terça-feira, janeiro 15, 2013

Mas que país é este?

Não há ninguém que se indigne com um governo que encomendou a imbecis de uma organização financeira um estudo combinado sobre os direitos que os cidadãos deste país devem ou podem ter? Que raio de governo é este que chega ao poder sem dizer ao que vem e na hora de retirar direitos aos cidadãos não lhes pede a opinião, não se dá ao trabalho de dizer o que pensa, não promove qualquer debate, encomenda um estudo e depois manda um fedelho, um qualquer MBA que aprendeu a pôr-se em bicos de pés porque trabalhou nessa organização criminosa que é a Goldman Sachs, apresentar essa fraude e ainda ofender os portugueses elogiando a dita, como se todos fossemos parvos.
  
Se é o FMI que diz o que se deve fazer, que direitos devem deixar de existir, que normas da Constituição podem e devem ser ignoradas, então que país é este? Isto já nem é um país ocupado por fedelhos e aposentados instalados no Hotel Ritz, ao menos num país ocupados os ocupantes ainda têm medo dos ocupados e tratam-nos com algum cuidado, respeitam os seus valores, consideram a sua cultura. Com este relatório o Salassie acha que entre ele, o Rosalino, o Moedas e o Lambretas podem decidir o que se deve tirar aos portugueses para que Portugal fique no Corno de África, o relatório do FMI é uma Constituição para um novo país que fica algures entre a Somália e a Etiópia, o país de onde veio esse senhor da guerra do FMI.
  
Que  país é este onde um governo despreza a inteligência nacional, ignora os seus quadros, despreza os seus académicos, desconhece as suas universidades, despreza os mais elementares valores da democracia e encomenda ao Salassie um falso estudo, cheio de erros e imprecisões, que mais não do que as imbecilidade a que os amigos do Coelho chegaram nas suas noites de discoteca?
  
Que país é este onde todo um Estado, os direitos que um povo conquistou ao longo de décadas, o modelos social que resultou de décadas de equilíbrios sociais é destruído para eliminar direitos que gente como o Gaspar acha que não devem existir?
  
Que país é este onde os direitos de grupos profissionais de centenas de milhares de cidadãos são discutidos como se fossem meras apostas numa jogatina de poker? Um inventa desvios e tira-lhes os subsídios, outro já lhes tinha cortado em tudo, agora vem um qualquer caniche sugerir que lhe tirem o sistema de saúde, e nenhum destes palermas, incluindo o mui douto Correia de Campos, se lembra da palavra negociação?
  
Até onde irá esta orgia colectiva em que líderes fracos se meterem numa tentativa desesperada de transferir para o povo todas as consequências da crise enquanto essa gente de baixo nível vai brincar a quando o comboio apita no Rio de Janeiro ou olhar para o cu das meninas da mesa ao lado num reveillon no Copacabana Palace?