelho elaborou o orçamento mais brutal da história de Portugal sacrificando os funcionários públicos e os pensionistas. Faltando ao seu compromisso desculpou-se com o passado e desta vez nem se deu ao trabalho de pedir desculpa.
 
Todo o discurso de Passos Coelho assentou na responsabilidade do anterior governo mas não apresentou as contas, o aumento brutal dos impostos e o corte dos subsídios de férias e de Natal a que se somam cortes significativos na despesa em saúde e educação excede em larga medida qualquer desvio orçamental ocorrido nos primeiros seis meses de 2011. Qo mesmo tempo Passos Coelho escondeu mais uma vez o défice nas contas da Madeira às quais não fez qualquer referência, mas o Alberto João deve estar contente pois com estas medidas está garantido que o seu governo escapa a qualquer sacrifício.
 
Passos Coelho esqueceu-se de dizer quais as previsões de recessão de 2,5% em 2011, número em que ninguém acredita. A verdade é que o país corre um sério risco de entrar numa espiral de recessão pondo em causa todas as previsões de receitas e, em consequência, terá um impacto negativo na execução orçamental de 2012.
 
Apesar de adoptar um orçamento que terá como consequência um aumento significativo do desemprego Passos Coelho não disse uma palavra sobre economia ou recuperação económica, em vez disso instituiu sem qualquer diálogo prévio com os trabalhadores a meia hora de trabalho nacional gratuito cuja receita reverte a favor dos patrões, mesmo que a competitividade das empresas não precisem desta medida.

 Feriados

Não deverá haver uma única empresa portuguesa que recorrendo a medidas de gestão e sem qualquer investimento não consiga os ganhos de produtividade que poderão resultar da eliminação ou deslocação dos feriados.

 Uma sugestão

Se faz sentido criar um órgão para controlar as contas públicas, onde até poderão participar personalidades estrangeiras, porque não convidar economistas independentes, portugueses ou estrangeiros, para avaliar as opções de política económica que estão sendo implementadas?


 Há uma solução para a dívida soberana!
  
     
 

 A transparência das nossas secretas

«Adoro notícias sobre as secretas portuguesas porque não só são secretas, ninguém fica a perceber nada, como são também portuguesas, isto é, nebulosas: além de não se perceber sobre os factos somos mandados para pistas manhosas. Então, vamos lá às últimas sobre o caso do SIED, o das "escutas" (que não são escutas, mas listas de telefonemas) a jornalista, caso cujo escândalo maior se deve à luta, e isso sem ser confessado, entre dois grupos jornalísticos, a Ongoing, de Nuno Vasconcellos, e a Impresa, de Balsemão. Ontem, o relatório do inquérito chegou à Assembleia da República, casa de paredes e telhados de vidro como poucas. Mas como o vidro é fosco e as notícias sobre as secretas portuguesas são o que acima se descreve, os noticiários anunciaram que o relatório "admite" investigação de fontes e caça às fontes. Ora, como as fontes são internas (isto é, pertencem às próprias secretas, dando informações de dentro para fora), surpreendo-me: o relatório "admite"?!!! Como quem confessa, é? Pois eu julgava que era próprio e legítimo que os serviços secretos caçassem funcionários seus que fossem fontes para fora. Ou, expulso o nome "secreta" dos SIS e SIED, trocando-o por "informações", agora expulsa-se também o secreta da função, para torná-los casas de vidro? Com tanta transparência, só falta mesmo divulgar os nomes dos espiões. Ou, se calhar, como escrevo esta crónica cedo de mais, nem isso falta.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
     

 O que se passa com os transplantes?

«A Sociedade Portuguesa de Transplantação exige uma investigação à falta de órgãos, que está a impedir a realização de transplantes, em pelo menos dois hospitais da Grande Lisboa. Os serviços de transplantes dos hospitais Curry Cabral e Santa Cruz, ambos dependentes do centro de colheitas do Hospital de São José, estão parados há mais de duas semanas, por falta de dadores.» [CM]

Parecer:

Será que o Opus ministro teve uma ajuda divina?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
  
 Cavaco decretou o fim dos limites à austeridade

«"As mudanças em curso são condições imprescindíveis para o reforço da sustentabilidade financeira e para a recuperação económica dos nossos países. Todavia, representam sacrifícios pesados que se imporão aos nossos cidadãos por vários anos", reconheceu o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa intervenção no encerramento da reunião da COTEC Europa, que decorreu na cidade italiana de Génova.» [DN]

Parecer:

Agora a austeridade pode ser brutal porque vale a pena.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se de asco.»
  
