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Antiga sede do Banco de Portugal em Vila Real de Santo António
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Nevoeiro na aldeia de Monsanto [A. Cabral]
Jumento do dia
António José Seguro
Seguro que começa por perguntar qual é a pressa parece ser ele agora a estar cheio de pressa e se na semana passada falava como se estivéssemos em vésperas de eleições legislativas, agora usa o seu roteiro da autárquicas como se estivesse a concorrer a uma directas para as quais não havia pressa.
Parece que os portugueses não sofrem com um programa de austeridade a que o líder do PS apenas formalmente se tem oposto, chegando um dos seus braços direitos, o tal Beleza que é uma beleza de político, a dizer matem os funcionários quando o governo diz esfola, chegando a sugerir o fim da ADSE sem mais.
Se até aqui Seguro se tinha esquecido de fazer oposição ao seu amigo Passos Coelho agora é o seu maior apoiante ao não fazer qualquer oposição e ao impedir que o PS a faça. O que Seguro está conseguindo ao querer surfar nas autárquicas é conduzir o PS para um resultado que ficará aquém do desejado, os que apoiam Passos Coelho não votarão Seguro e o que são Passos Coelho acreditam cada vez menos neste liberalismo de esquerda de Seguro, que em vez de alternativas apenas sugere meias doses da receita da ultra direita.
«O secretário-geral do PS, António José Seguro, apela à "união" e à "mobilização" dos socialistas e afirma que há cada vez mais portugueses a acreditar nas ideias e no rumo que o partido tem para Portugal.
Num jantar de apoio ao candidato do PS à Câmara de Almeirim, Seguro disse que Portugal "tem futuro", mas precisa de mudar "de rumo, de estratégia e de política", e pediu aos apoiantes que se juntem e se mobilizem, por forma a criar uma força maior: "Há cada vez mais portugueses a acreditar em nós".» [RR]
Seguro ganhou um grande apoiante, Passos Coelho deve ter pedido aos seus amigos para ajudarem o seu Seguro a sobreviver e o primeiro novo apoiante do líder do PS é Marques Mendes. Quando o líder do PS tem apoiantes destes isso significa que a sua actuação serve à direita e esta tudo faz para que sobreviva, impedindo o país de ter oposição à destruição do Estado Social:
«O ex-líder do PSD e conselheiro de Estado Marques Mendes defendeu hoje a "estabilidade" dentro dos partidos da oposição com a duração de "pelo menos quatro anos" sob pena de fazer "mal à democracia".
"Tal como defendo a estabilidade dentro dos governos, também defendo a estabilidade dentro dos partidos, designadamente os partidos da oposição. Não é para me intrometer, não é porque acho que António José Seguro é melhor do que qualquer outro, é porque acho que quando os partidos não têm um pouco de estabilidade, então fazem mal à democracia", afirmou o social-democrata à margem da sessão de apresentação do candidato a Matosinhos.» [Jornal de Negócios]
Desde quando os militantes do PS são desleais e precisam de apelos de Álvaro Beleza para que sejam leais? Não será uma deslealdade para o seu partido fazer propostas para o país e no dia seguinte, perante os protestos, vir dizer que, afinal, era uma ideia pessoal? Não será uma deslealdade atribuir golpes pessoais ao partido?
Há pessoas com conceitos muito estranhos de lealdade.
Foguetes antes da festa
«1 Subitamente, os mercados descobriram que a implementação do programa "para além da troika" estava a correr bem. Olharam melhor e verificaram que, agora sim, havia gente competente a governar o País. Pressentiram que as célebres reformas estruturais vão dar resultado e que as falências em catadupa, o desemprego, a espiral recessiva são sinais desprezíveis.
Ou seja, apesar de o mundo em peso saber que, pelo caminho até aqui tomado, pelas opções feitas e por aquilo que vamos passar nos próximos anos, o País não vai criar riqueza, pelo contrário vai destruí-la, os mercados correm para a dívida portuguesa como se de pãezinhos quentes se tratasse. Digamos que há qualquer coisa que não bate certo: se não se produz riqueza, como diabo vamos conseguir pagar os empréstimos?
