Um governante que assume em privado que trama com austeridade um grupo social, neste caso os funcionários públicos, porque não são a base eleitoral do seu governo não pode ter outra designação do que a de filho da puta, é tão filho da puta que duvido que a dita não o seja mesmo, pelo que até me dispenso de pedir desculpa à pobre senhora. Que um presidente da Junta leve os velhotes a passear a Fátima em sinal de agradecimento é uma coisa, um governo concentrar quase toda uma austeridade brutal num pequeno grupo porque não conta com os seus votos é algo de inadmissível. O ou os filhos da puta que se justificaram desta forma estão ao nível da formação ética de um sargento do exército do Idi Amin Dada.
Ao nível ético e também ao nível intelectual pois não basta ser filho da puta para o dizer, bastaria pensar, dizer tal enormidade implica também que temos ministros tão burros como os cabos do exército do Idi Amin Dada. O país ficou a saber que Passos Coelho escolheu as medidas não em função dos seus alvos eleitorais e que Vítor Gaspar não as avaliou em função do impacto económico mas sim do impacto eleitoral. Temos um governo com burros mas não só, com gente pouco séria que se apresenta como portadora de grande competência mas que na privacidade dos seus gabinetes comportam-se ao nível da varina, e agora sim, peço desculpa às varinas pois não merecem tal comparação, poderão cheirar a peixe mas não a bosta de burro.
Agora foram os funcionários públicos, amanhã serão os agricultores que não votaram no CDS a serem excluídos dos subsídios do FEOGA, serão os empresários que não se manifestem a favor de Passos Coelho que não serão apoiados pelo AICEP, serão os militantes da oposição a serem excluídos dos concursos públicos. Quem votou CDS ou PSD terá direito aos favores do Estado e a uma economia sem austeridade, quem não vota nos partidos do governo será socialmente excluído.
Só que o ministro que confessou a sua pequenez é mesmo burro, desde logo porque ignora quão importantes foram os professores e os magistrados para a vitória eleitoral da direita, mas também porque não sabe fazer contas e ainda pensa que todos os portugueses são tão filhos da puta como ele, além disso, esquece que nem todos os funcionários públicos são solteiros ou casos com funcionários públicos, para além de terem pais, filhos e amigos, isto é a medida atinge directa ou indirectamente gente mais do que suficiente para derrubar qualquer governo.
O mínimo que se esperaria de Pedro Passos Coelho, se é que ele não é um dos filhos da dita, é que demita o ou os filhos da puta do seu governo que pensam de tal forma. E de Cavaco Silva, já que há muito que deixou de se comportar como presidente de todos os portugueses, ao menos que exija ao governo que respeite as aparência e faça de conta que governa para uma Nação e não para uma clientela oportunista.