sábado, janeiro 05, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
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Expositor, Feira do Relógio, Lisboa
   
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Rio Minho [A. Cabral]

Jumento do dia
  
Francisco George, director-geral de Saúde
 
Faz todo o sentido que a Direcção-Geral de Saúde sugira uma alimentação saudável aos portugueses, até se aceite que chame a atenção para o facto de sugerir que uma alimentação saudável pode ser tão barata que qualquer família que dependa do rendimento mínimo pode andar de barriga cheia. O que não faz sentido é que o director-geral use o site institucional para levar o seu fundamentalismo ao ponto de instituir um receituário para transformar a cozinha de cada português numa cozinha da Santa Casa.

Sugerir aos portugueses que bebam água é partir do princípio de que somos todos idiotas, que não sabemos que a água é melhor do que um refrigerante e mais barata. Por este andar ainda vamos ver o director-geral vestido como um jovem estudante dos tempos da revolução cultural chinesa, um fato de ganga é bem mais barato do que um fato do Rosa & Teixeira e uma  gravata de seda, muito mais barato e produzido em Portugal.

Será que o senhor George também se vai preocupar com os mais ricos e colocar no seu site um receituárioa para demonstrar que uma refeição à base de caviar e dos melhores vinhos também pode ser saudável? Poderia sugerir uma dúzia de receitas em que cada refeição fica por mais de 1000 euros e que não prejudica a saúde. Até porque ninguém está a ver o amigo Relvas a seguir uma das sugestões do George quando almoça com o brasileiro condidato à TAP ou nas jantaradas no Copacabana Palace como o compadre Dias Loureiro.

O secretário de Estado da Saúde disse e muito bem que bons hábitos tornariam o SNS mais barato, se o George quer defender esta tese faz muito bem, mas faça-o de forma mais frontal e corajosa, não use a crise para fazer os portugueses passarem por pelintras.
 
«Depois de propor no seu site 14 receitas para refeições muito económicas, com um custo que varia entre os 2,78 € e os 7,18 € para quatro doses, com alimentos recomendados como sopa, produtos hortícolas, pescado congelado, ovos e fruta, chegou agora a vez de a DGS destacar a água como a principal bebida, a acompanhar as refeições e também fora delas.
  
A Direção-Geral da Saúde, liderada por Francisco George, recomenda que se comecem as refeições principais com uma sopa de hortícolas, que em alguns casos se pode transformar na refeição principal com a adição de leguminosas (feijão, grão, ervilhas), carne ou peixe.
  
O pão de qualidade deve ser escolhido, lembra a DGS, para as pequenas refeições, ou a acompanhar o almoço ou o jantar. De preferência de mistura, que é "fonte importante de energia, vitaminas e fibra". Ao contrário das bolachas, croissants e outros produtos de pastelaria, sublinha a DGS, o pão possui valores reduzidos ou nulos de gordura e açúcar, o que deveria fazer dele o alimento central das pequenas refeições ao longo do dia.» [CM]

 Parque da Gorongosa



Dedicado ao meu amigo T. Selemane.
   
 A orgia
 
Quando um professor catedrático de economia, ainda que sem habilitações universitárias acima da licenciatura e exercendo a importante função académica apenas atempo parcial 0%, uma inovação aritmética de João Duque, um professor de finanças que só fala de economia, diz que o país tem de ser governado sem Constituição, isto é que em Portugal devem ser eliminados todos os direitos e garantias, é porque a orgia da extrema-direita, onde 50 mil euros compram a alma de qualquer um, está a chegar ao seu ponto mais baixo.
  
Esta gente é louca, ainda não percebeu que governando com base num programa bem pior do que o memorando que levou à derrota do PS, entregando a gestão do país aos rapazolas extremistas do BCE e da Comissão Europeia e indo contra a vontade da maioria dos portugueses apenas conseguem levar o país ao colapso. Esse colapso pode significar a ruína e a guerra civil.

 O governo ajuda ao despedimento

Como Portugal tem um grave problema de excesso de emprego o governo decidiu usar o excesso de dinheiro dos contribuintes que tem cobrado apesar da descida dos impostos para promover o despedimento de trabalhadores.

O BCP, o modelo de gestão privada, de competência e de brilhantismo na gestão decidiu reestruturar-se para ter ainda mais lucros, lucros que para não colocar problemas de maior ao fisco fará passar pela Madeira, onde escapam aos impostos. A melhor forma de ter mais lucros é reduzir os custos e a forma mais fácil de reduzir os custos é despedindo trabalhadores. Mas como não pode despedir negociou uma indemnização e é aqui que entra o Vítor Gaspar.