Claro que não há nada de estranho. Quando Mario Draghi anunciou que ia fazer tudo pelo euro, anunciou também a queda das taxas de juro para todos os países do euro em dificuldades e o regresso aos mercados em condições favoráveis das economias em maiores dificuldades.
Mas será que alguém acredita que Portugal poderia regressar aos mercados sem que tivesse o BCE, no fundo, como fiador? Ou que as taxas de juro baixassem para todos os países em dificuldade da maneira que baixaram se não tivessem a mão do BCE por baixo? De repente, todos os governos que até agora não eram dignos de confiança passaram a ser credíveis?
Não estamos em tempo de demagogia: o nosso regresso aos mercados e a diminuição das taxas de juro deve-se ao BCE e à recente mudança, ainda que ténue, nas políticas europeias. Não a qualquer passe de mágica, cumprimento do memorando ou confiança dos mercados no Governo português. Mas nem a Europa nem os mercados merecem que lhes agradeçamos. Convém lembrar que foram em grande parte as inconscientes políticas europeias, a arquitectura institucional do Euro e os ataques especulativos à moeda única que nos trouxeram até aqui. Sim, é verdade, e não custa repetir: não foi Sócrates o culpado maior das nossas actuais dificuldades, nem será Passos Coelho a acabar com elas se a Europa não mudar de rumo.
Teoricamente, com o acesso aos mercados, estaria aberto o caminho para resolver um dos maiores problemas que as empresas enfrentam: o financiamento. As empresas não conseguem financiar-se e as que conseguem têm de pagar juros exorbitantes. Claro está, é preciso que o dinheiro não fique no Estado ou que os bancos não aproveitem para especular e o façam chegar a quem de facto investe e cria riqueza.
Só que as empresas podem até ter finalmente acesso a financiamento, mas se ninguém lhes comprar os produtos ou serviços, não há nada a fazer. As empresas podem sobreviver sem crédito, sem clientes é que não.
A destruição da economia portuguesa está em curso, e com o autêntico suicídio colectivo que o Governo está a impor para 2013 ainda será pior. Sem procura interna e com a externa a prometer baixar drasticamente, por muito dinheiro que venha, ninguém o vai utilizar. Uma economia em recessão com a dívida acima dos 120% do PIB não será capaz de pagar as suas dívidas por muito baixos que sejam os juros.
Não mudando a política económica, iremos ao mercado buscar mais endividamento, mas não financiamento.
Se o Governo e os parceiros europeus não se convencerem de que é fundamental mudar o rumo das políticas económicas, de que o esbulho fiscal mata o consumo e o investimento, de que os cortes cegos não reformam, apenas destroem valor e que no fim do processo de consolidação não há nenhuns pozinhos de perlimpimpim que transformarão a economia portuguesa, não há mercado que nos valha.
Regressamos aos mercados não por causa das políticas do Governo e da troika, mas apesar delas. E se o Governo e a Europa não perceberem isso, aquilo que é em si mesmo uma excelente notícia pode transformar-se num pesadelo ainda maior do que aquele que estamos a viver.
2 António José Seguro tem de acelerar o processo da sua relegitimação, ou seja, convocar o mais cedo possível o congresso: ninguém olhará para os socialistas como alternativa enquanto o presente clima de guerra no PS estiver instalado.
António Costa tem de falar, seja para dizer que é candidato à liderança, seja para dizer que não é: ficar calado não é solução quando toda a gente sabe que há uma corrente que o quer ver como secretário-geral.
Quem ganha com a actual situação de indefinição no PS é a coligação governamental: fica demonstrado que o PS, dividido como está, não é oposição e muito menos alternativa. O Governo está em roda livre.» [DN]
Pedro Marques Lopes.
Quanto vale uma agressão brutal a jornalistas?
