terça-feira, janeiro 01, 2013

O ano dois mil e troika

A crer nas previsões de Vítor Gaspar teremos criação de emprego e crescimento económico no segundo semestre e se formos idiotas ao ponto de acreditar em alguém que aumenta o intelecto dos eu traseiro com livros dedicados a Salazar até acreditamos que 2013 será um ano de chuva de oportunidade, serão tantas nenhum português ficará de fora do festim, aqueles que tiveram de cortar as rabanilhas na máquina do fiambre para as esticar na mesa da consoada terão agora que ter algum cuidado, não vão apanhar uma caganeira provocada pela ingestão de tanta oportunidade. Até porque se abusarem já sabem que depois vem o Gaspar exigir uma penitência por causa de mais um desvio colossal, corremos um sério risco de passar a receber ordenado apenas nos meses com 31 dias pois os de 30 dias nã atingem os níveis de competitividade que permitam aos patrões ter com que pagar ordenados.
  
Para o pessoal da Presidência da República não é difícil de imaginar que será um ano para desenjoar da Constituição da República, esse maldito livro que insiste em perseguir Cavaco Silva, mesmo sabendo-se que há muito que no Jeep das férias tal livro não tem lugar numa bagageira cheira de vasos de coentros, indispensável para a Dona Maria temperar os carapaus alimados. É evidente que não vale a pena incomodar Cavaco Silva com picuinhices constitucionais, até porque para além da o site da PR estar cheio de referências à Constituição, ainda deve estar por nascer o Presidente que mais respeitou e mais fez respeitar a Constituição. E ao ritmo que os portugueses nascem Cavaco não deverá ter concorrência à altura durante mais algumas décadas.
  
Houve o dois mil e onze, o dois mil e doze e agora acabamos de entrar no dois mil e troika, se para os que acreditam em bruxas o treze dá azar, com o dois mil e troika é certo e sabido que estamos mesmo lixados, com o imperador Salassie a dizer o que podemos comer, o que temos de pagar no hospital ou se devemos ou não regressar à escravatura este anos vai ser um ano bem negro.
  
Dizem que será o ano do regresso aos mercados, o problema é que ainda não se percebeu bem a que mercados se referem. Ao mercado de trabalho na emigração não deve ser pois a esse já regressamos e o Gaspar não disse nada. Também já estamos a caminho do mercado da escravatura com a eliminação de direitos, sociais, o desprezo pela concertação social e a eliminação de remuneração pela via fiscal, ou pela diluição em ácido gasparfúrico, mas parece que também não é este. Dizem que é ao mercado financeiro mas é tão certo que vamos ao mercado financeiro com a política do Gaspar como ainda antes disso estaremos a caminho da lua num eléctrico n.º 28!
  
O ano de dois mil e troika acabou de começar, o problema agora é que ninguém vai saber como vai ser o dia seguinte e são poucos os que se arriscam a dizer como vai acabar. A não ser, talvez, gente como o Relvas, o Dias Loureiro ou o Arnaut, esses já devem ter a reserva feita no Copacabana Palace para o próximo reveillon. Este é o ano em que ninguém fará previsões, a não ser que se lance um debate nacional para tentar prever o que vai estudar Passos Coelho depois de ler o livro com que anda junto ao traseiro, irá estudar Francisco Franco, Adolfo Hitler ou Mussolini?