Quanto maior fosse a indemnização maior seria o número de funcionários disponíveis para serem despedidos e o Gaspar decidiu acrescentar à indemnização paga pelo banco mais um subsídio mensal a ser pago durante dois anos, isto é, aos meses de indemnização pagos pelo banco pela rescisão voluntária o Gaspar acrescenta doze meses de salários a título de subsídios de desemprego.

Isto é, o amigo Gaspar impõe a todos os trabalhadores um máximo de 12 dias de indemnização por cada ano de trabalho, mas ao pessoal do BCP paga à cabeça 24 meses, qualquer coisa como quase o triplo! Enfim, o Gaspar gosta dos trabalhadores, mas só os dos bancos e quando com a sua ajuda puder poupar a despesa aos seus amigos banqueiros. Até porque é fácil, corta num escalão do IRS, dá aos banqueiros e depois estes dizem dos outros que "ai aguentam, aguentam!".

Grande Gaspar, com tanto frete vai ter um futuro radioso num alto cargo na banca.


  
 Espiral de calculismo
   
«O Expresso noticiara-o já há duas semanas: Cavaco ia promulgar o Orçamento e enviá-lo para o Tribunal Constitucional para fiscalização sucessiva. Mas o PR esperou até ao fim do prazo de promulgação. Para quê o compasso de espera, se a presidência vem de seguida (incrivelmente) esclarecer que não solicitou prioridade ao tribunal para que se não "perdesse mais tempo"? Muito simples: o Presidente gosta de suspenses. E achou que era giro anunciar a fiscalização no discurso de ano novo.
  
E que discurso. Considerando que estamos em "espiral recessiva" (o que, como se sabe, o PM desmente), Cavaco aponta o Orçamento como dela causador, enquanto o reputa de fundamental. Confusos? Vejamos: diz ser necessário equilibrar as contas públicas, mas adverte para o facto de que em 2012 se tornou claro "tender" esse processo "a ser socialmente insustentável". E explica porquê: "A austeridade orçamental conduz à queda da produção" e, portanto, "à obtenção de menor receita fiscal". Como isso torna mais difícil equilibrar as contas públicas, "segue-se", diz o PR, "mais austeridade para alcançar as metas do défice público, o que leva a novas quedas da produção e assim sucessivamente." Ou seja, à austeridade em catadupa de 2012, que arruinou a economia, segue-se austeridade ainda mais brutal de 2013, que só pode dar ainda piores resultados na economia e portanto nas receitas fiscais. "Um círculo vicioso que temos de interromper", conclui Cavaco, corajoso. E que faz ele para isso? Aprova a nova austeridade. E como justifica tal insanidade? Metendo, é claro, os pés pelas mãos, ao recusar a ideia do perdão da dívida, frisando que é preciso honrar os compromissos internacionais (os mesmos que disse não poderem ser honrados com este caminho, porque não há maneira de o fazer com uma economia morta) e recusando a possibilidade de "uma grave crise política".
  
Grave crise política é, depreende-se, o que Cavaco acha que decorreria de um chumbo do Orçamento em fiscalização preventiva (antes da promulgação). Mas um chumbo daqui a três meses é melhor? E é indiferente que um Orçamento que se suspeita ser inconstitucional (mais outro) entre em vigor? Das duas uma: ou Cavaco, apesar de ter pedido a fiscalização de três normas - por acaso duas delas tendo a ver com o corte do subsídio de férias a pensionistas e funcionários públicos, que ele deixara passar, em dobro e sem pedido de fiscalização, no OE 2012 -, aposta no facto de o tribunal não ter coragem para, em março/abril, declarar mais uma vez a inconstitucionalidade de confiscos que "sustentam" o Orçamento; ou perante a inevitabilidade dos pedidos de fiscalização da oposição e prevendo que a execução orçamental vai ser - de novo - um desastre, sabe que a crise política é inevitável mas quer poder dizer que fez tudo para a evitar. E emergir como quem "avisou" - talvez mesmo o salvador. Do resto, que é só Portugal, quer ele lá saber.» [DN]
   
Autor:
 
Fernanda Câncio.   

 A mensagem
   
«O Presidente acha que o Orçamento é inconstitucional, mas promulgou-o. Diz que estamos numa espiral recessiva, mas acredita que vamos ter crescimento já este ano.

