Quem disse que os banqueiros
provocaram esta crise, que durante décadas branquearam capitais, que promoveram
o consumo para conseguirem juros mais elevados, que corromperam a classe
política e financiaram tudo o que lhes interessava, desde campanhas eleitorais
aos congresso dos magistrados em hotéis de luxo, que usaram ao zona franca da
Madeira pare evitarem impostos, que ajudaram os seus clientes ricos a
esconderem o dinheiro em off-shores, que usaram o dinheiro dos clientes para
financiarem os negócios duvidosos dos seus afilhados, que criaram bancos para
enganarem o país e enriquecerem os amigos com negócios duvidosos de acções ou
com financiamentos a negócios manhoso?
Quem disse isto estava a sonhar,
tirando um outro “boi da piranha” do BCP ou do BPN tudo o resto era boa gente,
só mesmo boa gente poderia, por exemplo, convidar o Guilherme d’Oliveria
Martins para administrador do Banco EFISA, um banco da SLN do exemplar Dias
Loureiro. Veja-se a lista das personalidades que nos últimos anos estiveram em
cargos remunerados dos bancos ou do imenso universo de empresas que pertencem aos
banco e ficaremos com a noção da dimensão da bondade da nossa banca.
Quem disse que os nossos empresários
se borrifaram para a inovação, para o design, para a qualidade da gestão, que
deixaram de ir às putas e de comprar carros de luxo para toda a família, putas
e amantes incluídas, que deixaram de pagar as férias privadas e os almoços de
luxo com o cartão visa da empresa, que nunca se preocuparam muito em procurar
mercados no estrangeiro ou que resolviam os seus problemas de competitividade
com umas luvas para o político mais próximo?
Não senhor, os nossos empresários
são exemplares e se as suas empresas não são competitivas não é por culpa
deles, o problemas é termos um salário mínimo excessivamente elevado, uma carga fiscal muito alta, custos de
contexto excessivos. Acabe-se com o IRC
e com a TSU financiando isso com o SNS ou com as escolas, liberalize-se totalmente
os despedimentos equiparando as nossas regras às dos países geograficamente mais
próximos (como a Argélia, Marrocos, a Mauritânia ou o Mali) e veremos como as nossas
exportações sobem em flecha.~
Os nossos banqueiros são exemplares
e boas pessoas, merecem serem ajudados, os seus bancos devem ser refinanciados
pelo Estado nem que para isso se acabe com a escola pública ou se despeçam
polícias, professores e médicos. O Estado só precisa de cobradores de impostos
pois estes ão necessários para financiar os banqueiros.
O que seria do nosso país sem os
nossos empresários, como poderemos criar empregos se não os ajudarmos a serem
competitivos? Se o país tem de escolher entre baixar o IRC e a TSU e manter os
subsídios de desemprego ou a ADSE alguém duvida de que a prioridade é criar
emprego. Para que são necessárias escolas se os nossos licenciados emigram porque
ganham melhor no estrangeiro? O que faz sentido é usar o dinheiro que se gasta
em ensino inútil na competitividade das nossas empresas, de preferência as que
empregam os mais pobres, para que estes custem menos ao Estado. Acabe-se com a
escola pública, ajude-se quem emprega gente que ganha o ordenado mínimo.
Os banqueiros e os empresários são
os melhores portugueses e são esses que devem ser ajudados, nem que isso se
faça à custa de todos os outros, esses grandes malandros.