 A Igreja Católica está muito dialogante

«A Igreja Católica portuguesa está disponível para discutir com o Governo a extinção ou a deslocação de feriados religiosos, caso as datas civis também sofram alterações, disse à Lusa o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).» [DN]

Parecer:

É a primeira vez que admite mexer nos feriados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 O que é feito da redução da TSU

«O Governo vai deixar cair a redução da Taxa Social Única (TSU), que não vai constar da proposta de Orçamento do Estado para 2012. Apesar de o relatório das Grandes Opções do Plano (GOP) referir a possibilidade de se avançar com uma redução faseada da taxa, o Diário Económico sabe que a medida acabou por ser descartada numa reunião entre membros do Executivo e da ‘troika'.» [DE]

Parecer:

Este foi o principal tema da campanha eleitoral e a maior bandeira do PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Marcelo teme ou está a criar um ambiente favorável

«"Primeiro, os buracos financeiros estão a ser maiores do que se previa em Abril e Maio. Todos os dias se descobrem novos buracos. Segundo, a Europa está economicamente pior do que se pensava em Abril e Maio e vai sobrar para nós. Se não tivermos almofadas, se pensarmos só no que foi decidido no acordo da ´troika´, quando se esperava que a Europa fosse crescer e quando se pensava que o buraco português era só um, de repente, o Governo podia chegar ao fim do ano ou começo do ano que vem sem cobertura nenhuma", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem de uma conferência na reitoria da Universidade de Lisboa com o tema ‘Vamos Avaliar a ´Troika´'.» [DE]

Parecer:

Quando certas personagens colocam medidas em cima da mesa para dizerem que as temem estão a ser cínicos e na verdade estão a tentar ajudar a criar um ambiente favorável à sua adopção.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Marcelo quem lhe pediu para falar do assunto.»
  
 Aumenta a prostituição

«A crise está a fazer aumentar prostituição em Portugal. Em declarações à TSF, Inês Fontinha, diretora da associação 'O Ninho ', associação que acompanha prostitutas, diz que a situação nunca esteve tão grave como atualmente.

"Neste momento estamos a viver uma crise muito mais acentuada do que vivemos na década de 80 e a prostituição está a aumentar de forma preocupante". Inês Fontinha afirma que o aumento não se regista só nas ruas, mas também em apartamentos e bares.» [Expresso]

Parecer:

E os filhos delas também.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Vespa.»
  
 Mega fusão na banca?

«É um cenário cada vez mais próximo de se tornar uma realidade. A crise bancária na Europa e também em Portugal vai provocar movimentos de concentração nunca vistos. O i sabe que BES, BCP e BPI podem fundir-se e dar lugar a um grande banco privado português. Mais do que isso nas negociações em curso, acompanhadas de perto pelo Banco de Portugal, Ricardo Salgado, actual presidente do BES, será o grande patrão da nova organização bancária, com Fernando Ülrich, presidente-executivo do BPI, em lugar de destaque na administração.

Ontem foi o próprio Fernando Ülrich que defendeu a fusão, com estas palavras: “Há demasiada oferta bancária, e em Portugal também.” E explicou o que queria dizer ao falar de consolidação e reestruturação da banca. “Estou a falar de fusões, fechar balcões e recuar custos” e de consolidação dos “grandes com os grandes, porque cria mais valor. Os pequenos são muitos pequenos”.» [i]

Parecer:

É difícil de acreditar na possibilidade de meter tanto pavão no mesmo galinheiro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ver para crer.»
  
 Nem todos sofrem com a austeridade

«O Governo aumentou em mais de cinco mil euros por turma o financiamento público das escolas privadas com contrato de associação e facilitou as condições de acesso a esse financiamento, segundo uma portaria hoje publicada.» [i]

Parecer:

Este Crato (ou Cratino?) é muito simpático na hora dos prémios ao privado.
Não só se aumenta o financiamento por turma como se admitem turmas mais pequenas no ensino privado.
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»