Garante que não há alternativa a este Memorando, mas quer firmeza na exigência de novas condições. Avisa que não se pode somar uma crise política a uma crise económico-financeira, mas foi isso que ele próprio fez ainda há pouco, em 2011. Palavras para quê? É um Presidente português emaranhado nas suas contradições e no seu calculismo em busca da popularidade perdida.

A mensagem do Presidente é bem pior para _o Governo do que para a oposição, é certo. _A denúncia da "espiral recessiva" atinge entre _os olhos o Ministro das Finanças e contradiz frontalmente a narrativa do Governo, isolando-o cada vez mais. A afirmação de que "sem crescimento económico" os sacrifícios dos portugueses não valerão a pena, equivale a dizer que este Governo, com esta política, não faz sentido. _É uma sangria escusada. Um absurdo em forma de Governo. A oposição, naturalmente, aplaude - o que é que havia de fazer? Mas permito-me insistir na pergunta: é para isto que serve um Presidente?

O raciocínio presidencial, embora tortuoso, _é cristalino nos seus propósitos: o Presidente joga _a maior parte das suas "fichas" no falhanço do Governo (espiral recessiva, ausência de crescimento, falta de firmeza nas negociações com os parceiros europeus...). Se as coisas correrem mal, como tudo indica, aí o teremos, no seu papel preferido, a lembrar: "eu bem avisei!". Mas à cautela, como aquele jogador que já não se pode dar ao luxo de arriscar e perder, guarda ainda as "fichas" bastantes para apostar e capitalizar no cenário oposto (cumprimento do Memorando, crescimento já este ano, sacrifícios premiados, recusa da crise política...). E então dirá que tudo valeu a pena e ele _é que tinha razão em ter esperança. O ano pode ser novo, mas o Presidente é o mesmo.

Curioso é que toda a mensagem do Presidente _se refere ao desempenho do Governo e ao rumo _da governação. É uma escolha. E uma interpretação da função presidencial. Afinal, é sempre mais fácil falar das competências dos outros. Mas é pena que o Presidente não tenha dito rigorosamente nada sobre o exercício das suas próprias competências. Sobre o que fez pelo País no ano que passou. Ou sobre o que se propõe fazer no ano que agora começa. Sobre isso, não lhe ocorreu nada para dizer ao País. O seu tema de sempre é só um: posicionar-se face à governação. E eu torno à minha pergunta: é para isto que serve um Presidente?

Num único caso o Presidente falou das suas competências: para dizer que vai pedir a fiscalização sucessiva da constitucionalidade do Orçamento. Mas nem sobre isso se dispôs a dar explicações cabais. E fez mal, porque o Presidente deve uma explicação aos portugueses. Depois da sua conivência com o facto consumado da inconstitucionalidade do Orçamento de 2012 (que tirou rendimentos a muitas famílias de forma ilícita e injusta), era dever do Presidente justificar, de forma clara e rigorosa, uma nova recusa da fiscalização preventiva e a promulgação de um segundo Orçamento inconstitucional. Mas não o fez. Nem de forma suficiente, nem de forma convincente. Limitou-se a invocar obscuras "consequências negativas", de ordem económica e externa, no caso de o novo Orçamento não entrar em vigor no dia 1 de Janeiro. Mas nada disse sobre as "consequências negativas", de ordem económica e externa, que seguramente ocorrerão se disposições muito relevantes do Orçamento forem declaradas inconstitucionais a meio do ano, numa altura em que a execução orçamental já estará mergulhada em mil e um outros problemas para resolver. E, sobretudo, nada disse aos portugueses atingidos pelo Orçamento sobre uma das consequências possíveis da sua opção pela fiscalização sucessiva, em detrimento da fiscalização preventiva: o risco de mais um corte de rendimentos inconstitucional se tornar num facto consumado. Sobre isso, sim, teria sido útil ouvir o Presidente.» [DE]
   
Autor:
 
Pedro Silva Pereira.
   
  
     
 Tirar a barriguinha de misérias
   
«A instituição liderada por Guilherme d’Oliveira Martins critica ainda a falta de transparência no que toca aos orçamentos dos gabinetes ministeriais, pedindo ao Governo para melhorar este aspecto. "A inexistência de um tecto máximo para a despesa dos gabinetes e a manutenção da sua opacidade revelam que persistem anomalias, situação que deve ser ultrapassada em nome do rigor e da transparência orçamental", refere o relatório.

