Se Gaspar quisesse que as receitas fiscais correspondessem às previstas para não falhar sistematicamente nas execuções orçamentais adoptaria aumentos de impostos em níveis capazes de gerar receitas adicionais em vez de promover a evasão fiscal. Mas parece que Vítor Gaspar não está interessado em que as receitas fiscais sejam as previstas e cubram as despesas, dando lugar a défices orçamentais supostamente inesperados, a que o ministro gosta de chamar “desvios colossais”.
Se Gaspar quisesse estabilidade política não provocaria Cavaco ignorando-o e desprezando-o sistematicamente, não adoptaria orçamentos de tal forma inconstitucionais que são uma provocação à residência e ao próprio Tribunal Constitucional, não gostaria do papel de número três do governo quando sabe que a sua permanência no governo depende da vontade do líder do CDS.
Se Gaspar pretendesse assegurar a paz social tão elogiada pelos seus amigos alemães não provocaria sistematicamente os interlocutores da concertação social como o fez de forma demasiado grosseira com a imbecilidade da TSU e, mais recentemente, com a ideia de quase eliminar as indemnizações por despedimento.
Se Gaspar quisesse a coesão do seu próprio governo não trataria os seus colegas com o desprezo e sobranceria com que os trata, chegando esse tratamento a ser humilhante e a ultrapassar o aceitável quando está em causa o pobre do ministro da Economia. Álvaro Santos Pereira é o possuidor do único sucesso palpável deste governo, o acordo na concertação social, e foi o único membro deste governo a defender a necessidade de promover o crescimento.
Se Gaspar estivesse empenhado em promover o crescimento económico defenderia uma redução do IRC em vez de criar mais um grupo para cuja posse nem convidou o ministro da Economia. Seria mais equilibrado nos aumentos dos impostos e não conduziria a economia para o desastre.
O que pretende Gaspar ao fazer os possíveis para aumentar o buraco orçamental e a dívida soberana, ao boicotar a concertação social, ao lançar as culpas da crise financeira para instituições fundamentais para a democracia, como é o caso da Presidência da República e o Tribunal Constitucional, ao impedir qualquer medida que estimule o crescimento económico?
Vítor Gaspar só pode pretender aquilo que resulta objectivamente das suas políticas, um grave conflito social, um país totalmente arruinado e com o Estado em adiantado estádio de desorganização, a juventude com qualificações no estrangeiro, o investimento estrangeiro abandonando um país à beira do colapso. Para quê, para aparecer como salvador da Pátria e poder impor ao povo português as suas ideias, o seu próprio conceito de país, o modelo social que só ele sabe qual é?
Vítor Gaspar é doido? Parece que sim, só um doido pode ter esta estratégia.
Vítor Gaspar só pode pretender aquilo que resulta objectivamente das suas políticas, um grave conflito social, um país totalmente arruinado e com o Estado em adiantado estádio de desorganização, a juventude com qualificações no estrangeiro, o investimento estrangeiro abandonando um país à beira do colapso. Para quê, para aparecer como salvador da Pátria e poder impor ao povo português as suas ideias, o seu próprio conceito de país, o modelo social que só ele sabe qual é?
Vítor Gaspar é doido? Parece que sim, só um doido pode ter esta estratégia.