As crises são bons momentos para compreender os povos e até
as pessoas em geral, os chefes, ao amigos, os vizinhos e mesmo os familiares. A
crise pode conduzir a uma situação de medo individual e colectivo que leva os
povos e cada cidadão ao limite e são muitos os que se revelam muito diferentes
daquilo que os conhecemos. São momentos de solidariedade e de amizade mas
também de traição, podem proporcionar momentos de grande solidariedade mas
também podem conduzir à violência e ao ódio, até mesmo à guerra civil, podem
resultar em ditaduras mas também em revoluções.
As crises proporcionam-nos lições de vida e a crise que o
país atravessa está sendo um bom exemplo. Não me refiro aos políticos e à
classe política me geral, essa é uma merda, muitos dos nossos políticos são
gente de merda e não seria de esperar uma mudança significativa. Uns abusam do
poder para defender os interesses dos amigos, outros protegem-se no conforto da
oposição ou nos luxuosos gabinetes autárquicos. A nossa classe política sabe
defender-se e continua a fazer boa vida, basta ver o corropio de gente eu foi
passar o Natal ou a passagem do ano ao Rio de Janeiro, enquanto os portugueses
vão caindo no desemprego vai-se sabendo que o Correio da Manhã contratou o
Santana Lopes enquanto a SIC vai comprar as fugas de informação vendidas pelo
Marques Mendes.
Se dos políticos não temos muito a aprender em matéria de
falta de solidariedade já o mesmo não se pode dizer de alguns grupos
profissionais. Já nem vale a pena falar dos magistrados do Ministério Público
onde um sindicato quase festeja o saneamento de magistrados praticando um
estranho modelo de sindicalismo. EM matéria de grupos profissionais a grande
lição de vida que nos proporcionada por esta crise veio dos professores, para
defenderem o conforto de carreiras tranquilas juntaram-se em grandes
manifestação, mas quando se desenha o despedimento de dezenas de milhares de
profissionais o sindicato anda ocupado com os problemas dos formadores dos
centros de formação profissional. Os contratados serviram de tropa de choque dos
instalados, agora que vão ser despedidos os velhinhos assobiam para o ar.
Nem vale a pena falar dos famosos jovens à rasca a quem o
José Manuel Fernandes chegou a sugerir que escolhessem a música dos Deolinda
para bandeira. Parece que deixaram de ser parvos, agora já devem ter bons
empregos e estão sendo remunerados de acordo com as habilitações pois
desapareceram de cena. Até o próprio Cavaco Silva comporta-se como os antigos
jovens à rasca, agora já não tem de conhecer previamente as revisões dos
memorandos, contenta-se em assinar de cruz os OE que o Gaspar lhe vai mandando
e só incomoda o Tribunal Constitucional se os seus próprios interesses forem
postos em causa.