No mesmo capítulo da transparência, o Tribunal de Contas salienta que “não constam critérios sobre a atribuição de regalias, como o cartão de crédito, uso de viatura e despesas do telefone”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Esta gente chega ao governo e não resistem a tirar a barriguinha de misérias à custa dos contribuintes.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
      
 Pobre Alberto da Ponte
   
«O presidente da RTP, Alberto da Ponte, afirmou ontem à redacção da televisão e rádio públicas que a decisão sobre o futuro da RTP será conhecida no dia 10, mas o Público avança esta sexta-feira que o gabinete de Miguel Relvas garantiu que “quem decide a agenda do Conselho de Ministros não é o presidente da RTP”, não se comprometendo com prazos.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Anda a beber muitas Sagres?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Agurde-se por um gesto de dignidade do presidente da RTP.»
   
 Santana faz o frete
   
«O provedor da Santa Casa da Misericórdia, Pedro Santana Lopes, considera, a propósito da mensagem de Ano Novo do Presidente da República e pedido de fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado de 2013, que Cavaco Silva se “encostou à oposição”, prática que diz ser recorrente nos segundos mandatos dos chefes de Estado. O responsável frisou ainda, no programa ‘Política Hoje’, da TVI24’, “que não há nenhum país do mundo com divergências entre Governo e chefe de Estado".» [Notícias ao Minuto]

«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pediu aos membros do Governo e aos elementos do PSD para que guardassem silêncio quanto ao pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional por parte do Presidente da República. Com isto o líder do Executivo pretende atenuar tensões e evitar conflitos institucionais, avança a edição desta sexta-feira do semanário Sol, até porque teme um cenário de ingovernabilidade caso o Palácio de Ratton chumbe o Orçamento do Estado para 2013.» [Notícias ao Minuto]

«O PSD está a preparar a argumentação que sustente a constitucionalidade das três normas do Orçamento do Estado para 2013 que estão a ser fiscalizadas pelo TC, adianta hoje o DE.

O jornal diz saber que o texto com a argumentação está a ser preparado para ser enviado para o Palácio Ratton, como defesa às dúvidas levantadas por Cavaco Silva e pela oposição quanto à constitucionalidade das três normas, mas, de acordo com o DE, ainda falta o aval do primeiro-ministro Passos Coelho, que estará a ponderar se, politicamente, o texto pode ser entendido como uma pressão sobre os juízes do Tribunal Constitucional. » [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Começou o ataque a Cavaco.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   
 E não há uma espiral de recessão?
   
«As compras feitas com cartão Multibanco caíram 8,5% no mês de Dezembro, face ao período homólogo de 2011, cifrando-se num total de 75 milhões de operações.

Globalmente foram gastos 2,908 mil milhões de euros em compras, um decréscimo de 267 milhões de euros no montante total movimentado em dezembro de 2012 na rede multibanco, uma redução de cerca de 5% face a igual período em 2011, informa também a SIBS.

No caso dos levantamentos, contudo, o número de operações apresentou um aumento residual (0,3%), mas o montante levantado reduziu em -2,2% e o valor médio reduziu em -2,6%.» [DE]
   
Parecer:
 
Não, não há.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gasparoika.»
   
 Lobo Xavier já fala como conselheiro do governo
   
«O centrista António Lobo Xavier, que foi empossado, na quinta-feira, presidente da Comissão para a Reforma do IRC, defendeu-se das críticas de que foi alvo, nomeadamente por parte do Bloco de Esquerda, argumentando que o seu trabalho “será julgado de uma forma ampla” e “discutido em sede própria”. No programa ‘Quadratura do Círculo’, da SIC Notícias, o responsável aconselhou ainda o Governo a ter um “plano B” face ao Orçamento do Estado para 2013.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Digamos que o governo lançou uma OPA à Quadratura do Círculo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos quanto estaria a pagar se o Pacheco Pereira estivesse à venda.»
   
 Só agora?
   
«Os funcionários públicos terão este ano cortes progressivos no subsídio de férias para salários entre os 600 e os 1100 euros, limiar a partir do qual o subsídio é suspenso na totalidade. O ano passado, os cortes foram aplicados aos dois subsídios para todos os funcionários públicos, mas os trabalhadores no ativo do Banco de Portugal não foram atingidos.
  
A possibilidade de o banco central suspender os subsídios de férias dos seus trabalhadores foi incluída no Orçamento do Estado para 2013, através de uma norma específica.
  
