Não entendo o sururu que por aí vai com a eventual perda de soberania de alguns países europeus sugeridos pela Führer Merkel, nacionalismos à parte até parece óbvio que este país ficaria melhor entregue à troika do que ao governo de Passos Coelho. Para já a troika conseguiu impor a Portugal algumas medidas que quase todos os portugueses conseguiam implementar e nenhum governo tinha a coragem de as propor.
Mas adoptadas as medidas é necessário um governo para as implementar e é neste capítulo que mais se faz sentir a falta da troika. Por exemplo, alguém está a ver um governo escolhido pela troika entregar as pastas mais importantes a uma Conceição Cristas que não sabe qual é a diferença entre uma enxada e uma chave de fendas, ou confiar as mais importantes pastas económicas a um Álvaro que parece mais uma personagem dos Batanetes do que uma famoso académico canadiano?
Aplicaras medidas do acordo com a troika ou de outras medidas necessárias para resolver os problemas da economia portuguesa não é suficiente, é necessário que essas medidas sejam bem aplicadas e ainda que tal seja feito com isenção e equidade. Começa a ser evidente que ainda que adopte muitos diplomas aplicação do acordo com a troika, devidamente contados pelo contabilista Moedas e o seu tribunal de contas privativo, as medidas são condicionadas por jogos de interesses, é o caso do que está sucedendo com a Madeira, num dia o Gaspar passa uma mensagem de rigor e isenção, no outro o PSD força-o a uma cambalhota. Veja o exemplo da redução das autarquias, as câmaras ficam, acabam-se meia dúzia de juntas de freguesia e tudo o resto fica na mesma a bem do aparelho autárquico do PSD e dos outros partidos que neste capítulo estão inesperadamente de acordo.
A troika é mais confiável do que o governo, não tem clientelas, nunca foram pagos pelos Mellos, Soares dos Santos, Belmiros ou Amorins, não estão interessados em desviar subsídios, nem mesmo os da internacionalização, não têm familiares para empregar no Estado, não transportam celhos ódios e raivas de quem sofreu anos na oposição, não trocam sms com a Manuela Moura Guedes, não têm negócios ocultos com a Ongoing e os seus agentes secretos, não obedecem à Opus Dei. Poderemos discordar das suas soluções mas propõem-nas com mais isenção honestidade do que um Paulo Portas ou de um qualquer aluno da escola de Ângelo Correia.
Mesmo no plano da democracia prefiro os excessos da Führer Merkel do que a tacanhez da nossa cabo de esquadra Manuela Ferreira Leite, a chanceler alemã redúzio a soberania no exercício do poder, a nossa cabo defende que tapem a boca a oposição por supostos crimes de que ela é ao mesmo tempo juiz e acusadora.