«O IGAI sugere que o agente da PSP que agrediu uma fotojornalista da France Press numa manifestação do Chiado, em Lisboa, a 22 de Março de 2011, seja suspenso num período entre os 20 a 120 dias, por considerar, como avançava ontem o semanário Expresso, que o agente agiu com excesso de zelo.
Acrescenta hoje o Jornal de Notícias (JN) que o agente em questão, e a quem foi instaurado um processo disciplinar e que entretanto foi transferido da esquadra na Amadora para o Corpo de Intervenção da PSP, tem 20 dias para contestar a sugestão do IGAI, que a ser aplicada implica que o vencimento do polícia seja suspenso durante o período de cumprimento do ‘castigo’.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
O que se viu foi muito pior do que excesso de zelo, foi violência criminosa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela generosidade do ministro..»
Mas o Crato não era melhor do que a Lurdinhas
«“Mobilidade especial para quem governa mal”, “Troika e FMI fora daqui”, "Crato para a rua, a escola não é tua", "Com este Governo andamos para trás" e "Um governo sem razão não faz falta à educação". Estas foram algumas das principais palavras de ordem ouvidas neste sábado em Lisboa, onde milhares de professores se manifestaram contra os cortes na educação, pedindo a demissão de Nuno Crato, ministro da Educação.
A organização do protesto garante que “superou largamente” a barreira dos 30 mil manifestantes, que era o número esperado pela Fenprof, e aponta para mais de 40 mil professores nas ruas. A polícia diz que não vai divulgar números, deixando essa tarefa para os organizadores.
A manifestação em Lisboa foi o ponto de partida para Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, anunciar mais acções de luta, nomeadamente uma semana de luto nas escolas, entre 18 e 22 de Fevereiro.» [Público]
Parecer:
Ainda sou do tempo em que o Mário Nogueira era um sindicalista feliz. Mário Nogueira está agora a perceber que muito do protagonismo que teve no passado foi o resultado do apoio que lhe era dado pela máquina da direita que ambicionava chegar ao poder para, como se percebe agora, reduzir os professores a metade, a metade em número e a metade em rendimento.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Mário Nogueira e ao PCP se tencionam pedir desculpa à Lurdinhas.»
O cinismo segundo Seguro
«Por agora, Seguro centra-se na campanha autárquica, e sobre António Costa vai dizendo “ Lisboa tem um bom presidente da Câmara”. Então, porque não confirma já a recandidatura? A mesma resposta, evasiva, embrulhada de outra forma: “Lisboa está muito bem entregue”.» [Público]
O problema não é saber se António Costa dá um bom autarca, o problema é os portugueses não verem em Seguro um bom primeiro-ministro e por isso a direita está tão empenhada em ajudá-lo a manter-se na liderança do PS, para que este partido continue a prestar o bom serviço que está prestando ao governo. Passos Coelho até deve pensar que manter o Seguro é uma Beleza.
«Por agora, Seguro centra-se na campanha autárquica, e sobre António Costa vai dizendo “ Lisboa tem um bom presidente da Câmara”. Então, porque não confirma já a recandidatura? A mesma resposta, evasiva, embrulhada de outra forma: “Lisboa está muito bem entregue”.» [Público]
Parecer:
O problema não é saber se António Costa dá um bom autarca, o problema é os portugueses não verem em Seguro um bom primeiro-ministro e por isso a direita está tão empenhada em ajudá-lo a manter-se na liderança do PS, para que este partido continue a prestar o bom serviço que está prestando ao governo. Passos Coelho até deve pensar que manter o Seguro é uma Beleza.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Maçonaria lutará pela defesa da liberdade
«O grão-mestre da maçonaria considera que "há perigos que a liberdade seja puramente formal e que possa estar em causa a dignidade", mas garante que "os maçons lutarão sempre para que estes princípios nunca sejam postos em causa".» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
POis, e a liderar essa luta terá o mais conhecido dos maçons, Miguel Relvas, isso para não sugerir Passos Coelho, o tal político que aquece o traseiro com livros sobre Salazar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se de forma condescendente.»