De acordo com a lei do Orçamento do Estado para 2013, o Banco de Portugal pode "decidir, em alternativa a medidas de efeito equivalente já decididas, suspender o pagamento do subsídio de férias ou quaisquer prestações correspondentes ao 13.º mês aos seus trabalhadores durante o ano de 2013".» [DN]
   
Parecer:
 
A verdade é que o senhor Costa gosta muito de apoiar a austeridade aos outros e resistiu enquanto lhe foi possível a que ele e os seus continuem a ganhar fortunas à custa do país ficando de fora de toda e qualquer medida de austeridade.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor Costa se vai aplicar o OE ou se vai consultar primeiro o BCE.»
   
 Pobre Álvaro
   
«O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, confirmou hoje que vai negociar com a 'troika' um período de transição na convergência para os 12 dias de indemnização por despedimento.

"O que temos falado com os parceiros sociais e terá de ser falado com a 'troika' é haver um período de transição, em que durante a fase inicial o valor das indemnizações num contrato de trabalho seja mais elevado e depois possa baixar para os 12 dias" disse aos jornalistas.» [DN]
   
Parecer:
 
Primeiro é cilindrado no governo pelo Gaspar que o cala e propõe o corte para doze dias e à bruta, agora que o Gaspar percebeu que seria derrotado nas ruas manda o Álvaro dar a cara, negociar e consertar a concertação social.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Álvaro quando é que tem coragem de mandar o Gaspar à bardamerkel.»
   

    
O ano de 2013 visto pelo pensamento positivo
 
Na revista Sábado e no Abrupto, de José Pacheco Pereira:
   
«O ano de 2013 vai ser o ano da viragem que dará razão ao Governo e às folhas de Excel. No fundo, sabemos todos que a Microsoft não teria um software tão famoso, se ele não funcionasse. Ao lado do Excel, as previsões da oposição são feitas com as cartas do Tarot e vendo os programas da Maya. 

Dizem que as coisas estão muito mal, mas não estão tão mal como isso. Vejam os manifestantes do 15 de Setembro. São contra o governo? Não, foram contra a TSU, um “erro de comunicação” identificado pelo professor Marcelo e rapidamente corrigido. Para além disso, os mesmos manifestantes são contra as greves e contra os funcionários públicos. Estão os pobres urbanos a favor da revolução? Enganam-se, já os viram a falar contra a greve dos transportes quando as televisões os procuram nas estações? Por eles, acabava o direito á greve já amanhã, juntando-se a Ferraz da Costa numa diatribe sobre o excesso de indisciplina nas empresas públicas e a libertinagem permitida pela Constituição. O Salazar é que os punha na ordem. 

Estão os jovens indignados? Estão, estão, contra aqueles que por tornarem “rígido” o “mercado do emprego”, ocupam os empregos enquanto eles são “precários”. Vejam lá se eles vão às manifestações da CGTP? Não vão, porque eles leem blogues, e sabem que os sindicalistas querem continuar a ser “sanguessugas” dos nossos impostos, a ganhar sem trabalhar. Para além disso, os jovens sabem muito bem que o estado não vai garantir-lhes as reformas no futuro e, por isso, para que é que têm que estar a pagar hoje as reformas milionárias acima dos 1300 euros? Os velhos que se cuidem, porque estão a prejudicar os mais novos, como disse o senhor Primeiro-ministro aos jovens da JSD, cheios de confiança nos seus “projectos de futuro” e de carreira. No fundo, sabem que são os “seus” que estão no poder. 

Há gente zangada nos restaurantes, nos professores, nos trabalhadores das diversões, nos polícias, nos médicos, nas forças armadas? Não se iludam, são apenas grupos corporativos que estão a perder os privilégios que tinham e a ter que pagar impostos que nunca pagaram. Aliás, são os poderosos que mais estão contra este governo. É o lóbi dos restaurantes que não quer passar facturas, todos representantes de um sector sem interesse para a economia exportadora que queremos construir. Militares? Isso são os restos do PREC e um anacronismo que é preciso corrigir. Já acabamos com o Serviço Militar Obrigatório, agora para que é que são precisas as forças armadas a não ser como uma polícia “pesada” anti-motim? São como os juízes do Tribunal Constitucional, um grupo que julga em causa própria, para defender as suas chorudas reformas, mesmo que para isso tenha que matar a economia. Aliás os verdadeiros inimigos do governo são gente sem valor que se habituou toda a vida a viver do estado e que está apenas a defender a sua reforma atacando vilmente este corajoso governo. Não é Bagão Félix? 

