Quem será um tal senhor Alberto da Ponte? Que eu saiba não ajudou a conquistar Lisboa, não se notabilizou em nenhuma batalha do Ultramar, não descobriu qualquer penedo no meio do Atlântico, não concorreu a nenhuma junta de freguesia, não preside a nenhuma ONG, não é voluntário nem do Banco Alimentar contra a Fome nem da Ami e tanto quanto se sabe nem sequer é acólito na Sé de Lisboa.
Mas este senhor acha que tem uma quota maioritária no país e acha que está no direito de dizer quem está a mais ou a menos no país, afirma que Não há espaço para as pessoas que não queiram trabalhar, para a não produtividade, no Portugal de hoje”. Mas não se está a referir às dondocas da Quinta Patino, refere-se aos portugueses que trabalham e que na sua opinião têm de trabalhar mais.
Pois este senhor que fala do nosso país como se fosse o seu quintal não é mais do que um assalariado de um grupo estrangeiro, gestor de sucesso de uma empresa que vive de um mercado oligopolista e à custa do alcoolismo de muitos portugueses, uma empresa onde qualquer idiota tem sucesso. Este senhor não é nenhum professor de finanças, não é conhecido no país ou no estrangeiro pelos seus dotes intelectuais, acha que é uma personalidade com o direito de dizer quais os portugueses que estão a mais ou estão a menos.
É evidente que se este senhor fosse administrador de milhares de empresas melhor geridas do que a dele, sem beneficiarem do alcoolismo alheio e enfrentando mercados onde há concorrência a sério muito provavelmente não teria acesso a jornais. O seu grande dote, tal como sucede com algumas personagens que passam a vida a dizer ao país o que deve fazer, é o enorme orçamento publicitário da Centralcer, um orçamento brutal que transforma qualquer director de informação num caninche a lamber-lhe os pés.
É graças à subserviência dos directores da comunicação social em relação aos orçamentos publicitários de algumas empresas que transformaram o merceeiro Santos, o Ponte das minis, o Carrapatoso dos telelés em personagens que se dão ao luxo de transformar os portugueses em labregos.
Começa a ser tempo de responder a esta gente e a melhor forma de o fazer é boicotar marcas que recorrem aos seus orçamentos publicitários para influenciar politicamente o país na defesa dos seus próprios interesses. Marcas como a Vodafone, a Centralcer (Sagres e água do Luso), Pingo Doce e outras têm grandes responsabilidades na evolução do país e são suporte financeiro da manipulação eleitoral que sustenta o apoio a estas políticas. São marcas que se comportam de forma golpista e segundo uma forma de estar política mais própria do fascismo do que da democracia.