 Falam contra os bancos e acusam o governo de lhes dar tudo o que pode? Esquerdismo à Louçã, porque a saúde do sistema financeiro é fundamental para a nossa economia e os bancos fazem a sua parte. Há quem coloque o dinheiro no estrangeiro e em offshores? É apenas a natural expressão do receio que tiveram com a bancarrota de Sócrates, a quem apoiaram apenas por engano. No fundo estão a comportar-se racionalmente como deve fazer o grande capital. E a verdade é que, à medida que os seus nomes aparecem no “Monte Branco”, portam-se como devem e pagam os seus impostos. Não é muito, mas eles percebem bem como este governo está ao serviço dos “interesses da economia”, que são também os seus. Tudo gente patriótica. 

Só uns intriguistas é que podem dizer que o governo não cumpre contractos com os trabalhadores, ao mesmo tempo que é mole com os offshores e respeitador dos contratos blindados das PPPs. É verdade que muitos dos seus autores, - da blindagem,- estão no governo ou trabalham para o governo nas grandes firmas de advogados e consultadoria, mas isso é porque são competentes e confiáveis. Foram-no antes e são-no hoje. O que é que queriam, que o governo os colocasse á margem, com tudo o que eles sabem e podem? Intrigas e inveja. 

2013 vai ser o ano do pensamento positivo, vai mostrar que o optimismo é a melhor atitude a ter na vida. Há crise, sim senhor, mas nós aguentamos. Os portugueses no meio de grandes dificuldades em ajustar-se vão cortar no supérfluo, deixar de comer bifes, lavar só metade dos dentes, e ir ao hospital quando já estão de maca. No fim, vamos chegar vivos. Vamos aguentar. Vamos continuara a dar mostras de civismo e das qualidades de paciência que tornaram o “bom povo português” um exemplo que a Europa segue com carinho e inveja. Na Europa, também tudo está mudar. O país e Vítor Gaspar tem um prestígio incalculável, que é o melhor asset para Portugal. Ele é a Merkel, o Schauble, o Draghi, o Trichet a debitarem elogios e a aprenderem muito connosco. Não cumprir o défice deixou de ser muito importante. Vamos fazer duas ou três emissões com sucesso em 2013, pequenas, a vários prazos, prudentes, e depois os alemães vão colocar-nos a mão por baixo e defender-nos dos mercados, porque com esse sucesso, já podemos ser apoiados pelo BCE. Foi o que nos prometeram, para podermos apresentar a saída da troika como um grande trunfo político. Esperemos que resulte. O resto não interessa, mesmo que isto não seja bem voltar aos mercados, mas só a cabeça negra da oposição dirá isso. E não me venham com tretas sobre a sustentabilidade, porque sustentáveis só temos que ser até ao “que se lixem as eleições”. Depois a culpa passa outra vez para o PS. 

Com a saída da troika o governo pode aparecer aos olhos dos eleitores como tendo cumprido o memorando “que outros assinaram”, e, retomado a “soberania” nacional, que “outros perderam”. É verdade que continuamos a ser obrigados a fazer a mesma política mesmo sem a troika, mas deixam-nos uma pequena folga para haver eleições sem ser em estado de calamidade. A troika zela pelos seus e o Pacto Orçamental está lá sempre para por na ordem as tentações keynesianas. Para além disso, como disse Passos Coelho, os números vão ser ter baixos que alguma vez têm que subir.

Vamos continuar a confiar nos dois partidos corajosos que nos vão retirar da bancarrota para onde nos atirou o Sócrates. Vejam a inteligência de Portas, a teimosia convicção de Passos Coelho, a tenacidade de Relvas contra a campanha miserável que lhe fazem, o saber profundo de Vítor Gaspar, a lealdade daqueles deputados que, contra ventos e marés, votam tudo o que é preciso, a fidelidade quase canina dos propagandistas, bloguistas amigos, também assessores, também a trabalhar com os gabinetes nas agências de comunicação e imagem, um serviço muito importante para não haver “falhas de comunicação”. E se as há, é porque não contratam os serviços que deviam, os especialistas nessa arte de “persuasão” que as almas danadas da oposição chamam de manipulação. 

 Eles sim são homens de princípios. E se estão surpreendidos pelo “canino” na fidelidade, é porque desprezam o melhor amigo do homem, ali, a dar a dar, e que ladra e morde quando é preciso. Fazem-nos muita falta neste tempo de crise, em que, aparentemente solitários, os homens que nos governam, têm consigo a maioria silenciosa dos melhores portugueses e os seus cães. Pensamento positivo, que o pior já passou.

 MAS, HÁ UM PEQUENO PROBLEMA…

É que não acredito numa linha do que está escrito antes.»
     
   
   
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